Review de “Trespassing” Por Under The Gun Review
Artista: Adam Lambert
Album: Trespassing
Gênero: Pop
Gravadora: RCAAdam Lambert é um dos poucos artistas que fazem “reality shows” de talentos parecerem valer a pena. Em um mar de idênticos, desbotados e fugazes, destacou-se mesmo durante o American Idol como um artista talentoso e provocador e “showman” extravagante. Esta atividade e glamour se infiltrou em sua música, que muitas vezes representa a melhor mistura de suas influências e que, mais do que tudo, capta um senso contagiante e jovem de diversão. É música pop e muito descaradamente, mas é música pop sofisticada – pródiga, atenciosa, sublimemente executada, com requintada atenção aos detalhes.
Os vocais fenomenais de Lambert no passado são, como sempre, a força motriz por trás deste álbum. “Trespassing” é o seu segundo e completo lançamento depois de “For Your Entertainment”, de 2009 e fontes de inspiração da música dos anos 90, disco, electro, e até mesmo um pouco de “dubstep” (o suficiente para provocar, mas não destruir). É uma mistura de músicas, lançando faíscas brilhantes e floreios teatrais concebidos e projetados com a máxima estimulação visual e sonora em mente. A extensão de Lambert lhe permite dominar não importa o estilo da música – sua voz é um enérgico impulso para as faixas extravagantes e um sólido e poderoso alicerce para as músicas mais lentas. De fato, é maravilhoso ouvir como ele pode ter truques e estilos familiares para todos na parte comercial e transformá-los de uma forma muito ativa e barulhenta para caber na sua visão. Lambert é um “showman”, acima de tudo, e ele proporciona uma magnífica e envolvente experiência com sua voz deslumbrante.
A faixa-título do álbum é a música de abertura, “Trespassing” que é realmente divertida, vibrante, uma intoxicante música pop com suficientes ofertas de diversos gêneros para transcenderem gêneros. É rítmica e atraente, com um Lambert brilhante e com vocais carismáticos, trazendo mais vida que qualquer outra coisa acontecendo atrás dele.
“Shady” é fantástica, um regresso fácil às faixas funk-infundidos dos anos setenta. A abertura é inexpressiva, mas intensa, com uma linha suave de baixo e extasiados refrões vocais. Quando a música avança, ela assume uma torção clássica em forma de cordas e harmonias de voz em camadas, criando uma tapeçaria musical pop rica e atraente. “Never Close Our Eyes” vem de um lugar mais pensativo, mas trazendo em si mesma algo estilizado, pomposas batidas de discoteca que você dificilmente notará. Bruno Mars se envolveu em colocar tudo isso junto, e a emoção fica evidente, considerando a linha vocal, que acrescenta uma gravidade real aos ritmos cortantes do refrão.
A arrogância descarada de “Kickin’ In” é um regresso refinado a Michael Jackson, enquanto “Naked Love” é de uma persuasão mais orgânica. Ela é sentida como uma reminiscência aos anos 90 em muitos aspectos, com rufos de tambores e doces vocais. Pelos padrões de Lambert, é talvez um pouco subestimada, mas há um sabor de tranquilidade, espírito suave que a torna refrescante. “Pop That Lock” se equipara novamente, carregada de ansiedade em seu ritmo desde o início. O refrão não é tão fascinante quanto eu gostaria, mas é um sinal de quão meticuloso Lambert é com suas músicas que parecem quase transparentes. “Better Than I Know Myself” é como um cultivador. Parece bastante embriagante no início, mas ganha um refrão arrebatador que envolve verdadeiras e surpreendentes alturas vocais. A música em si é bastante simples e ainda é estranhamente cativante. A sensibilidade das palavras soa através da produção polida, construindo uma trilha extraordinariamente sincera em roupagem trêmula.
“Broken English” é tremenda. É sofisticada e misteriosa, minimizando a música animada e só usa insinuações de percussão e “backing vocals” para criar algo penetrante. A intensidade discreta é surpreendente, uma vez que cria um ar de intriga e aventura. “Underneath” é categórica e sugestiva, com a voz de Lambert brilhando no cenário minimalista. É bastante ambiciosa em extensão e cria um som atmosférico quase cinematográfico. É sentida como melancólica e nebulosa, mas esta pungência amortecida é trazida vividamente à vida pelo poder em sua voz. “Outlaws Of Love” vem de um lugar semelhante, mas é muito limitado no som. Ele canta abertamente, sem enfeitar, com uma postura fria e emotiva. Parece quase fantasmagórica após toda a cor na qual o álbum se apóia, mas é um lembrete austero e lindo do puro talento elétrico no centro do disco.
“Trespassing” é facilmente o álbum pop mais agradável ainda este ano. É uma injeção de boas-vindas da vida e da realização artística impressionante para um cenário estéril, de um artista visionário que deve ser comemorado.
NOTA: 9/10
Fontes: lyris / Adamtopia e Under The Gun Review
Tradução: Graça Villar
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