Review by Scene do Show Queen + Adam Lambert em Cleveland (OH, EUA) – 21/07

Confira a review do Show de Queen + Adam Lambert realizado em Cleveland (OH, EUA) em 21 de Julho, feita por Annie Zaleski, do Scene:

Adam Lambert traz um som contemporâneo no show do Queen no Q

Queen + Adam Lambert fizeram a sua estreia em Cleveland ontem a noite na Arena Quicken Liana. Eles não decepcionaram o público diversificado composto por pais e seus filhos adolescentes e fãs de longa data. Vários Glamberts também estavam presentes para apoiar o participante do American Idol.

Vendo as músicas do Queen ao vivo, num palco gigante, ressalta porque a banda continua a refletir nas gerações mais jovens. “Fat Bottomed Girls”, se transformou no monstro do ritmo, graças aos passos ‘robustos’ e rítmicos com cordas. “Stone Cold Crazy” foi otimista, meio punk; e a disparada épica glam clássica “Don’t Stop Me now”, exemplificou porque a música do Queen foi bem adaptada ao teatro. “Bohemian Rhapsody” foi previsivelmente épica – uma das melhores, porque o guitarrista Brian May fez uma entrada fabulosa, ascendendo do palco vestindo uma capa prateada numa plataforma – e o baterista Roger Taylor entrou na brincadeira de ser vocalista e cantou “I’m In Love With My Car” que teve projeções de programação, influenciado pelo Pink Floyd.

Ainda assim a meticulosidade do Queen quanto aos detalhes não foi em vão, apesar do vasto tamanho do espaço. Harmonias de marca registrada da banda elevou o anseio muscular, destacando “I Want It All” e a teatral “Killer Queen”. Para “Somebody To Love”, Lambert, May e Taylor se apresentaram juntos num palco menor, terminando em uma passarela, como se eles fossem uma banda, curtindo e ensaiando num espaço pequeno. E os sintetizadores sofisticados nas alturas em “Radio Ga Ga” aparentou uma música pop completamente moderna e não uma melodia de mais de 30 anos de idade.

Esse som contemporâneo, claramente foi auxiliado por Lambert, que deu sua própria interpretação ao preencher o cargo de vocalista, antes ocupado pelo falecido Freddie Mercury. (Inicialmente ele também tinha uma impressionante semelhança com George Michael, graças aos óculos de sol e colete, juntamente com a barba áspera e o cabelo meio espetado e macio tingido de vermelho.) Sua voz é muito mais teatral do que a de Mercury, mas ele possui um semelhante poder vocal e a capacidade de capturar diferentes humores.

No inicio da homenagem do rock and roll “Crazy Little Thing Called Love”, ele assumiu um estilo Elvis Presley com os quadris articulados e um gorjeio baixo. “Get Down, Make Love” teve uma versão com uma leve sedução e em “Another One Bites The Dust” uma versão poderosa comum tom indecente, cortesia do Lambert com movimentos sensuais no palco. Além de uma mais ressoante versão de “I Want To Break Free”, que foi impregnada com uma sombria saudade e com uma versão próxima da ópera ele fez a “Who Wants To Live Forever”. Lambert ainda liberou uma performance do seu novo trabalho solo, um pop-clássico “Two Fux” com a banda e por ter uma indistintiva vibe Queen, ela coube completamente.

Depois de “Killer Queen”, Lambert colocou a coroa e saudou os membros originais do Queen Taylor e May. “Vocês estão diante de lendas dos rock and roll, senhoras e senhores”, disse ele e fez uma pausa para que eles pudessem ser aplaudidos. Sempre afirmando ser uma honra e surreal estar trabalhando com o Queen, ele fez questão de deixar claro a qualquer cético que ele não é Mercury. “Não mesmo!”, ele exclamou numa voz estridente. “Haverá sempre apenas um Freddie Mercury. Ele é o deus do rock.” Lambert ainda acrescentou que ele é apenas um fã e que a única diferença era que “Eu estou aqui no palco com o terno mas gay que vocês verão em sua vida”.

Deixando as piadas de lado, Lambert tirou qualquer dúvida do porque ele e a banda trabalham tão bem juntos: Ele tem um enorme respeito por Mercury e não tenta substituí-lo ou imitá-lo – mas continua prestando tributo com seu jeito flamejante, com carima e um incoparável talento vocal. Entretanto, ele e a banda tem uma fantástica química e como Mercury, Lambert está preparado para qualquer coisa. Ele cantou “Killer Queen” enquanto estava escarranchado na cabeça do robô da capa do álbum “News Of The World”, e corajosamente cantou “Bicycle Race” enquanto guiava uma bicicleta com uma enorme cesta de flores na frente (May também teve diversão no palco e em um momento uso um pau de selfie para filmar a platéia).

Os esfeitos de palco usados pelo Queen foram impressionantes, especialmente uma maciça e curvada tela de LED que subia e descia ao palco. O robô, ícone de “News Of The World”, feito em animação vista durante o show: No início do concerto a ameaça mecânica apareceu na tela e bateu em uma muro de tijolos animado para anunciar a chegada da banda. Mais tarde, uma versão de uma mão de metal torcido apareceu na tela e levantou May para sua performance evocando seu solo de guitarra suspenso no ar sobre a multidão.

Era emocionante ver May a solta – especialmente desde seu ato heróico quando tocou “Last Horizon”; seu sorriso frequente e juvenil, mostrou o quanto ele estava se divertindo com o show — o Queen não precisa de sinos e assobios para estabelecer seu domínio. Seus efeitos foram muito bem colocados e usados sutilmente, decorados com bom gosto ao incorporar Mercury no show.

Uma breve filmagem dele fazendo “Day-O” no Wembley Stadium serviu como interlúdio antes de “Radio Ga Ga” para “Bohemian Rhapsody”, a banda intercalou partes de performances ao vivo com versões de estúdio e clipes das músicas. Com um toque clássico a performance terminou com um vídeo e áudio de Mercury tocando a música no piano e ocasionalmente Lambert acrescentava uma linha – fazendo parecer por um momento que eles estavam numa parceria.

Talvez o mais tocante momento de menção a Mercury veio durante o momento mais quieto da noite. May sentou-se no final da passarela com um violão e tocou uma versão elegante de “Love Of My Life”. Durante a performance, uma gravação de Mercury cantando a canção apareceu a sua direita, numa tela de projeção, um súbito e surpreendente momento que foi bastante comovente. Ao final da canção — e do vídeo de Mercury caminhando em direção a escuridão — May tinha um olhar distante, quase melancólico no rosto. Estava claro que o guitarrista estava emocionado de tocar com Mercury novamente, mesmo que virtualmente.

Mas a memória e o legado de Mercury estava, certamente, em boas mãos na noite passada. No tempo certo o Queen fechou o show com “We Will Rock You” e “We Are The Champions” onde todo mundo no prédio estava unido relembrando sua triunfante vida e talento formidável.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Tati e Tici Bezerra
Fonte: Scene

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