Eyee Hsu do UP Close Entrevista Adam Lambert

Eyee Hsu do Programa “Up Close” da CCTV News da China entrevistou Adam no início de Dezembro enquanto ele estava no país:

Eyee: Bem vindos a essa edição especial de “Up Close”, eu estou super animada para o programa de hoje! Meu convidado é o cantor e artista americano Adam Lambert, dono do topo da parada da Billboard. Mas ele não parou por aí. Ele fez uma turnê ao redor do mundo e recentemente encantou audiências da China no The Voice Of China.

Eyee: Adam, bem vindo ao Up Close!
Adam: Obrigado!
E: É tão bom tê-lo aqui! Você tem vindo para a China regularmente nesses últimos anos.
A: Sim, é algo novo para mim! Cada vez que venho aqui eu aprendo mais e me sinto mais confortável, então é muito emocionante.
E: Você está começando a entender um pouco de chinês?
A: Não tanto quanto eu provavelmente deveria, mas agora eu sei onde fazer compras! Eu encontro fãs e vejo rostos familiares. Encontro fãs em eventos e digo: “Oh, como você vai?”
E: A mesma pessoa?!
A: Sim! E às vezes os nomes fogem da minha cabeça, mas eu sempre me lembro do rosto deles. Na verdade, eu me lembro do rosto junto da conversa que tivemos, então… É muito familiar.
E: É algo visual…
A: É.
E: Você realmente encantou a audiência chinesa este ano, porque você foi a celebridade convidada do The Voice of China!
A: Sim, isso foi muito legal!
E: Conte-me, como foi essa experiência para você?
A: Eu não sabia o que esperar, eu sabia como era o The Voice porque temos também nos EUA, e eu cheguei e pediram para eu me preparar para fazer um dueto com um dos competidores, e eu disse: “Ok, deixe-me ver…” e o vi se apresentando e pensei: “Ele é ótimo! Ele tem uma ótima voz…”
E: Você escolheu a música?
A: Sim, foi “Whataya Want From Me”, meu grande sucesso.

[vídeo da apresentação de “Whataya Want From Me”]

E: Foi incrível!
A: Foi incrível, ele é demais, e eu pude cantar minha nova música, “Trespassing”.
E: Eu amo essa música!
A: É! Uma energia alto astral, muita atitude, um batidão… Foi incrível, e eles me disseram que o programa era transmitido para bilhões por toda a China, o que é fantástico para mim.
E: É, os números… Uma vez que você está na China, os números de transmissão são impressionantes!
A: Eu pensei: “Ok… sem pressão.”
E: Me conte, Adam, os fãs chineses são diferentes dos americanos?
A: Existem algumas diferenças culturais, eu acho, algumas genéricas. Eu notei que na Ásia, no geral, quando você está se apresentando, durante a música as pessoas são muito quietas e muito respeitosas, e quando a música acaba você recebe uma grande reação, um monte de aplausos, se você fez um bom trabalho. Então, a maior diferença é que na América a audiência é muito histérica durante a música. Mas eu gosto muito do jeito dos fãs chineses.
E: Então eles não jogam coisas no palco…
A: Não! Eu acho que isso é muito adorável, há uma certa classe quanto à isso. E é muito legal.
E: Você ficou surpreso por ter tantos fãs aqui na China?
A: É muito estranho porque, mesmo antes de eu ter vindo para cá eu já tinha fãs! É incrível o que o poder da internet e televisão podem fazer. O American Idol alcançou tantos outros países, então sim, é um tanto selvagem entrar em uma carreira dessa e ficar tipo “Oh! Eu tenho seguidores aqui, legal! Vamos fazer outro show”.
E: E provavelmente todas as partes do mundo te conhecem. Você não veio apenas para a China, foi para Ásia inteira e passou pelo mundo todo, é algo global. Você tem um acompanhamento global!
A: Sim! É incrível! E estamos continuando a expandir isso, estamos tentando ir para lugares em que ainda não estivemos, eu estive na África do Sul pela primeira vez algumas semanas atrás, incrível!
E: Eu fiquei sabendo que você teve uma interação bacana com uma menininha.
A: Ela era tão fofa! Eu fiz isso na coletiva de imprensa. Ela era adorável, e ela fez um desenho para mim. Corações e eu em grifa texto! Tão fofa.
E: Minha filha de 5 anos é uma grande fã sua!
A: Sério? Que legal, muito legal!
E: Ela ama “Trespassing”.
A: É uma música tão boa. Eu não consigo me segurar e não dançar com ela.
E: Nós estamos fazendo esta entrevista no que chamamos de “Quarto CCTV”, onde sua música fica tocando. Não é louco para você pensar que as pessoas estão vendo esta sala pela Ásia inteira e que enquanto conversamos há provavelmente mais de milhões de pessoas cantando suas músicas?
A: É uma loucura! Isso é… Eu me sinto muito sortudo. Muito, muito sortudo. Sabe, vindo de uma criança do teatro em San Diego, me arriscando muito, fazendo a audição para o Idol, indo em frente, trabalhando nos meus sonhos, projetando vibrações positivas e querendo que tudo desse certo o suficiente para conseguir.
E: E cinco anos depois do Idol aqui está você, em Xangai com milhões de fãs.
A: É loucura!
E: Você até criou um Weibo, a versão chinesa do Twitter. Como você começou?
A: É! Bom, como você provavelmente sabe eu sou um viciado em Twitter, eu amo o Twitter, uso o tempo todo, me conecto com meus fãs por lá, eu transmito minhas opiniões, pensamentos, fotos, eu realmente gosto dele [Twitter]. E eu realmente queria a oportunidade de fazer isso aqui na China, então encontramos o Weibo, que é a rede social chinesa, e eu estava muito animado para saber mais sobre esse site.
E: E você muitas interações pessoais por lá. Qual é a coisa mais selvagem que seus fãs já fizeram?
A: Basicamente, eu mando para eles o que eu quero dizer e eles traduzem para mim. Tem sido ótimo, muito apoio positivo.
E: Quando voltarmos vocês podem ouvir mais do cantor americano Adam Lambert! Fiquem ligados.

[“Better Than I Know Myself”]

E: Bem vindos de volta ao Up Close. Adam, quando você começou a notar que era um grande cantor?
A: Quando eu era uma criança, aproximadamente 9 anos, eu era muito precoce, com muita energia, muitas ideias, muito a dizer… Acho que isso é precoce. Ou desagradável. Eu enchia um pouco o saco. Meus pais tentaram me fazer praticar esportes, mas eu não gostava, então eles tentaram encontrar algo para mim, uma saída, e o teatro foi o lar que eu encontrei.
E: Qual foi a primeira produção da qual você fez parte? Como isso vez você se sentir?
A: Eu fiz parte de “You’re a Good Man, Charlie Brown”, eu atuei como Linus, com o cobertor.
E: Linus? Eu adoraria ver fotos disso!
A: Foi louco! E eu amei fazer isso. Amei estar no palco, a adrenalina que você sente da audiência. E foi a primeira vez que eu senti que estava com um grupo de crianças que eram como eu. Que eram artísticos e criativos, e queriam se apresentar e que era isso o que eles amavam. Pela primeira vez eu senti como se eu tivesse amigos, uma forte comunidade. Até cerca dos meus 10 anos eu era muito social na escola, mas quando fiquei um pouco mais velho, com meus 12, 13, 14, a escola era algo muito incômodo para mim, eu não tinha muitos amigos, eu era excluído e um pouco sozinho. Mas nos sábados, quando eu ia ensaiar para minhas peças de teatro, era onde estavam meus amigos.
E: Era sua paixão.
A: É! Me deixava feliz. E se eu estava em um momento solitário na escola, eu pensava no que faria no final de semana e trabalhava no meu projeto dentro da minha cabeça.
E: É muito difícil acreditar que alguém como você foi sozinho na infância.
A: Sim, foi uma fase. Por sorte, quanto entrei para o colegial comecei a participar de atividades extracurriculares, clubes da escola, então foi a partir daí que encontrei amigos.
E: Era como uma identidade, vocês gostavam das mesmas coisas. Para adolescentes americanos isso sempre é uma batalha.
A: Sim, é uma batalha. Acho que para adolescentes do mundo todo é uma batalha. É uma condição humana.
E: Puberdade!
A: É, puberdade. Uma época muito esquisita. Eu lembro do que meu pai costumava me dizer quando eu chegava em casa e dizia: “Eu não tenho amigos e as pessoas são más comigo”, e ele disse: “São como as crianças são. Quando você ficar mais velho eu garanto que você será aquele cara que todos querem ser amigo.” Ele me dizia isso e eu pensava “Ok pai, vou me lembrar disso…”
E: Então apresentações sempre foram seu santuário.
A: Sim.
E: E como isso se desenvolveu com o tempo? Você começou com o teatro, depois musicais…
A: Sim, sempre foram teatros musicais, desde o início. Sempre houve música envolvida. Eu acho que quando eu era mais novo a ideia de se vestir e ser outra pessoa era muito atrativa para mim, e eu continuava fazendo isso durante o colegial, depois entrei para um profissionalizante onde fiz muitos musicais, que não eram bem musicais…
E: Esses são só em Nova York!
A: Mas existiam alguns, havia uma pequena comunidade lá, onde eu fiquei por algum tempo.
E: Deve ter sido difícil.
A: Foi difícil. Não há muito trabalho. Então, ao invés de ir para o trabalho estava eu pensando “Vou continuar aqui!”
E: É uma estrada difícil. Houve momentos em que você pensou “Eu não quero continuar”?
A: Sim, definitivamente houve alguns desânimos nos meus 20 anos, quando eu fazia um teste e não conseguia o papel, nem o outro, nem o outro… E é um caminho desanimador se você é muito rejeitado. Mas isso te prepara. Te deixa mais forte, o que eu agradeço muito agora.
E: Era o que você provavelmente precisava quando esteve no American Idol. Porque você levou 8 temporadas para finalmente fazer um teste?
A: Acho que levei 8 temporadas porque eu ainda não estava preparado. Eu era um fã do show desde que ele começou a ser transmitido, e eu me lembro de assistir Kelly Clarkson, fiquei fascinado com a voz dela. E todo ano eu assistia e pensava “Nossa, deve ser divertido, talvez eu devesse participar”, e quando eu realmente pensava nisso eu achava que não conseguiria.
E: E então foi aquele ano em que você pensou: “Eu posso!”
A: Sim. Eu tinha 27 anos e acho que a realidade sobre como tudo funciona finalmente se tornou clara para mim… Alguns anos antes eu percebi que estava realmente interessado em ser um artista, e pensava que “Oh, é só eu querer que irá acontecer”. Isso faz parte, mas também é necessário saber como é difícil ser contratado por uma gravadora e aceito pela indústria da música, especialmente quando os mp3s tomaram conta, a indústria não tinha muito dinheiro, tudo foi mudando. Então eu tive uma epifania no verão anterior e comecei a trabalhar muito nos meus projetos, gravando coisas, escrevendo, e ouvi sobre os testes para o American Idol e pensei: “Essa é a melhor, mais rápida e provavelmente mais efetiva maneira de ter uma fanbase e me introduzir para o público, então talvez eu seja capaz de convencer uma gravadora. ‘Ei, olha! Tem gente que reconhece o que eu posso fazer!'”
E: Você tinha alguma ideia que terminaria do jeito que terminou?
Adam: Não, eu achei que seria expulso! Eu não achava que ia chegar até o fim. Toda vez que eu passava por uma fase eu pensava: “Alguém está fazendo pegadinhas comigo”.
E: Eu assisti inúmeras vezes a música que Simon aplaudiu de pé. [clipe] O que passou pela sua cabeça quando aquilo aconteceu?
A: Eu estava muito nervoso porque era uma música tão pequena. Às vezes era mais fácil para mim cantar algo grande e exagerado, porque a energia vem de outro lugar. Quando você faz algo que é controlado, pequeno e íntimo, isso pede mais foco e controle, fazer tudo no momento exato.
E: Então suas habilidades do teatro te ajudaram nisso.
A: Sim! Isso foi outra coisa interessante, muitos conhecimentos vindos do teatro adicionaram muito à minha experiência. E houve momentos como “Mad World”, como “Tracks Of My Tear”, performances mais pequenas e íntimas em que tive que ignorar aqueles instintos e tirar tudo daqui de dentro.
E: Parece que você passou por uma transformação dramática naquela temporada. Suas performances e também sua imagem do início até o fim. Fale sobre essa evolução.
A: Você sabe, eu sempre amei moda, roupa, me arrumar… Quando eu era criança eu amava fantasias, Halloween sempre foi meu feriado favorito.
E: Qual é a sua fantasia favorita?
A: Vampiro. Todo ano. Eu amo! Eu acho tão divertido. Eu o chamo de “Glampiro”.
E: Muito apropriado.
A: Apropriado! Então… Sim, eu sempre amei moda. E sempre amei vestir as outras pessoas também, é como uma atividade. Então, eu acho que eu ainda estou brincando de vestir.
E: Embora você esteja afetando o mundo enquanto brinca!
A: Agora todos estão assistindo!
E: Quando voltarmos, mais diversão com Adam Lambert! Fiquem ligados.

[“For Your Entertainment”]

E: Bem vindos de novo ao Up Close! Adam, quem foram suas inspirações?
A: Bom, crescendo eu tive professores que foram grandes influências para mim. Na companhia de teatro onde eu estava, esse cara, Alex Urban era o diretor, um mentor incrível, era professor de canto. Eu tinha meu professor de teatro e o de coral, eles eram o
máximo para mim, e quando comecei a escutar música pop eu me inspirava em pessoas como Michael Jackson e Madonna.
E: Você cresceu com eles.
A: Eles eram como o rei e a rainha do meu mundo. Acho que eles eram incríveis misturando música boa com visual, personalidade, caráter com moda, vídeos…
E: Verdadeiros artistas.
A: Sim, completamente. Eles têm todos os aspectos do sucesso. E eu acho isso muito inspirador.
E: Então é isso o que você está tentando alcançar.
A: Sabe, eu acho que a minha jornada ainda é jovem. Acho que ainda estou experimentando, escrevendo e gravando músicas, cada álbum será um projeto único. E é assim com a carreira de Madonna e Michael Jackson, composto de diferentes áreas e capítulos, e acho que isso é o que é muito emocionante para um artista. Estar constantemente se desafiando a descobrir coisas novas.
E: Você mencionou que antes de um garoto de San Diego. San Diego é uma cidade calma, preguiçosa… E agora você é conhecido, entre tantas coisas, como o glamouroso! Extravagante, teatral, você é você! Mas muitas pessoas criticam isso, o porquê de você precisar dessa imagem.
A: Eu criticaria o porquê de você estar perdendo isso! Sabe, são diferentes opiniões de pessoas diferentes. Minha missão e mensagem não são de converter as pessoas para que façam as coisas do jeito que eu faço. É inspirá-las a ser quem elas querem ser. Talvez inspirar a liberdade de expressão, liberdade para falar, liberdade para amar. Eu estimulo isso como todas as minhas forças. Não é “faça o que eu faço”, mas sim “faça o que VOCÊ faz”.
E: Como é Adam Lambert em casa?
A: Eu não sou tão glamouroso deitado no sofá vendo TV! E eu adoro estar em casa, especialmente com todas essas viagens e datas. Eu gosto muito de colocar um moletom, pedir uma comida, ver TV…
E: Você cozinha?
A: Eu sou bom… Meu namorado cozinha melhor!
E: Qual é o prato favorito dele que você ama?
A: Nós amamos ovo. Nós comemos muito ovo.
E: Ovos no café da manhã, almoço e janta?
A: Sim, se pudermos! Nós amamos. E ultimamente estamos interessados em comidas saudáveis, culinária vegana, macrobiótica…
E: Você é vegano?
A: Não, não sou vegano. Mas gosto da comida. E eu definitivamente acho que é algo equilibrado.
E: Tenho certeza que na estrada você não come muitas coisas que fazem bem para você, e quando está em casa quer se tornar…
A: Super saudável em casa. É um equilíbrio muito bom. Sim.

A entrevistadora pergunta como foi a experiência de Adam com o Queen nesses últimos tempos, e Adam comenta sobre o quão lisonjeado ficou com o convite, embora estivesse intimidado com a reação dos fãs da banda, e encontrou um equilíbrio entre o respeito consigo mesmo, com os fãs do Queen e seus próprios fãs, não intentando em nenhum momento ser Freddy Mercury ou alguém além dele mesmo. Adam também conta o quanto amou ouvir que teria divertido Freddy.

Adam conversa sobre seus álbuns “For Your Entertainment” e “Trespassing”, a pressa de ter escrito em apenas 2 meses o primeiro álbum e o quanto cresceu para fazer “Trespassing”, escrevendo a maioria das músicas inspirado em experiências próprias focando em ser honesto. Adam acredita que ao longo da carreira ele poderá ter um maior controle sobre seu trabalho e sua vida, e acha que a grande lição de vida que vem aprendendo é de que você só pode encontrar o controle quando se render.

E: Como estar no centro das atenções tem sido uma barragem para você?
A: Não é uma barragem. Minha agenda está muito mais cheia do que costumava ser, eu viajo muito mais então me canso muito mais vezes…
E: Deve ser o tempo todo!
A: Sim, o fuso horário é crucial, e às vezes sua privacidade é comprometida, mas eu acho que tudo isso vale a pena. Eu me sinto muito sortudo porque antes do American Idol eu era muito perdido, profissionalmente. Eu ficava tipo “O que estou fazendo com a minha vida?!” Eu tinha acabado de fazer 27 anos e era um adulto, não mais uma criança, e o que seria da minha vida? E quando você fica um pouco mais velho, com seus “vintes” e começa a olhar para o futuro, e eu não fazia ideia, e era muito assustador. E toda essa aventura, depois de fazer o teste para o Idol e o que aconteceu desde então, eu não preciso mais me questionar. Eu sei que vou me apresentar pelo resto da minha vida. Eu sei que tenho um público e oportunidades, então sou muito sortudo.
E: Você tem uma longa carreira pela frente.
A: Eu espero!
E: E muitos fãs chineses vão te assistir! Adam, quero agradecer muito por ter estado aqui hoje.
A: O prazer foi meu, obrigado.

Fonte: Adam Lambert TV

Tradução: Elisa Ferrari

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One Comment

  1. ELISA PARABÉNS PELO TRABALHO LINDA, FICOU MUITO BOM VC É UMA GUERREIRA

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