Ginger Generation Entrevista Adam Lambert – Itália – 24/11

Adam realizou seu primeiro show na Itália, em 24 de novembro, conforme postamos aqui. Antes que o show começasse, Adam concedeu uma entrevista a Ginger Generation onde conversaram sobre sua vida, seus fãs, e os preconceitos que as pessoas têm em relação a ele.

Adam Lambert: “Às vezes a vida é como uma grande escola”

Estamos acostumados a vê-lo no palco, com trajes faiscantes, brilho e maquiagem pesados, voz poderosa, auto-estima e segurança inabaláveis, surpreendente domínio do palco que só aqueles que estiveram no centro das atenções durante anos, podem ter.

Fora do palco, Adam Lambert, nativo de Indiana, é um menino doce, de olhos da cor do mar grego, que nos cumprimenta com um caloroso aperto de mão e um sorriso radiante. Ele veste um par de jeans, uma camisa xadrez em vermelho e azul, um pouco de lápis preto ao redor dos olhos, muitos anéis nas mãos que brilham o tempo todo, e sobre os quais eu tenho que me lembrar de falar mais tarde (mas naturalmente, acabo esquecendo).

Durante a entrevista, Adam fala com naturalidade, está sempre rindo e bebendo uma bebida quente não identificada.

É a primeira vez que você visita a Itália?
Não, é a segunda vez. Passei uma semana na Bolonha quando tinha 23 anos.

Você estava de férias?
Não, eu estava representando em um musical, um tipo de ópera popular…”Tiatro Comunal”?

Ah, “Teatro Comunale”!
Ah, eu tento falar com sotaque, mas sou muito ruim!

Não… está bom! Você já passeou por Milão?
Ainda não, pois acabo de chegar. Mas amanhã tenho o dia todo de folga, então vou às compras. Oh meu Deus, mal posso esperar! Por enquanto estou bebendo muito vinho, pois amanhã é o dia de ‘Ação de Graças” americano e tenho uma grande família comigo, todos iremos sair juntos para jantar, eu, a banda e os bailarinos.

Ação de Graças na Itália, é estranho! Normalmente você deveria comer peru, mas acho que isso realmente não importa!
Sim, ficar aqui é uma ótima maneira de passar esse dia e a comida daqui é realmente boa!

Você já se encontrou com os fãs italianos?
Ainda não, vou conhecê-los hoje à noite, estou muito impaciente! Você sabe, a melhor coisa sobre estar em uma turnê, é a possibilidade de conhecer as pessoas de cada cidade. Acontece que muitas vezes nem consigo visitar a cidade em si, mas encontrar os fãs é uma ótima maneira de ter consciência sobre a sua sociedade e cultura. Devo dizer que eu realmente observo e estudo as pessoas quando estou no palco. É muito interessante ver como reagem à determinadas músicas, certas palavras, certos movimentos.

Viajar pelo mundo e ficar cara a cara com culturas diferentes, é de algum modo uma forma de inspiração?
Bom, posso dizer que ultimamente tenho estado muito inspirado pelos meninos bonitos da platéia… é fantástico! Aqui na Europa é melhor do que em qualquer outro lugar, então eu estou sempre com um sorriso no rosto! (risos).

Bem, também existem algumas crianças de ambos os sexos nas primeiras filas…
Sério? Bem, realmente são meninos ou meninas. Mas isso não importa, pois fico feliz de saber que as pessoas sabem as letras das minhas músicas, estou tão animado por estar aqui, estou apaixonado, e a paixão é algo realmente contagiante, pois me ajuda no palco, me dá energia e me faz querer dar o melhor que eu posso.

Você nunca foi um fã ardoroso de alguém?
Não, nunca. Na verdade eu não entendo direito esse comportamento, mas fico muito lisonjeado.

Quais as coisas mais loucas que os fãs já fizeram por você?
Bem, existem os fãs americanos que estão me seguindo durante toda a minha turnê européia. Isso é ótimo, estou feliz por eles terem a oportunidade que têm de tirar férias e me usar como desculpa! (risos). Havia alguns fãs que estavam em Paris, e que exclamavam: “Oh, estamos em Paris!” e eu dizia: “Eu também!”

Você algumas vezes se sentiu embaraçado em determinadas situações, talvez devido à diferenças de cultura e hábitos dos quais você não tinha idéia a respeito de um país estrangeiro. Você sabe, por exemplo, na Ásia as pessoas são mais avessas ao contato físico.
Ah, sim, é um pouco diferente, mas você sabe o que é engraçado, por exemplo, as fãs que eu conheci em Tóquio eram muito a favor do toque físico. Se você tiver sorte você consegue transpassar as barreiras culturais. No final, acho que é a minha música, como artista eu sou um pouco diferente, então eu tenho tendência a atrair uma audiência com mentalidade mais aberta. Eu tento criar ao meu redor uma atmosfera de liberdade e abertura.

Vamos falar sobre seu álbum. Podemos dizer que é uma mistura de estilos e gêneros. Como você fez para desenvolver um projeto tão diferente?
Bem, durante o AI eu cantei estilos e gêneros diferentes. Eu representei o rock clássico e uma música como “Mad World” que é mais “new wave” eu resolvi ir para o lado mais acústico. Interpretando tantos estilos durante o show, eu queria um álbum que refletisse isso. Eu não queria que o álbum fosse muito diferente do que eu fui no programa, queria que fosse algo que pudesse entreter as pessoas. Mas ao mesmo tempo foi muito importante para mim fazer algo contemporâneo, moderno, apesar que muitas músicas que foram interpretadas lá (no programa) faziam parte de um repertório, devido à voz que eu tenho. Foi interessante combinar o velho com o novo. Existem muitas influências dos anos 70 e 80, algum rock, mas combinados com um som pop moderno, e toda produção que o envolveu, bem, eu queria algo diferente. Hoje em dia você escuta muita música pop nas rádios, mas generalizando, posso dizer que meu disco tem um gosto diferente.

Você tem muitos nomes entre os seus colaboradores, Matt Bellamy, Pink, Linda Perry, Lady Gaga… você sabia que ela queria trabalhar com você?
Me senti lisonjeado! De repente eu estava sentado no estúdio com Lady Gaga. Ela é uma pessoa muito inteligente e entusiasmada. Nós conversamos sobre música, o mercado da música, o caminho que ela percorreu para chegar onde está agora. Ela me deu alguns conselhos. Foi algo fabuloso. Pensem em duas doses de uísque e foi então que saiu a gravação da música! (risos).

E qual seria o “must” em se tratando de parcerias?
Ah, eu adoraria ter uma parceria com David Bowie, seria ótimo. Ele tem um monte de idéias brilhantes. Eu não sei, existem algumas pessoas com as quais eu gostaria de trabalhar no meu próximo álbum, mas ainda não tenho certeza.

Haverá um álbum acústico, não é?
Sim, um EP. Haverá algumas versões acústicas de “For Your Entertainment”, como “Whataya Want From Me”, “Music Again”, “Mad World” que não faz parte do álbum, mas eu interpretei no American Idol e então também tem “Aftermath” que tem um significado muito especial para mim, pois eu a escrevi com alguns amigos. A propósito, eu não sei se você tem ouvido falar sobre os vários casos de “bullying” nos EUA, recentemente. Acho que essa música se encaixa perfeitamente. A proposta ao desenvolver essa idéia foi para dizer a todos os que precisam, que você tem que tomar a iniciativa em se mostrar para o mundo como você é, ser fiel a si mesmo e aos seus entes queridos. Embora muitas vezes tudo isso pareça ser assustador e difícil, você poderá encontrar consolo e libertação.

Realmente é uma bela canção e uma grande mensagem. Eu gostaria de te perguntar, você participou do projeto “It Gets Better” como pessoa famosa que é, que foi vítima de bullying, ainda que diferente das experiências experimentadas pelos meninos na escola. Como foi conviver com tudo isso?
Bem, às vezes é difícil, você sabe. Basicamente você apenas tem que ignorar essas pessoas que o praticam, o que mais podemos fazer? Você desperdiçaria uma quantidade enorme de energia para retrucar, e se você se deixar afetar por isso, estará fazendo com que os ofensores saiam vitoriosos, como eu digo no meu vídeo. Sim, minha experiência é diferente do que os outros meninos que enfrentam esses caras ao vivo, pois tenho certeza que para eles é muito mais difícil. Tenho uma ferramenta poderosa para lhes dar apoio agora. A vida às vezes é como uma grande escola. Existem pessoas que não amadurecem tanto assim, você sabe, aquelas cheias de ódio e ignorância… e essas pessoas não param de agir nas escolas. Então você tem que fazê-las sentirem-se como perdedores.

Você está agora fora do show de talentos que o promoveu. E eu não sei nos EUA, mas na Itália muitas pessoas são céticas em relação a cantores que se tornaram famosos graças a esses programas. Você acha que existe muita diferença em relação aqueles que emergem da forma tradicional?
Sim, eu acho que isso acontece em todos os lugares. No entanto, você não pode generalizar. A beleza de um concurso de televisão é que você pode usá-lo para ganhar visibilidade, fazê-lo se tornar o seu lugar de exposição. Eu já faço música há algum tempo, inicialmente fazia teatro e depois comecei escrever as minhas músicas, tinha uma banda e depois comecei a gravar… mas o que eu pude perceber muito rapidamente é que é muito difícil fazer sucesso no mercado da música, especialmente na América… especialmente para alguém como eu. Eu sou muito diferente do que as pessoas estão acostumadas a ver… e um alto executivo de uma gravadora, em seu smoking, nunca iria olhar para mim e dizer “Ah, sim, esse é claramente um pop star”. Eu tive que arrumar uma outra maneira de conseguir penetrar nesse mercado e usar o poder dos fãs e do público. E eu sabia que se conseguisse entrar no AI isso me abriria muitas portas, por isso decidi participar das audições.

Qual a importância de você se perceber como uma estrela pop?
Para mim é importante, gosto de me vestir excentricamente tanto quanto gosto de cantar. Além disso, amo moda, estilo, você sabe… gosto de usar maquiagem, em suma, é divertido!

Odeio te fazer essa pergunta, mas me pediram um bilhão de vezes… você disse que gosta do Bill, do Tókio Hotel, certo?
Sim, ele é bonito!

Há uma espécie de disputa entre os seus fãs, alguns deles são seus fãs enquanto outros não te suportam porque acham que você está imitando Bill. O que você tem a dizer para essas pessoas?
Sim, eu ouvi falar disso, mas isso é ridículo, não há nada a disputar! Temos gostos parecidos, eu não consigo entender porque isso assombra tanto os fãs! (risos). Eu comecei a me vestir “como um tolo” e ouvir a música que ouço, muito antes de saber sobre os TH. Eu posso citar algumas mulheres, estrelas da música pop, que sugerem as mesmas comparações… por exemplo, você observa Beyoncé e Rihanna e encontra semelhanças, como as roupas, mas ninguém está copiando ninguém! Cada um tem sua moda e estilo único. Nós dois gostamos de preto e nós dois somos cantores! (risos) E eu canto ao vivo. Ele canta ao vivo?

Nem sempre. É claro que você tem uma voz muito mais poderosa…
Eu não quis dizer isso! Não quero ofender ninguém (risos).

Você já pensou em cantar suas músicas em outro idioma?
Não, mas seria um teste interessante. Eu já cantei em outras línguas… seria legal. Eu já cantei em italiano! No colegial eu cantei músicas líricas por um ano e meio, então aprendi italiano, latim e eu devo ter cantado alguma música em francês…

Quais os maiores preconceitos que as pessoas têm em relação a você?
Bem, não sei quais são os maiores preconceitos. No começo eu imaginava “Oh meu Deus, o que as pessoas poderão pensar?” Agora apenas deixo me levar basicamente. Não sei, o que você acha?

Eu não sei… talvez apenas o que acontece em relação ao Bill?
Ah sim, isso parece incomodar bastante as pessoas. Mas acontece que durante algumas entrevistas me questionaram de quem eu gostava e minha resposta honesta foi: “Bem, Bill é um cara legal”, e é, não é? Não estou tentando roubá-lo dos seus fãs, não se preocupem! Além disso, ele é hétero, não é? Exatamente (risos).

Ok. Quais são as coisas que você não suporta?
Bem, eu odeio a desonestidade. Quando as pessoas mentem, isso realmente me incomoda. Eu odeio quando você fala com alguém e essa pessoa não olha nos seus olhos. No entanto, caso alguém fizesse isso eu poderia dizer: “Ei, tudo bem, você pode olhar para mim!”

Três discos que todos devem ter?
Ah, os três melhores discos de todos os tempos? Boa pergunta… eu diria “Dangerous” de Michael Jackson, “Ray of Light” da Madonna, e os “Greatest Hits” do Queen. Sim, Michael Jackson, Madonna e Freddy Mercury me parecem uma combinação muito boa.

Como você se vê daqui a dez anos?
Eu espero ainda estar fazendo música. É algo que eu amo profundamente, eu amo cantar, adoro escrever, adoro a idéia de estar num estúdio e todo processo por trás de um álbum… gostaria de saber mais sobre a produção, adoro fazer vídeos, shows, talvez mais cedo ou mais tarde, poderia tentar fazer um filme, quem sabe.

Sim, isso vem da época em que você fez teatro.
Sim, é uma forte possibilidade. Eu também gosto de atuar, eu já experimentei os dois, então… seria bom, mas certamente o que vem em primeiro lugar é a música.

Existe alguma esperança que você volte à Itália em breve?
Espero que sim! Haverá um álbum novo no próximo ano e com ele a minha vontade de viajar e… bem, espero que as pessoas queiram ouvi-lo aqui para que eu possa voltar, e aproveitar mais do que um dia!

Fontes: Examiner e Ginger Generation

Tradução italiano/português: Mônica Smitte

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12 Comments

  1. Muito boa! Não tinha lido essa…. Primeira vez que o vejo enfatizar que Aftermath poderia ser usada na campanha antibulling.

    E.. sem ouvir o audio, parece que ele deu uma acabadinha com o bill do Tokyo Hotel né??? hehehe

    o adam tem lua em áries…. quando relaxa chuta o balde.. num incomoda muito não… já disse que eu tenho medinho né???

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  2. Eu estudei italiano também Mô!

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  3. Mas Célia, o Bill tb ja andou cutucando Adam por ai em entrevistas… Adam curte ele, mas nao é bobo… ele fez bem responder assim… nao tenho conhecimento profundo sobre TH… se realmente eles nao cantam bem ao vivo rsrs, mas eu ate curto algumas musicas deles…

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  4. Hummmmmpffffffff e eu queria morar na Italia… rsrs amo tudo que se refere a Italia… rsrs

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  5. Italiano é uma língua fascinante! Na verdade eu ainda estou me aprimorando, pois apesar de sonoramente rxistorem semelhanças c a nossa língua, acho difícil de traduzir..mas oq a gente n faz para que todos tenham acesso a esse artista de despreendimento e versatilidade que é o Adam! Célia, é um prazer, n é verdd?

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  6. Rsss, como faz pra apagar comentários aqui ia escrever em cima e engasgou…então mesninas, o Adam, já que pretende atuar um dia, podia interpretar em um onde o tema fosse o “bullying”. Já que ele tem tanta tendência à dramaticidade e usasse como tema do filme a música “Aftermath”, já pensaram?

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  7. rsrsrs acho q somente nos aqui podemos moniquita rsrs
    o teu JJ “por egano”rsrsrs ja apaguei ok? rsrs

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  8. meninaaaaaaaaaaaaaaas! to com sono… amo o adam e amo vocs! heheh detesto o bill kltz.. 🙂 mas o adam deve mesmo gostar…. magrelininho… baixinho……… faer o que…. heheh bacci a tutti! tanti auguri! a domani!

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  9. Dá-lhe Adam!!!!! Gostei muitoooooo!!!!!

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  10. Acho esse Bill o ó!!!!!
    Nem quero falar dele, aff….

    Adam é uma gracinha, sempre simpático, sempre!!!
    ai dele que nao esteja fazendo música daqui a 10 anos, ai dele!! Hehehe

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  11. [AA] não acredito que ele acha o Bill bonito G.G o Bill é feinho >< /adogoele

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  12. Mas o Bill quando é questionado sobre o Adam nunca fala mal, pelo contrário, uma vez até disse que embora lhe perguntassem sobre ele frequentemente ele não conhecia muita coisa e ainda disse que não se importaria de conhecê-lo, foi super educado até. Eu acho que é uma bobagem as fãs de ambos ficarem se importando com isso e muito chato o Adam meio que insinuar que o Bill não canta ao vivo se ele nem conhece a banda.

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