-
13ago2017
- ESCRITO POR:
- CATEGORIA:
- COMENTÁRIOS:
- 0
Review by Nashville Scene do Show Queen + Adam Lambert em Nashville (TN, EUA) – 02/08
Confira a review do Show de Queen + Adam Lambert realizado em Nashville (TN, EUA) em 02 de Agosto, feita por The Spin, da Nashville Scene:
Queen + Adam Lambert se divertem na Arena Bridgestone A última formação do icônico grupo de rock respeita seu legado
A chuva começou a misturar o The Spin e o resto dos espectadores inundando a Arena Bridgestone na quarta-feira para o show de Queen + Adam Lambert, mas ninguém parecia se importar. A moça da portaria, que suponho ter seus vinte e poucos anos, comentou que a passagem de som parecia boa. “Eu não sabia que eles cantavam todas essas músicas!”, ela observou incrédula. Nós nos perguntamos se ela tinha ideia de que esta era uma formação mais nova da banda, sem o baixista John Deacon e com Adam Lambert assumindo o papel do falecido Freddie Mercury. Sabíamos muito sobre o que esperar – Lambert era reverente ao legado ao mesmo tempo que dava sua própria personalidade na performance – mas não tínhamos certeza da maneira com que ele nos aterraria emocionalmente. Somos fãs desde o tempo das fitas cassete no Walkman, e o Queen está profundamente arraigado em nossa psiquê. Como competir com essas memórias? É impossível, e é por isso que foi inteligente da parte de Lambert e os membros restantes do Queen criar uma sensação muito familiar, mas também muito própria para este novo momento.
Alguém deve ter dito à banda que não é muito bom de se dirigir em Nashville na chuva, porque eles começaram o show com quase 40 minutos de atraso. As grandes telas de LED iluminaram-se para exibir o robô gigante da capa de “News Of The World”, de 1977, e as batidas familiares de “We Will Rock You” vieram rugindo dos equipamentos de som. Foi apenas para provocar, no entanto: Brian May, parecendo um pouco o lendário mago da guitarra, puxou um criativo riff de abertura para “Hammer To Fall”. Esta foi a primeira chance de Adam Lambert conquistar a multidão, e ele não perdeu a oportunidade: com uma combinação de colete e calça de couro preto, emparelhada com sapatos vermelhos cintilantes que pareciam ser do próprio Mago de Oz, ele perambulou, envaideceu e plainou em cada nota.
“Vocês estão assistindo lendas aqui esta noite”, disse Lambert um pouco mais tarde. “Sei o que alguns de vocês estão pensando – você estão me olhando e pensando: ‘ele não é Freddie Mercury'”, fazendo uma pausa dramática antes de dizer, “não mesmo, nem f******”.
Ele explicou que era um fã, assim como nós, e antes que as coisas pudessem ficar muito pesadas, ele disse: “Estou aqui com o terno mais gay que vocês já viram e com uma bota razoável”. (Ao considerar qualquer coisa relacionada a Freddie Mercury, as escolhas de estilo sempre exigem comentário. O terno fucsia brilhante de Lambert estava fora deste mundo, e suas brilhantes botas de plataforma eram arrebatadoras e nada razoáveis). Lambert agradeceu ao público por deixá-lo cantar tais músicas e elogiar as habilidades de Mercury como cantor, compositor e fashionista – bem como o fato dele ter “feito sempre o que bem entendesse”.
Lambert dominou o palco durante “Killer Queen” e “Another One Bites The Dust”, sempre mostrando total reverência a Taylor e, particularmente, a May. Eles compartilharam de uma química similar à que May teve com Mercury: Lambert interpretou o melhor entertainer, usando cada centímetro quadrado do palco e dando tudo de si para ter a empolgação da multidão, enquanto May descia a rampa, tocando um de seus heróicos solos com facilidade. Taylor, que sempre teve aquele olhar sexy de anjo caído, com seus cabelos longos e loiros, também envelheceu sublimamente como um Lord do rock. Tomou o microfone para performar a queridinha dos fãs “I’m In Love With My Car”, seguindo com “Get Down, Make Love”, enquanto Lambert deslizava no palco e uma versão de desenho animado de uma zona de luz vermelha se desenrolando na tela atrás dele.
O último single de Lambert, “Two Fux”, foi recebido educadamente por alguns e usado como um bom momento para buscar uma cerveja por outros. Aqueles que deixaram a arena voltaram para seus assentos para “Don’t Stop Me Now”. Ficamos presos na fila do banheiro durante a “Bicycle Race”, mas todos ali estavam cantando a plenos pulmões – mesmo as filas em um show do Queen pode se tornar uma ocasião festiva.
Seguindo com o agrada-multidões “I Want It All”, May se sentou em um banquinho.
“Eu não dou nada por garantido hoje em dia”, disse ele. “Para os quatro meninos que vieram aqui 40 anos atrás, isso é um milagre. Esta é a capital mundial da música”.
Estávamos um pouco preocupados com o fato dele começar a tocar “The Miracle”, música-título do menos-amado LP do Queen, mas foi a toa. Em vez disso, ele escolheu as lindas notas de abertura de “A Night At The Opera”, “Love Of My Life”, uma das entradas mais pungentes no vasto catálogo do Queen, e nos encorajou a cantar junto, o que teríamos feito por hábito de qualquer forma. Por si só, as linhas “When I grow older / I will be there at your side / To remind you how I still love you” [Quando eu envelhecer? Eu estarei lá do seu lado / Para lembrá-lo de como eu ainda amo você], fez derramar muitas lágrimas, mas as comportas se abriram de vez com uma antiga gravação de Mercury projetada nos telões, dos meados dos anos 80. Por uma fração de segundo, quase acreditamos que ele estava lá, e os nossos colegas de audiência devem ter sentido o mesmo: um brinde para esse momento, um dos mais altos da noite toda.
O feitiço foi quebrado quando Lambert – vestido com o que chamaríamos de terno Beetlejuice – voltou para o palco, nos levando com “Somebody To Love” (enquanto May usava um bastão de tirar selfie para capturar uma visão panorâmica do público cantando ao fundo). Se alguém chegou a duvidar de que Lambert pudesse lidar com a extensão vocal de Mercury, ele não mediu esforços para provar de que estavam errados, mandando ver nos mega-hits indeléveis – “Crazy Little Thing Called Love”, “Under Pressure” (com Taylor assumindo a parte de David Bowie) e “I Want To Break Free” – para clássicos do catálogo como “Stone Cold Crazy” e para uma versão deslumbrante da poderosa balada “Who Wants To Live Forever” (porque, se houver algo que uma balada poderosa é, é de tirar o fôlego).
O material do show foi de um equilíbrio perfeito entre os hinos e o desolador, todo o caminho através de “Radio Ga Ga” e o perfeito encerramento que todos estavam esperando: “Bohemian Rhapsody”. Fiel ao modo como o Queen realizou toda sua carreira de turnês, a banda tocou o primeiro terço da música antes do palco escurecer, e o vídeo do grupo cantando o segundo ato da ópera encheu os telões. Estar no meio de uma multidão de milhares cantando cada “Galileo” em uníssono foi uma espécie de magia que nunca poderíamos sentir (essa experiência tem seu próprio tipo de magia, é claro). Quando a banda voltou para terminar a música, cada cabeça na arena estava balançando. Wayne e Garth ficariam orgulhosos.
Todos perto de nós pareciam estar loucos esperando o bis. Depois de alguns minutos, Lambert voltou, resplandecente em uma roupa em homenagem a Mercury novamente: toda prateada, com uma coroa correspondente. O grupo aproveitou esta oportunidade para terminar “We Will Rock You”, seguido de “We Are The Champions” e, como o Queen fez, historicamente, levou seus últimos acordes para a gravação de 1974, “God Save The Queen”.
Ficaríamos o tempo que fosse para ouvi-los continuar a tocar. Não tivemos chance de ouvir “Tie Your Mother Down”, “The Show Must Go On”, “Flash”, “Seven Seas Of Rhye”, “You’re My Best Friend” ou “Now I’m Here”. Mas isso significa que temos algo a ansiar para a próxima vez.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Diego Girardello
Fonte: Nashville Scene
Nenhum Comentário