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08jun2019
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Tradução da Entrevista de Adam Lambert na Euphoria Magazine
Confira a tradução da entrevista de Adam a Euphoria Magazine, cujas fotos clicadas por Jack Alexander já publicamos aqui anteriormente:
Não há artista que tenha uma carreira como Adam Lambert. Desde que fez sua audição com “Bohemian Rhapsody” no American Idol, ele vendeu turnês mundiais, vendeu mais de 5 milhões de singles, bem como em um ciclo fechado, se tornou vocalista da lendária Queen. Cada um de seus álbuns tem sido relativamente diferente sonoramente e definitivamente individual, influenciado por múltiplos gêneros incluindo, mas não limitado, pop, eletrônico, funk e disco. Com seu novo single “New Eyes” que faz parte de seu novo álbum “Velvet”, Adam assume um passo ousado e sem precedentes para desenhar influências sonoras e gêneros inexplorados para criar músicas que são atemporais, mas engenhosamente inventivas.
Refletindo sobre o lançamento de “New Eyes” Adam explica alegremente “É divertido. Tem diferentes maneiras de escolher um single e tem diferentes maneiras de lançar uma música, todo mundo tem sua estratégia. Eu tenho feito isso por dez anos e tentado diferentes maneiras e tenho várias ideias diferentes. Eu decidi nesse confiar no meu instinto. ‘New Eyes’ é romântica, é sobre encontrar o amor. É sobre ser re-inspirado para ter esperança, sonhar e ver as coisas sob uma nova luz. Às vezes precisamos de encontrar alguém especial para isso, para meio que reviver sua inocência e alegria.
É uma resposta perfeita a “Feel Something” que foi como um pedido para apenas sentir algo porque eu comecei em um lugar entorpecido. Essa música é como, hey, é aqui que eu estava e encontrar você me fez ver as coisas novamente. Agora eu estou sentindo algo. Eu estou sentindo amor. E também é realmente uma vibe, é apenas uma vibe sonhadora meio romântica.”
O pungente que afeta “Feel Something”, seu primeiro lançamento desde que lançou “Two Fux” em 2017, viu Adam disposto a mostrar sua vulnerabilidade de uma forma quase irresistivelmente autêntica. “Eu estava ansioso para dar aos meus fãs um gostinho do que eu estava trabalhando, porque tem sido um longo processo. Eu queria estabelecer onde eu estava porque o álbum demorou quase três anos para ser terminado. Tem sido um longo processo por muitas razões. Sabe, para mim, eu não estava com pressa. Eu senti que queria realmente ter o meu tempo e ter certeza que eu tinha o som que eu queria e tinha as histórias e músicas que pareciam reais para mim.
Essa canção culminou o que eu tinha, onde eu estava quando o álbum começou a ser montado. Eu meio que estava em uma rotina, eu estava me sentindo um pouco criativamente instável e sem inspiração. Eu tive algumas situações de negócios que estavam me deixando um pouco frustrado, eu estava um pouco esgotado em geral. Então essa música é sobre isso, é sobre estar entorpecido e admitir isso para si mesmo, mas também admitir para si mesmo que não é o que eu quero, eu realmente quero sentir algo. Eu quero mais e eu vou sair desse lugar.”
Com “New Eyes” é obviamente evidente que ele encontrou a satisfatória afirmação da vida através de um romance apaixonado, mas suas passagens como vocalista da lendária Queen parece ter energizado ele de uma maneira distinta. “Obviamente eu tenho estado bastante na estrada desde o meu último álbum. Isso sempre enriquece minha espiritualidade e artisticidade. Eu sempre sinto que aprendo tanto com Brian e Roger e eu recebo muito dos fãs do Queen que a gente se apresenta. E você sabe, claro, eu tenho viajado e tenho minhas várias noites fora aqui e ali, e tido vários pequenos encontros e affairs. Muito do álbum é sobre conexão e relacionamento. Ser um músico viajante, você tem um tipo de vida amorosa muito especifica e interessante”.
Essa vida amorosa peculiar sem dúvidas serviu de grande inspiração para a letra contagiante de “New Eyes”. “Eu estava escrevendo essa música com Paris Carney e Jamie Sirota, duas pessoas maravilhosas. E eu estava dizendo, bem, eu quero escrever algo romântico sobre encontrar alguém que muda tudo para você. O que também pensamos sobre como essa letra de ‘New Eyes’ é que essa pessoa que eu estou falando sobre, é inocente e seu olhos são novos. Não é que seus olhos são novos para mim, são novos para ele também. Eles são inocentes. Eles não estão cansados e amargurados, e eles não passaram por um monte de porcaria. Eles são novos e olham para as coisas claramente.”
Essa revitalização de energia efervescente provavelmente influenciará seu próximo álbum “Velvet”. Falando da inspiração por trás do título, Adam timidamente explica: “Bom, foi o que eu quis dizer. É meio que a intenção. Quer dizer, eu acho que essa palavra meio que evoca muitos visuais e sentimentos diferentes. E eu acho que cada um pode chegar a sua própria conclusão sobre isso. Com cada música que eu lançar o álbum vai se revelando em seu conceito e significado.”
Enquanto o conceito do álbum é ainda um mistério atraente. Não é difícil imaginar de onde vieram algumas das inspirações sonoras. “Definitivamente tem alguns momentos nesse álbum que você poderá ouvir alguma influência do Queen, claro, e eu acho que é natural nesse ponto. Eu acho que como um todo, eu não necessariamente modelei intencionalmente para que soasse como Queen, mas eu intencionalmente digo que eu queria fazer algo que parecesse vintage. Isso parece um pouco mais antigo.
Eu sou um grande fã da música do anos 70 e começo dos anos 80. Quer dizer, eu amo música pop também. E definitivamente há uma produção moderna e toques modernos. Mas eu apenas queria me apoiar nesse tipo de música que eu cresci ouvindo e que me fez querer ser um músico. Eu realmente quero honrar isso com esse álbum.”
Enquanto trabalhava em seu novo álbum “Velvet”, Adam também encontrou tempo para fazer uma aparição em “Bohemian Rhapsody”, o sucesso de bilheteria baseado na história do Queen. Refletindo sobre sua experiência e a ressonância do filme, Adam disse “Foi muito divertido, quer dizer, eu estive no set apenas por uma noite e foi muito legal estar lá e ver tudo em ação. Porque eu estava escutando sobre o filme por anos, com seu planejamento e escrita, diretores, atores e tudo isso. Eu estive meio que por dentro do processo. Então estar no set, foi como um ciclo completo.”
“Eu achei divertido que o primeiro momento que Freddie realmente questiona sua sexualidade foi baseado no meu personagem dando uma olhada para ele. Eu achei meio irônico. Eu estou tão feliz pela banda, eu acho que o sucesso do filme é tão animador porque eles têm uma nova empolgação sob ele, meio que revigorou um certo elemento da marca. Eu até acho que agora temos fãs mais jovens que começaram a gostar de Queen por causa do filme. Eu estou realmente animado de ir em turnê esse verão porque eu acho que vamos ver um fluxo de novos fãs que não vimos durante esses últimos seis anos.”
Essa jornada de seis anos foi recentemente narrada em um documentário na ABC, intitulado “The Show Must Go On: The Queen + Adam Lambert Story”. “Foi louco. Eu sempre tento colocar as coisas em perspectiva. Sempre ajuda a clarear as escolhas que fazemos artisticamente. Mas ver tudo isso em um documentário em horário nobre foi uma honra. Eu estou muito lisonjeado e honrado que o Queen quis fazer esse documentário. Eu estou muito orgulhoso e me sinto muito sortudo que essa oportunidade tenha aparecido e se tornado um projeto a longo prazo. Eu realmente não pensava que seria assim, eu achei que seria uma coisa única e curta. Mas foi apenas um presente que continuo ganhando.”
Manter uma carreira solo enquanto atua como vocalista de uma das maiores bandas do mundo pode soar desafiador para a maioria, mas Adam Lambert consegue isso sem esforço, ponderando sobre essa conquista com uma modéstia segura. “Eu acho que são meio complementares. É como quando parece certo, é certo. Esse verão eu tenho uma turnê com o Queen, é mais ou menos seis semanas de duração e eu estou realmente ansioso para isso. Eu acho que vai ser incrível. E são seis semanas de um ano inteiro. Todo o resto está disponível para meu trabalho solo.”
Obviamente, Adam é bem acostumado em apresentar as músicas do Queen, mas uma performance recente de “Believe” de Cher, foi suficiente para levá-la às lágrimas. Refletindo sobre a diferença de apresentar sua própria música e covers, Adam disse, “é interessante porque são dois pensamentos diferentes. Quando eu canto um cover, é geralmente uma música que as pessoas já escutaram muito. Tem algo sobre cantar uma música que as pessoas já conhecem e que você sabe que eles gostam. É um trabalho mais fácil de certa forma. Mas tem vezes que é desafiador, como quando você está cantando uma música de Freddie Mercury que é um deus do vocal e que as pessoas logicamente amam, é aí que fica complicado.
Minha intenção como um cantor é não ser comparado a ele ou tentar competir com Freddie. É mais meio que apenas cantar uma ótima canção para pessoas que querem ouvir uma ótima canção. Então isso é interessante, e eu acho que com a minha própria música, a alegria que eu ganho é que aquela é minha criação. É algo que eu criei e fiz e é meu. É minha expressão e é uma extensão da minha experiência. Obviamente, quando eu subo no palco com o Queen, eu sempre tento encontrar minha interpretação pessoal da música para fazê-la real, mas como um compositor é um mundo completamente diferente. Com esse álbum, eu estou realmente animado de dizer que eu co-escrevi todas as músicas do álbum. Elas são todas meus bebês. É uma história que é especifica para mim. Isso permite que quando eu escrevo uma música, eu digo o que eu quero dizer.”
Antes de sua aclamação e sucesso, Adam encontrou a fama na oitava temporada do “American Idol”, no qual ele eletrificou milhões semanalmente com suas performances deslumbrantes e ousadas. “Idol tem seu tipo próprio de pressão. Obviamente, é na televisão para milhões e milhões de pessoas. Eu acho que tínhamos algo como 30 milhões de espectadores em cada episódio mais para o fim. Então, logicamente, era uma grande pressão. Com o Queen, definitivamente houve uma pressão e ela ainda existe. Mas eu acho que especificamente no começo quando eu ainda não tinha me provado com a banda ainda, eu acho que foi quando eu senti a maior pressão.
Eu sabia que os fãs seriam céticos e meio que levar um tempo para se acostumarem comigo. E também, você sabe, eu sabia que eu a banda nos conectamos de cara quando nos conhecemos na final do ‘American Idol’. Mas eu também não tinha apresentado um show de duas horas com eles. Então foi uma pressão dupla. Ver eles andando pelo palco e sentirem tanta alegria de estarem se apresentando até hoje realmente me contagiou e me fez perceber o quanto essa oportunidade era especial.”
Refletindo sobre sua jornada desde do “American Idol”, Adam disse, “Esses últimos 10 anos tem sido uma espécie de montanha-russa porque a indústria mudou de uma maneira bem dramática. Isso tem sido muito interessante de se aplicar em minha experiência. Eu não acho que mudaria alguma coisa, porque eu sinto que tive uma jornada muito boa. Eu acho que uma das coisas que eu sinto que estou fazendo mais agora do que antes é realmente confiar nos meus instintos. É um aprendizado de tentativa e erro. ‘American Idol’ foi um grande show, e saindo do Idol, de repente, eu tinha uma base de fãs e uma audiência finalmente, e eu tinha gravadoras interessadas em trabalhar comigo. Minha primeira vez foi como uma prova de fogo e todo mundo estava assistindo.
Então qualquer erro pequeno seria notado mais do que alguém que estava começando do zero. É uma situação com uma pressão ainda maior. Naquele tempo, não havia um modelo real a ser seguido, especialmente por ser um artista assumido, você sabe, um artista gay na música pop americana. Era, não tinha ninguém lá fora que eu pudesse olhar e ver como tinha feito. Eu sei que eu estava apenas sendo eu mesmo, mas todas as pessoas ao meu redor em termos de negócios estavam bem, como fazemos isso? Nós não sabíamos. E claro, isso fez com que ficasse mais confuso para confiar em meus instintos. Definitivamente foi uma experiência de aprendizado. Mas ao mesmo tempo, era muito animador porque não tinha mais ninguém lá e era como um campo aberto para mim. Isso me permitiu apenas tentar, o que foi legal.”
Enquanto ele aparentemente parece apreciar a pressão e natureza sem precedentes de sua jornada artística, ele ainda encontrava desconforto. “Definitivamente tinha momentos em que eu ficava estressado e tinha momentos em que eu ficava tipo, bem, isso é animador porque é novo. Eu sabia disso, que indo muito bem naquele show, e estando na, você sabe, consciência cultural pop e tendo a oportunidade que eu tive, eu sabia que estava fazendo uma mudança para as pessoas. Não tinha mais ninguém fazendo isso e eu peguei a oportunidade de tentar fazer algumas declarações. Eu mantenho essas declarações porque eu sentia que elas precisavam ser feitas.”
Dez anos depois, ele ainda não se contentou com o sucesso obtido e seu próximo álbum “Velvet” e seu recém lançado single “New Eyes”, vem demonstrando sua vontade feroz de experimentar e desenvolver seu som. “No meu último álbum, eu intencionalmente fui até Max Martin, quem eu respeito muito e sou um grande fã de seu trabalho, E eu disse, eu quero fazer um álbum realmente pop moderno, e eu quero fazer com você. Nós fizemos e foi super pop contemporâneo e progressivo. Eu definitivamente tinha entrado na pista pop contemporânea com meus dois últimos álbuns antes disso. Sim, mas eu acho que ‘The Original High’ foi provavelmente o mais avançado em pensamento. E a ironia é que agora com ‘Velvet’ eu estou na verdade fazendo o oposto. Eu estou tentando me apoiar no passado. Como um artista, eu sempre gosto de ter inspiração e um mundo em que o projeto vive, é assim que meu cérebro criativo pensa. É por isso que eu demorei tanto nesse projeto, apenas buscando um mundo que ele exista e eu acho que eu encontrei.”
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fontes: Euphoria Magazine e @OoftaBop
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