Review by Forbes do Show Queen + Adam Lambert em Los Angeles – 19/07

Queen e Adam Lambert entregam um show magistral em todos os sentidos, no Fórum, de L.A.

Como Adam Lambert sinalizou no início da noite em um dos dois shows esgotados no Fórum de LA, ele vem se apresentando com a banda Queen há oito anos. Então, não se trata de uma novidade vê-los juntos.

No entanto, este é o primeiro post da turnê mundial após o filme premiado e sucesso de bilheteria “Bohemian Rhapsody”, que trouxe lembranças a uma geração que cresceu juntamente com a Banda Queen e também mostrou aos fãs mais jovens, que talvez nunca soubessem, que Freddie Mercury está na lista de um dos maiores frontmans de rock de todos os tempos.

Com isso em mente, o que Lambert e Queen fizeram nos últimos anos tem sido mais impressionante e impactante.

Nos anais do rock, eu só consigo comparar o mesmo acontecimento nos mesmos termos com o AC/DC, que se recuperou da morte de Bon Scott, com Brian Johnson e seu maior álbum de todos os tempos, o “Back In Black”, e em anos mais recentes, Alice In Chains, que continuou anos após a morte de Layne Staley, com o novo cantor William DuVall e o grupo New Order, exemplos de bandas que conseguiram ter um segundo ato nos palcos bem sucedido, após a morte do vocalista (sim, eu posso estar esquecendo outros, eu sei).

Mas com todo o respeito a todos os grandes cantores dessas bandas, por melhores que fossem, e eu sou fã de todos eles, eles não eram Mercury. Teria sido como se o Led Zeppelin continuasse sem Robert Plant, o Aerosmith, sem Steven Tyler, os Rolling Stones, sem Mick Jagger. Essa é a rara companhia em que Mercury se encontra no panteão dos grandes cantores de rock.

Então, como Queen e Adam Lambert realizaram seu impressionante segundo ato? Para começar, Lambert, é um vocalista de rock notavelmente talentoso por conta própria, o cara é um vocalista de rock superstar, como ele mostrou várias vezes e como pode ser comprovado no Fórum.

“Vou me dirigir ao elefante rosa na sala”, disse ele, rindo. “Eu não sou Freddie. Não há como substituir Freddie Mercury porque há apenas um, um cara chamado Freddie Mercury.”

De maneira muito simples, Lambert nunca poderá ser Mercury, e ele é inteligente e humilde o suficiente para deixar de lado todo o ego e se sentir confortável sendo Adam Lambert, o que, como já disse, é muito bom.

Uma coisa que o “Bohemian Rhapsody” lembrou a todos é a incrível variedade de músicas que Queen produziu em sua carreira.

De roqueiros ferozes como “Tie Your Mother Down” à balada de “We Are The Champions”, ao estilo lúdico de “Bicycle Race” ao leve toque de disco de “Radio Ga Ga”, Queen era mestra de incontáveis gêneros de rock, em parte por causa da incrível versatilidade de Mercury. Então, para qualquer cantor poder absorver toda essa gama versátil, é um feito impressionante. Três ou quatro cantores podem conseguir fazer o que Mercury fazia e Lambert faz tudo com facilidade graciosa como ele fez nesta noite, lidando com todas essas músicas brilhantemente.

Ainda assim, tão grande como possa ter se mostrado, Lambert foi apenas o co-star nesta noite. E muitas das razões pelas quais essa reinicialização do Queen funciona, é porque Lambert é um fã de música, como ele mesmo mostrou em nossa recente entrevista sobre Who I Am (cuja tradução publicamos aqui).

Então ele se sente animado e grato por compartilhar os holofotes com o brilhante guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor, assim como o resto da banda, em turnê nesse momento.

É interessante ver as posições de May e Taylor. Certo ou errado, são os cantores que geralmente recebem a maior parte da atenção nas bandas e quando você está falando sobre alguém tão carismático e dinâmico como Mercury, é especialmente o caso.

No entanto, fale com outros músicos e eles irão apontar corretamente, que May e Taylor respeitosamente também estão entre os maiores de todos os tempos, na guitarra e bateria. Parte da razão pela qual Queen é capaz de continuar, era porque era uma unidade. E a banda não teria sido tão bem sucedida sem os riffs de May, em músicas como “Tie Your Mother Down” e a abreviada “Keep Yourself Alive”, que eles fizeram nesta noite. E nesta noite, que por acaso era seu septuagésimo segundo aniversário, Brian estava ardendo em chamas no palco.

Assim como Mercury tinha um alcance incrível, May mostrou sua versatilidade com um acústico de “Love Of My Life”, em homenagem a Mercury. Apresentou um momento repleto de magia em que May diz: “Eu tenho um presente para vocês”, e surge um clipe de Mercury cantando no telão.

Essa pode ser a maior razão para o sucesso de Queen e Lambert. Ao contrário de tantas outras bandas, eles não estão tentando fugir do passado, nem estão romantizando-o. May e Taylor perderam um amigo, um parceiro e companheiro de banda que eles claramente amavam. E eles tratam isso como tal. A coisa mais impressionante em uma noite que foi espetacularmente impressionante em todos os níveis, foi como graciosamente eles lidaram com os tributos e celebração de Mercury.

Esta foi uma celebração de Mercury, mas foi tanto uma celebração do espírito da Banda Queen, como dos incríveis talentos de Lambert, May e Taylor, e isso foi vibrante e vital. Foi uma homenagem ao passado, mas tanto como sendo um lembrete do passado, estes são músicos que agora estão no topo absoluto de seu próprio jogo, o que o torna uma pura alegria ao assistir.

Por Steve Baltin – Escritor e colunista da Revista Forbes, que já trabalhou na Billboard, Rolling Stone, The L.A. Times, Yahoo, Vice, entre outros.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Mônica Smitte
Fontes: @SBaltin e Forbes

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