Review by Telegram do Show Queen + Adam Lambert em Boston (MA, EUA) – 04/08

Queen + Adam Lambert ainda são “campeões” do rock de arena

MANSFIELD – O cantor Freddie Mercury uma vez declarou Queen como sendo “O Cecil B. De Mille do rock ‘n’ roll”.

Se esse é o caso, Adam Lambert está certamente pronto para o seu close-up.

É um ótimo momento para ser Freddie Mercury. É uma pena que ele esteja morto. É um tempo melhor ainda para ser o vice-campeão da 8ª Temporada do American Idol, Adam Lambert, que está bem vivo.

Depois do sucesso crescente do filme biográfico premiado do ano passado, “Bohemian Rhapsody”, o Queen está mais popular do que nunca.

E lucrando com essa última onda de Freddie-mania está Lambert, além do guitarrista original do Queen (e deus da guitarra) Brian May e do baterista Roger Taylor, também no Queen desde o começo.

Trinta e três anos após a última apresentação de Mercury com Queen e quase 28 anos após sua morte (aos 45 anos devido a complicações da AIDS) e 18 anos desde a introdução do Queen no Hall da Fama do Rock and Roll, Lambert emergiu como o digno sucessor para o trono de Mercury, como ficou evidente na performance de Queen + Adam Lambert, de duas horas e 27 músicas, muito divertida e agradável para as multidões, na noite de domingo (04/08) no Xfinity Center.

Enquanto a cortina se elevava aos estrondosos aplausos vindos da multidão de 19.900 de Mansfield, Lambert, de 37 anos e as “duas lendas” do Queen, (May, 72, e Taylor, 70) marcaram sua chegada com um trio de músicas de rock dos primeiros dias do Queen – “Now I’m Here” (de 1974, “Sheer Heart Attack”), o primeiro hit da banda “Seven Seas of Rhye” (de 1974, “Queen II”) e o primeiro single da banda “Keep Yourself Alive” (da estreia homônima do Queen em 1973, que, de alguma forma, não conseguiu ser um sucesso em nenhum dos lados do Atlântico).

Com sua bela aparência, cabelos negros perfeitamente penteados e voz abençoada, Lambert saiu com o primeiro de seus cinco figurinos extravagantes, um terno de tapeçaria dourada que parece ter sido feito das almofadas do sofá do celibatário Liberace com um camisa de pirata preta que teria deixado Jerry Seinfeld com inveja.

Na demonstração mais exagerada da noite, Lambert posou provocativamente em cima de um piano de cauda, enquanto se refrescava com um grande leque vermelho durante uma versão matadora de “Killer Queen”, o primeiro sucesso do Queen nos Estados Unidos.

Depois de “Killer Queen”, Lambert declarou o óbvio – “Eu sei o que alguns de vocês podem estar pensando. ‘Ele não é o Freddie!’ Mas esse é o caso. Vocês e eu somos exatamente iguais. Somos todos fãs, certo? Vocês sentem falta do Freddie? Eu também. Então vocês podem me fazer uma pequena promessa esta noite… Que vamos celebrar Freddie e Queen juntos?”

Lambert e a multidão mantiveram sua promessa.

Depois de transformar “Don’t Stop Me Now” em um grande showstopper digno da Broadway que foi mais alegre e comemorativo do que qualquer coisa que tenha aparecido no filme “Bohemian Rhapsody”, Lambert não estava mais em segundo plano ao legado de Freddie Mercury. Lambert provou que é um superastro autêntico por direito próprio.

A versão de “Somebody to Love” de Lambert foi outro showstopper que lembrou George Michael cantando a mesma música no estelar Freddie Mercury Tribute Concert 25 anos antes.

Apesar de estar escondido atrás de seu kit de bateria, Taylor assumiu o centro do palco para batucar e cantar de coração “I’m in Love With My Car”, o lado B de “Bohemian Rhapsody” e uma piada no filme. Acho que foi Taylor quem riu por último.

xxxxxPara “Another One BiteS the Dust”, Lambert ressurgiu com o vestuário de couro menos ameaçador deste lado de Michael Jackson, com botas de motociclista até ao joelho, calças pretas brilhantes com uma camiseta de gola V combinando, e uma jaqueta de couro decorada com espetos de prata e borlas. Quanto à música, ainda soa melhor do que a música pop típica sendo tocada no rádio hoje.

xxxxxNo caso de alguém esquecer que este é Queen + Adam Lambert, não o contrário, May fez um mini-acústico na frente da passarela, começando com uma versão terna de “Love of My Life” (de 1975). “A Night At The Opera”, em que Freddie Mercury apareceu na tela LED e cantou o verso final.

May foi acompanhado por seu colega de banda Taylor e os dois cantaram “Doin’ Alright”, quase como um testamento para o mundo que eles são bons e dândi e que há vida (e música para continuar sendo tocada) depois de Freddie. Nada a argumentar aqui.

Depois de deixar as amabilidades nostálgicas para trás, Lambert voltou com uma roupa nova (um casaco longo sem mangas e camisa preta comprida com desenhos vermelhos combinando) e muita atitude para “Crazy Little Thing Called Love”.

“Under Pressure” foi uma espécie de mini triunfo, com Lambert cantando a parte de Freddie Mercury, e Taylor a parte de David Bowie.

Lambert cantou calorosamente os acordes de abertura de “Who Wants To Live Forever” (da trilha sonora de “Highlander”, que apresentou outro Lambert, Christopher; eles não são parentes), antes de elevar a música a novos patamares.

May também levou o público em uma excursão psicodélica pelo nosso sistema solar. Parecendo que ele estava em pé em cima de um meteoro flutuando no cosmos, May tirou gritos lamentosos de sua guitarra antes de ser engolido por uma chuva de meteoros de realidade virtual e elaborado show de luzes.

Quando May finalmente voltou ao nosso mundo, ele soltou um dos maiores riffs do rock em “Tie Your Mother Down”, mas foi quase ofuscado pela última indumentária de Lambert, calças prateadas e um colete incrustado com franjas prateadas quase tocando o chão.

Como esperado, o set principal terminou com “Bohemian Rhapsody”, que contou com outro cameo de Mercury (através do vídeo inovador da banda, de 1975) durante a parte “mamma mia” da ópera. Este empolgante e vibrante opus foi, sem dúvida, o número mais revigorante da noite, servindo tanto como uma homenagem a Freddie Mercury e um testemunho do poder de permanência do Queen.

O bis começou com imagens de Mercury incitando seus característicos “Ay-Oh” 33 anos atrás, seguido por uma coroação simbólica de Lambert como sucessor de Mercury, completa com coroa de joias e roupão eduardiano cerimonial, enquanto Lambert apresentava “We Will Rock You” e “We Are Tthe Champions”.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fonte: Telegram

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