Entrevista com Eusebius McKaiser da Talk Radio 702, Joanesburgo (África do Sul) – 16/11

Eusebius McKaiser da Talk Radio 702 de Joanesburgo (África do Sul), também entrevistou Adam Lambert para o seu programa Talk At Nine na última sexta (16). Confira:

Eusebius: Adam, bem vindo à África do Sul!
Adam: Obrigado!
Eusebius: Você está aproveitando sua estadia nesse lindo país?
Adam: Até aqui tudo ótimo. Estou me divertindo muito. Nós tocamos na Cidade do Cabo e a platéia foi incrível. Eles estavam muito entusiasmados, eram muito diversificados, o que foi muito legal.
Eusebius: Isso é bem a cara da Cidade do Cabo mesmo. Mas tenho certeza que hoje a energia será ainda mais incrível.
Adam: Eu estou animado. É, eu acredito que hoje a noite o local [do show] seja maior, então deverá ser mais barulhento e louco.
Eusebius: Eu estive acompanhando sua carreira desde sua participação incrível no Idol e existem algumas coisas que eu queria lhe perguntar. Seus dois álbuns repercutiram incrivelmente bem, meus parabéns. O que, para você, foi a maior mudança entre o primeiro e o segundo? Eu digo como um fã que no segundo álbum as músicaS são muito mais pessoais.
Adam: Sim. Eu estava mais envolvido no segundo. No primeiro eu definitivamente me envolvi, mas nós o fizemos em dois meses, então foi um processo muito rápido. E obviamente foi a minha primeira vez fazendo algo assim, ainda não havia feito uma turnê como um artista solo, ainda não conhecia muito bem os meus fãs, então muitas coisas estavam sendo feitas para mim porque eu precisava daquela ajuda.
Eusebius: E é devido a esse envolvimento com o segundo álbum que você é responsável pela maioria das letras [das músicas]?
dam: Cada música é uma música. Eu definitivamente ajudei a escrever a maioria delas no segundo álbum, as letras, melodias, um pouco de tudo. Eu também me envolvi muito com a arte e fotografia, eu fui o produtor executivo do segundo álbum. Então tomei um papel de liderança maior.
Eusebius: A faixa do segundo álbum que é de longe a minha favorita é “Outlaws Of Love”. É absolutamente deslumbrante. Fale um pouco sobre ela, quando a escreveu e sobre a letra, que é realmente muito poderosa, “They say we’ll rot in hell but I don’t think we will, they’ve branded us enough, outlaws of love.”
Adam: Nós trabalhamos muito duro nessa música. Eu a escrevi com duas outras pessoas, Rune [Westberg] e BC [Jean] e cheguei a conclusão que eu realmente queria escrever algo sobre igualdade, discriminação e sobre ser parte de um grupo de pessoas que muitas vezes são discriminadas e julgadas severamente. Queria escrever sob a minha perspectiva, como fazer parte desse grupo me fazia sentir. E o que eu realmente queria manter na canção era, eu queria refletir a tristeza e desesperança que às vezes toma conta de mim quando estou lidando com esse tipo de coisa ou quando ouço histórias sobre isso. Mas também há um feixe de esperança na música, porque estamos nessa juntos. E é sobre isso que eu quis falar.
Eusebius: Ela foi especificamente uma alusão à sua sexualidade? Seus fãs gays e meus amigos gays choram por causa da letra… Qual é a referência explícita que traz a música?
Adam: Eu acho que é muito óbvio. “They say we’ll rot in hell” (“Eles dizem que vamos apodrecer no inferno”), tipo… Alô?! Eu digo, eu não preciso dizer “E eu sou um homem gay” para entenderem, sabe?
Eusebius: A razão de eu estar perguntando é porque você disse em outra entrevista que diversidade é algo importante para você em vários grupos diferentes, não apenas para os gays que tendem a ser julgados pela sociedade. Então eu estava me perguntando se a letra pode ter algum outro significado para a letra…
Adam: O que eu quero é incluir a todos. Eu sou um artista inclusivo. Eu quero que o meu público tenha pessoas muito diferentes, tipos, idades, tudo. Eu não quero excluir ninguém, então para mim a “chave” é escrever sobre assuntos pessoais mas de uma maneira universal para que todas as pessoas possam se identificar com elas. É uma música popular, eu sou um artista internacional, tenho fãs em todo lugar e eu quero que eles estejam envolvidos com o álbum. E eu acho que essa parte gay está implícita [no álbum]. Todo mundo sabe da minha sexualidade então eu não preciso sentar aqui e esconder isso de todos, eles sabem. Eles têm conhecimento dessa informação ao escutar essa música. E fazê-la foi muito importante para mim também, não foi apenas para objetificar o assunto mas sim para torná-lo uma questão a ser discutida.
Eusebius: Nós amamos isso. Apenas mais algumas coisas antes que fiquemos sem tempo, eu queria saber sobre suas influências musicais. Muitas pessoas fazem comparações, especialmente sobre sua presença de palco, seu senso de teatro e drama, com Freddie Mercury. Essa é uma ótima alusão. Ele foi alguma influência para você?
Adam: É um ótimo elogio. Ele realmente foi uma grande influência. Eu comecei a curtir rock clássico dos anos 70 mais tarde na minha vida musical. Eu era um fã da música pop da época quando eu estava no colegial e me formando. Depois que eu me mudei, passei a viver sozinho e comecei a explorar coisas novas, e eu realmente me apaixonei pelo rock dos anos 70 e foi aí que comecei a gostar realmente do Queen. Antes eu ouvia “We Will Rock You” e os maiores sucessos.
Eusebius: Muitas pessoas acham que a energia e a batida de “Trespassing” particularmente lembram muito o Queen.
Adam: Nós mencionamos isso quando estávamos escrevendo a música, foi definitivamente uma inspiração. Ambos Queen e Michael Jackson foram as duas inspirações por trás dessa música. Pharrel [Williams] disse “Ei, porque a gente não põe um pouco disso?”. Eu acho que o “perfil” do pop agora é um tanto pós-moderno, as pessoas estão fazendo referências ao passado e modificando cada um a sua maneira, eu acho isso muito inteligente.
Eusebius: Duas últimas perguntas. Você é um artista muito autêntico saindo de um reality show, para mim essa é uma das coisas mais incríveis sobre você, muitas das estrelas saídas de reality shows tendem a ser menos originais e você é uma estrela, você é único, suas letras falam de uma maneira autêntica. Essa foi uma decisão que você tomou muito cedo?
Adam: Sim. Eu não fui realmente apresentado à alguma opção, eu só fui levando as coisas. Eu não tinha ninguém que dissesse para mim “Você quer fazer isso ou isso?”, eu só estava fazendo o que eu fazia. E eu acho que isso foi o emocionante de toda essa jornada. Uma vez que eu era parte do processo do Idol e comecei a me apresentar toda semana e conhecer as pessoas do show, as pessoas que escolhiam para mim depois do show, empresários, uma gravadora, eu senti um ânimo genuíno. As pessoas estavam realmente respondendo ao que eu estava fazendo, eu sempre achei uma experiência um tanto quanto colaborativa, o que é bom.
Eusebius: E mais uma última coisa, eu estava me perguntando, para mim “Underneath” é um dos tesouros de seu segundo álbum e eu estava desesperadamente procurando por lugares onde você apresentou essa música, como aconteceu na Cidade do Cabo.
Adam: Sim, apresentarei essa noite também.
Eusebius: Excelente. Ela é para mim, depois de “Outlaws Of Love”, outra música que realmente fala de uma maneira muito poderosa. O que ela significa para você?
Adam: É uma música importante. Por um minuto eu estava considerando chamar o álbum de “Underneath”, mas depois de gravar a música eu percebi que eu estava escrevendo coisas mais positivas, então decidi que [o álbum] tivesse um nome diferente. “Underneath” se sobressai muito, eu amo como ela diz o que diz. Eu acho que faz isso de uma maneira muito interessante, falar sobre vulnerabilidade, insegurança e o que está por baixo daquela máscara polida que todos nós temos que usar. Acho que a música é bem universal, nesse sentido. Para todo mundo, quando você vai trabalhar, ao lidar com a vida é preciso colocar um máscara de indiferença.
Eusebius: São descritas experiências de vida muito pessoais, e seu trabalho conta com muitas colaborações, particularmente naquela faixa (“Underneath”). Quanto dela é 100% você?
Adam: A ideia principal foi escrita pelos outros compositores que colaboraram e eu mudei algumas coisas, coloquei algumas frases, mas aquela música foi realmente uma linda peça escrita por alguns compositores de Nashville. Eles são muito talentosos. Então, eu intervi e fiz dela mais minha, mas eu não posso levar crédito por ela. Não inteiramente.
Eusebius: Adam, muito obrigado por passar por aqui!
Adam: Obrigado.
Eusebius: Espero que hoje à noite seja absolutamente fabuloso. Eu vou passar minha maquiagem, e aproveite o resto do seu dia na ensolarada Joanesburgo!
Adam: Obrigado! Incrível.

Fonte: Adam Lambert TV

Tradução: Elisa Ferrari

Compartilhar
Share

Nenhum Comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *