Glamour Magazine entrevista Adam – Maio/2019

Confira a entrevista realizada recentemente por Millie Feroze da Glamour Magazine:

Adam Lambert fala como a masculinidade pode ser tóxica e sobre como beleza e gênero são coisas superficiais

“As massas estão entendendo que masculinidade por ser tóxica, que se forçar de mais para ser um homem tem consequências”

Adam Lambert está, sem dúvida, vivendo o melhor de sua vida. O cantor e compositor tem uma indicação ao Grammy, três álbuns de sucesso e três milhões de álbuns vendidos e ele também está à frente da lendária banda de rock Queen. Como se poderia esperar ao entrar no lugar de Freddie Mercury, o glamour completo é imprescindível, e Adam está mais do que feliz em obedecer. “Freddie me dá permissão para levar a esse nível”, diz ele sobre seu estilo feroz no palco.

Como o primeiro artista gay assumido no topo das paradas americanas, Adam desempenhou um papel fundamental na mudança de atitude da indústria da música em relação ao gênero e à sexualidade. “Quando comecei nos EUA, não havia ninguém no meu nicho e agora todas as cores do arco-íris estão representadas na música – é fabuloso”.

Aqui, no lançamento de seu novo single, New Eyes, Adam fala a Glamour sobre a toxicidade da masculinidade – “se esforçar demais ou tentar demais ser homem tem consequências” – e porque um lenço de papel é seu melhor truque de beleza.

“Ser gay na indústria da música não é mais tabu”

As políticas de identidade estão muito mais no centro das atenções agora do que há dez anos. O público quer se ver representado por certos artistas e a indústria da música está finalmente respondendo a isso. Para mim, pessoalmente, sendo um artista gay, vejo tantos artistas assumidos e orgulhosos e isso é lindo porque quanto mais conversamos, menos estigma existe. Quando eu comecei nos EUA, não havia ninguém no meu nicho e agora todas as cores do arco-íris estão representadas na música – é fabuloso.

“Masculinidade pode ser tóxica”

Quando comecei há dez anos, lembro-me da maneira como me sentia em relação à minha masculinidade e feminilidade. Eu senti que tinha algo a provar. Eu estava tentando fazer uma declaração porque eu não vi muito disso e foi frustrante porque eu entendi exatamente o que eu estava tentando dizer, mas acho que foi mal interpretado às vezes. Hoje em dia, toda essa conversa está definitivamente em destaque e as massas estão entendendo que a masculinidade pode ser tóxica, que se esforçar demais ou tentar demais ser homem tem repercussões. Coloca muito estresse em um jovem, independentemente da sexualidade. Tentar se encaixar nessa ideia do que um homem é, pode ser tão limitado! Eu ainda não acho que essas conversas estão acontecendo o suficiente com homens jovens e adolescentes. É incrivelmente importante dar um descanso aos rapazes nesses anos fundamentais.

Você também pode ir ainda mais longe na conversa sobre gênero e o movimento trans e ver o quão surpreendentemente longe nós chegamos nos últimos 10 anos. As crianças na escola precisam saber que haverá tantas representações diferentes de gênero e todas elas devem ser respeitadas. É lindo como a próxima geração está entendendo isso.

O que é interessante sobre gênero é que a expressão de identidade pode ser tão simples quanto moda, cosméticos, a forma como você faz o cabelo ou o que veste, mas todos sabemos que é uma maneira superficial de ver o que e quem você é. Todos nós sabemos que beleza e gênero são superficiais. É tudo sobre como você se sente, seu espírito, seu coração e sua mente, de modo que tirar conclusões sobre alguém com base em na cor que eles estão usando, bem, nós temos que fazer melhor do que isso.

“Freddie Mercury me deu permissão para me expressar”

Quando descobri Freddie Mercury nos meus 20 anos, eu fiquei realmente obcecado com a banda e assistia a filmagens antigas dele e de suas roupas. Freddie estava realmente indo com tudo e claramente tinha senso de humor. Ele estava meio que zoando a si mesmo. Era tudo ridículo e isso fazia parte do charme. Ele permitiu que as pessoas sentissem o senso de diversão e extravagância que eu acho que é uma forma de arte em decadência, mas Freddie acertava em cheio. Ele foi extravagante, inteligente e espirituoso com isso, o que me inspirou muito. De certa forma, quando comecei a trabalhar com o Queen, olhar para Freddie e sua história de estilo, é uma espécie de passe livre. Não há um limite e o público entende. Freddie me dá permissão para levar a esse nível. Além disso, eu não vou ficar lá em cima e fazer um set com o Queen de jeans e camiseta, isso seria ridículo e totalmente diferente do que eles são. Para mim, é showbusiness, é performance, é para ser exagerado.

“Minha abordagem da beleza costumava ser limitada pela necessidade de ser acessível às massas”

Eu tinha alguém no meu ouvido logo no início, dizendo que a maneira como me vestia ou me expressava era desconcertante e desconfortável. 10 anos depois, é tão diferente. As pessoas reconhecem que é apenas sua expressão e estilo pessoal. Parecia que antes havia apenas um punhado de artistas que cada gravadora estaria impulsionando, enquanto agora com a forma como a música e a TV são transmitidas, há muito mais opções e você vê muito mais diversidade. Isso ajuda a criar um ambiente onde há espaço para todos.

“Eu ainda sou excêntrico, ainda gosto de glamour, mas meu visual é mais refinado”

De volta aos dias do American Idol eu estava tão animado e tinha tantas ideias, inspirações e achava que mais era mais. Eu não acho que há algo errado com isso, mas agora eu estou mais inclinado para o menos é mais. Não me entenda mal, eu ainda não sou sutil ou comum, mas eu definitivamente refinei meu look. Ainda sou excêntrico, ainda gosto de glamour e outras coisas que são um pouquinho fora do normal, mas acho que é mais refinado.

“Maquiagem é minha forma de expressão”

É interessante porque significou coisas diferentes para mim em diferentes momentos da minha vida. Logo no início, quando me apaixonei por usar maquiagem pesada e esmalte de unhas, senti que era uma forma de expressão e rebeldia. Isso me fez sentir poderoso e diferente e se tornou minha marca, mas em algum momento eu quase senti como se estivesse me prendendo com a maquiagem ou me cobrindo com ela como uma máscara ou defesa. Uns dois anos atrás eu decidi tirar tudo e ficar tão natural quanto possível, porque eu queria me abrir e me sentir vulnerável. Agora, quando eu uso um pouco do glam, estou de volta ao local de expressão e é só eu querendo me divertir, sou eu sentindo uma fantasia.

Meu prazer culpado de beleza é…

Eu amo rímel, eu gosto do jeito que faz seus olhos se abrirem e te deixa mais acordado. Outra coisa pela qual me apaixonei é o hidratante colorido da Make Up For Ever.

“Meu melhor conselho de beleza é…”

Sono e água – de volta ao básico. Quando estou viajando muito, a falta de sono e desidratação dos voos é visível no rosto. Lavar o rosto com água fria é bom para o inchaço. Outra dica que recebi de um maquiador é pressionar um lenço de papel no rosto para tirar o excesso de oleosidade. Isso é particularmente útil quando faço filmagens longas e o pó começa a ficar pesado.

“Eu sou obcecado pelos produtos SkinCeuticals”

Toda a gama é absolutamente brilhante. Eu nunca encontrei nada a que eu tenha respondido tão bem. Eles têm produtos para todas as suas diferentes necessidades, por ex. envelhecimento, acne, ressecamento, e a embalagem também é ótima – não é um monte de bobagem, é a ciência. Quando eu era adolescente, eu tinha uma acne muito ruim, então estou ciente da importância de cuidar da minha pele.

“Estar no palco é meu momento de glamour total”

Eu uso delineador branco no interior da linha de água e é como bam! Outra coisa quando estou no palco é que estou correndo e suando, então vou usar uma base fosca que tenha cobertura completa. Eu amo muito a da Make Up For Ever. A maquiagem dos olhos também precisa ser à prova d’água.

“Você não precisa ter tanquinho se tiver família e bons amigos”

Eu tento parar e levar em conta como tenho sorte e o que tenho na minha vida. Se eu estiver me sentindo negativo ou triste, paro e penso em como algumas pessoas estão pior. Eu também tendo a voltar 10/15 anos atrás e comparar com onde estou agora. É tão ruim? Não. Contentamento é uma coisa complicada porque todos nós queremos mais e nada é bom o suficiente. Eu aconselho as pessoas a desligar o telefone, respirar fundo e pensar onde você está no momento, quem você ama e quem ama você. Pense nos relacionamentos, sua família ou seus amigos próximos, porque isso é o mais importante. Você não precisa ter um tanquinho se tiver família e bons amigos.

O novo single de Adam Lambert, “New Eyes”, já está disponível.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fonte: Glamour Magazine

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