O Site SAPO de Portugal entrevista Adam!

O Site SAPO de Portugal também entrevistou Adam na última semana. Confira a seguir:

À CONVERSA COM ADAM LAMBERT: “NO INÍCIO, O MAIOR DESAFIO FOI SER GAY. FOI UM OBSTÁCULO”

Queen + Adam Lambert editam esta sexta-feira, dia 2 de outubro, o seu primeiro álbum ao vivo. A propósito da edição de “Live Around the World”, o músico norte-americano conversou com o SAPO Mag sobre os desafios do início da carreira e a aventura com Brian May e Roger Taylor.

O papel de Adam Lambert na indústria musical vai muito além do número de discos vendidos, dos tops ou do número de seguidores e de ‘gostos’ nas redes sociais. O cantor norte-americano teve e tem uma importante influência no mundo do entretenimento, abrindo portas para que o universo pop (e não só) fosse mais inclusivo, menos discriminatório e mais igual – em 2012, há apenas oito anos, com o álbum “Trespassing”, Adam Lambert tornou-se o primeiro artista abertamente gay a chegar à liderança do top Billboard 200.

Mas o cantor, hoje com 38 anos, começou a chamar a atenção do mundo anos antes, em 2009, no programa “American Idol”. Apesar de ter ficado em segundo lugar na oitava temporada do concurso de talentos, começou a ser seguido por muitos fãs – especialmente da comunidade LGBTQ+ – e no mesmo ano lançou “For Your Entertainment”, álbum de onde saíram os singles “Whataya Want from Me” ou “If I Had You”.

A aventura de Adam Lambert no mundo da pop pode ter começado apenas aos 27 anos, mas a música sempre esteve presente na sua vida. Quem o confessa é o próprio, em entrevista telefónica ao SAPO Mag, a propósito do lançamento do álbum ao vivo com os Queen. “Os meus pais sempre ouviram boa música e, por isso, cresci numa casa onde estava sempre música a tocar. Acho que isso fez toda a diferença. Ouviam especialmente música dos anos 1970 e do início dos anos 1980 e isso explica todo o meu amor pela música da década de 70”, conta o artista de Indianápolis.

“Acho que sempre soube que queria ser artista”, garante o músico, lembrando que o seu primeiro contacto com o mundo espetáculo deu-se por iniciativa dos pais. “Quando era jovem, os meus pais inscreveram-me num grupo de teatro e, por isso, experimentei várias coisas em palco. E acho que quando fiquei mais velho, comecei a fantasiar em entrar na indústria da música, em fazer algo fora do teatro. Acho que isso começou a acontecer quando tinha 20 e poucos anos”, recorda.

“O MAIOR DESAFIO FOI SER UM HOMEM GAY (…) FOI UM OBSTÁCULO”

Mas dar os primeiros passos no mundo da música não foi fácil. “American Idol” foi a primeira porta a abrir-se e, com o programa de talentos norte-americano, Adam Lambert apresentou-se ao mundo, sem nada a esconder. Depois de vários rumores e fotografias de paparazzi, o cantor confirmou tudo em entrevista à Rolling Stone, sendo capa da revisa. “Acho que não deve ser uma surpresa para ninguém saber que sou gay. Moro em Los Angeles há oito anos como um homem gay. Já estive em bares bêbado e a beijar alguém num canto”, contou à publicação, em 2009.

“Para mim, no meu caso, acho que o maior desafio de começar uma carreira na indústria da música foi ser um homem gay”, confessa ao SAPO Mag. “Há 10 anos, que foi quando comecei, nos Estados Unidos da América, não era muito comum no mundo da pop mainstream. Por isso, isso foi definitivamente um obstáculo. Mas estou mesmo muito orgulhoso da forma como a indústria e a sociedade evoluíram. Fico feliz por ter feito parte dessa mudança”, sublinha.

“Acho que fui uma das pessoas que fizeram parte dessa onda de mudança. Foi como arrombar uma porta, provar que era possível. E isso foi a principal chave e provou-se que comercialmente viável”, lembra, referindo-se ao disco “Trespassing”, que chegou ao top Billboard 200.

Continuar a onda de mudança, ajudar e inspirar são objetivos bem presentes na vida e carreira de Adam Lambert. “Usar a minha voz para ajudar é a minha responsabilidade”, frisa ao SAPO Mag, recordando que criou a Feel Something Foundation em 2019.

“É uma fundação LGBTQ e o que estamos a fazer é a tentar angariar fundos e estabelecer parcerias com outras organizações que já existem para ajudar a comunidade queer em várias áreas diferentes, com foco na prevenção do suicídio, na saúde mental e no apoio aos sem-abrigo”, conta, explicando que pretende continuar a envolver as artes no apoio à comunidade.

A AVENTURA AO LADO DOS QUEEN

Com uma carreira com mais de 10 anos, passando e superando vários desafios, Adam Lambert frisa que o grande segredo é continuar a lutar. “Acho que a maior lição que aprendi nestes 10 anos foi… continuar sempre a criar, seguir em frente, e não ficar num lugar confortável”, confessa o artista que lançou este ano o álbum “Velvet”.

Um dos desafios que tem abraçado nos últimos anos é ao lado de Brian May e Roger Taylor, dos Queen. A ligação de Adam Lambert à banda começou com os discos que os seus pais tinham em casa, mas materializou-se em 2009, quando o artista atuou com o grupo no final da oitava temporada de “American Idol”.

“Vi muitas gravações do Freddie, do Brian, do Roger e do John a tocarem juntos. Sempre adorei a presença em palco do Freddie Mercury, a sua voz e o seu sentido de humor. E, quando penso na oportunidade que tive… acho que que foi uma grande oportunidade para mim e sinto-me um sortudo”, conta ao SAPO Mag.

“NÃO QUERO IMITAR O FREDDIE MERCURY”

A atuação no concurso de talentos da televisão norte-americana foi o pontapé de saída. Seguiram-se os concertos pelo mundo – segundo a Universal Music, até ao momento a banda já atuou para mais de quatro milhões de pessoas em todo o mundo. “Na primeira vez que atuei com os Queen, estavam milhões de pessoas. Foram nove dias de ensaios para um concerto de duas horas. Estava nervoso, sem dúvida. Sentia-me um pouco mal preparado, mas resultou e foi um concerto”, recorda.

“A minha preparação foi só tentar ter a certeza que conseguia um equilíbrio entre homenagear alguém e continuar a cantar nos concertos como eu próprio. Não quero imitar o Freddie Mercury. E isso tem sido o maior desafio: encontrar esse meio-termo e conquistar a confiança dos fãs”, confessa.

UMA DIGRESSÃO ADIADA E UM ÁLBUM AO VIVO PARA MATAR AS SAUDADES

Se estes fossem tempos diferentes, Brian, Roger e Adam teriam acabado de terminar uma nova digressão com uma sequência de 27 espetáculos em nove países europeus. No entanto, a COVID-19 forçou a banda a adiar a digressão de verão no Reino Unido e na Europa. Com isso em mente, os Queen e Adam Lambert procuraram outras formas de compensar os quase meio milhão de fãs que já tinham bilhete.

“Queríamos lançar alguma coisa, uma espécie de agradecimento aos fãs por serem tão leais e queridos para nós nos últimos anos. Tivemos de adiar tudo devido à pandemia e pensámos que lançar um álbum seria uma boa maneira de fazer as pessoas felizes neste período. Reunimos um álbum com canções, a maior parte das quais são os grandes sucessos e juntámos algumas canções mais obscuras que achamos que vão correr bem”, explica Adam Lambert.

“Live Around the World” chegou esta sexta-feira, dia 2 de outubro, e está disponível em CD, CD+DVD, CD+Blu-ray e vinil. O primeiro álbum ao vivo dos Queen + Adam Lambert apresenta uma compilação com destaques de mais de 200 concertos selecionados pelos membros do projeto. “Temos mais de sete anos de gravações em áudio e vídeo. Por isso, estou muito feliz por termos encontrado um lugar para os juntar”, admite.

“Não tínhamos visto aqueles vídeos antes, estávamos sempre muito ocupados em digressão”, explica Roger Taylor em comunicado. “Não sabíamos como a banda soava bem. Então pensámos: ‘Bem, talvez haja um álbum ao vivo com os destaques dos concertos que fizemos nos últimos oito anos com Adam Lambert'”, acrescenta.

O disco conta com vinte canções, como “Bohemian Rhapsody”, “Radio Ga Ga”, “Hammer To Fall”, “Crazy Little Thing Called Love”, “We Will Rock You”, “We Are the Champions”, “Don’t Stop Me Now”, “I Want To Break Free”, “Love Kills” ou “I Was Born To Love You”. Todos os formatos incluem a atuação completa de 22 minutos de “Fire Fight Australia”, na qual a banda recriou o concerto original dos Queen no Live Aid em 1985.

“Enquanto todos nós lutamos com o desafio de criar concertos ao vivo num mundo dominado por um inimigo viral, pareceu-nos o momento perfeito para criarmos uma coletânea com destaques dos concertos que demos nos últimos sete anos com o nosso irmão Adam Lambert”, conta ainda Brian May em comunicado.

“Ao verem e ouvirem estas canções, vão viajar por todo o mundo connosco e experienciar um espetáculo virtual ao vivo completo. A coleção chega ao clímax em Sydney. No início deste ano, para apoiar o Fire Fight Australia, recriámos o alinhamento completo do Live Aid. Foi um evento histórico por uma grande causa – talvez com o nível de adrenalina mais alto desde o Live Aid original, em 1985. Fico particularmente feliz por podermos agora partilhar este momento único com o mundo inteiro”, acrescenta o músico dos Queen.

“O CONCERTO NO ROCK IN RIO LISBOA FOI FANTÁSTICO”

Dois dos temas de “Live Around the World” – “Don’t Stop Me Now” e “I Want To Break Free” – são registos do concerto dos Queen + Adam Lambert no Rock in Rio Lisboa, em 2016. “O concerto no Rock in Rio Lisboa foi fantástico. Lembro-me que foi depois de uma pequena pausa e voltámos para fazer aquele concerto. O público foi realmente arrebatador. Diverti-me muito e levei um monte de roupa nova para o festival e estava a gostar de experimentar toda a minha roupa nova”, recorda Adam Lambert ao SAPO Mag.

“É uma sensação maravilhosa de ligação. É por isso que adoro de ser um artista ao vivo. A troca de energia com o público… é algo que não se compara com mais nada”, frisa.

Para já, os Queen + Adam Lambert adiaram a digressão e os planos encontram-se em suspenso. “Não temos planos. Temos de esperar para ver o que acontece. Quando a vacina estiver pronta, pergunta-me e eu digo-te quais serão os meus planos”, diz Adam Lambert, acrescentando que, por agora, está a criar um musical: “Ainda não te posso dizer nada sobre o musical, é ultra-secreto, mas estou muito entusiasmado”.

Autoria do Post: Josy Loos
Fonte: SAPO

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