Tradução da Entrevista na Revista Mannschaft (Alemanha) – Set/2019

Adam é capa da Revista Mannschaft da Alemanha da edição de Setembro, conforme publicamos aqui e aqui. Agora, confira a tradução da entrevista:

“Seja quem você é. Danem-se os haters!”

No verão, Adam Lambert fez turnê com o Queen nos EUA, agora, seu álbum solo está em destaque novamente. O cantor de 37 anos lança a primeira parte de seu álbum, “Velvet (Side A)”. Nós conversamos sobre críticas homofóbicas, os ESC e como Berlim o afetou.

Mannschaft: Adam, algumas pessoas ouviram seu álbum e estão comparando você a Marvin Gaye. O que você acha disso?
Adam: É um elogio incrível. Eu não apontaria um artista específico, mas quando eu era criança, nós tocávamos muita música, minha mãe tinha todos esses vinis, Al Green, Roberta Flack e por aí vai. Meu pai era mais do rock clássico. Eu pude conhecer muita música através deles. Eu não queria imitar nenhuma tendência no novo álbum, eu queria criar algo atemporal.

Mannschaft: Você diria que trabalhar com o Queen afetou o modo como você percebe a música, como você compõe e produz música?
Adam: Provavelmente. Nós temos trabalhado juntos por 6 ou 7 anos e no começo eu disse: ok, o que eu faço com o Queen é uma coisa e pop moderno, o que eu faço, é outra – estava bem separado. Mas com meu novo projeto, pareceu bom aproximar essas duas coisas. Eu imagino que esse álbum é algo que os fãs do Queen podem gostar, e isso é muito empolgante para mim.

Mannschaft: Roger Taylor disse uma vez: ‘Nós não vamos trabalhar com mais ninguém depois do grande Adam.’ É um excelente elogio, não?
Adam: É incrível, somos uma família tão bacana. E me sinto confortável com eles. Quando começamos a ensaiar, eu pedi permissão – posso fazer isso desse jeito ou algo assim? E eles disseram: Faça o que você quiser. Eu teria feito exatamente o que eles mandassem e ainda me curvaria para eles no final. Mas eles foram muito abertos desde o começo. Esse processo foi muito empolgante.

Mannschaft: Provavelmente, Queen era um dos álbuns que seu pai ouvia em casa?
Adam: Sim, mas também em eventos esportivos em que me levavam, a música deles estava sempre presente. A música do Queen é onipresente na cultura pop. A primeira vez que eu perguntei sobre eles foi quando assisti ao filme “Quanto Mais Idiota Melhor”. Nós chegamos em casa e meu pai me mostrou um álbum do Queen e eu vi Freddie. Ele estava de delineador e com as unhas pintadas de preto. Eu pensei: Oh, eu gosto da aparência dele. Na época eu também estava fascinado pelas fotos de David Bowie, que também tinha um visual louco. Isso tudo foi na adolescência… Eu acho que cresci na geração errada. Talvez eu tenha vivido nos anos 70 e morri no Estúdio 54.

Mannschaft: Há maneiras piores de morrer.
Adam: (Risos) Morte pela dança.

Mannschaft: De quem foi a ideia de te dar o papel de caminhoneiro no filme “Bohemian Rhapsody”?
Adam: Da banda. Eles disseram: Ei, nós estamos fazendo esse filme e perguntaram: Você quer ser o caminhoneiro? Eu respondi: Com certeza! É claro, eu queria ser parte da cena que leva Freddie à sua primeira vez com um homem. Eu gostei da ideia, da ironia nela.

Mannschaft: Vocês trocam olhares bem claros na frente do banheiro. Vocês filmaram mais alguma coisa?
Adam: Aquilo é tudo que fizemos. Eu disse: Tem certeza de que não querem fazer nada dentro do banheiro? Mas eles disseram que não, que estava bom. (Risos)

Mannschaft: Depois da turnê com o Queen você pode voltar a cuidar de si mesmo. Vai haver uma turnê para a música nova?
Adam: Não há datas ainda, mas sim: me apresentar é muito importante para mim. Eu quero escrever canções que podem ser tocadas com um violão e tamborim. Hoje a música tem tantos níveis de produção, e nós colocamos muitas coisas especiais nas novas músicas também. Mas tudo veio de instrumentos de verdade, isso é a raiz de tudo, como antes. A parte empolgante é que você pode fazer isso com uma banda.

Mannschaft: Você não é bem recebido em todos os lugares em que faz show. Uma vez na Malásia houve protestos. Círculos religiosos não queriam um show ofensivo.
Adam: É, no homo! (Risos) Em Singapura isso aconteceu também, em um concerto de Ano Novo. Eu só pude rir. Eu pensei: O que vocês acham que eu vou fazer no show? Vocês não viram o show pessoalmente ainda! Não foi nada obsceno ou licencioso. Eu não estava planejando nada disso. Eu costumava fazer performances mais controversas, mas eu aprendi minha lição, e isso foi há dez anos! Não dói nada fazer um pouco de pesquisa, antes de declarar suas convicções. O show aconteceu sem problemas, todos adoraram e eu pensei: Viu! Não desperdice sua energia! As pessoas sempre acreditam no que querem acreditar.

Mannschaft: Você ainda faz shows nesses países?
Adam: Se a segurança for um problema, você tem que repensar. Mas também há fãs que querem ouvir minha música. Quando pessoas cheias de ódio aparecem… danem-se os haters! Eu não lido com isso, custa muita energia. O ponto é inclusão, aceitação, autenticidade – ser quem você é. Essa é a mensagem universal.

Mannschaft: Algo assim já voltou a acontecer?
Adam: Melhorou um pouco.

Mannschaft: Como é isso nos EUA?
Adam: Isso aconteceu em Utah, uma vez. Tem um grupo religioso de direita protestando contra tudo, a Westboro Baptist Church. Eles estavam do lado de fora do salão. Eu sempre penso: Se as pessoas estão ficando tão incomodadas, eu provavelmente estou fazendo alguma coisa certa. Pisando nos calos.

Mannschaft: Você ficou em segundo no American Idol em 2009…
Adam: Eu quase ganhei. (Risos)

Mannschaft: …e depois você se tornou jurado no X-Factor Austrália.
Adam: Sim, em 2016 eu fui mentor de Isaiah Firebrace, que ganhou e então participou do Eurovision Song Contest (ESC). Com “It’s Gotta Be You”, ele tinha uma ótima música e uma linda voz, cheia de sentimento.

Mannschaft: O que você acha do ESC?
Adam: Eu estava em Londres alguns anos atrás e assisti. Infelizmente não dá pra assistir dos EUA. É um tremendo evento! Todos falavam sobre isso!

Mannschaft: Você viveu em Berlim por algum tempo, em 2003.
Adam: Sim, nós estávamos fazendo “Hair” no Schiller Theater, naquela época. Era um ótimo show hippie e nós vivíamos isso na época. Foi quase como um acampamento. Eu tinha um apartamento perto de Nollendorfplatz.

Mannschaft: Você ainda reconhece a cidade hoje?
Adam: A maior parte, sim. Era tão impressionante, eu andava pela cidade de olhos arregalados. Depois, quando voltei para LA, meus amigos diziam: Tem algo diferente em você. A cidade me inspirou a ser o homem que eu queria ser, a mostrar mais isso e dançar conforme a minha música. A Califórnia é legal, mas a cena em LA era relativamente homogênea, todo mundo se vestia igual. Isso está mudando agora, eu acho. Mas Berlim definitivamente me inspirou naquela época.

Nas capas do Twitter e Facebook da Revista, ainda consta uma foto de Adam que faz parte da edição impressa. E aqui você pode conferir os scans da revista.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fontes: @Jensie87 (1), @Jensie87 (2), Mannschaft Magazin/Facebook e @Mannschaft_Mag

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One Comment

  1. Muito bom Josy Loos. Obrigada por nos colocar bem pertinho do Adam. Mais uma entrevista cheia de sinceridade, que nos inspira sempre.

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