Musique Evous Entrevista Adam Lambert – Paris (França) – Nov/2010

Carole Bouchard entrevistou Adam Lambert para o Musique Evous quando ele estava em Paris para o seu Show da Glam Nation Tour em 18 de novembro.

Adam Lambert, o showman em primeiro lugar

Adam Lambert coloca o glam rock de volta à linha de frente e cria para si mesmo a celebridade digna da sua voz. O cantor de 28 anos fechou o circuito de sua primeira turnê internacional, que terminou em Trabendo, Paris, dia 18 de novembro. Durante os intervalos dos dias em que passou visitando a capital, ele respondeu nossas perguntas. Sorridente, passional, inspirado, Adam tem um caráter instigante.

Entrevista:

Adam, aqui você está, de volta à França depois de uma maratona. Você está aguentando a pressão?
Eu tento! Fizemos mais de 112 datas nesta turnê! Foi incrível! Eu não tinha idéia de como eu iria lidar e se eu iria acabar em pedaços (risos). Mas tudo correu bem. Não tive que cancelar um show sequer e não perdi a minha voz. Eu finalmente fui capaz de satisfazer os meus fãs de todo o mundo. O que é engraçado é que antes de entrar no American Idol, eu estava pensando que talvez eu devesse me mudar para a Europa e tentar seguir uma carreira aqui, porque eu pensei que poderia ser mais facilmente aceito. Mas no final, as coisas ficaram a meu favor nos EUA…

Você sentiu alguma diferença em relação ao seu público na Europa?
Uma coisa sobre a qual realmente me admiro, é que os fãs são compostos por gente muito mais jovem. Também percebi que havia mais gays. Em Trabendo foi demais, realmente nos divertimos muito e passei por momentos inesquecíveis. O lugar era pequeno, propiciava uma atmosfera intimista e eu quase pude olhar para cada fã diretamente nos olhos. Nós fizemos de tudo nessa turnê, nos apresentamos em lugares grandes até os menores e isso se tornou um tremendo desafio, fazer o show funcionar em tais extremos. Eu aprendi bastante.

Existem algumas músicas que você vê diferente agora?
Existem algumas músicas que eu acho que não vou cantar por algum tempo (risos) bem como existem outras que surtiram um outro significado. Eu acho que “Aftermath” cresceu muito dentro de mim devido ao que está acontecendo agora nos EUA com o “bullying” de jovens homossexuais e os suicídios. Eu acho que essa música tem endereço certo nessas situações.

Quando você olha o Adam de um ano atrás e agora, você vê a mesma pessoa?
Sim, totalmente. Ele é o mesmo, apenas mais cansado! Eu nunca tive que assumir uma agenda tão rigorosa. É claro que com o teatro e os musicais havia oito shows por semana, mas eu tinha apenas três horas no palco e então terminava. Agora estou sem parar 24 horas por dia. Mas eu não reclamo, porque eu sei que compensa. Eu estou vivendo meu sonho. Eu finalmente posso partilhar das minhas músicas e idéias com as pessoas. E sob um ponto de vista mais material, se eu quiser posso comprar uma casa agora! Antes eu não tinha dinheiro para isso… mas isso não é o mais importante para mim: a música, ser um artista e me expressar, isso sim é o que é importante. Mas é claro que eu aprecio ter um pouco de segurança.

No seu álbum você expressa toda a sua sensibilidade. Se você pode ser tanto um rockstar bem como um popstar, é mais difícil de ser aceito?
Isso é algo estranho, eu tenho sido indagado a respeito do meu estilo ou o estilo do meu álbum. Mas é o seguinte: eu não tenho que defini-lo. É tudo ao mesmo tempo! E para mim ele está perfeitamente sintonizado com a nossa época, a música deve ter de tudo um pouco. As pessoas que me escutam devem poder encontrar algo de que gostem, num estilo que funcione tanto para elas quanto para mim.

Artistas de prestígio deram a você suas músicas, como Pink, Muse ou Lady Gaga. Você sentiu isso como sendo uma forma de reconhecimento? O mesmo em relação à comparação com Freddie Mercury…
Isso significa muito para mim, realmente. E isso também serviu para que a indústria da música reconheça que eu sou um artista para ser levado a sério. Ser comparado a Freddie é um elogio enorme! Uma honra, porque eu tenho sido muito influenciado por ele. Sem dúvidas que isso também traz responsabilidade, pressão, eu sinto as expectativas das pessoas.

A mídia americana tem se alimentado da sua vida privada. Como você lida com isso?
É parte do meu trabalho ter que lidar com isso… e se tem alguma coisa que aprendi desde que esse turbilhão começou, é que você tem que manter certos aspectos da sua vida privada totalmente em segredo, caso contrário fugirá ao meu controle. Mesmo que de uma maneira geral eu tenha sido como um livro aberto e a maioria das pessoas já saiba quase tudo sobre mim!

Você não gosta de ser a referência para astros abertamente gays…
Sim, mas no final eu me tornei “o cantor abertamente gay” como eles dizem, eu não escolhi isso, apenas aconteceu. Eu simplesmente queria cantar, não necessariamente representar uma comunidade. Mas ao mesmo tempo, eu estou muito confortável com isso, eu nunca senti necessidade de me desculpar por ser quem eu sou. Eu não preciso disso. E eu me sinto ótimo que jovens se sintam inspirados por mim, pelo caminho que venho trilhando e isso possa lhes dar coragem, e eles possam ver que eu não me crucifico e não me escondo. Então sim, eu espero que isso lhes ajude, mas não é o meu objetivo principal. Meu objetivo principal é entreter as pessoas, ser um showman.

Ser um exemplo gera muita responsabilidade e peso para vc?
Sim, eu acho que sim, porque a mídia tem a tendência de exagerar, tenho percebido isso, principalmente porque sou uma das raras pessoas que tem sido completamente aberta em relação ao que é, e entendo que ter essa visibilidade é importante, pois é o primeiro passo progressivo para a aceitação. Meu único problema é que isso possa sobrepujar o resto. Então pego as pessoas escrevendo sobre o fato de eu beijar um cara, e que eu sou gay, gay, gay, mas nenhuma delas sequer conhece uma das minhas músicas. Eu gostaria de dizer para essas pessoas para fazer o seu trabalho direito. Mas ao mesmo tempo percebo que isso reflete o que é a nossa sociedade, é o que interessa às pessoas. Eu acho que isso está evoluindo, está progredindo. No final, eu digo a mim mesmo que isso faz parte do meu destino, e pouco a pouco eu vou criar um lugar para mim.

Você adora provocar e frequentemente ultrapassa os limites em relação ao que as pessoas estão acostumadas a ver…
Totalmente! E você sabe por quê? Porque eu simplesmente acho hilário! E sempre tem gente que leva isso tudo muito a sério pelo amor de Deus… muitas vezes isso é esdrúxulo mas é sobre isso que o pop é! Nós estamos lá para passar horas agradáveis, e ser subversivo faz parte do entretenimento. Eu não sei o que acontece, mas eu digo a mim mesmo que perdemos alguma coisa ao longo do caminho e que as pessoas só precisam relaxar um pouco… tudo isso eu faço, faço com um sorriso e uma covinha e na maior parte do tempo, meus fãs entram nessa onda.

Existe o Adam sexy e provocativo em “Fever” ou “FYE” mas também existe um Adam mais frágil em “Soaked”, “Sleepwalker” ou “Aftermath”. Qual lado é o mais correto?
Ambos os lados (risos). Todos eles fazem parte de mim. Eu acho que na atualidade os artistas aparecem e somem tão rápido porque toda vez que você escuta seus álbuns parece que você ouve a mesma coisa, de novo e de novo… eu não queria terminar assim, ser um artista de um hit só. E isso é uma das coisas que me faz sentir orgulhoso a respeito do meu álbum, porque ele mostra vários aspectos da minha personalidade: o lado hiper sensível, o lado sexual, o lado levemente palhaço e também o lado rebelde. Eu sou um ser humano. Eu sinto um monte de coisas então é legal que eu possa mostrá-las.

Quando se olha para seus fãs, se percebe que existem muitas mulheres, você acha isso engraçado?
Eu jamais poderia imaginar! Mas eu amo isso, acho altamente lisonjeador, lógico que muitas vezes eu gostaria de ver meninos bonitos, mas hey… (risos)

Você não achou o que você estava procurando na Europa?
Eu conheci pessoas muito bonitas aqui e ali durante meus shows. Definitivamente muitos rostos inspiradores quando eu estava no palco! Mas você sabe, eu amo todas essas mulheres que vem para me ver na turnê e lutam para estar nas primeiras filas. Elas me dão tanto apoio. Francamente, eu não acho que sem algumas dessas mulheres minha carreira estaria onde está agora. Eu acho que muitos obstáculos teriam surgido enquanto estive na estrada nos EUA. Mas minhas fãs são tão motivadas e trabalham tão duro para me promover, para convencer as estações de rádio a tocar minhas músicas. Eu sou extremamente grato a elas.

Você tem um contato muito próximo aos seus fãs, especialmente no twitter. Você precisa desse feedback, desse laço?
Através disso eu tenho idéias a respeito do que estou fazendo, isso é verdadeiro e eu gosto. Mas na maioria das vezes eu gosto de ler o que eles estão tentando me dizer de uma maneira geral. Eu acho que o twitter é uma maneira de me comunicar diretamente com os meus fãs. É uma maneira de lhes dizer: “OK, isso está vindo diretamente de mim e não de uma publicação da imprensa”. É mais autêntico. Houve um momento em que eu me senti incomodado com isso, é verdade… mas acho que encontrei a maneira certa de lidar com isso e também existem momentos que eu tenho direito de me afastar. Muitas vezes é difícil ter um dia sossegado, porque normalmente você anda pelas ruas e subitamente alguém te reconhece. De uma maneira geral eu adoro isso e me sinto lisonjeado quando as pessoas me dizem que gostam do que eu faço. Às vezes isso também implica em tirar fotos, assinar um monte de coisas e então você percebe que tudo o que eles queriam era mudar a sua foto do perfil do Facebook e colocar uma com a minha cabeça nela (risos). Isso não tem nada a ver com a minha música. Para mim isso ainda me soa muito estranho, mas não me deixa incomodado de maneira nenhuma e 9 entre 10 pessoas que eu conheço são fantásticas.

Eu tenho uma anedota para você. Você sabe que muitas das pessoas na Europa tinham conhecimento sobre você por uma razão que não tem nada a ver com a sua música? Durante o AI você foi questionado a respeito de quem teria sido sua inspiração a respeito dos penteados que você usava na ocasião.
Oh meu Deus (ele se desata a rir), Bill Kaulitz, claro que me lembro!

Você suspeitava quais reações iriam ser desencadeadas?
É hilário, realmente. O cara é super estiloso, ele é muito bonito. Mas isso é tudo e muitos dos fãs do TH ficaram contra mim. Inacreditável. De repente isso virou uma guerra entre os meus fãs e os dele, com: “Adam copia o Bill!”, “Não, é o Bill que copia o Adam!”. Mas ninguém está copiando ninguém! Nós apenas temos gostos semelhantes: ambos gostamos de preto, um estilo rock e moda… existem milhares de pessoas que se vestem como nos vestimos, mas não são músicos e celebridades. E ele prefere garotas, não prefere? Honestamente, eu acho que você deveria respeitar como as pessoas se identificam. Se ele diz que gosta de garotas, então é isso. Eu somente acho que ele parece ser uma pessoa muito interessante, isso é tudo… depois de certo tempo percebi que essa história tinha tomado proporções inimagináveis. Nós certamente não somos as únicas pessoas que usam rímel… em certo ponto o passado é esquecido, porque nos anos 70 e 80 existiam muitos adeptos do glam rock e androginia. Agora os homens não gostam mais de correr riscos. Entre Bill e eu o que temos mais em comum é o lápis de olho… nossas vozes são completamente diferentes, nossa música é completamente diferente e nós não somos parecidos fisicamente.

Sua playlist atual?
Eu sempre gosto de ter algo novo! Eu quero saber o que as pessoas estão ouvindo no momento, o que virá em breve… eu adoro ver o que está bombando… eu gosto do que a Ke$ha faz, o álbum novo da Rihanna, Katy Perry, o álbum do Seal desse ano é realmente um dos meus favoritos, tão lindo… eu amo pop no geral. Eu também tenho alguns clássicos do rock comigo. Eu não gosto do tipo de rock que está em voga atualmente, exceto pelo Muse que é fantástico. Mas especialmente nos EUA, eu não gosto desse som. Tudo parece a mesma coisa, é horrível.

Você já está trabalhando no seu segundo álbum e em alguns dias seu mini CD acústico será lançado com algumas faixas…
Sim, eu já tenho idéias para o meu próximo álbum, mas ainda não comecei a trabalhar nele. Primeiro eu tenho que tirar um tempo pra mim, para recarregar as baterias. Mas eu adoro a idéia de que já existe uma certa demanda em relação aos meus novos projetos, pois isso é muito motivador. Eu acho que algumas vezes é necessário sair da mira dos holofotes. Seu retorno terá resultados mais marcantes assim. Mas não estarei afastado por muito tempo, não se preocupe! Eu só quero investir mais tempo nesse álbum do que despendi no primeiro, o qual tivemos apenas três semanas para completar. No final deu tudo certo, mas agora eu quero me focar mais do que antes. E com relação ao próximo álbum, a data de lançamento será igual para todos os países! Então se prepare para o meu breve retorno à Europa!

Fontes: Adamholic, Musique Evous e Alreference

Tradução: Mônica Smitte

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One Comment

  1. AI QUE MEDO QUANDO ELE FALA QUE PRECISA SUMIR POR UM TEMPO KKKKK, MAS ELE PRECISA DESCANSAR TADINHO

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