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06ago2019
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Review by Advocate do Show Queen + Adam Lambert em Los Angeles (CA, EUA) – 19/07
Adam Lambert com o Queen é uma celebração da identidade Queer Depois de apenas algumas músicas do set no lotado Forum em Los Angeles em meados de Julho, Adam Lambert – brilhando com o glitter em seu topete e terno preto e dourado – usa um momento para abordar o público. Ele está em turnê com os membros originais da banda Queen, Brian May na guitarra e Roger Taylor na bateria.
“Eu quero abordar o elefante rosa na sala”, Lambert diz com uma piscadela. “Eu não sou Freddie Mercury.”
Ninguém se atreveria a aproximar-se do deslumbramento e do esplendor do bigodudo vocalista do Queen, e Lambert não tenta. Em vez disso, ele permanece fiel à música e ao talento artístico de Mercury ao mesmo tempo em que libera seu alcance vocal impressionante e sua sensibilidade inata em uma apresentação que coloca a multidão em pé para o show de duas horas com os megahits do Queen. Testemunhar Lambert, um homem gay, cantando canções que Mercury (um homem queer em uma época em que se assumir muitas vezes destruía carreiras) tornou famosas, em frente a milhares de pessoas de todas as idades, raças e identidades sexuais e de gênero é prova do poder de Mercury e do Queen, de ultrapassar diferenças.
Lambert, agora com
36[37] anos, chegou ao American Idol há 10 anos quando fez o teste com “Bohemian Rhapsody”, e ele já excursionou com May e Taylor como vocalista. Mas com o lançamento do filme “Bohemian Rhapsody” no outono passado e uma performance arrasadora no Oscar, onde Lambert e Queen abriram o show com uma montagem transcendental de “We Will Rock You” e “We Are The Champions”, o conjunto está tocando para casas esgotadas como um dos ingressos mais quentes do verão.Enquanto que ver Mercury, em seus tops sem mangas e jeans apertados cantando “Killer Queen”, era deliciosamente subversivo, ver Lambert, em suas mangas fluidas de poeta, cantar essa música enquanto a multidão grita e canta é uma afirmação de aceitação para pessoas queer. Para uma performance de “Bicycle” no que de fato é o segundo ato do show, Lambert monta uma motocicleta. Ele posa e se estica para trás no veículo em um momento que parece uma pura celebração de sua identidade gay.
O Queen fez turnês antes, sem Mercury. A primeira vez foi com Paul Rodgers (mais famoso por Bad Company e The Firm) como seu cantor. Mas May e Taylor tocaram pela primeira vez com Lambert em 2009, no encerramento de sua temporada no American Idol. Eles tocaram juntos novamente na MTV em 2011 e, em seguida, realizaram seis shows juntos em 2012.
May abordou o motivo pelo qual Lambert (que se assumiu publicamente algumas semanas depois do Idol), foi o ajuste certo para eles, no recente documentário The Show Must Go On: The Queen + Adam Lambert Story.
“Adam é realmente como nós”, disse May. “Ele tem muitas, muitas cores, então podemos explorar algumas dessas estranhas expressões de que o Queen gosta.”
O que May não disse é que Lambert é gay. Além de todos os requintados jams de rock do Queen, eles foram também um dos primeiros e maiores atos a abraçar a queerness, mesmo que não tenha sido explicitamente declarado. E isso ainda importa.
A memória de Mercury permeia cada nota da apresentação de Lambert e Queen. É difícil assistir sem pensar em quem Mercury poderia ter se tornado, se ao menos ele tivesse permissão para se assumir completamente e ainda explodir as portas de arenas ao redor do mundo em 2019 (ele morreu vítima da AIDS 28 anos atrás). Em vários momentos durante o concerto, imagens de Mercury aparecem em um monitor de vídeo. Ele está forte, bonito e imponente, e a multidão enlouquece. Ainda é o show dele, afinal de contas.
Por horas, Lambert e Queen sacam os hits (e são tantos). Como por exemplo, “Somebody To Love”, “Crazy Little Thing Called Love”, “Fat Bottomed Girls”, “Another One Bites The Dust”, “Radio Ga Ga”, e, é claro, “Bohemian Rhapsody”.
Mas um momento de silêncio no meio do show, tem May sozinho com seu violão em um banquinho na frente do palco cantando a lamentosa “Love Of My Life”. A multidão balança enquanto as luzes dos milhares de telefones na plateia brilham como estrelas por toda a arena. Taylor se junta a May em um ponto, e isso mostra que esses homens que estavam com a estrela mais brilhante, Mercury, desde o começo, estão mantendo seu legado vivo para novas audiências.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fonte: Advocate
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