Review by Over Drive do Show Queen + Adam Lambert em Dublin (Irlanda do Norte) – 25/11

Review – Queen e Adam Lambert – 3 Arena, Irlanda 25/11/17

Queen e Adam Lambert trouxeram um espetáculo de arrepiar à capital irlandesa para uma noite que não nos esqueceremos tão cedo.

Em uma noite gelada em Dublin, eu vou para a 3 Arena cheio de antecipação. Não me lembro de um momento em que Queen não tenha feito parte da trilha sonora da minha vida e sempre foi um arrependimento nunca ter conseguido vê-los enquanto Freddie estava vivo.

Então, meus sentimentos hoje à noite não são nada, se não confusos. Principalmente, eu só espero que o show faça justiça a Freddie. Eu assisti o American Idol no ano em que Adam Lambert foi vice-campeão e me lembro de ficar absorto por ele todas as semanas. A voz dele. Sua bravata. O fato de ele ser totalmente diferente de todos os outros na competição e ainda ter a autoconfiança não só para ser ele mesmo, mas para expandir os limites a cada semana e fazer coisas que o programa nunca tinha visto antes.

Então estou confiante se alguém pode preencher os sapatos extravagantes e fabulosos do Sr. Mercury, Adam Lambert é essa pessoa.

A multidão está com sorte, já que o espetáculo começa cedo e não há show de abertura, o que significa uma performance principal mais longa.

Conforme o som familiar de “We Will Rock You” preenche a arena, milhares de mãos se levantam instantaneamente no ar e um sentimento inesperado de alegria imediata me rodeia. O fato é que, depois de todo esse tempo, e após a morte prematura e trágica de um dos artistas mais queridos da história, as pessoas ainda amam e adoram o Queen e estão aqui para festejar e prestar sua homenagem.

Os poucos acordes de “We Will Rock You”, dão lugar à música de abertura, “Hammer To Fall”. A aparição de Brian May e Roger Taylor inspirou rugidos de apreciação e Adam Lambert não é menos bem recebido. Ele se lança para o show, cheio da extravagância de uma estrela de rock e insinuações divertidas, mas o fundamental a se notar é: ele tem a voz para apoiar tudo isso. É um presente dos deuses enquanto ele atinge notas que quebrariam vidro e nunca perde um passo.

Logo fica claro que este será um show cheio de sucessos à medida que eles vão de “Stone Cold Crazy” para “Tie Your Mother Down” e “Another One Bites The Dust”. Lambert e May se revezam no centro das atenções, em um palco que apresenta uma seção extensa que corta a multidão em pé, em duas, e se estica até a primeira fila dos assentos, onde Joe Elliot e Rick Savage de Def Leppard estão assistindo.

“Fat Bottomed Girls” é uma música tão divertida, e a multidão está cantando junto cada palavra. “Killer Queen” é a próxima antes de um pouco de teatro puro enquanto Adam ergue-se através de um alçapão no palco em um terno rosa com flores de lantejoulas e botas de plataforma enormes, empoleirado em cima de um modelo gigante de Frank, a cabeça da capa do álbum “News Of The World”.

Ele então apresenta oficialmente May e Taylor para a multidão, provocando saudações e aplausos que duraram muito tempo. Toda vez que o barulho parece morrer um pouco, há um novo aumento e os gritos continuam um pouco mais. Roger parece satisfeito, mas Brian May parece bastante emocional, como se mesmo depois de todo esse tempo, ele ainda não consegue entender no que sua vida se tornou. O fato de o dia anterior ter marcado o vigésimo sexto aniversário da morte de Freddie provavelmente também não estava longe de suas mentes.

Neste ponto, Adam faz o seu movimento mais importante da noite. Ele diz à multidão que está bem ciente de que muitos deles pensam que ele não é Freddie e, portanto, não deveria estar aqui. Sua resposta? “Merda, eu sei que não sou Freddie. Há apenas um deus do rock Freddie Mercury. Mas quando Brian e Roger pedem que você faça isso, é uma honra e um privilégio e você diz sim.” Então ele pergunta à multidão, podemos apenas comemorar Freddie e o Queen juntos. É um movimento de gênio, que acaba com os críticos e une a todos no amor pela música.

Isso leva a “Don’t Stop Me Now” e “Bicycle Race”, durante o qual Adam subiu em um triciclo rosa que aparece no palco através do alçapão. É puro teatro e faz toda a multidão rir. A seguir é hora de Roger Taylor ter seu momento ao sol, cantando “I’m In Love With My Car”. Adam e Brian se juntam a ele para “Get Down Make Love” e “I Want It All” antes de um momento especial liderado por Brian.

Sua interpretação acústica de “Love Of My Life” é liderada principalmente pela multidão até pouco antes do final quando um pequeno truque de câmera faz Freddie se juntar a Brian no palco para terminar a música. Quando termina, Freddie se vira e desaparece no ar, deixando Brian sozinho. As pessoas chamam seu nome na arena.

Falecido a vinte e seis anos, mas definitivamente não esquecido. Um bom toque de Brian vem em seguida, ele produz com um bastão selfie imagens de si mesmo com toda a multidão são projetadas nas telas. Os sucessos continuam chegando, com “Somebody To Love” e “Crazy Little Thing Called Love”, antes que um segundo kit de bateria apareça através do alçapão para Roger participar de uma batalha de bateria com o baterista Tyler Warren, que Roger diz ser muito bom. “Talvez um pouco bom demais”.

“Under Pressure” segue, então Brian e Roger tomam o centro das atenções quando Roger oferece os vocais em “It’s A Kind Of Magic” antes que Adam volte ao palco para “I Want To Break Free”. Ele já fez várias, progressivamente mais extravagantes, mudanças de figurino neste ponto e se ele tivesse aparecido de saia e com um aspirador de pó, eu não teria ficado surpreso. A próxima faixa vê o primeiro intervalo nas músicas do Queen, à medida que eles tocam “Whataya Want From Me” uma faixa foi escrita por Pink e gravada por Adam para seu álbum de estreia de 2009 “For Your Entertainment.”

A estrutura de iluminação do show foi incrível, mergulhando e inclinando-se para direcionar as luzes exatamente onde elas são desejadas, com uma enorme tela curva capturando toda a ação, além de nos dar videoclipes de Freddie e efeitos especiais por toda parte.

Ela realmente se mostra nas próximas músicas, com as lâmpadas de arco-íris coloridas acendendo a arena durante uma bela performance de uma das minhas músicas favoritas do Queen. Quem pode ouvir “Who Wants To Live Forever” sem uma lágrima nos olhos? Há poucos olhos secos na casa quando a música termina com Adam desaparecendo pelo alçapão, iluminado apenas por um único foco de luz. É visual e sonoramente deslumbrante.

A mecânica do palco e a tela curva agora nos dão alguns truques incríveis, enquanto uma plataforma hidráulica levanta Brian no ar, a tela nos dando a impressão que a mão mecânica gigante de Frank o levanta. Ele nos dá um medley de músicas, “Last Horizon” de seu álbum solo, “Back To The Light”, que segue para “Molly Malone” e “Brighton Rock”. Quando ele finaliza, as lâmpadas iluminam o lugar novamente enquanto as mãos disparam de volta ao ar para participar do bater de palmas em “Radio Ga Ga”.

Fechando o espetáculo Adam lidera uma cantoria em massa, incluindo as filmagens originais de “Bohemian Rhapsody”, quando Brian aparece de volta ao palco em calças de boca larga e uma capa; o cabelo branco, a única pista que mais de quarenta anos se passaram. À medida que a música termina e a banda sai do palco ainda há uma enorme sensação de entusiasmo em torno do local, a multidão sabe que há mais por vir.

De repente, a enorme tela se acende novamente, e Freddie se junta a nós. É um clipe de sua lendária performance em Wembley, onde Freddie lidera o público em um “Ayo”.

A multidão participa tão entusiasticamente quanto a multidão original de Wembley; imitando Freddie nota por nota, e ele termina com “fodam-se”, e desaparece.

A banda retorna para o bis, Adam agora resplandecentemente vestido de cabeça aos pés em prata, e com uma coroa de prata e diamantes. Freddie preparou o caminho para os cantores. Adam Lambert invoca seu verdadeiro espírito. Ele é escandaloso, extravagante, magnético e, acima de tudo, tem um talento fenomenal.

Brian May e Roger Taylor acertaram em cheio quando o convidaram para se juntar a eles, e eles devem ver uma parte de Freddie nele todas as noites da turnê. O show fecha com “We Will Rock You” e “We Are The Champions”. A multidão, mesmo na seção sentada, está de pé, acenando, dançando, torcendo, cantando e inspirada para demonstrar a pura alegria que essa música traz. O Queen pode ter perdido seu Freddie, o mundo perdeu uma lenda, mas em sua música, e graças à determinação de Brian e Roger de manter o Queen vivo e a reencarnação do talento de Freddie em Adam Lambert, esse foi um show para nunca ser esquecido.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fontes: FoxVegas e Over Drive

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