On the Meaning Of Adam Lambert Fala Sobre o Vídeo de “Better Than I Know Myself”

O Vídeo “Better Than I Know Myself” de Adam Lambert

Nós já sabemos pelo próprio Adam que “Trespassing” é um convite para se aventurar dentro dos lados obscuro e iluminado dele mesmo. E recebemos dicas do trailer sobre o espelho de um lado só dividindo duas câmeras à La Truman. Nós vimos as imagens em tom de sépia de Adam em seu cardigan estilo Mr. Rogers e especulamos que a versão obscura de Gareth Pugh poderia estar observando do outro lado. Fomos tentados por uma foto de Lee Cherry mostrando a íris de Adam com um brilho dourado, um matiz tirado direto dos olhos de Edward Cullen nos filmes Twilight.

Eu fiquei preocupada que “Better Than I Know Myself” fosse mostrar uma dicotomia obscuro-iluminado simplista. Os três primeiros vídeos de Adam foram mais como colírio para os olhos do que para a mente, interpretações literais das letras. E apesar do prazer estético de assistir Adam pular e lamentar ser considerável, é a sua habilidade de levar meu cérebro igualmente em seu peculiar apelo. Quer seja feito conscientemente ou não, ele põe minha engrenagem cerebral pra funcionar. Ele captura nosso olhar porque ele ousa caminhar pela corda bamba da vida, e tudo acontece em tempo real. Não existe rede de segurança, e nós fãs não podemos deixar de tentar esticar nossos braços e tentar protegê-lo. E para nossa repetida alegria e alívio, ele passava em cada teste, tropeçando às vezes mas sempre reconquistando seu equilíbrio e crescendo, sempre no comando do jogo.

Então, com este novo vídeo, eu estava esperando por maturidade, por mais nuances, possivelmente ironia, e complexidade. E Adam não disaponta! Nós vemos de um lado, nosso herói dourado, romântico, bebendo chá enquanto digita algo em seu notebook, espiando ansiosamente pela persiana enquanto espera por seu amor, meditando e respirando oxigênio (que cutucada inteligente no seu atual estado de saúde!) Do outro lado vemos um Adam agitado, andando de um lado para outro como um lobo enjaulado, seu cabelo desgrenhado, jogando vodka e móveis no chão, ateando fogo. Ele esmaga uma romã com suas mãos. Seus olhos encaram furiosamente o “Adam bom” do outro lado do vidro.

Eu estava despreparada para a chocante visão de um Adam dourado desmaiando enquanto que o brilho do set do seu lado obscuro sugava o oxigênio da sala. Dilacerante. E apesar de Adam, sempre terrível em esconder surpresas, ter nos dito que haveria uma virada no final, eu, mesmo assim, fiquei perplexa pelo maravilhoso desfecho. Intrigada e sim, emocionada.

Como Adam mencionou em sua entrevista para a SugarScape [ver nota], o lado obscuro e o iluminado precisam um do outro. “Faz de mim o que eu sou.’ Sem os dois, nós não somos completos. O que é mais “obscuro” e “iluminado” não são tão diferenciados. Ambos são mesclados de tons espirais de cinza. Nós humanos estamos engajados numa batalha atemporal entre a busca pela autenticidade e um igual vício humano de simplificação e divisão. É tão mais fácil dividir o mundo entre bom versus mal, heróis versos demônios. Quando eu vejo Adam descrito como “perfeito”, eu estremeço. Perfeito é o oposto do humano. Perfeito não deixa espaço para complexidade, para verdade, para evolução, para auto-conhecimento e crescimento que deve nos consumir enquanto tivermos fôlego em nossos corpos.

A qualidade sobre Adam que primeiro me intrigou foi o seu aparentemente sem esforço, acolhimento da dualidade, entre sexualidade animal e inocência angelical. O que Adam revela nesse brilhante vídeo é a mais agonizante luta pessoal para reconciliar suas energias negativa e positiva. É real.

Adam possui um lado “obscuro”. Eu nunca tive dúvidas disso. É preciso uma ambição incomum, ego, senso de competitividade e até mesmo uma certa crueldade para se obter o nível artístico e de estrelato de Adam. Mas sem essa obscura engrenagem de desejo, o mundo poderia nunca ter sido abençoado com a beleza luminosa da arte de Adam. Os olhos dourados da furiosa besta tem a mesma matiz que a luz que envolve o herói romântico.

NOTA: Confira aqui e aqui a entrevista concedida a SugarScape em 02 de fevereiro quando Adam estava no Reino Unido promovendo seu álbum.

Fontes: barb4Adam / IDF e On The Meaning Of Adam Lambert

Tradução: Glória Conde

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