Entrevista ao Jornal Herald Sun – Jul/2019

No início do mês (06), o Jornal Herald Sun da Austrália, publicou uma entrevista realizada com Adam, cuja entrevista você somente poderá ler uma vez ou ainda se assinar o site, mas conseguimos fazer a tradução para vocês. Confira abaixo:

Adam Lambert: “Vinho tinto e maconha é uma boa receita para aventuras sensuais.”

Seria impossível fazer turnê com o Queen por cinco anos sem Adam Lambert ter assimilado nada.

Seu novo álbum “Velvet” tem sido inspirado via osmose pela som da banda de rock clássico.

“Artística e criativamente isso é o mais próximo que meus dois mundos já chegaram – minha carreira solo e cantar com o Queen”, Lambert disse.

“Foi algo consciente. Eu queria fazer um projeto que fosse mais vintage em suas referências. Eu estava fazendo umas coisas EDM bem modernas antes do Queen. Tendo passado todo esse tempo com a banda, isso se tornou parte de mim, e me formou como o artista que sou agora. No passado eu estava perseguindo a ideia de ser atual atual atual. Agora, atemporal é muito mais divertido. Eu amo a ideia de fazer músicas que não vão soar ultrapassadas em um ano.”

O que é uma sorte. Depois do seu último álbum, “The Original High” (2015), o cantor americano de 37 anos cortou laços com grandes gravadoras.

Ele assinou contrato com a Empire, gravadora independente dos EUA (que também é o lar da antiga jurada do X Factor Austrália, Iggy Azalea), e planeja gotejar músicas em antecipação a um EP ainda este ano, que será a primeira metade de “Velvet”, com a segunda vindo no ano que vem.

“Não há um comitê de pessoas cuidando do orçamento e lidando com um monte de outros artistas”, Lambert explica.

“É mais direto. Eles querem que eu me sinta criativamente empoderado, isso é diferente para mim, me sentir completamente no comando.”

Lambert admite que seu trabalho com o Queen é “lucrativo” – outra razão que permitiu que ele se tornasse um artista independente.

“Eu sou alguém que investe no meu próprio projeto. Quando você é um artista preocupado com o financeiro, há coisas diferentes te motivando. Eu tenho o luxo de poder focar nesse projeto porque não estou pensando em pagar meu aluguel. Eu tenho essa sorte. No passado, eu não sofria só pressão do exterior; quando você chega a um ponto nesse jogo, em que como artista, ganhar dinheiro se torna a sua motivação. ‘Oh, precisamos de um hit, eu quero que o máximo de pessoas gostem disso porque é isso que está na moda agora’. É fácil perder de vista sua própria integridade nesse jogo, é uma luta. Parte de eu voltar à mesa de trabalho foi ‘Ok, por que eu faço música e qual é o tipo de música que mais faz sentido fazer neste momento?’ Eu acho que acertei em cheio dessa vez, o que é ótimo.”

Até agora, Lambert lançou a sombria “Feel Something” (“Eu queria falar sobre meu coração e o que ele passou”), “New Eyes” (inspirada em seu relacionamento com o modelo espanhol Javi Costa Polo) e “Comin’ In Hot”.

“Essa é a evolução do álbum. Começa no ponto zero, e então escala e cresce. Uma coisa que eu entendi como um adulto que está nessa terra há algum tempo, é que sua felicidade depende de você. Esse é o tema básico do álbum. Musicalmente, é glamour, é soul, é funk, é disco. Eu tentei um tipo de emoção em que não havia tocado antes, em outros álbuns. Talvez isso venha de estar o mais confortável que já estive no meu próprio corpo, conhecendo meu coração melhor do que nunca.”

“Comin’ In Hot” também tem uma letra escondida em plena vista “vinho tinto e maconha.”

“É legal na Califórnia, não estou incitando nada ilegal de onde eu venho. Vinho tinto e maconha é uma boa receita para aventuras sensuais. Há um tom herbáceo neste álbum, no desenvolvimento dele, com certeza.”

Uma nova música, “Superpower”, foi escrita como um hino para a comunidade LGBTQ.

“Eu trabalhei com mais mulheres, pessoas queer, e mais pessoas queer de cor do que nunca neste álbum. Isso formou alguns dos ângulos e assuntos subjetivos e um pouco da vide e som [do álbum]. Está mais próximo da minha comunidade do que nunca.”

O segundo álbum de Lambert, “Trespassing”, de 2012, foi a primeira vez que um artista abertamente gay chegou ao 1º lugar nas paradas americanas.

“Isso serviu para provar que existia uma audiência para um artista como eu. Agora você vê um monte de pessoas queer diferentes, você não pode colocar a gente em uma caixa. Não é mais um nicho, nós estamos fazendo todo tipo diferente de música. Nós somos todos diferentes, o que lembra ao público que todos temos métodos diferentes e que no final das contas, somos todos humanos. Não somos tão diferentes de vocês, todos sentimos as mesmas coisas.”

Lambert fez uma breve aparição no filme do Queen, “Bohemian Rhapsody” – ele faz um caminhoneiro que tenta pegar Freddie Mercury, que ainda não tinha se assumido, em uma parada de ônibus nos EUA.

É uma cena breve, mas Lambert estava pronto para expandi-la, em nome da arte.

“Eu perguntei ao diretor ‘Tem certeza de que você não quer fazer uma tomada dentro do banheiro? Mostrar o que transparece?’”, ele ri. “Ele disse que não.”

Ele assistiu ao debate sobre a “gayzisse” de “Bohemian Rhapsody”, à distância.

“Eu sou um cantor na banda, quando estamos em turnê, o filme não é meu. É um debate interessante. Essa foi uma interpretação da vida desse astro do rock lendário. Ele revigorou uma fanbase que já estava indo muito bem, não estávamos com problemas para esgotar as arenas das turnês, mas o filme trouxe uma nova geração. Foi um filme que sabia para qual audiência teria apelo, tinha uma certa classificação, eu acho que eles arrasaram no que diz respeito às suas metas. Comparando ao filme do Elton John, ele ainda está vivo. Isso munda o caminho que o filme toma. Freddie não está mais conosco. Eu acho que a banda foi muito respeitosa com a memória dele, no que diz respeito a tratar esse assunto com uma certa reserva, porque ele não está aqui para dizer ‘Ah, quer saber, vamos mais fundo nisso’. É diferente, só isso.”

Lambert está no meio dos ensaios para a próxima turnê com o Queen, que vai para estádios na Austrália, depois do sucesso de “Bohemian Rhapsody”.

Sua última turnê viu Lambert cantar seu hit solo “Whataya Want From Me”.

“Eu disse ‘Vocês têm certeza de que querem fazer isso?’ É uma grande honra. Isso é Queen. É o catálogo deles. As músicas do Queen são mais icônicas do que qualquer coisa que eu já tenha feito. É um verdadeiro elogio para mim, quando eles decidem que querem tocar uma das minhas.”

Existem planos para incluir músicas menos famosas do Queen para manter os fãs ferrenhos felizes, assim como os hits clássicos para satisfazer a audiência mais jovem, que o filme trouxe.

“Às vezes Brian (May) e Roger (Taylor) querem tocar uma música que não me é familiar, o que é ótimo, mantém as coisas frescas.”

Enquanto alguns podem pensar que Lambert é um superfan de Freddie Mercury, ele tem aprendido ao longo do caminho.

“Minha primeira experiência com o Queen foi comprar o segundo ‘Greatest Hits.’ Aqueles álbuns foram o que eu sabia do Queen por muito tempo. Então, eu comecei a trabalhar com a banda e mergulhei no catálogo deles. Eu aprendi muito, o fato de que eu descobri músicas que não conhecia é legal.”

O cantor diz que seu trabalho com o Queen nunca teve uma data para acabar – ele está feliz fazendo ambos os projetos enquanto puder.

“Nós nunca sentamos e dissemos ‘Ok, essa vai ser a última’ Continua evoluindo e crescendo, o filme obviamente aumentou o momentum. Nós terminamos cada turnê e há sempre outra coisa sendo oferecida. É ótimo. E mais, as canções estão dentro de mim agora. Eu não tenho que me preocupar muito com isso. Como Brian e Roger, eles conhecem as canções, elas são parte deles, isso ajuda. Não é mais uma empreitada tão desconcertante.”

Caso não consiga acessar diretamente no link do site, e queira ler o conteúdo em inglês, você pode clicar aqui.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fontes: @14gelly e Herald Sun

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