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26dez2020
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Entrevista by Noticias SIN (Espanha) – 02/10
Confira a entrevista concedida ao Noticias SIN no mês de Outubro:
Adam Lambert: “Eu sou como o sobrinho adotado do Queen” Quando Adam Lambert aceitou a proposta do Queen para ocupar o lugar de Freddie Mercury, ele teve 9 dias para preparar duas horas de show para meio milhão de pessoas, mas não hesitou. “Eu gosto de desafios”, lembrou ele, que deixou de ser um substituto de curta duração para se tornar o cantor mais estável do grupo em décadas.
“Isso ainda é uma colaboração e, ao mesmo tempo, tenho a impressão de que faço parte da família, como um sobrinho adotivo ou algo assim”, disse ele em conversa com a Efe antes do lançamento, nesta sexta-feira (02/10), do álbum “Queen + Adam Live Around The World”, que reúne o melhor dos quase 200 shows que eles fizeram juntos ao redor do mundo desde 2014.
O encontro deles foi talvez uma daquelas coisas que tinha que acontecer. Lambert (Indiana, 1982) tinha apenas 9 anos quando Mercury faleceu em 1991, mas como muitos cantores atuais com vozes poderosas, ele cresceu tentando imitá-lo (“também Robert Plant ou Janis Joplin”, acrescentou).
Na verdade, na audição que lhe deu a passagem para o “American Idol” em 2009 ele cantou “Bohemiah Rhapsody” do Queen e no concurso aconteceu seu primeiro encontro com a banda composta por Brian May e Roger Taylor, um encontro aparentemente inócuo, até anos depois, quando ele recebeu um telefonema de seu representante oferecendo a oportunidade de tocar com o grupo ao vivo.
“Eu disse imediatamente que sim e, ao desligar, pensei: ‘Oh, não! Serei capaz de fazer isso? A banda e o público vão gostar de mim?’ A primeira apresentação juntos seria para meio milhão de pessoas em Kiev e eu só tive 9 dias para me preparar para duas horas de show, mas tudo correu bem. Foi um desafio e gosto de desafios”, lembrou.
O slogan principal veio claro de May e Taylor. “Eles me disseram muito claramente: ‘Não imite Freddie.’ E isso me deu luz verde para fazer do meu jeito”, disse que aos poucos foi encontrando seu nicho dentro da formação.
“Muito no início pensava neles como meus patrões, mas eles têm sido muito generosos, cresci com eles e agora chegamos a um ponto em que se proponho algo, por exemplo nos arranjos ou cenografia, eles levam em conta. Também lhe digo que, se não fosse assim não me importaria de dizer apenas: ‘Sim, senhor!’” Admitiu com uma gargalhada.
Antes dele, outros como Paul Rodgers tentaram preencher o vazio deixado por Mercury, mas apenas Lambert ficou tantos anos no cargo, ganhando boas críticas no caminho em uma missão que parecia impossível desde o início. O que tornou isso possível?
“Uma das coisas que torna o Queen especial é essa mistura de estilos que eu adoro. Tenho muito respeito por Roger e Brian e nos damos muito bem, o que é importante. Quanto ao Freddie, o que mais gostei nele, além da voz, foi o humor, ele contava piadas no palco e procurava se divertir. Nós temos isso em comum. Quando você é um artista, levar isso muito a sério não é o mais divertido para o público”, ele refletiu.
Embora não o diga expressamente, não há dúvida de que o alcance vocal e a enorme flexibilidade de sua garganta também tiveram algo a ver. “É um desafio interpretar essas músicas, quase como um esporte atlético”, reconheceu Lambert, citando canções que têm sido desafiadoras por causa de sua dinâmica complicada, como “Who Wants To Love Forever”, “Another One Bites The Dust” ou “The Show Must Go On”.
Há também aquele lado extravagante que Mercury e ele compartilham e isso se manifesta em seu guarda-roupa. “Ao escolher o que vestir, penso muito sobre o legado da banda e os ‘looks’ que Freddie tornou famosos. Então eu penso: ele usaria isso? Se a resposta for sim, vou em frente”, disse.
Apesar das décadas de diferença, também os conecta serem dois performers gays em um mundo predominantemente heterossexual e masculino como o rock.
“Na sua época, não era fácil para ele falar sobre isso. Agora as coisas mudaram e me sinto sortudo por poder ser tão aberto sobre minha sexualidade. De alguma forma eu acho que essa geração tem que continuar nesse caminho e que, se ele tivesse vivido hoje, ele se sentiria mais confortável para mostrar quem foi e o que sentiu”, disse.
Longe de considerar que seu trabalho atual com o Queen ofusca sua carreira solo (em Março ele lançou seu quarto álbum solo, “Velvet”), para Lambert ambas as facetas de sua carreira são complementares, embora no momento não pareça que isso se traduzirá em gravar um álbum do Queen com novo material.
“É algo que só os jornalistas perguntam, nunca falamos sobre isso”, acrescentou sobre o futuro da mítica banda, que não publica material inédito desde o lançamento de “The Cosmos Rocks” em 2008 com Paul Rodgers e com quem em 2021, passará pelo Wizink Center em Madrid nos dias 6 e 7 de Julho.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fonte: Noticias SIN
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