Entrevista by Revista Der Spiegel (Alemanha) – Nov/2020

Quando Adam estava em Londres em Outubro, ele concedeu também uma entrevista a Revista Der Spiegel da Alemanha, a qual foi publicada no início de Novembro, conforme você pode conferir abaixo:

O cantor do Queen, Adam Lambert
Nos imensos sapatos de Freddie Mercury

É possível substituir uma lenda como o astro do rock Freddie Mercury? Adam Lambert vem se apresentando com o Queen há nove anos. Aqui ele fala sobre sua descoberta em um show de talentos, fãs muito céticos e esquecer a letra no palco.

Spiegel: Sr. Lambert, onde você estaria atualmente sem a quarentena?
Adam Lambert: Sem a Covid, eu teria feito uma turnê com o Queen no verão e agora estaria em uma turnê solo. Aconteceu de forma diferente. Em vez disso, estou em Londres escrevendo um musical.

Spiegel: “Live Around The World” foi lançado agora como o primeiro álbum do Queen ao vivo com você como cantor.
Lambert: Sim, a pandemia é uma das razões. Gravamos tantos shows durante anos, que os arquivos estão lotados e tivemos uma grande seleção. É uma boa forma de passar o tempo até chegar à turnê no próximo ano.

Spiegel: Você era fã do Queen quando criança?
Lambert: Para ser honesto, eu só descobri o Queen bem mais tarde. Eu conhecia os grandes sucessos, é claro, mas só me tornei fã aos vinte anos. Eu ouvi “Bohemian Rhapsody” pela primeira vez no filme “Quanto Mais Idiota Melhor” e não entendi o que era o Queen até mais tarde. Fiquei especialmente fascinado por Freddie e sua história, o que também se deve ao fato de eu também ser gay e adorar performances teatrais.

Spiegel: Em 2009 você fez sucesso quando cantou “Bohemian Rhapsody” do Queen à capela no programa de talentos americano “American Idol”. Quanta autoconfiança é necessária para se aventurar em um show de talentos com uma música tão complexa?
Lambert: Eu estava mais nervoso do que você imagina. Muito nervoso. A música é difícil, foi um momento decisivo no programa – eu tinha tudo isso na minha cabeça. E ainda para poder participar das audições, larguei o meu emprego no teatro. O que era um risco porque eu não tinha alternativa. Então, apostei tudo na vaga possibilidade de os jurados gostarem de mim.

Spiegel: Você na verdade queria cantar algo de Michael Jackson…
Lambert: …isso mesmo. “Rock With You”. Mas os jurados pediram outra coisa: “O que mais você tem a oferecer?” E então me deparei com o Queen. Claro, é uma música muito complicada, mas também mostra o que você pode fazer ou não. “Bohemian Rhapsody” me cai bem porque me permite mostrar o que minha voz pode fazer.

Spiegel: Você também impressionou Brian May e Roger Taylor. Quão rápido os músicos do Queen entraram em contato com você?
Lambert: Depois do “American Idol”, o empresário deles me disse que teríamos que fazer algo juntos em algum momento, o que, é claro, foi uma loucura para mim. Então veio o convite para apresentar um medley do Queen com eles no MTV Europe Awards.

Spiegel: Você aceitou imediatamente quando recebeu a oferta para sair em turnê com o Queen?
Lambert: Eu não hesitei por um segundo. Mas o tamanho dos sapatos que eu iria preencher ficou bem claro. E é claro que eu estava me perguntando o que os fãs pensariam. Eu sabia que com este trabalho me aventuraria em solo sagrado. Cantar essas canções lendárias na frente dos fãs do Queen por duas horas, era um grande choque no início.

Spiegel: Quantas canções do Queen você teve que aprender antes do primeiro show juntos?
Lambert: Eu tive nove dias entre a oferta e o primeiro show, que deveria durar duas horas. Os grandes e icônicos sucessos do Queen eram familiares para mim, mas eu não conhecia muitas das faixas menos conhecidas do catálogo – as favoritas de Brian e Roger eu tive que aprender. O primeiro show na Ucrânia foi muito estressante. Algumas canções têm muita letra. Tive que memorizar perfeitamente em tão pouco tempo, internalizar a estrutura e o tempo das músicas: Quanto tempo dura o solo de guitarra até chegar a minha vez de novo?

Spiegel: Você já se esqueceu de uma letra no palco?
Lambert: Muitas vezes, mas sou muito bom em encobrir isso. Às vezes eu apenas confundo as letras e estrofes, mas nunca deixo que elas me incomodem – eu rio por um momento e então continuo, quase ninguém percebe os erros.

Spiegel: No início, alguns fãs tiveram dificuldade com você, parece que isso foi superado. Há quanto tempo você se sente aceito?
Lambert: Claro, demorou muito para os fãs se acostumarem com a ideia do Queen trabalhar com outro cantor. No começo, muitos tiveram que se esforçar para nos dar uma chance, depois começaram a se divertiram. Acho que acabei ganhando o respeito deles. Além disso, eu realmente melhorei com o passar dos anos, porque o repertório agora faz parte de mim. Passei no período probatório e fui aceito.

Spiegel: O que mudou com o filme de enorme sucesso do Queen, “Bohemian Rhapsody”?
Lambert: Já tínhamos sucesso antes do filme, agora mais ainda. “Bohemian Rhapsody” mobilizou uma nova geração de fãs. Desde então, mais e mais famílias vêm aos nossos shows. O fato de termos nos apresentado juntos no Oscar foi, obviamente, o ponto alto.

A Der Spiegel é uma revista de notícias semanal alemã, publicada em Hamburgo. É uma das maiores publicações de seu tipo na Europa, com uma circulação semanal de 840 mil exemplares.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fontes: @4Gelly e Revista Der Spiegel

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