Adam Lambert é Capa na Beatweek Magazine – Maio/2012

Confira a seguir a entrevista que Adam Lambert concedeu a Beatweek Magazine para a edição de Maio, na qual ele também é a capa:

Adam Lambert ainda é um intruso, figurativamente falando, mesmo que seu novo álbum de estreia seja número um hoje nas paradas. Não importa que ele esteja em seu terceiro ano de fama, ele tem a base de fãs mais leal do que talvez qualquer estrela pop moderna, e ele é o vocalista do Queen, quando ele quer ser.

O fato de que sua música não se encaixa em nenhum gênero em particular significa que ele está encarregado de desbravar novos caminhos qualquer hora em que faça música, e seu novo disco sobe nas escalas. Ele começa por declarar alegremente “Espere até que recebam uma carga de mim” (“Wait til they get a load of me”) ao longo de um “riff” de guitarra elétrica e batidas de tambores, e ainda todo o tempo explorando sombriamente urgentes questões sociais do país, de uma perspectiva distintamente pessoal. O processo foi uma viagem por um longo ano, em várias cidades, com vários colaboradores. Mas enquanto Trespassing é guarnecida com material otimista, foi a mais vulnerável segunda metade que veio a ele primeiro.

“Eu tenho meus dias bons e meus dias ruins”, diz ele a respeito dos dois lados do disco. “Quando você está na estrada há mais de um ano, leva um segundo para voltar à realidade. É um período interessante de adaptação. Descobri que minha terapia era escrever através de coisas mais escuras. É assim que eu comecei o processo de escrita, realmente conectando ao emocional e tudo isso. Então eu me acomodei em casa e me vi realmente me divertindo. Eu estava me reconectando com velhos amigos e minha família. Eu estava entrando em relacionamentos e eu comecei a perceber o quanto eu queria escrever músicas de dança e músicas de festa, e outras coisas que inspiram liberdade e bons momentos”, ele diz com uma risada.

Depois de alterar algumas “situações de gestão” e sentar-se com sua gravadora, ele deixou claro para todos que ele queria estar mais envolvido no processo de escrita desta vez do que tinha estado em sua estreia, para o qual ele tinha apenas co-escrito quatro músicas e o maior sucesso tinha sido escrito por Pink e Max Martin sem a sua interferência. “Eu disse, olha, eu realmente quero estar envolvido o máximo possível. E foi como ‘ótimo, nós vamos adorar que você esteja envolvido.’ Acho que todo mundo estava muito animado com isso porque eu penso que eles sabem que quando um artista entra no processo de escrita e supervisiona todo o álbum, ele faz isso por um projeto melhor. Faz para um projeto mais autêntico.”

O álbum foi originalmente programado para sair mais cedo, mas “as coisas se tornaram uma bola de neve onde íamos tropeçando para outras direções… Eu realmente gostei muito que eu tivesse mais tempo. Eu acho que o tempo é definitivamente um luxo comparado com o último álbum, que foi concluído em cerca de dois meses. Portanto, não apenas conseguir escrever bastante, mas também tenho que ter tempo para sentar com o material e experimentar e tentar um monte de outras coisas.”

Um desses experimentos o viu viajar para Miami para trabalhar com Pharrell Williams no que viria a ser duas das faixas mais soltas. “Sou um grande fã de seu trabalho, então eu estava apenas ansioso para ouvir o que ele tinha em mente e onde isso iria nos levar. Eu entrei e começamos a falar sobre a indústria da música e o que nós amamos sobre a música, artistas que nos influenciaram, como estávamos crescendo, e do tipo de declaração que eu queria fazer. E era como se ele dissesse, bem, veja isto. Ele tinha um ‘loop’, uma ideia. Ele tinha a batida e ele tinha a linha de baixo. E eu fiquei tipo, o quê? Eu fiquei chocado. E foi como, bem, isso é a coisa mais legal que eu já ouvi. Começamos adicionando algumas coisas e a escrever a canção, e o que eu achei muito inovador foi que ele não queria acrescentar muito. Não se tratava de um monte de sinos e assobios e um monte de coisas melosas… Era sobre o ‘groove’. É isso que faz Pharrell tão especial.”

Apesar de sua ênfase na composição, ele gravou uma canção que havia sido escrita para ele por Bruno Mars. “Eu não sou tão teimoso nem tenho a mentalidade de dizer que é só no meu material que tenho trabalhado e pronto. O jogo é feito de uma certa maneira, e quando uma canção lhe é apresentada com uma possibilidade para gravar, você tem que ouvir com ouvidos abertos e mente aberta. Quando eu ouvi ‘Never Close Our Eyes’, pensei, uau, essa melodia é linda. Eu adorei a melodia. É um dos pontos fortes de Bruno. Como um fã de Bruno Mars, eu também estava realmente muito animado por trabalhar em uma canção que ele escreveu.”

Adam Lambert é a estrela pop mais proeminente abertamente homossexual de sua época, mas não até agora ele abordou o tema em sua arte. “Outlaws Of Love”, que ele co-escreveu com a colega cantora BC Jean e Rune Westberg, aborda a questão do casamento gay como foco. “Eu me entreguei profundamente na fase de lua de mel do meu relacionamento”, diz ele, e “eu estava vendo algo sobre o ‘bullying’ que estava acontecendo, a luta e o debate sobre o casamento gay. Apenas levando em consideração tudo isso, toda a nossa comunidade, e olhando de forma bastante ampla, a comunidade LGBT, e percebendo que eu tinha um monte de grandes memórias e experiências positivas no seio da comunidade. Mas uma das coisas que eu senti de repente foi a tristeza que toma conta de mim quando eu percebo quantos desafios temos, e como é uma subida íngreme para chegarmos à total aceitação e tolerância. Isso me deixou triste. A música é sobre isso. É sobre como às vezes isso é uma porcaria, você sabe? É uma porcaria que a razão pela qual estamos sendo discriminados e/ou banidos é por causa de quem escolhemos para amar. Para mim, quando se trata de amor é uma grande coisa, e eu fui percebendo o quanto eu estava me apaixonando e percebendo que era verdadeira a razão pela qual as pessoas estavam sendo chamadas. Estamos sendo marginalizados apenas por escolhermos a quem amar.”

Nossa conversa teve lugar antes que o Presidente [Barack Obama] aprovasse o casamento gay. Após o anúncio, ele simplesmente twittou: “Sim!” E mais tarde acrescentou: “Eu sou completamente a favor do casamento gay. Eu também tenho um namorado maravilhoso. Isso não significa que eu vá me casar.”

Os fãs de Lambert, que ao longo do tempo foram apelidados de Glamberts, têm provado ser um entusiástico grupo. A Glam Nation Tour em 2010 e 2011 o trouxe para mais perto deles. “Havia um grupo de fãs que pudemos ver em mais de dois ou três shows. Eles realmente estavam nos seguindo por todo o país. Isso me fez sorrir. Era muito doce e eles eram muito animados, e estavam me dando algo para seguir em frente com muito mais entusiasmo.”

É claro que alguns de seus fãs são mais famosos que outros. No mês passado Meat Loaf declarou que Adam era “possivelmente um dos três maiores cantores do mundo inteiro”, enquanto os membros sobreviventes do Queen o tenham monopolizado, trazendo de volta os tempos de American Idol. Isso é de alguma maneira desconcertante? “Não”, Adam diz. “Eu me sinto completamente lisonjeado com isso, e eu sinto que eles estão validando. Como, bem, legal. Eu estou fazendo algo com essas pessoas que eu respeito e admiro, estão me admirando de volta, então isso é mútuo. E eu acho que é, eu não sei, talvez seja um pouco desconcertante”, admite ele com uma risada. “No mínimo talvez seja um pouco surreal. É meio bizarro achar que alguém que você admira, que tem esse nome, se sente da mesma maneira com relação a você. Mas isso me dá muita motivação. Isso me dá muita força para seguir em frente.”

O Queen tem ido tão longe a ponto de “explorá-lo” como seu vocalista para um punhado de apresentações agendadas em 2012. Isto tem levado, naturalmente, os fãs de ambos a quererem – e esperarem – uma turnê em maior maior escala. “Acho que há uma expectativa”, ele admite, “e eu acho que é uma expectativa bonita e lisongeira. Mas eu permaneço com a ideia de que eu sou um artista original e tenho a música que eu escrevi e que gostaria de compartilhar com o mundo, por isso eu gostaria de fazer uma turnê. Então, a minha primeira prioridade é meu trabalho. E é engraçado porque algumas pessoas podem dizer, bem, mas é o Queen! Coloque seu trabalho em segundo plano! Eu entendo o conceito, mas eu também acho que como artista é importante expressar minhas ideias que eu criei e que são novas para mim. Então, eu estou ansioso para as datas com o Queen, mas eu acho que elas são isoladas. E eu acho que elas são isoladas por uma razão. Eu acho que vai ser muito especial e muito emocionante. Vai ser inesquecível, e eu acho que vou aprender muito com eles. Mas eu penso que se tentarmos torná-las mais de que um envolvimento limitado, não terá o mesmo sentido.”

Em vez disso, Adam estará em turnê ainda este ano com o seu próprio material. Com o novo álbum e sua faixa de abertura, ambos chamados “Trespassing”, ele levanta a questão se a turnê levará o mesmo nome. “Eu não sei. Eu não pensei sobre isso ainda. Eu ainda não cheguei à turnê. Eu amo a idéia de nomear a turnê com algo criativo que tenha a ver com o tema, mas eu não sei se ela vai ter o nome do álbum. Eu provavelmente serei um pouco mais criativo do que isso. Vai fazer sentido. Vai ser algo inteligente. Espero”, acrescenta ele, rindo.

Nesse meio tempo, há uma extensa agenda de performances em “talk shows” de televisão e eventos diversos neste mês, além do compromisso de retorno na quinta-feira [17 de Maio] ao programa American Idol, que o tornou famoso, dando aos fãs o prazer de apreciar seu novo material. Eles já têm seus ganchos profundos nele. Há um personagem chamado “Eddie” na canção “Pop That Lock”, e quando demos aos Glamberts a oportunidade de apresentar qualquer pergunta para Adam, o questionamento mais popular foi o da identidade de Eddie. “Ah, esses são os meus segredos”, Adam diz enigmaticamente, com mais uma risada. “Qual é o ponto em confirmar ou negar? Quer dizer, eu sinto que é um pouco mais divertido apenas manter todo mundo imaginando. Parte da grande jogada sobre escrever sobre sua própria vida é que eu acho que as pessoas devem saber e pensar sobre isso e devem analisar e tentar deduzir algum tipo de coisa das letras. Certamente não é tão divertido se eu me sentar aqui e deixar tudo claro para todos. Estou deixando todo mundo ter suas próprias suposições… Ou talvez não seja ninguém. Talvez seja apenas o que soaria correto na música.”

Então, por que o álbum e a primeira faixa dividem o mesmo título? “Eu vejo isso como um tipo de missão.” O que ele aprendeu a partir da última turnê? “Você tem que fazê-lo diferente e fresco toda noite.” O próximo single? “Não é inteiramente minha decisão”, ele brinca, rindo novamente.

Apesar do assunto sério da conversa, ela foi marcada principalmente pelo riso. Talvez pela leveza de ter recentemente completado 30 anos, que mais tirou peso do que adicionou. “Quando eu era mais novo eu costumava pensar que parecia velho”, ele diz, mas “eu não me sinto velho. Eu me sinto mais sábio de muitas maneiras, mas não velho. Eu encaro como, ok, este é o começo de uma década. Com o álbum saindo, e apenas onde estou na minha vida, eu sinto que tenho muito o que olhar pra frente.”

Caso queira ler a revista completa, clique aqui.

Fontes: Adamtopia e Beatweek Magazine

Tradução: Graça Villar

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One Comment

  1. OMG!!!!! 🙂

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