[ENTREVISTA] Lindsey Parker do Yahoo! Music entrevista Adam Lambert – Jun/2017

Confira a entrevista exclusiva que Lindsey Parker do Yahoo! Music (Reality Rocks) realizou com Adam Lambert no mês de Junho:

Adam Lambert fala sobre a nova música, novo som e aqueles velhos rumores sobre ser jurado do ‘American Idol’

“Eu acho que houve conversas de que eu vou ser um jurado [no American Idol] todos os anos desde que eu saí do programa”, ri o vice-campeão da 8ª Temporada, Adam Lambert, quando lhe perguntam sobre os rumores recentes de que ele vai juntar-se a sua amiga Katy Perry, atrás da mesa dos jurados na versão do Idol da ABC. “Eu não sei de onde essa conversa vem! Eu não acho que eu vou ser jurado no American Idol. Mas sempre fico lisonjeado com a especulação.”

Lambert é eternamente grato por sua experiência no Idol (“Eu devo o mundo ao programa”, ele diz), mas o homem dificilmente tem tempo para se comprometer com um programa de TV regular nesse momento. Juntamente com a turnê internacional a frente do Queen – na qual ele preenche os grandes e poderosos sapatos plataforma de Freddie Mercury e ganha fãs em todas as cidades – ele acabou de lançar seu glam slam novo single solo, o insolente e nada sutil “Two Fux.”

Co-escrito por Trey Campbell, Big Taste e os amigos de longa data de Lambert, Ferras e Sarah Hudson, a valsa do rock and roll deliciosamente cheia de atitude exibe o showman de cabelo escarlate em seu atrevido, glamoroso e, ocasionalmente, teatral melhor. É difícil imaginar Lambert sendo mais confiante do que ele já é, mas em “Two Fux”, ele parece quase sobre-humano. E ele soa extremamente confortável em sua pele (copiosamente tatuada). Aos 35 anos, depois de estar sob o muitas vezes implacável escrutínio público por oito anos e de se manter ao lado de Brian May e Roger Taylor por cinco, Lambert passou de Ídolo para Ícone – e o papel se encaixa nele como, bem, como aquelas calças vermelhas justas que ele usa no palco com o Queen todas as noites.

Na véspera do lançamento de “Two Fux’s”, a Yahoo! Music entrevistou Lambert para falar sobre a mensagem desafiadora por trás do single, seus sentimentos sobre ser um exemplo LGBTQ, o clima político assustador de hoje, Prince, George Michael, e o quanto o mundo mudou desde aquela notória noite em 2009 no American Music Awards. Namaste bem aqui e leia o que ele tinha a dizer.

YAHOO! MUSIC: Então, o título e a mensagem desta música não são exatamente sutis. O que o inspirou?
ADAM LAMBERT: Como alguém que não se encaixa no centro, eu sempre recebi alguns olhares de esguelha de certas pessoas. Já estou acostumado com isso. Isso pode afetar você de certa maneira – definitivamente eu tive meus momentos, desde que fiquei no centro das atenções, de ouvir algo e deixar que aquilo me afetasse. Mas ultimamente eu estou em um ponto onde eu me sinto muito mais seguro de mim mesmo, no qual eu sei exatamente quem e o que sou – e sei o que eu não sou. Eu acho que com o meu último projeto [o trabalho de dança pop de 2015, “The Original High”], era sobre a angústia de perseguir aquela primeira emoção, perseguir e ansiar pelo inatingível – ou o que eu penso que eu quero. Eu me vejo neste capítulo da minha vida dizendo: “Você sabe do que mais? Eu sei quem eu sou, e eu estou bem com isso. E se alguém não gostar, eles podem cair fora!” [Risos]

Você diz que costumava ser mais inseguro e que deixava as coisas te afetarem. Pode explicar em detalhe?
Eu acho que por um tempo, eu era o tipo que gostava de agradar as pessoas. Eu me livrei de muito disso. Quero dizer, como artista, eu sempre vou ter um pouco disso, mas agora não estou tão preocupado com opiniões negativas. Eu só quero fazer o que eu quiser. É apenas uma sensação geral de tipo, “Nah, estou bem. Namaste (Nah Imma stay) vou ficar aqui mesmo.” Eu acho que houve momentos no passado em que eu me sentia inseguro se realmente estava me conectando com pessoas, mas estou vendo muitos movimentos se infiltrando agora, com esta próxima geração chegando – as conversas que estão acontecendo sobre gênero, fluidez de gênero, masculinidade versus feminilidade, visibilidade trans. Há uma consciência incrível no momento, e eu estou muito, muito inspirado por isso. Mesmo que o mundo esteja em um ponto de ruptura, sinto que esse movimento que está acontecendo, de ajudar as pessoas a se entenderem e se aceitarem, é realmente inspirador para mim. Isso me dá a esperança de fazer o que eu quero e falar o que eu penso.

É meio difícil de acreditar que há apenas oito anos, quando você estava no American Idol, o fato de você usar “guyliner” era literalmente notícias da primeira página. Tipo, isso foi chocante para as pessoas. Muita coisa mudou desde então.
É literalmente uma paisagem completamente diferente do que era há oito anos. Ninguém sabia se eu ser abertamente gay iria “funcionar” – o que era muito engraçado para mim, porque eu ficava tipo, “Bem, eu realmente não tenho escolha, é o que eu sou!” Mas isso foi meio que a sobrancelha levantada da indústria sobre tudo isso. Agora, temos artistas queer que estão encontrando sucesso comercial total. Tipo eu beijar um cara na po**a dos AMA [em 2009] foi um escândalo, e eu realmente acho que hoje não seria.

Você quebrou a Internet naquela noite.
As pessoas simplesmente não sabiam o que fazer! Fui tirado do “Good Morning America” no dia seguinte, e eles censuraram o beijo [com o colega de banda Tommy Joe Ratliff] na ABC quando fui entrevistado sobre isso – mesmo que de antemão, eles estavam mostrando Madonna e Britney se pegando [no VMAs]. Tipo, hein? Os padrões duplos estavam correndo soltos! Eu simplesmente não acho que seria assim agora. Ninguém se importaria.

Você acha que o seu sucesso desempenhou um papel na promoção deste movimento para a aceitação dos LGBTQ?
Bem, acho que sou uma das muitas, muitas, muitas peças. Eu sou apenas parte de um quebra-cabeça. Eu direi que eu falo com jovens artistas e conheço fãs e recebo mensagens nas redes sociais, e recebi um punhado de elogios realmente adoráveis. Eu conversei com um jovem artista queer e promissor de hip-hop, há algumas semanas. Estávamos conversando online sobre como navegar na indústria sendo gay, e ele disse algumas coisas realmente agradáveis. Ele disse: “Eu era um garoto quando o Idol estava passando, e nunca tinha visto alguém na TV que fosse como você – que era claramente gay e estava recebendo elogios pelo que estava fazendo, de quem não tiravam sarro. Você me fez sentir que ser [gay] não me impediria de ter sucesso.” Então, se for esse o caso para outras pessoas, eu sou realmente agradecido que isso os tenha inspirado.

Que inspiração você quer que as pessoas tenham com “Two Fux”?
Eu estava tipo, “M****, eu quero aliviar o humor um pouco.” Pop pode ser muito obscuro ultimamente – mesmo o meu pop, do meu álbum passado, estava um pouco obscuro – e eu acho que o mundo está um pouco escuro agora. Então eu pensei: “Por que não trazer um sorriso às pessoas?” Eu definitivamente sinto que o espírito agora em nosso país é interessante. Definitivamente, há uma rebeldia que estou percebendo. As coisas estão tensas, e há muito preocupação e conflito em nosso país agora; estamos um pouco divididos. Mesmo a energia do mundo neste momento está um pouco nervosa. E eu sinto que [“Two Fux”] é o tipo de vibração que, com sorte, pode apenas ajudar as pessoas a se sentir seguras, mas também deixá-las relaxar um pouco e sorrir, porque não está se levando tão a sério. Era a energia certa que eu queria compartilhar.

Quando ouviremos mais novas músicas solo de você, e será semelhante a “Two Fux”?
Há mais músicas no gatilho, por assim dizer. …Tenho certeza que haverá mais músicas este ano… Estou muito animado. O projeto como um todo está se recostando nas minhas raízes glam-rock um pouco mais. É tipo a minha opinião sobre o rock moderno. As coisas que eu amo sobre minhas estrelas do rock favoritas, pessoas como Freddie [Mercury] e Prince e George Michael – sonoramente me inspiram, e também o seu espírito me inspira. Eles não deram a mínima. Eles fizeram exatamente o que eles queriam fazer. Eles eram muito individuais, e eles eram muito insolentes. Estou me identificando com isso agora. Então, essa é a minha inspiração por trás do projeto: alguns dos meus heróis e por que eles eram meus heróis e como eles eram meus heróis.

Nós perdemos muitas estrelas do rock ultimamente. Precisamos de mais novas estrelas.
Eu me lembro de pensar comigo mesmo com a triste notícia da morte de Prince e depois de George, e como não muito tempo antes, Michael Jackson tinha morrido: “Uau, estes eram os caras que eram absolutamente quem eles eram”. Eles não se vestiam como todos os outros. Eles não seguiram as tendências. Eles não se editaram para benefício das pessoas. Eles eram muito corajosos sendo estranhos, sendo alienígenas. Eu sempre gostei de me expressar dessa maneira, mas acho que ao longo dos últimos nove anos, eu senti certa resistência a isso. Eu senti certos membros da indústria da música talvez dizendo: “Eh, nós não sabemos se isso vai funcionar, é meio estranho. É comercial o suficiente?” Eu escutei essas coisas. Então, acho que para mim, ver as estrelas do rock icônicas desaparecendo me fez sentir como “Você sabe do que mais? Eu quero ajudar a carregar esse espírito.” Tanto quanto eu posso, quer dizer. Não estou nem perto do nível desses caras. Mas eu quero levar essa vibração. Eu quero levar essa bandeira rebelde.

No palco com o Queen, você dedica “Two Fux” a Freddie Mercury. Ele inspirou essa música de alguma forma?
Eu queria dedicá-la a ele porque quando Freddie cantava ao vivo, ele realmente era tão livre. Ele fazia exatamente o que queria. Eu vi imagens de concertos dele há anos atrás, de Montreal, onde ele usava com um par de shorts brancos minúsculos e sem sapatos, e ele está apenas passeando pelo palco – é divertido, na verdade. É como uma criança em seu quarto. É lindo assistir as filmagens de Freddie, porque ele era tão selvagem no palco. Esse é o espírito da música “Two Fux”. Tipo, eu não me importo se você gosta disso; Eu gosto. Estou fazendo isso por mim.

Sua nova música se encaixa muito bem no conjunto do Queen; Parece quase uma canção perdida do Queen. E o público parece muito receptivo.
Nós percebemos isso no último minuto. Quando eu toquei a música para [Brian May e Roger Taylor], e eles disseram que gostaram, foi como, “Oh, isso não é realmente um salto em matéria de estilo, não é?”

O seu tempo com o Queen também afetou seu movimento em direção a um estilo mais glam-rock?
Bem, eu sei por causa das turnês com o Queen que encontrei o meu nicho com esse som de rock clássico e encontrei uma audiência nesse mundo, então isso foi definitivamente parte do meu pensamento com o estilo disso [próximas músicas]. Mas você sabe, eu acho que as pessoas ficam realmente apegadas ao gênero – e claramente eu nunca fiz isso. Eu gosto de jogar um monte de influências diferentes em uma única música. Eu gosto de muitos tipos diferentes de música. E eu acho que você tem que ter muitas cores diferentes para fazer um bom show. Eu só quero voltar para o que eu amo sobre a música, e as razões pelas quais eu quis fazer música em primeiro lugar. Essa é a força motriz.

Eu não suponho que você se importe, mas há alguma preocupação de que o título do single possa impedir que ele obtenha tempo de rádio ou na MTV?
Eu não dou a mínima. [Risos] Os serviços de streaming não são censurados. Isso é tudo o que tenho a dizer.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fonte: Yahoo! Music (Reality Rocks)

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