Tradução da Entrevista de Adam Lambert na Revista Client

Confira a seguir a tradução completa da entrevista de Adam Lambert da Revista Client de Londres da edição 19, de Setembro e aqui confira as demais páginas da revista:

Adam Lambert é um artista cuja voz é reconhecida pelo mundo todo e ele é uma força positiva na indústria do entretenimento. O cantor/compositor tem ficado ocupado com uma turnê mundial com a lendária banda Queen e ficamos muito animados em encontrar com ele durante sua estadia em Londres.

Adam tem o fã-clube mais leal e positivo que eu já encontrei – seus fãs têm uma atitude amável e muito bonita o que diz muito de seu caráter e talento. Nosso fundador, Ian Cole entrevistou Adam, então continuem lendo.

IC: A maioria do mundo concorda que você nasceu para ser um performer. Qual a memória mais antiga que você tem de cantar para as pessoas? Quantos anos você tinha quando percebeu que podia segurar bem uma nota e que gostava disto?
AL: Eu lembro de cantar “I Won’t Grow Up” do musical de Peter Pan em um show de talentos na minha escola quando estava na quarta série e as pessoas ficaram bem impressionadas. Eu gostei dos aplausos. Muito. Eu continuei me apresentando em musicais nos próximos dez anos depois disso em uma companhia de teatro para crianças. Eu ganhei muita experiência conseguindo papeis principais e me esforçando.

IC: Quais músicos/cantores te influenciaram enquanto estava crescendo?
AL: Eu acho que o primeiro artista que eu estava ciente dele foi Elvis. Minha avó me deu uma fita cassete de karaokê com os seus grandes hits. Eu me lembro de aprender as suas canções em um microfone com bastante eco. Sendo uma criança do teatro eu tendia para artistas que estavam lançando vídeoclipes teatrais que tinham visuais impactantes acompanhando a música. Michael e Janet Jackson e Madonna eram minhas maiores fontes de inspiração. Um tempo depois, eu desenvolvi minha paixão pelas décadas de 70 e 80, como Bowie, George Michael, Robert Plant, Boy George, James Brown e claro Freddie Mercury! Eu sempre fui a “criança esquisita” na escola, então tendo esses artistas centro-esquerda destemidos com vocais MATADORES me permitiram sonhar o que eu poderia ser um dia.

IC: Você sente falta de alguma coisa que cresceu tendo nos anos 80/90?
AL: Havia um certo ritual em ir a uma loja para COMPRAR um álbum físico. Eu sinto falta de como era a cultura de videoclipes na MTV.

IC: Entrar para a indústria da música é difícil, tendo o “American Idol” ou não. Mas o que você acha que foi o seu maior desafio?
AL: Eu acho que muitas das minhas influências vieram de décadas passadas. Eu geralmente sou comparado a ícones do passado mais do que aos contemporâneos. Tem sido complicado me sentir “atual” na música pop e continuar honrando meus instintos. Algumas vezes eu me pergunto se eu nasci na era errada ou talvez tive uma vida passada naquele tempo. Além disso, eu acho que ter caminhado na indústria musical notoriamente hétero normativa como um gay assumido e orgulhoso tem sido… um pouco complicado. As coisas estão finalmente começando a melhorar nesse sentindo, mas eu acho que quando comecei, quase uma década atrás, dificilmente tinha um outro artista gay assumido na mídia. Então eu não tinha um modelo para seguir e definitivamente encontrei alguns obstáculos pelo caminho. Retrospectivamente foi uma coisa boa, apesar de me sentir desencorajado algumas vezes. Eu fiquei muito mais forte e confiante de quem eu sou agora. Eu sinto que posso oferecer alguma esperança para as pessoas LGBTQ. Sucesso é possível.

IC: Quando te ofereceram para ser o vocalista em uma turnê com o Queen – descreva o sentimento.
AL: Eu estava bem chocado e muito extasiado. Mas no primeiro momento, eu definitivamente me senti um pouco intimidado. O que os fãs esperavam de mim? Como eu vou seguir o ícone Freddie Mercury? Eu nunca quis imitá-lo, mas ao mesmo tempo eu não queria mudar as canções. Eu me senti muito confortável com Brian May e Roger Taylor desde o início, então conforme o tempo passava tudo se tornou natural para mim. Foi uma honra ser chamado para carregar a tocha pelo Freddie e continuar o fenômeno, apresentando canções atemporais com os homens que eram parte da melhor banda de rock que já existiu. Então foi uma mistura de prazer e alegria indescritíveis, mas agora, fazer a turnê e celebrar sua música com os fãs pelo mundo tem sido incrível.

IC: Durante a turnê como tem sido a química entre você, Roger Taylor e Brian May?
AL: Nós somos como uma família neste momento – nós passamos tanto tempo juntos que nos conhecemos muito bem e aproveitamos nosso tempo juntos.

IC: Tem alguma cidade que se destacou para você nessa turnê?
AL: Eu sempre amei Amsterdã, mas eu geralmente a visitava em estações frias. Então estar lá neste último verão foi uma bela surpresa. As pessoas são tão relaxadas. A vibe é relaxante e cativante.

IC: Se apresentar com o Queen deve ter sido uma mudança de vida para você, mas eu me pergunto se isso teve influência em sua própria música. Isto afetará a evolução e direção da sua música no futuro?
AL: Teve, mas isso não significa que a minha nova música soa como o Queen. Mas tem um elemento rock, tem instrumentos ao vivo. Eu percebi que o Queen nunca se manteve firmemente preso a um gênero – eles exploraram vários gêneros em suas músicas e isso me dá a liberdade de fazer o mesmo.

IC: Você pode nomear os artistas atuais que você admira e escuta?
AL: Quanto as estrelas pops masculinas, eu acho que o Shawn Mendes é super talentoso, ele tem uma ÓTIMA voz e parece um cara muito legal. A música do Miguel é muito boa. Nombe também tem uma vibe. Estou amando uma banda chamada SPORTS e não consigo parar de ouvir The Internet. Eu sempre fico chocado com a perfeição que é a Beyonce – ela me faz querer ensaiar mais. Eu também sou continuamente surpreendido por Lady Gaga quem sempre me inspira a ir mais fundo criativamente e pensar fora da caixa.

IC: Atualmente, nós vivemos em um tempo bem turbulento política e ambientalmente. Em alguns países, tem tido grandes avanços para a comunidade LGBTQ, mas em outros é como se os direitos básicos estivessem sendo revertidos. Apesar dessas dificuldades que muitas pessoas estão enfrentando, você está com a mente aberta e animado para o futuro ou você está ficando cada vez mais frustrado?
AL: Obviamente há ainda um longo caminho a ser percorrido, mas temos tido um grande avanço. Dez anos atrás não havia tantos artistas pop abertamente gays, e em muitos aspectos as pessoas não estavam prontas e eu tive uma repercussão que não estava realmente esperando – eu estava apenas sendo eu mesmo e, claro, algumas vezes você faz essas coisas para provar um ponto mais do que qualquer coisa. Agora, no entanto, tem tantos artistas pop que são orgulhosos de sua sexualidade e muito de nós tem melhorado o panorama – como Olly Alexander de Years & Years, Sam Smith, Haley Kiyoko e Troye Sivan, MNEK e compositores como Justin Tranter estão esquentando as coisas. Eu estou animado quanto ao futuro, nós estamos começando a mudar as coisas e precisamos apenas continuar.

IC: Que conselho você daria para jovens cantores aspirantes com talento verdadeiro, mas tem que lidar com a era do ego, redes sociais e reality shows?
AL: É um mundo difícil lá fora, mas é importante que você se mantenha fiel a você mesmo, caso contrário, não vale a pena fazer isso. Redes sociais pode ser seu melhor ou pior inimigo, mas você apenas precisa fazer o que você pode fazer. Eu aprendi a não ler os comentários ou o “ódio”. Reality show não é tão ruim – eu vim de um reality show de certa maneira, mas foi um baseado no talento. Eu pessoalmente acho outros gêneros de reality show uma verdadeira perda de tempo – glorificando a mediocridade e o mundano. É realmente sobre fazer o que funciona para você e entender quem você é e não ficar perdido no barulho!

IC: Finalmente, o que você tem em seguida e pode nos falar um pouco sobre sua nova música solo?
AL: Eu tenho esperado um longo tempo para lançar novas músicas, mas eu queria passar tempo nisso para ter certeza que é exatamente o que eu quero que seja e também para que tudo esteja indo na direção certa. Eu tenho trabalhado em muitas músicas – provavelmente o suficiente para uns três álbuns – mas agora eu tenho que reduzir isso! Eu estou quase lá e estou animado – eu também estou orgulhoso disso e mal posso esperar para compartilhar. É diferente de tudo que eu fiz antes. Eu não me senti preso a uma corrente ou a um gênero e explorei muito mais, então eu acho que as pessoas vão se surpreender! Eu estou em um momento em que realmente sinto certeza sobre quem eu sou e o que eu represento, e acho que isso vai se refletir na música.

IC: Foi um prazer encontrar e trabalhar com você Adam e estamos ansiosos pelo nosso próximo encontro!

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fontes: @tinapglambert e @ScorpioBert

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