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02dez2019
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Entrevista para o Portal Nordbuzz (Alemanha) – Set/2019
Adam Lambert em uma entrevista “É interessante que de tempos em tempos ainda aparecem pessoas que me falam que Freddie era melhor”, em 2012, Adam Lambert ocupou o lugar de Freddie Mercury no Queen pela primeira vez, o que incomodou alguns fãs.
Ele se tornou famoso ao participar de um programa de TV e depois se juntou ao Queen no lugar antes ocupado por Freddie Mercury: Adam Lambert não escolheu o caminho mais fácil para o sucesso.
Timing perfeito: Queen e Adam Lambert anunciaram três shows na Alemanha como parte de sua turnê “Bohemian Rhapsody” – bem a tempo do lançamento do novo EP de Adam Lambert, “Velvet – Side A”. Na coleção de músicas que futuramente fará parte do quarto álbum o vocalista do Queen de uma maneira também vocalmente poderosa, alcança notas completamente novas com seus vocais em falsete. O americano de 37 anos, que participou do “American Idol” em 2009 e assumiu os vocais do Queen pela primeira vez em 2012, parece estar bem tanto musical como pessoalmente: durante o último ano manteve um relacionamento feliz com o modelo espanhol Javi Costa Polo. Veja como o amor influenciou suas novas músicas, qual crise de identidade ele teve que supera e como Roger Taylor e Brian May o ajudaram.
NordBuzz: Sr Lambert, no filme biográfico de Freddie Mercury “Bohemian Rhapsody” você interpretou um caminhoneiro que se encontra com Freddie Mercury. Como você reagiu quando esse papel foi oferecido para você?
Adam Lambert: Eu imediatamente disse “Claro, isso vai ser divertido”. Eu sou o primeiro homem no filme que chamou a atenção do Freddie. É uma bela ironia, certo?NordBuzz: As pessoas que ainda criticam o Queen por fazer turnês com outro cantor, isso deve te fazer revirar os olhos.
Lambert: Certamente! Mas o maior contraponto para os “haters” é o documentário que eu e o Queen fizemos (“The Show Must Go On”). É tipo: Brian May e Roger Taylor escreveram algumas dessas músicas. Eles têm todo o direito de apresentarem elas ao vivo. Só que eles precisam de um vocalista. Então eu canto essas músicas maravilhosas para a audiência. Não é muito complicado entre nós três. Mas é interessante como de tempo em tempos ainda aparecem pessoas que me falam que Freddie era melhor.NordBuzz: E como você reage a isso?
Lambert: Freddie era o cara! Eu não saberia cantar essas músicas se Freddie não tivesse me ensinado. Mas não é uma competição.NordBuzz: Agora que estamos falando sério. Durante a premiação do Kennedy Centers Honors, você fez Cher chorar com sua última nota.
Lambert: Eu estava bem nervoso com aquela apresentação, minha adrenalina estava fora de controle. Normalmente eu sou contido. Mas às vezes o pico de adrenalina transparece uma maior vulnerabilidade para a performance. Emocionalmente, meus canais estavam todos abertos. Isso que fez essa apresentação tão especial.NordBuzz: Você se sente seguro com a sua voz?
Lambert: Nos dias bons. Eu sou o meu maior crítico. Durante um show, às vezes no meio de uma canção eu tenho a impressão que aquilo não está indo muito bem. Então eu saio do palco e digo “Isso foi péssimo, realmente uma m*rda”. Se eu estiver realmente incomodado, eu vou checar no YouTube para ver o quão ruim foi. Na maioria das vezes concluo que soa bem.NordBuzz: Tem algo que vocalmente pode te tirar da sua zona de conforto?
Lambert: Com meu novo álbum, eu certamente sai da minha zona de conforto! Eu trouxe mais soul, mais melodias e frases. Isso foi um desafio porque eu amo música soul desde muito tempo. Eu usei mais falsete que o usual, que soa bem e diferente para mim. Prince foi uma inspiração nesse quesito. Eu sempre costumava pensar: o que eu posso fazer para atrair a atenção? Dessa vez o mais importante pra mim foi encontrar a vibe certa que combina com o volume da minha voz.NordBuzz: Sua nova música soa bem sexy.
Lambert: Eu gosto de música que cria um humor. Seja agradável, dançante ou sensual. Algumas músicas te levam para o quarto, outras para a pista de dança, uma quase claramente para a cozinha. Eu gosto da ideia que a música pode mudar dependendo do seu sentimento. É como uma terapia.NordBuzz: Se você fosse nomear os pontos altos da sua carreira, seria mais momentos relacionados com o Queen ou com sua carreira solo?
Lambert: Ambos. Um destaque com o Queen certamente foi termos nos apresentado na abertura do Oscar desse ano. Aquilo foi uma loucura. O fato que meu segundo álbum “Trespassing” foi número 1 nos EUA, fazendo com que eu fosse o primeiro artista abertamente gay nos EUA a realizar tal feito, foi um grande marco. E uma nomeação ao Grammy também foi memorável.NordBuzz: Você ainda tem o sentimento que você ainda tem que lutar por algo como artista?
Lambert: No começo era o estigma de ser um artista proveniente de um reality show era algo que eu tinha que lutar. Mas isso não importa mais hoje em dia. Eu acredito no meu trabalho, minha música, minha criatividade ainda mais do que antes. Eu passei muito tempo nessas novas músicas e as escrevi junto com ótimos compositores. Só que é muito fácil ser engolido pela indústria musical. Eu aprendi isso logo no começo.NordBuzz: Em um post no Instagram você chamou essa fase há alguns anos como uma crise de identidade.
Lambert: Sim, foi isso. Eu tentava apenas conseguir um hit. Eu tentava fazer música para as outras pessoas, não para mim. Além disso, eu coloquei tanta energia na minha carreira que eu negligenciei totalmente minha vida privada. Quando eu percebi isso, eu tinha parado de falar com meus amigos. Eu tive que me lembrar porque eu estava fazendo aquilo e o que eu amo nisso. Quando eu me reconectei, tudo pareceu mais claro.NordBuzz: Ouvi dizer que o Brian May e o Roger Taylor te ajudaram durante essa crise.
Lambert: Apenas por darem um bom exemplo. Eles não ficam presos a pequenas coisas. Eles já tiveram tantas experiências e passaram por muitas coisas. Escutar suas reflexões e suas histórias me ajudaram. Estar perto deles é maravilhosamente educacional. Eles são verdadeiras estrelas do rock.NordBuzz: Você está em um bom momento da vida hoje?
Lambert: Ah sim, eu conheci uma pessoa que mudou minha visão de muitas maneiras. Eu não buscava por isso ativamente, foi uma coincidência, e se encaixou. Isso reviveu tudo em mim. Um novo romance é tão inspirador. A música “New Eyes” é uma afirmação a respeito disso. Eu sei agora como é bom cantar uma música com um sentimento que é realmente o que você está sentindo agora.NordBuzz: Você viu o documentário “Freddom” do George Michael? Ele fala sobre como é bom ter aquela pessoa em particular na audiência para quem você canta todas as noites.
Lambert: Sim, isso é interessante. Se você é um performer e vai para o palco, você ganha toda essa energia da audiência. Então o show acaba, você volta para o seu quarto de hotel, para o ônibus, avião ou que seja, e parece que alguém está empurrando você de um precipício. É um pico de adrenalina evidente, não é a coisa mais fácil de lidar ou se acostumar. Mas agora alguém está comigo e nós admiramos um ao outro. É isso que o amor faz.NordBuzz: Quando você ascendeu para o sucesso dez anos atrás ao ser o vice-campeão do “American Idol”, você era frequentemente comparado com o Bill Kaulitz por causa do estilo similar.
Lambert: Eu finalmente o conheci em pessoa no começo do ano! Eu o conheci na festa do Oscar da Madonna. Eu estava lá com meus amigos e nós começamos a conversar. Ele é realmente adorável. Eu confessei a ele que sempre tive inveja de suas roupas e sugeri de fazermos compras um dia juntos. Eu espero que isso aconteça. Bill tem um ótimo estilo.NordBuzz: Como Brian May e Roger Taylor reagem quando vocês vão aquecer a voz juntos e eles veem as suas roupas extravagantes daquela noite?
Lambert: Eu uso as mesmas roupas todas as noites. Apenas mudo em cada turnê. Mas claro, eu faço uma declaração com as minhas roupas em todas as ocasiões. Mas já aconteceu: os momentos em que Roger e Brian ficaram boquiabertos foi quando eu apareci na frente deles usando uma maquiagem completa. Mas olhando para as roupas que Freddie usava, elas também eram bem loucas. Para mim, esses aparatos fazem parte do Queen.NordBuzz: Em que sentido?
Lambert: Eu amava as roupas do Freddie. Sempre tinha um elemento de comédia incluso. Ele não se levava tão a sério; ele sabia que macacões reluzentes sempre teria algo de ridículo. Mas esse era o ponto. Era o jogo que ele tinha criado. Tinha que ser um pouco sombrio e exagerado. Isso fez Freddie e Queen especiais.NordBuzz: No documentário “Queen + Adam Lambert – The Show Must Go On” você disse que algumas músicas do Queen têm um novo significado para você hoje. Quais são elas?
Lambert: Se você quer fazer uma boa apresentação, você tem que encontrar sua própria conexão com a música. Com “Somebody To Love” eu encontrei facilmente. Eu definitivamente tive momentos na minha vida em que eu me senti solitário e pensei: Eu apenas quero encontrar essa pessoa. Quando eu canto “Who Wants To Live Forever” eu penso no Freddie e como ele foi tirado de nós muito cedo. Eu associo “The Show Must Go On” com momentos da minha vida em que eu fui recusado ou me disseram que eu não era bom o suficiente. Esse sentimento de simplesmente ter que passar por cima de tudo isso, eu conheço bem. É preciso resistência e força. Isso que é brilhante sobre as músicas do Queen: elas descrevem condições humanas que são universais. Para mim, essa é a razão dessas músicas serem tão bem sucedidas.NordBuzz: Seu pai, que te apresentou para as músicas do Queen quando era novo, deve estar muito orgulhoso de você.
Lambert: Ele é incrivelmente orgulhoso e ele mostra para todos os seus amigos. Ele também já foi em algumas festas pós-show do Queen.NordBuzz: Você um dia vai deixar o Queen para trás para focar em sua carreira solo?
Lambert: Não, eu posso fazer os dois. Eu tenho feito isso por 6 anos. Eu amo esses dois mundos. Então não há perigo para o Queen. E Brian e Roger me conhecem bem o suficiente para saber que escrever e criar minha própria música é importante pra mim também. Eles me apoiam de todas as maneiras possíveis.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fontes: @4Gelly e Nordbuzz
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