Review by The Music do Show Queen + Adam Lambert em Melbourne (Austrália) – 02/03

Queen + Adam Lambert – Rod Laver Arena

Por Bryget Chrisfield

Nós nos acomodamos em nossos assentos e admiramos o cenário espetacular do palco, que apresenta uma passarela em forma de braço de guitarra que se estende a partir de uma tela curva nivelada ao palco com o brasão do ato que viemos celebrar, “Queen + Adam Lambert”. Em pouco tempo, uma versão gigante e animada de Frank, o robô da capa do álbum “News Of The World” – que comemorou 40 anos de existência em outubro do ano passado – esmaga a tela com um punho de ferro gigantesco. A tela curva sobe para revelar outra tela enorme na parte de trás do palco. A banda já está em seus lugares, tocando “We Will Rock You”.

A longa cabeleira branca do guitarrista Brian May parece um pouco com uma peruca que você poderia comprar no Spotlight e novamente com os tênis Adidas brancos arruinando um incrível figurino totalmente preto! Mas, ah, Adam Lambert – perfeição personificada! Ele começa com uma longa e preta túnica sem manga – que talvez seja inspirada em Trinity do Matrix – para “Hammer To Fall” pode até mesmo tirar os óculos escuros. O Queen está prestando total homenagem a Frank nesta turnê, com o rosto preocupado do robô também decorando a pele da bateria de Roger Taylor. Lambert ecoa, “Me dê todo seu amooooor essa noite!” durante “Tie Your Mother Down”, mas ele nunca precisaria implorar.

A icônica linha de baixo de “Another One Bites The Dust” nunca fica velha e Lambert reproduz perfeitamente a performance furiosa de Freddie Mercury. No começo de “Fat Bottomed Girls”, os óculos de Lambert caem do rosto e este é provavelmente o seu único passo em falso a noite toda (se é que se pode dizer isso). Depois de chamar, de forma divertida, “Todas as suas vadias gordas”, durante esta música, Lambert, rebola e faz algumas manobras de língua rápidas bem na frente do rosto de May e vemos a expressão perplexa, mas simultaneamente, carinhosa do guitarrista, ampliada na tela grande. Seus movimentos são sinuosos e Lambert obviamente fez alguns milhões de aulas de dança no passado.

Após uma mudança de figurino rápida, Lambert ergue-se na base da passarela fálica, de braço de guitarra, sentado em cima da cabeça gigante de Frank, vestindo um terno cor de cereja e botas de plataforma pretas e muito altas, com saltos vermelhos chamativos.

Lambert simplesmente não consegue evitar, brincando, “Frank cai de boca!” Ele continua: “Vocês acreditam que eu tenho trabalhado com o Queen por mais de cinco anos?” antes de descrever a banda como “realeza do rock. Literalmente”. Seguindo a deixa de “Killer Queen”.

Mas o relacionamento do Queen com Lambert é mutuamente benéfico. Onde o Queen estaria sem Lambert? May fala sobre isso mais tarde no show, apresentando Lambert como “o homem sem o qual não estaríamos aqui esta noite”. A voz de Lambert é tão poderosa, mas completamente sua e não há chance de que essas músicas possam soar como versões de karaokê em suas mãos capazes. E o rosto perfeito de Lambert parece um filtro de Snapchat permanentemente configurado para “bonito”. É praticamente impossível desviar os olhos de sua presença carismática no palco. Também é justo dizer que Lambert teve o melhor resultado em um reality show de TV de todos os tempos.

E é o próprio Lambert que aborda “o elefante na sala” no início do show, dizendo que ele sabe o que todos pensamos: “Ele não é Freddie!” Depois de uma pausa, ele diz, “Não brinca!” A multidão rugi com riso e aplausos, mostrando nosso apoio. “Porque há apenas um deus do rock chamado FREDDIE MERCURY!” Lambert então pergunta: “Vocês sentem falta de Freddie?” Afirmativo. “Eu também!” Explicando que ele também é um fã, como nós, Lambert então brinca: “Exceto que eu estou aqui no terno mais gay que já se viu”. Ele nos faz uma promessa com música, “Esta noite eu vou me divertir muito…” durante Don’t Stop Me Now. Seguindo a referência lírica da música ao “êxtase”, Lambert admite descaradamente que gosta de êxtase e temos certeza de que Mercury aprovaria. Uma bicicleta rosa puxando um carrinho de flores, também rosa, milagrosamente se materializa no final da passarela completa com uma variedade de buzinas para Lambert tocar e nós sabemos o que vem a seguir. “Bicycle Race”, é claro. Lambert canta enquanto anda na bicicleta, que combina com sua roupa, de volta ao palco propriamente dito, pela passarela.

Palmas para o tio na multidão fazendo sua homenagem a Mercury em sua camiseta branca apertada, jeans mais apertados ainda e um bigode.

Os solos de guitarra de May durante “I Want It All” são impecáveis. Sua melodia é tão fácil e emotiva – verdadeiramente um dos melhores de todos os tempos. Canhões de fumaça detonam na frente do palco como se em resposta a sua majestade incomparável no instrumento.

Do final da passarela, May aponta que o Queen retornou às nossas costas algumas vezes desde 1974. “Vocês se lembram de 1974? Vocês estavam todos no festival de Sunbury, certo?… Quem teria imaginado? As pessoas que estavam em Sunbury – Eu estou tocando com seus netos agora e espero poder tocar para seus bisnetos”. A multidão enlouquece. Em seguida, May diz que esteve praticando nosso “hino nacional”, antes de arrancar “Highway To Hell” do AC/DC enquanto todos aplaudimos e cantamos junto.

Em seguida, May nos encoraja a cantar junto com “Love Of My Life”, acrescentando que, se o fizermos bem, “talvez alguma magia aconteça”. À medida que as lanternas dos smartphones são levantadas no ar, May observa: “É só para isso que os telefones são bons!” E então Mercury aparece na tela gigante ao lado da imagem ao vivo de May, perfeitamente em escala. Nós fazemos o coro conforme solicitado por “Mercury” na tela e depois aplaudimos enquanto ele se vira e se afasta, antes de desaparecer completamente. Em seguida, May traz para o palco seu “pau de selfie estereoscópico” para gravar imagens de multidão. Lambert junta-se a May no final da passarela, onde o kit de bateria de Taylor também apareceu milagrosamente e todos cantam “Somebody To Love”.

Todo mundo está finalmente de pé para “Crazy Little Thing Called Love”, mas é um tipo de ritmo estranho para dançar.

Agora é a vez de Taylor brilhar com um solo de bateria e um duelo de baterias com o percussionista da banda, Tyler Warren. Taylor então, canta “A Kind Of Magic” sozinho e os feitos de poeira de fadas que polvilham as telas parecem um feitiço sendo lançado.

A beleza dos lasers multifacetados e afiados cortando a fumaça durante “Who Wants To Live Forever” é impossível de capturar com smartphones, embora os apostadores tentem loucamente fazê-lo. Cantando essa música, o vocal de Lambert evoca outra lenda falecida, George Michael. Nós estamos estarrecidos com o início de “Bohemian Rhapsody” e, apesar da vontade de cantar junto, não queremos afogar aqueles vocais incomuns. Ver as cabeças de todos os membros do Queen no vídeoclipe que acompanha a música, nos dá arrepios. No entanto, a capa dourada de May precisa ser devolvida ao remetente (Hogwarts, talvez?). É a mesma capa que Lambert usa no bis? Se for, todos sabemos quem ficou melhor nela.

Lambert emerge para o bis da banda vestido em trajes reais reluzentes de ouro e prata, com coroa e tudo, e até mesmo acena como a realeza. May mudou para uma camiseta com uma estampa de Mercury na frente. “We Will Rock You” e “We Are The Champions” são hits adequadamente jubilosos para encerrar o show. Lambert, Queen e a banda fazem suas reverências finais enquanto uma versão instrumental de “God Save The Queen” toca. Tudo nesse show, foi incrível.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fonte: The Music

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