Tradução da Entrevista na Revista Pride Life (EUA) – Jun/2017

Conforme já publicamos aqui, Adam Lambert é capa da Revista Pride Life (versão americana) deste mês de Junho. Confira a seguir os scans da revista bem como a tradução da entrevista exclusiva.

O Homem que Seria Rainha

Com a sua beleza de astro do rock e uma voz que combina rosnados icônicos com vibratos de cair o queixo, podemos dizer uma coisa sobre Adam Lambert, com segurança: Ele com certeza vai balançar você.

Se você estivesse procurando por alguém para usar os tênis retrô de Fredie Mercury, não poderia encontrar um candidato melhor do que Adam Lambert. O nativo de San Diego, Califórnia, de 35 anos, ficou famoso quase uma década atrás ao participar do programa American Idol. Desde então, o assumido e orgulhoso cantor lançou três álbuns inteiros, um disco ao vivo e uma porção de EPs; apareceu em dúzias de programas de TV, incluindo Glee e o remake da Fox de The Rocky Horror Picture Show; e neste verão, ele vai cair na estrada outra vez como vocalista do Queen, uma das bandas de rock mais icônicas de todos os tempos. Nós conversamos com o cantor enquanto ele se prepara para a turnê.

Parabéns pelas vendas de ingressos até agora! O show está se esgotando em todos os lugares e datas estão sendo acrescentadas. Isso deve fazer você se sentir bem!
“Obrigado, estou muito animado para começar a me preparar – para entrar no clima novamente, você sabe. O show é exigente, então vai ser divertido restaurar minha resistência. Eu já fiz isso várias vezes, mas eu sou o tipo de pessoa – eu fico muito motivado quando tenho um objetivo e um projeto – Eu realmente gosto de ter algo assim como meta.”

Quando começam os ensaios?
“Junho. Nós não precisamos de muito ensaio, ainda bem. Nós sabemos todas as músicas. Nós temos feito isso periodicamente pelos últimos cinco anos, então fica apenas o tempo para fazer os ensaios técnicos, para termos certeza de que as peças estão se encaixando, luz, som, palco, tudo isso. E vai ser mais complexo do que a música propriamente dita, neste ponto.”

O quão diferente esse show vai ser comparado com as turnês anteriores?
“Esse é o grande foco para nós, porque estamos muito animados em remodelar o set, a ordem de algumas músicas e os arranjos. Nós também, provavelmente, vamos pegar algumas músicas que não fizemos juntos antes. Clássicos diferentes do catálogo do Queen. E também, apenas dar um novo contexto visual às coisas. Nós tivemos novas ideias e o palco e o set foram remodelados, então vai ser bem diferente.”

Como é a plateia, geralmente, quando você está fazendo esses shows enormes com o Queen?
“Incrível! Eles realmente são. Quer dizer, você está falando de pessoas na plateia que têm sido fãs desde que a banda começou. São pessoas que tiveram o Queen como parte de suas vidas por muitos anos. E há tantas canções que as pessoas associam com momentos importantes em suas vidas ou boas memórias de seu passado. Então, há muita nostalgia nesses shows, o que é ótimo.”

Você vê muitos rostos conhecidos?
“Definitivamente há alguns fãs dedicados, sim. Eu vejo rostos familiares o tempo todo. Isso me faz sorrir. Eu tento fazer muito contato visual com a plateia – isso meio que mantém as coisas novas. E com esses fãs dedicados é uma troca de olhar tipo ‘Ei! Bom te ver de novo.’”

Você tem uma música favorita de cantar?
“Eu não acho que possa escolher uma favorita. O que é brilhante sobre o Queen é que o catálogo deles é tão diverso. Sabe, eles realmente exploraram tantos gêneros diferentes em suas músicas. Então depende do que eu estou sentindo; o que eu quero expressar, você sabe. Se eu quero ser agressivo e duro, há músicas para isso. Se eu quero ser bobo e extravagante, há músicas para isso. E então, há canções com um drama emocional profundo. Quer dizer, eles realmente percorrem todas as emoções, então seria impossível escolher uma favorita.”

Qual é a sua conexão com Freddie neste ponto, depois de aprender tão cuidadosamente os detalhes das músicas dele?
“Eu acho que seria meio pretensioso dizer que eu sinto que o conheço. Mas eu sinto mais e mais que eu gostaria de tê-lo conhecido.
Eu aprendo mais e mais sobre ele escutando histórias o tempo todo, de Brian e Roger. Eu acho que a conexão mais forte que eu tenho com ele é olhar as canções que ele escreveu e tentar mergulhar no contexto emocional delas, tipo, o que ele queria que a plateia sentisse com essa música? Pelo que ele estava passando? Isso é tipo, solo sagrado, cantar as canções que ele escreveu no palco e tentar fazer justiça a elas.”

Fora do trabalho com o Queen, você tem dado dicas nas mídias sociais, que está trabalhando em um novo álbum seu. Você postou uma foto recentemente, gravando com Nile Rodgers. Como esse projeto está indo?
“Vindo do mundo pop, eu já mexi com EDM, eu já mexi com rock. Eu trabalhei com todos esses gêneros diferentes – e então eu olho para bandas como Queen. Eles não ficaram dentro de um único som. Eu acho que isso limita muito. Então, tendo dito isso, eu estou muito animado com o que eu tenho trabalhado. Eu sinto que estou energizado e usando isso para explorar um som ligeiramente diferente do que eu fiz antes. E é divertido, porque eu sinto que estou mexendo em algo que vem naturalmente para mim, e descobrindo algo novo – mas também, algo que estava aqui o tempo todo, se isso faz algum sentido?”

Faz sim, totalmente. Há alguma previsão para esse novo projeto sair?
“Eu não tenho ideia, honestamente. Pode ser depois da turnê, ou pode ser antes. Quando for o momento certo, eu só quero liberar as músicas. Então, o que quer que isso signifique, é isso o que eu quero. É muito fácil abordar a indústria da música como um negócio e pensar ‘Sabe de uma coisa, eu quero fazer um produto que muitas e muitas pessoas vão gostar.’ E às vezes esse é o ponto na música pop e há valor nisso. Você quer alcançar e se conectar com o maior número de pessoas possível. Mas do outro lado da equação há de ser autêntico consigo mesmo e fazer algo que te deixe feliz. E eu sinto que é nesse ponto que eu estou nesse momento. Eu estou realmente tentando, acima de tudo, fazer isso por mim mesmo. E eu espero que, por ser algo real e verdadeiro, as pessoas sintam uma conexão também.”

Fora da música, você também passa muito tempo na imprensa e nas redes sociais falando sobre política e problemas da comunidade LGBT. Nós estamos obviamente vivendo tempos muito loucos. Como você se sente sobre onde o país está?
“Honestamente, é a merda de um pesadelo. Quer dizer, eu simplesmente não entendo porque a administração Trump está usando tempo para nos puxar para trás em tantos aspectos, ao invés de nos empurrar para frente de forma positiva. Me parece um desperdício de energia, e é prejudicial a direitos humanos básicos. Por exemplo, os direitos a banheiros transgênero. Eu simplesmente não entendo voltarmos a isso. Simplesmente não faz sentido. Todas as crianças deveriam ser tratadas igualmente de forma justa e com respeito. E para se criar um espaço seguro para uma criança, há certas coisas que devemos ter em mente. Se uma criança se identifica como trans, vamos fazer a situação o mais fácil possível. Por que deixar mais difícil para elas? Isso é terrível. É tortura. E a mesma coisa serve para adultos que estão na mesma situação. Se alguém se identifica como um determinado gênero, por que você os forçaria a usar o banheiro do gênero oposto? Isso está apenas criando situações desconfortáveis para todos. Tudo se resume ao medo do desconhecido, na minha cabeça.”

Para onde você acha que as coisas irão a partir de agora?
“Em última análise, eu ainda tenho esperança no futuro. Nós estamos lidando com muita negatividade neste momento; é um clima muito tenso. Mas eu tenho esperança que nos próximos quatro anos uma contra cultura vai aparecer e nós não vamos deixar isso acontecer novamente. Eu espero que as pessoas vejam que nós podemos contribuir, podemos fazer mudanças e que podemos impedir que indivíduos retrógrados e de mentes pequenas arruínem nosso país. Nós só tempos que acordar e providenciar que isso não aconteça novamente.”

Você disse uma vez em uma entrevista, que se considera um homem pós-gay trabalhando em uma indústria pré-gay. Você ainda se sente assim?
“Sabe, eu tenho visto muito progresso nos últimos anos. Mas, pensando bem, isso tudo está relacionado a situação social e política em que vivemos. Quando Obama foi eleito, a mensagem dele era positiva e esperançosa e nos impelia a seguir em frente, abrir a mente das pessoas e fazer progresso. Tudo isso tem um efeito cascata. Então, sim, eu sinto que ser gay na indústria da música foi uma batalha morro acima, para mim. E agora eu não quero perder o que conquistamos. Agora, mais do que nunca, eu sinto que é muito importante fincar meus pés no chão e afirmar exatamente quem eu sou, cem por cento, sem pedir desculpas, sem dar explicações – sem tentar ser cuidadoso.”

A América passou a te conhecer no American Idol. Mas no ano passado você fechou o circulo ao se tornar jurado do X-Factor Austrália, e seu concorrente venceu. Como foi essa experiência?
“Eu realmente adorei. E eu devo dizer que eu meio que sentia que ia gostar mesmo. Sabe, quando eu era criança, eu estava em um grupo de teatro infantil – um grupo muito grande com cerca de 200 crianças. E quando eu fiquei mais velho, eu me tornei um estudante diretor no grupo. Eu pegava os estudantes mais novos e mostrava a eles as partes de dança, detalhava as músicas com eles e os ajudava com suas cenas; coisas desse tipo. Ser um mentor no X-Factor me lembrou da alegria de fazer isso. Eu senti como se fosse um adolescente novamente.”

Você estando com o Queen, ou sozinho, seu estilo está sempre no ponto. O quanto um bom estilo é importante na sua vida?
“Eu sempre adorei me fantasiar. Essa é a raiz de tudo. Quer dizer, quando eu era criança, eu tinha uma caixa com roupas que meus pais mantinham no sótão e que era para o Halloween. Só que, assim que eu descobri que eu podia subir a escada e puxar a caixa para baixo sempre que eu quisesse, era hora de se fantasiar o tempo todo. Então eu estava brincando com a maquiagem da minha mãe e os ternos do meu pai mesmo naquela época. Então, na verdade, nada mudou, exceto meu orçamento. Eu amo roupas e sempre gravitei para coisas alternativas, sabe, as coisas que são um pouco exageradas.”

Você faz isso bem…
“Obrigado. Eu definitivamente não tenho medo da moda. Eu acho que meu visual e as coisas que me atraem evoluíram com o tempo. Quando eu comecei a sair, eu vinha do teatro e estava obcecado com a era do glam rock, então eu queria que tudo parecesse um figurino. Eu ainda amo isso, mas agora eu olho para o que está nas passarelas, eu presto atenção nas tendências e no que os designers estão fazendo para ver onde minha preferência se encaixa. Já aconteceu várias vezes de eu olhar para fotografias e pensar: O que eu estava pensando? Eu pareço um maluco. Mas ei – Eu investi nisso e não vivo para me arrepender. Então, que seja. [Risos]”

O ESSENCIAL DE ADAM
Canalize seu Glambert e ouça ou baixe esta playlist das suas principais faixas solo:
1. “Whataya Want From Me”
2. “Ghost Town”
3. “Aftermath” (Billboard remix)
4. “Another Lonely Night”
5. “For Your Entertainment”
6. “Ring Of Fire” (Glam Nation Live)
7. “If I Had You”
8. “Mad World”
9. “Better Thank I Know Myself”
10. “Whatever Happened To Saturday Night
(Hot Patootie Bless My Soul)”

A PRIMEIRA VEZ
Adam relembra…

…A primeira parada do Orgulho gay
Foi há doze anos, quando eu me mudei para West Hollywood. Um popstar se apresentou – eu honestamente não me lembro quem – mas eu fiquei impressionado com todos que estavam na rua. Foi uma grande mostra de comunidade.

…O primeiro álbum que ele comprou
Eu comprei dois ao mesmo tempo – Wilson Philips e Emotions da Mariah Carey. Dois clássicos.

…Seu primeiro carro
Era uma station wagon branca, da Volvo – era de 87, eu acho, o interior era de vinil bege [Risos].

…A primeira vez que ele se sentiu bem sucedido
Quando eu consegui um papel na turnê nacional de Wicked. Isso foi um grande passo para mim. E então o Idol foi enorme, obviamente. Então meu marco mais importante depois do Idol foi lançar um álbum e conseguir, não só um single de sucesso, como uma indicação ao Grammy. E então essa coisa com o Queen. Quer dizer esses provavelmente foram os marcos da minha carreira até agora – então as coisas estão boas!

…A primeira vez que ele ouviu uma música do Queen
Assistindo Quanto Mais Idiota Melhor. Eu me lembro de ouvir “Bohemian Rhapsody” pela primeira vez e ficar tipo – O que é isso? [Risos] Mudou a minha vida.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fontes: @ScorpioBert e ScorpioBert

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One Comment

  1. Amei a entrevista.

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