Review de Lyndsey Parker do EP “Adam Lambert Acoustic Live!”

Atenção Glamberts! Preparem suas veias para que o líquido verde do ciúmes (ou inveja, como queiram…) corra por elas! Veja o que Lyndsey Parker, do Site da Yahoo, através do “Reality Rocks”, blog especializado em música, tem a dizer sobre o álbum acústico de Adam (EP “Adam Lambert Acoustic Live!”). Sim… ela já ouviu!! E pelo que ela tem a dizer, ouviu várias vezes… preparem seus corações, glams!

O mais novo bebê acústico de Adam Lambert – o EP “Acoustic Live!”

Para os leigos e desinformados, a idéia do selvagem Idol, Adam Lambert, que foi marcado como um “rocker” desde a sua primeira audição na TV, com “Bohemian Rhapsody” – lançar um EP acústico pode soar tão ridículo e fora de cogitação, como se, digamos, Susan Boyle fosse cuspir algumas notas de rap ao estilo “gangsta”. Vamos lá! Afinal, esse não é o mesmo Glamerican Idol que representou tudo ao estilo Kiss, botas de plataforma, delineador, glitter, fadas ferozes na floresta, capas de álbum ao estilo glamour, calças de couro torneadas com cobras verdes, ombreiras ao estilo Skingraft, pintura de corpo a la festival “Burning Man”, beijos esfomeados em pessoas do mesmo sexo e diversas outras importações interestelares do “Planeta Fierce”? E não foi ele mesmo que conseguiu dominar a cena na 9ª temporada do AI? Então, por que raios esse ser exageradamente exagerado do Planeta Fierce, lançaria na Terra algo para suavizar as coisas?

No entanto os “Adamaniacs” mais afoitos já sabem, ao testemunhar o desempenho mais calmo de Adam no curso da Glam Nation Tour (e o seu lado mais “low-key”, inclusive ao participar do AI, com músicas como “Mad World” e “Tracks of my Tears”) que o Glambert cantando acústico não é tão chocante quanto seria Dylan cantando eletrônico, no final das contas (ninguém aqui está “malhando o Judas”, pois isso aconteceria em qualquer show glam, até onde posso levar minha imaginação). E finalmente podemos constatar que os resultados são quase tão agradáveis, ao apreciarmos a faceta “unplugged opus”, que se mostra nas cinco músicas do EP “Acoustic Live!”.

Considerando que houve tamanha esperança na versatilidade de gêneros e a forma eclética que o lançamento do debut de “For Your Entertainment” trouxe quando foi lançado, é interessante como, despido de todos esses sinos, assobios, fumaça e espelhos, as versões “unppluged” variadas de FYE se combinam confortável e coesivamente no álbum “Acoustic Live!”. O hit pop “cor-de-rosa” “Whataya Want From Me”, o espetáculo de batidas techno pops de “Music Again” de Justin Hawkins, o balanceado da power balada ao estilo anos 80 de “Aftermath”, a mini ópera magistral “Soaked”, foram tão radicalmente diferentes entre si, que FYE poderia ter sido confundida facilmente com uma (fantástica) compilação de K-tel [ver nota]. Mas gravado acusticamente, existe um caminho em comum que permeia todas essas faixas. É claro que a “galinha dos ovos de ouro” é a voz impecável de Adam. Fãs que em algum momento reclamaram que sua maravilhosa voz era enterrada tecnologicamente em FYE, agora ficarão maravilhados em ouvir essas performances em sua potência pura. E aqueles detratores que cavavam esquizofrenicamente a abordagem eclética de Adam em FYE – que reclamaram de seu jeito exagerado de gritar e “oversinging”, encontrarão aqui nova apreciação, pois tratam-se, basicamente, de grandes canções cantadas com a sofisticação recém descoberta por um grande talento que não poderá mais ser contido. Ponto final.

Entre as cinco músicas do EP, não ficamos chocados que “WWFM” (uma das melhores baladas pop do ano passado) e a lacrimosa cover de “Tears for Fears” composta por Gary Jules, “Mad World”, (um dos melhores momentos de Adam no Idols), são estelares. Lambert poderia muito bem ter sido acompanhado apenas de lenços de papel e um pente, e essas músicas não teriam perdido nada em sua interpretação. E “Soaked” sempre foi tão sobre as correrias operísticas de Adam, que a entrega despojada deste EP não parece ter tido uma produção despojada como um todo. Sério, eu nem havia reparado que todas aquelas guitarras e produção de cordas batendo ao estilo de um tema de James Bond, haviam subitamente desaparecido.

A maior surpresa do EP, no entanto, é “Aftermath”, que se beneficia da aproximação da tomada acústica, pois subitamente transforma a super produzida balada para ser ouvida e exibida em um Estádio, ao som de uma fogueira sendo queimada no palco, em uma música melódica e cantada doce e inspiradamente, que nos faz ter vontade de cantar junto. Quanto à “Music Again”, reconheço que sofre um pouco aqui (sinto falta da produção cuja batida nos levava aos céus e do coro do Queen composto por cem vozes de Adam se harmonizando, para não mencionar o solo excepcional, tatuado de guitarras voadoras de Justin Hawkins). Mas isso não me impede de querer ouvir a agora doce, meiga e gentil “Music Again”. De novo e de novo.

O porque de tudo isso? Porque esse EP coloca Adam em lugares notáveis, com seus vocais irretocáveis na frente e no centro, e no final do dia, o que é mais importante e impressionante sobre Adam é que isso se sobrepõe, em oposição a todo glitter e fofocas que permanentemente tem lhe rodeado. Realmente, o cara poderia ter simplesmente lançado um EP intitulado “A Cappela ao Vivo”, e teria sido tão agradável.

NOTA:

Fonte: Yahoo! Music

Tradução: Mônica Smitte

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