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16jul2018
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[ENTREVISTA] GQ: “Adam Lambert sobre orgulho gay, turnê com o Queen e suas tatuagens favoritas”
Confira a entrevista realizada recentemente com Adam, por Eleanor Halls da Revista Britânica GQ.
Adam Lambert sobre orgulho gay, turnê com o Queen e suas tatuagens favoritas À frente da London Pride neste fim de semana, o adotado vocalista do Queen, Adam Lambert, fala sobre o que significa ser gay na indústria da música
Tendo acabado de embarcar em uma turnê europeia com o Queen como seu vocalista, Adam Lambert está tendo o momento de sua vida. Nós conversamos com o cantor e ícone do pop de 36 anos sobre o quanto sua vida mudou desde que ele colocou seu nome em evidência no American Idol em 2009.
GQ: Você tem desfrutado das turnês com o Queen?
Adam: O Queen é como uma instituição britânica, então no Reino Unido há um senso de posse vindo da plateia britânica. Há muita lealdade e nostalgia. É realmente um sentimento caloroso.Qual foi a experiência com fãs mais surreal nas turnês?
Nós estávamos voando para a Itália e passando pela alfândega, o que é para ser muito oficial e muito sério. Mas quando eu passei pela alfândega, todos os funcionários tinham coisas para autografarmos e estavam muito animados de nos verem. Foi muito engraçado.Como a sua sexualidade afetou sua carreira?
Eu sinto que eu aceitei a minha sexualidade quando adolescente – me assumi aos meus amigos e família aos 18 anos. E como eu estava no meio artístico e em Los Angeles, eu estava em um ambiente muito aberto, então eu não tinha realmente muitas dificuldades relacionadas a minha sexualidade. Quando eu surgi aos olhos do público [no American Idol em 2009] e eu estava “exposto”, por assim dizer, essa foi a primeira vez que eu realmente experimentei algum tipo de homofobia real. As pessoas diziam, “Oh, você não se assumiu no American Idol”, mas o assunto simplesmente nunca surgiu. Era uma competição de canto, não um programa de namoro. E então, de repente a minha sexualidade se tornou essa coisa da qual eu estava mais ciente que nunca. Isso meio que vinha à frente de quem eu era, ou do meu talento em certas situações, e não havia muito que eu pudesse fazer sobre isso.Você sentiu pressão para não discutir sobre a sua sexualidade?
Isso depende de como você está tentando promover a si mesmo. A definição de pop é ser popular. Algumas pessoas sentem que para ser o mais bem sucedido e o mais popular, você deve ser agradável. E isso simplesmente não é quem eu sou. Eu nunca iria querer ser desonesto sobre quem eu era. Mas eu consigo ver porque certas celebridades sentem que elas podem precisar ser, infelizmente. E é tipo, “Não odeie o jogador, odeie o jogo”. Algumas vezes você não pode mudar a sociedade, sabe?Você sente que o público te força a ser um porta-voz para a comunidade gay?
Eu consigo ver os dois lados disso, para ser honesto. Porque eu acho que muita coisa boa pode vir ao ter orgulho. É isso que o orgulho é, toda essa ideia de que você não tem nada a esconder, e que você aceitou a si mesmo, e você exige que as pessoas te aceitem por quem você é. Se não fossem as pessoas se assumindo e sendo confiantes e realistas sobre isso, não estaríamos onde estamos hoje. Eu acho que cabe ao indivíduo, ser honesto com você. Isso depende de como você quer que a sua relação com o público seja.O quão importante são eventos como o Pride em 2018?
A sociedade está mudando e evoluindo, mas eu acho que sempre há algo do qual temos que estar conscientes. O orgulho sempre será um elemento importante, porque une as pessoas, então a comunidade se sente como uma comunidade e é uma causa para celebrar. Vamos celebrar quem nós somos. E isso é atemporal. Nos Estados Unidos nós tivemos muitos momentos de avanço, a respeito de igualdade e deficiência. Nosso clima político atual está muito estranho no momento, e está criando muita tensão e pressão, então lá eu acho que o orgulho é mais importante do que nunca.Após o tiroteio em Orlando e o bombardeio em Manchester, você se preocupa com as apresentações?
Com certeza esses eventos me pegaram desprevenido e me assustaram muito. Eventos em Paris, em Orlando, no show da Ariana – todas essas tragédias terríveis me assustaram. De algum modo me sinto tranquilizado pelos incríveis times de segurança que foram colocados em ação, pelo menos nos nossos shows. Eu acho que há muitos protocolos de segurança novos que foram implantados, tanto no palco quanto na plateia, então isso me faz sentir melhor. Deixar isso parar com o que nós fazemos é deixá-los vencer, e não queremos isso.Você tem muitas tatuagens. Qual a sua adição mais recente?
Eu fiz uma tatuagem do meu cachorro que eu adotei na minha perna. Seu nome é Pharaoh, como um rei egípcio, porque ele parece uma pequena esfinge. Ele é metade basenji e metade chihuahua – então ele é pequeno mas ele tem muito orgulho.Onde você fez as suas tatuagens?
Tem um artista em Londres chamado Maxime Buchi, e ele tem uma loja em Dalston chamada Sang Bleu. Há também uma mulher chamada Rox em Malibu. Eu descobri os dois pelo Instagram. A minha próxima tatuagem será focada na arte clássica e as histórias por trás delas. Eu acho que eu posso ter encontrado algo novo em uma viagem recente a um museu em Amsterdã.Qual das suas tatuagens significa mais para você?
Eu tenho uma tatuagem do Antinous, o amante do imperador Hadrian, nas minhas costelas. Era uma relação muito pública, e eles viajavam juntos por aí até que Antinous morreu quando eles visitavam o Egito. Ele se afogou no rio Nilo. Hadrian se sentiu tão devastado que ele chorou por semanas, e então ele nomeou a cidade onde Antinous se afogou com o seu nome, fez o governo declará-lo um semideus, e criou vários templos pelo império dedicados a Antinous. Ele se tornou a figura mais esculpida na arte Romana por aproximadamente 200 anos. Para mim, a história era simplesmente muito romântica. Eles eram como o casal gay do poder no passado.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Bruna Martins
Fontes: @BritishGQ e GQ
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