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18fev2023
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Entrevista by Lindsey Parker (Yahoo! Entertainment) – Dez/22
Confira a entrevista realizada com Adam por Lindsey Parker do Yahoo! Entertainment em Dezembro do ano passado. Adam fala sobre o álbum ‘High Drama’ e o círculo completo com o cover de Jobriath: ‘Eu sei qual é minha marca agora, mais do que nunca’.
“Há um álbum vindo aí!”, Adam exclama alegremente, falando exclusivamente para o Yahoo Entertainment via Zoom de Londres, claramente incapaz de conter sua empolgação.
Já se passaram quase três anos desde o último LP de estúdio do ex-participante do American Idol / vocalista do Queen, ‘Velvet’, que foi promocionalmente prejudicado devido à pandemia da COVID-19 (foi lançado em 20 de Março de 2020). Mas Adam passou o confinamento trabalhando em novas músicas, e o resultado é ‘High Drama’, disponível para pré-venda agora cujo lançamento será em 24 de Fevereiro de 2023. O álbum é um círculo completo, com laços com suas eras Idol e Queen, com suas raízes no teatro… e com um artista queer inovador que, pode-se argumentar, abriu caminho para artistas orgulhosos como Adam.
“Surgiu a ideia de fazer um álbum de covers, e eu nunca tinha feito isso antes”, diz Adam. “Eu fiz isso no Idol, obviamente… e o Queen é essencialmente uma espécie de cover, mesmo que eu esteja na banda. Foi um desafio muito bom pensar, ‘OK, vamos encontrar músicas’ – algumas são obscuras, algumas são novas, algumas são muito conhecidas – ‘que achamos legais, e mudá-las e fazer com que soem totalmente diferentes se pudermos.'”
Mudar músicas é obviamente uma das habilidades especiais de Adam: seu “Ring of Fire” no estilo Jeff Buckley, “Mad World” despojado e “Tracks of My Tears” acústico classificam-se como algumas das apresentações mais ousadas e criativas de todos os tempos no American Idol. E é por isso que ele não segue nenhum “critério superespecífico” para os covers de ‘High Drama’. “Sou só eu, apenas fazendo o que quero. E realmente é muito bom, porque acho que no passado eu poderia estar tentando fabricar algo ou seguir uma tendência ou um som”, confessa Adam. “E eu acho que com este álbum, mesmo sendo covers, conseguimos fazê-los soar e parecer originais o suficiente, então elas são o meu tipo de gravação. Parece que estamos fazendo isso sem pensar, de certa forma. Não estou tentando conseguir um tema ou um som. Eu apenas estou fazendo isso. Parece muito natural, o que é muito bom.”
E assim, o tema principal é que o álbum é altamente dramático e “um pouco rock-star”. Há um cover de “Sex on Fire” do King of Leon, que – falando de momentos de círculo completo – Adam deu como resposta à pergunta do Yahoo Entertainment em 2009: “Se você pudesse ter uma música tema que tocasse toda vez que você entrasse em uma sala, qual seria?” (Ele até cantou um pouco para a câmera.) Há também canções originalmente gravadas por estrelas pop modernas (“Chandelier”, da Sia, “Getting Older”, da Billie Eilish, “West Coast” de Lana Del Rey, “My Attic” da Pink); sucessos dos ícones do New Romantic dos anos 80, Duran Duran e Culture Club; destruidoras de almas como “I Can’t Stand the Rain” de Ann Peebles; e, uma “versão glam-rock” da power ballad de Footloose de Bonnie Tyler, escrita por Jim Steinman, “Holding Out for Hero”. (“Prepare-se”, diz Adam sobre esse último épico.)
Mas talvez o cover mais fascinante (e mais obscuro) de ‘High Drama’ seja “I’m a Man”, do cult glam-rocker Jobriath – a primeira estrela do rock abertamente gay e autodeclarada “verdadeira fada do rock n’ roll”, que já foi considerado o próximo Bowie.
“Eu vi o documentário e fiquei tipo, ‘Oh meu Deus!’ Lembro-me de estar sentado lá, e isso ressoou muito em mim”, diz Adadm. “Quero dizer, ele também estava em ‘Hair’, o musical, que é onde eu comecei… É uma loucura também, porque meu tio, que não está mais conosco, viu o único show [lendário, raro] na turnê [condenada de Jobriath] que foi bom, em Tuscaloosa, no sul. Ele estava lá naquele show, e ele era fã… Havia todos esses paralelos estranhos, e eu fiquei tipo, ‘OK, isso é incrível. Esse cara é incrível.’”
“Acho que o que eu amo em ‘I’m a Man’ é que obviamente foi escrito em uma época diferente. Você sabe, agora temos uma discussão muito diferente sobre masculinidade e feminilidade e gênero e todas essas coisas – mas quem sabe, talvez se houvesse uma palavra para isso naquela época, talvez Jobriath se considerasse não-binário ou gênero fluido ou qualquer outra coisa”, diz Adam. “Há uma mensagem muito interessante nessa música, porque ele basicamente está dizendo: ‘Sou um homem. Não sou o tipo de homem que você é. Eu sou esse tipo de homem. Deixe-me ser esse tipo de homem. Deixe-me ser apenas eu. Deixe-me ser exatamente o que sou.’ Então, essa foi uma grande declaração de missão para ele, e é definitivamente uma jogada ousada essa ser sua primeira faixa saindo em cena dizendo: ‘Este sou eu’.”
Adam obviamente explodiu na cena em uma era mais liberal e receptiva, mas ele ainda teve suas próprias lutas e críticas em sua carreira vindo de um show conservador como American Idol em 2009, e nos últimos anos ele se tornou mais ousado. “Acho que essa é uma das coisas que deixei bem claro nos últimos dois anos: acho que sei qual é a minha marca agora, mais do que nunca”, afirma ele. “Tudo era tão novo [depois do Idol]; tudo era tão avassalador. O ramo da música é difícil. É um negócio. Eu amo fazer música. Eu amo ser criativo no estúdio. Eu amo subir no palco. Mas o lado comercial disso pode ser desafiador. E acho que naquele ponto eu poderia ter ficado um pouco frustrado com isso e um pouco oprimido.”
Foi nessa época – depois de lançar ‘Trespassing’, o primeiro álbum de um artista abertamente gay a estrear em primeiro lugar na parada Billboard 200, curiosamente no mesmo ano em que [o documentário] Jobriath A.D. foi lançado – que Adam estava se sentindo especialmente frustrado. Apesar do sucesso histórico de ‘Trespassing’, a gravadora de Adam na época, a RCA Records, queria que ele lançasse um álbum de covers – especificamente covers de músicas new wave dos anos 80 – e “simplesmente não parecia certo”. Como resultado, Lambert acabou se separando da RCA. “Na época, eu simplesmente não via isso. Eu pensei: ‘Quero fazer minha própria música agora’”, diz ele. Mas agora ele está lançando ‘High Drama’, um álbum de covers em seus próprios termos, que ele coproduziu.
“Estou em um lugar onde isso me atraiu. … Eu acho que como músico, como artista, eu evoluí um pouco. Posso olhar para uma música e saber exatamente o que quero fazer com ela agora. E me sinto mais confiante nessas ideias”, explica Adam. “E acho que na época em que [a RCA estava] me pedindo para fazer isso, eu não estava tão confiante. Agora me sinto muito mais estável e muito mais seguro de mim mesmo, de quem sou e do que sou – e do que não sou. E é empolgante, porque acho que ganhei isso com a turnê com o Queen. Acho que ganhei uma certa base de fãs e atenção. E agora com isso como pano de fundo, estou mudando e tentando fazer um álbum de música que todas as pessoas com quem eu meio que interagi vão gostar. Você sabe, os fãs do Queen podem gostar. Os meus fãs vão gostar. E o mais importante, eu gosto. Eu gosto de cantar as músicas. O som é bom.”
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fonte: Yahoo Entertainment
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