Review by The Philadelphia Inquirer do Show Queen + Adam Lambert na Filadélfia (PA, EUA) – 03/08

O segundo reinado do Queen continua com Adam Lambert no Wells Fargo Center

Quando Freddie Mercury desenhou uma fênix junto ao icônico logo da banda Queen no começo dos anos 70, ele deve ter tido uma intuição.

Pois nunca na era do rock uma banda teve tal renascimento.

Após a morte de Mercury em 1991, meses após o lançamento do subestimado [álbum] “Innuendo”, os membros sobreviventes do Queen estiveram presentes em um enorme concerto de tributo no Wembley Stadium. Mas então veio [o filme] “Quanto Mais Idiota Melhor” para recarregar “Bohemian Rhapsody”; uma turnê mundial com o musical “We Will Rock You”; um encontro por acaso com o vice-campeão da oitava temporada do American Idol; várias turnês mundiais; e um filme biográfico que rendeu a incrível quantia de 900 milhões de dólares a nível mundial, levando à faixa-título, “Bohemian Rhapsody”, a alcançar a sua bilionésima visualização no YouTube.

Então, mais de 30 anos depois da última turnê com Mercury, o guitarrista Brian May, o baterista Roger Taylor e o agora “não tão novo” Adam Lambert estavam de volta à Filadélfia no sábado à noite pela terceira vez, com seu maior show até o momento.

Em sua primeira turnê juntos, Lambert era como o garoto tímido e talentoso tentando se encaixar – não tanto com a banda, mas com o público – cantando com toda sua capacidade para garantir que os fãs de Freddie lhe dessem sua benção. A segunda turnê, um design de palco mais elaborado e uma aceitação de Lambert. Nesta terceira turnê, há momentos – especialmente durante a parte das três músicas: “Killer Queen”, “Don’t Stop Me Now” e “Somebody To Love” – em que Lambert é completamente a estrela do show. As lendas parecem estar lá para apoiá-lo.

Mas realmente foi um festival de amor mútuo, com um Lambert sincero em seu amor pela história e música do Queen. May e Taylor, maravilhados com a boa sorte de encontrar um cara excepcional… de novo.

Um esgotado Wells Fargo Center consumiu cada minuto dos acordes de abertura de “Now I’m Here” até os acordes finais de May em “God Save The Queen”, com rugidos especiais do tamanho da Filadélfia em “Love Of My Life”, “Crazy Little Thing Called Love”,”Under Pressure”, “Bohemian Rhapsody”, é claro, e uma versão repleta de riffs em “Fat Bottomed Girls” com a participação das líderes de torcida do Philadelphia Eagles balançando seus pompons.

Lambert continua a ser uma anomalia vocal da natureza, cuja voz, carisma, exageros e figurinos (uma roupa parecia como se Lady Gaga assaltasse o Burger King), são perfeitos para o catálogo do Queen. Não existem muitos artistas capazes de conseguir a masculinidade de Village People em “Bicycle Race”; o talento vocal em “The Show Must Go On” e “Who Wants To Live Forever”; a atitude rock and roll de “I Want It All” e “Under Pressure”.

Este não é, no entanto, o caso de um jovem fanfarrão ajudando duas velhas estrelas do rock a desfrutar de outro momento de glória. May e Taylor não descansaram ainda em seus mais de 40 anos de boa vontade. Os solos de May harmonizam em quase todas as músicas, ele canta em “Love Of My Life” e “’39” e continua tocando tão seguro como sempre. Taylor ainda gira suas baquetas e arrasa na bateria com a alegria e ferocidade de um jovem roqueiro e também soa ótimo quando ele assume o microfone em “Under Pressure” e “I’m in Love with My Car”.

E o cenário é mais um passo à frente com animação, lasers, uma coroa em ascensão, o astrofísico May em cima de um asteroide enquanto os planetas giram em torno dele, uma bola de discoteca e, como sempre, um pouco de Freddie.

O som ficou um pouco confuso algumas vezes, principalmente nas notas mais altas, mas, fora isso, o segundo reinado do Queen continua e, a julgar pelo público maravilhado, que variava de idosos até pré-adolescentes, poderia continuar por mais algum tempo.

O que eles vão preparar no ano que vem para o Jubileu de Ouro do Queen?

Autoria do Post: Josy Loos
Fonte: The Philadelphia Inquirer

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