Entrevista a Revista DISPLAY da Alemanha – Set/2019

Confira a entrevista que Adam concedeu a Revista DISPLAY da Alemanha para a sua edição de Setembro.

Adam Lambert: Finalmente Apaixonado

São bons tempos para Adam Lambert. Como cantor do Queen, ele é celebrado por todo o mundo, recentemente ele passou a dividir sua vida com um cachorro e um lindo namorado e, depois de três anos, ele está lançando um novo álbum. Em “Velvet” o vocalista de 37 anos se apresenta muito funky e sedutor.

Entrevista Steffen Rüth | Fotos Franz Szony

DISPLAY: Adam, seu novo trabalho soa mais sensual do que nunca. O que você acha disso?
Adam Lambert: Eu queria tentar um som diferente. Meu objetivo era uma mistura de funk, rock e soul. Eu não quero me repetir e sempre tentei muitas coisas no pop, dance e eletrônico. Acho que todos os estilos me servem, eu não preciso me prender a apenas um. Meu maior problema foi gravar um álbum que fosse autêntico e também refletisse o ponto em que estou na minha vida.

O GRANDE AMOR DE ADAM

Seu namorado, o modelo Javi Costa Polo, é muito sexy. Você realmente se apaixonou por ele na internet?
Não, não foi bem isso o que aconteceu. Nós nos conhecemos na internet, isso é verdade, mas nós nos apaixonamos quando nos encontramos pessoalmente. Antes disso nós conversávamos bastante por mensagem, pode-se dizer que houve muita paquera. Eu sabia o quanto ele era bonito. Quando nos encontramos, ficou bastante claro.

Javi está morando em Los Angeles?
Sim, e isso é muito prático. Javi é meu primeiro namorado sério desde Sauli Koskinen, seis anos atrás. Desde então, tem sido apenas encontros e alguns casos, nada monogâmico.

Você sempre aprece tão extrovertido. Você tem um lado tímido?
Se eu tenho! Quando era mais jovem, eu sofria de fobias sociais e tinha medo de pessoas, mas então eu aprendi a me apresentar na frente das pessoas e consegui perder o medo. Hoje em dia eu estou em cima e à frente do palco.

O guitarrista do Queen, Brian May, recentemente chamou você de um exibicionista nato.
Se foi Brian quem disse isso, vou tomar como um elogio.

QUANDO ADAM SE ASSUMIU

Você se assumiu no começo da sua carreira, 10 anos atrás. Como você pensa nesse tempo?
Com orgulho. Eu estava em Nova Iorque para o “World Pride”, cantei “I Want To Break Free” e tive um ótimo dia de reflexão. Os protestos de Stonewall aconteceram 50 anos atrás e meu Deus, já tivemos tantas mudanças positivas desde então. Quando eu contei ao público em 2009 que era gay, não havia mais nenhum artista mainstream fora do armário, que estivesse no começo de sua carreira. Eu encarei territórios inexplorados e estava ciente da reação das pessoas. Foi um risco porque ninguém tinha feito isso antes, mas estou feliz por ter tido a coragem de fazer isso. 10 anos depois, há uma porção de jovens artistas abertamente gays. Se assumir não é mais um risco.

O que você sente quando pensa em políticos homofóbicos como Bolsonaro, Putin e até Trump?
Toda mudança é feita com resistência e percalços. Estamos no caminho para uma sociedade mais justa, aberta e mais igualitária, mas estas conquistas estão em risco e nós precisamos defendê-las. A abertura da sociedade tem sido odiada, especialmente por pessoas como esses políticos, é péssimo, mas é natural, por assim dizer.

Mas nós não precisamos ficar burros e ignorantes. Eu conheço muitos gays que vêm de famílias de mente-fechada ou de partes conservadoras do mundo, que mudaram para melhor a maneira de pensar dos seus parentes sobre a homossexualidade.

ADAM E FREDDIE MERCURY

É muito difícil para você combinar sua carreira solo com a sua carreira com o Queen?
Não mesmo, é um sonho. Com o Queen, eu fui convidado para cantar no Oscar este ano, o que mais eu poderia querer? Para mim, não são duas carreiras diferentes. Nenhum dos caminhos atrapalha o outro. É claro que é muito trabalho, neste momento estou em uma turnê de seis semanas pela América com o Queen e no começo de 2020, vamos para a Ásia, mas eu acho ótimo ter muito trabalho.

E os boatos sobre uma sequência para o filme de Freddie, “Bohemian Rhapsody”?
Isso já existe na forma do documentário “The Show Must Go On: The Queen + Adam Lambert Story”. Até onde eu sei, não há muito mais a se dizer sobre outro filme.

ADAM, LUXO E DECADÊNCIA

No que você pensa quando ouve o nome do seu álbum “Velvet”?
Decadência luxuosa, macia e reconfortante!

Veludo faz parte do seu design de interiores?
Com certeza. O guarda-roupa tem muito veludo roxo de primeira.

Em que estilo você decorou a sua casa?
É difícil definir em palavras. Um pouco de tudo. Eu amo cores, já usei tons de azul, verde e vermelho. A casa é uma forma de expressão artística para mim. Eu gosto de tudo que tem a ver com design, moda e arte, e eu gosto de pintar também. Fazer coisas artísticas me faz sentir muito bem.

Você pinta?
AL: Sim, faz muito tempo. Eu pinto desde criança. Hoje eu gosto de fazer pinturas abstratas, quando era menino, gostava de pintar pessoas.

Onde você se vê hoje?
Estou feliz. Eu não ficava feliz assim há a anos. Eu confio em mim mesmo cada vez mais, tanto profissionalmente quanto na vida pessoal. Estou em um ponto onde eu sei quem sou e o que quero da vida. Pode chamar de experiência de vida ou minha idade avançada (risos).

ADAM E AS FESTAS

No vídeo de “Comin’ in Hot”, você está em uma festa agitada. É assim que você gosta de se divertir?
Isso acontece de tempo em tempos. A mensagem da música é clara: conecte-se, seja sensual e de boa. Quando vou a festas, gosto delas quentes e livres.

E de que outra forma você passa seu tempo livre?
Eu adoro relaxar. Minha vida normalmente é agitada o bastante. No momento estou ensaiando com o Queen para o novo show. E paralelo a isso, vou lançar meu álbum solo, o que dá muito trabalho. Mas no ano passado, eu tive um pouco mais de tempo livre, então eu decorei minha casa nova. Esse foi um projeto grande. Eu também tenho um cachorro chamado Pharaoh, que costumo levar para passear. Gosto de sair para jantar com amigos, ir ao cinema e viver uma vida normal.

Uma das suas novas músicas se chama “Superpower.” Você tem um superpoder secreto?
Essa música não é para ser literal. Mas se eu pudesse escolher algo, eu gostaria de poder voar. O propósito da música é dar energia, eu quero que as pessoas se sintam fortes. A mensagem é: se você está em uma situação ruim, tome a iniciativa de mudar a situação e, se necessário, mude a si mesmo. É sobre achar sua força interior e ter orgulho de quem você é. Se você para de sentir pena de si mesmo, sua autoconfiança vai crescer automaticamente.

ADAM E O MUNDO VIRTUAL

Parece que você sabe do que está falando.
Sim. Um ou dois anos atrás eu passei por tempos difíceis. Eu não estava bem e procurava por alguma coisa que não sabia o que era. Agora eu sei que estava querendo sentir novamente, amor, sentir alguma coisa. Eu tinha ficado dormente e cansado. Parte do problema eram estes pequenos dispositivos como smartphones, que nós usamos para estimular a vida. Não estou dizendo que eles são ruins, mas se você perder o equilíbrio entre a vida virtual e a vida real, isso pode te deixar muito infeliz.

O que pode ajudar?
Meu cachorro. Não dá pra passear com ele online. Você tem que sair do sofá e ir lá para fora com o animal. E isso faz você se sentir melhor consigo mesmo.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução Alemão/Inglês: @MissWoessie
Tradução Inglês/Português: Stefani Banhete
Fontes: DISPLAY, @MissWoessie (1) e @MissWoessie (2)

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One Comment

  1. Mais uma bela entrevista. A sabedoria do Adam é contagiante. Estimulante. Muito bom.

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