Entrevista ao AFP News, Nova Iorque – 27/09

Confira a entrevista que Adam concedeu ao AFP News nos bastidores do ensaio para o Global Citizen Festival no Central Park de Nova Iorque em 27/09:

Adam Lambert, vocalista do Queen, mostra a autenticidade do glam rock

Adam Lambert e a icônica banda Queen foram a atração principal do Global Citizen Festival deste ano

Quando ele cantou o clássico “Bohemian Rhapsody” em uma audição para o programa de sucesso “American Idol” há uma década, Adam Lambert não podia imaginar que um dia ele iria realmente liderar o Queen.

Mas agora o glam rocker americano é o vocalista da lendária banda britânica há oito anos e, no sábado (28/09), foi a atração principal do Global Citizen Festival no Central Park de Nova Iorque, com o objetivo de angariar apoio para preservar a ajuda internacional ao erradicar a pobreza extrema.

Ele disse que tocar no festival se encaixa no ethos “unificador” e fortalecedor do Queen.

“Quero dar às pessoas a sensação de confiança, orgulho e poder pessoal para sentir que não precisam aceitar más circunstâncias; que têm o direito de exigir mais por si mesmas”, disse ele à AFP nos bastidores do Central Park no espaço que ele está compartilhando com os colegas de banda Brian May e Roger Taylor.

“Eu acho que muitas das músicas do Queen se resumem a isso – elas deixam as pessoas se sentindo mais fortes e mais orgulhosas”.

Lambert disse que o lançamento de “Bohemian Rhapsody” no ano passado – o filme vencedor do Oscar que mostra a ascensão do Queen – “reacendeu a relevância cultural pop” da banda para uma geração mais jovem.

Com seu recém lançado projeto “Velvet: Side A”, o mercurial artista disse que seu trabalho com o Queen o revelou como um artista que agrada tanto aos fãs mais antigos da banda quanto a uma multidão mais jovem que o conhece por seu trabalho solo.

Substituir o icônico Freddie Mercury, que liderou o grupo até sua morte em 1991, foi um desafio e um presente, disse Lambert.

“Obviamente, tenho um respeito louco por Freddie Mercury – mas não há como substituí-lo”, disse o cantor de 37 anos. “Eu escolhi nunca imitar; eu sinto que isso seria desrespeitoso com a memória dele, com a banda e com os fãs”.

Ao mesmo tempo, Lambert disse que se inspira na “ousadia” de Mercury.

“Ele não tinha medo de ser grande”, disse o artista também conhecido por seu gosto extravagante, que exibia uma chamativa corrente sobre jeans desgastados, enquanto botas grossas aumentavam sua estatura já imponente.

“Ele era exagerado visual e sonoramente”, continuou Lambert. “Ele não tinha medo – ele nunca estava tentando se encaixar em algo.”

– Nova tendência política –

O Global Citizen Festival de Nova Iorque é uma espécie de ponto de exclamação não oficial para a Assembléia Geral das Nações Unidas, distribuindo ingressos grátis para apoiadores que se comprometem a conduzir ações como enviar cartas aos seus governos em apoio à ajuda ao desenvolvimento.

A apresentação principal do Queen aconteceu mais de três décadas após o empolgante show da banda no transatlântico concerto de caridade Live Aid, em 1985, que hoje é considerado uma das maiores performances ao vivo de todos os tempos.

Lambert disse que se vê “naturalmente muito mais interessado no que está acontecendo com a política agora do que jamais estive”.

“Espero que haja muitas outras pessoas no mesmo barco, porque estamos vendo, na minha opinião… um momento realmente negativo na política dos EUA”, disse ele, expressando esperança de que essa “negatividade” incentive maior envolvimento nas eleições presidenciais de 2020 nos EUA.

Ele evitou apoiar um candidato em particular, mas o defensor dos direitos LGBTQ disse que “nós representamos certas identidades, acho que é realmente importante apoiar isso com alguma conversa e ação reais”.

– Exigindo autenticidade –

Referente ao início de sua carreira musical, Lambert disse que trabalhar como um homem abertamente gay era tipo estar em território “desconhecido”.

“Eu trabalhei com muitas pessoas realmente ótimas que não eram necessariamente homofóbicas, mas elas estavam encarando isso como um negócio”, disse ele, imaginando se a identidade de Lambert seria “comercializável”.

Com impressionantes olhos azuis aparecendo atrás do delineador escuro, Lambert disse que a identidade de gênero não é mais vista como um “obstáculo”, apesar de lamentar que “existe toda uma parte deste país e, em muitos outros países, onde a direita está tendo um momento; há muito conflito lá”.

Ele espera que aqueles com “ideias discriminatórias” apenas “usem alguma empatia e talvez possamos ver algum progresso”.

O novo EP de seis faixas de Lambert exala um humor que lembra um de seus heróis, Prince, com seus falsetos confiantes e hábeis riffs de guitarra, enquanto o tempero do rock de arena faz referência a seu trabalho com o Queen.

O artista disse que considera “Velvet” o seu trabalho mais “autêntico”, chamando-o de “música que não sou eu tentando jogar um jogo ou perseguindo qualquer coisa”, como o desejo de marketing.

“Foi algo como ‘eu vou fazer o que diabos eu quero fazer'”, Lambert riu. “E, obviamente, a porta está aberta, e todos são bem-vindos à festa, mas é a minha festa.”

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Patricia Albuquerque
Fonte: Yahoo! News

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