Adam fala com The Wall Street Journal

Adam fala sobre seu novo álbum, sobre o seu trabalho com Lady GaGa e sua atração por mulheres

Kelly Clarkson e Carrie Underwood melhor se cuidarem. Adam Lambert, o segundo colocado da 8a temporada do “American Idol”, está para se tornar uma das maiores estrelas a estrear depois de um reality show. O glam rocker lançou “Time for Miracles,” a música de encerramento do épico filme de desastre “2012”. E seu primeiro álbum solo, “For Your Entertainment,” sai dia 23 de novembro, um dia depois da sua performance no American Music Awards. Lambert falou com Speakeasy sobre sua música, seus fãs e o por que dele ser tão atraente para mulheres.

The Wall Street Journal: No seu twitter, você disse que o novo clipe de Lady GaGa, Bad Romance, derreteu o seu cérebro.
Meu deus, eu amei o clipe. É tão diferente. Ela é tão corajosa nas suas ideias artísticas; ela é uma inspiração.

Ela contribuiu com uma música – “Fever” – para o seu novo álbum.
Sim, eu queria muito trabalhar com ela; ela é uma das minhas preferidas cantoras agora. Ela tinha um antigo demo – Eu acho que ela disse que conseguiu uma gravadora que a assinasse com essa música – e nunca tinha produzido e deixado a música pronta. Eu acho que a música tem uma ótima melodia; as letras são bem divertidas e bobas. No geral, eu gostei muito do processo de gravar com ela. Ela estava do outro lado do estúdio, só me observando. Ela estava constantemente, ‘Vá mais alto! Vá mais alto!’.

Se e quando você quiser fazer um clipe para “Fever,” ela iria aparecer nele?
Eu amaria isso. Claro que eu chamaria ela. Veremos se ela faria isso. Ela tem muito em sua vida nesse momento.

Você parece ser bem confortável com a fama. O que você atribui a isso?
Eu acho que ajuda o fato de eu ter vivido em L.A. por 8 anos e ser um pouco mais velho. Tenho 27 anos, já vi muitas coisas ruins acontecerem, já conheci muitas pessoas. Eu já fui um observador de paparazzis, tipo, já fui para várias boates com várias pessoas de reality show que chamam a atenção dos paparazzis. Então eu já estive perto disso antes, então me ajuda bastante hoje. Minha coisa é só fazer o que você sempre faz e não se sentir como se tivesse que se desculpar por isso. Eu tenho certeza que ainda virá alguma coisa, que eu vou ter que me desculpar por ela, mas ainda não.

Muitas grandes estrelas não querem seguir o caminho de ser gay assumido, mas você é e está feliz com mulheres ainda jogando as calcinhas dela sobre você – o que você acha que está fazendo de diferente?
Eu acho que é um testamento a ser dono de você mesmo, de suas coisas, e ser confortável com quem você é. Levei muito tempo para chegar a esse ponto e o momento do “Idol” foi muito apropriado pra mim, porque eu estava no momento que percebi, “você sabe de uma coisa? Eu amo a mim mesmo e eu sou uma boa pessoa. Leva muito tempo para chegar a isso.”

O que você acha que atraem as mulheres para você?
Eu não tenho certeza – para ser honesto, esse é um dos elementos que eu fiquei mais surpreso. Eu estou tipo, sério? Eu honestamente não sei – talvez seja porque, independente da minha sexualidade, eu sou uma pessoa amigável, e talvez tenha a segurança envolvida, que eu não sou ameaçador.

O quanto você ajudou na criação da capa do seu álbum?
Aquilo foi praticamente minha idéia. Quando nós chegamos ao ponto de fazer a sessão de fotos, eu só queria ir para o lado glam andrógeno, bem fora do comum. Eu amo coisas como aquela – é por isso que eu amo o vídeo de Lady Gaga. É engraçado, porque no momento que um cara começa a fazer coisas fora do comum, as pessoas ficam todas assustadas. Mas as mulheres fazem isso o tempo todo, então é uma interessante observação.

Bowie aparenta ter sido uma inspiração óbvia.
Sim, Bowie, Jagger, Boy George, Prince e Michael Jackson – todos esses homens que colocaram maquiagem e fossem glamurosos. Algumas das capas de Michael Jackson são incríveis, como “Dangerous,” onde são só os olhos dele e as outras coisas brilhosas e perfeitas. E as fotos de Bowie de antigamente, como a capa “Hunky Dory” onde é só ele no foco. Eu amo aquele visual e acho legal que nem todos os homens estão fazendo isso, então é assim que vou me vestir. É parte da minha personalidade e sempre foi. É por isso que acho tão engraçado que as pessoas ficaram surpresas com a capa. Quero dizer, você não me viu no palco com KISS e as botas de glitter e as lantejoulas nos meus olhos?

Ainda assim, você nunca se sente preso a essa imagem glam?
Não, não me sinto preso. Sou eu quem coloca aquelas roupas; é minha criação. Eu sinto que quando eu quiser, eu posso mudar tudo como fiz no programa. Eu tento não ficar preso e um único estilo ou tipo de música. Quero dizer, isso é uma parte do que eu estava tentando no “Idol” – mudar semana a semana, como uma bandeja de variedades. Um prato vegetariano, se preferir.

Você ficou aborrecido quando algumas músicas do seu álbum vazaram no começo do mês?
Pra ser honesto, sim. Eu prefereria que não tivesse sido, mas é assim que você vende CD na internet. É difícil, porque as pessoas fazem suas conclusões baseadas em 30 segundos, e eu não sei se isso é justo. É o que é.

Que músicas levou você mais alto vocalmente?
“Sure Fire Winners” é uma acrobacia de vocais. É doida – mas quase todas elas são assim. Artisticamente, eu acho que a música de Linda Perry foi a mais difícil pra mim, por ser a mais fora do meu estilo – vocalmente, ela fica no falsetto, e nas letras, se você realmente escutá-las, é complicada. As letras são bem contraditórias, e isso foi feito de propósito – Linda e eu conversamos muito sobre isso.

Tem duas interpretações diferentes: uma é sobre duas pessoas em uma relação, e o que está na cabeça deles sobre estarem com a outra pessoa. Um deles está amando todos os momentos, enquanto a outra pessoa está se sentindo vazia e não satisfeita. O outro jeito de olhar para isso é sendo uma só pessoa, indo pra frente e pra trás sobre sua relação em andamento. Como um dia, você se sente apaixonado até a morte por uma pessoa, e no outro, não. É emocionalmente complicada, o que a deixa especial.

Falando de “Sure Fire Winners,” parece uma lembrança a “We are the Champions.” Ela é?
Não foi intencional, e eu não escrevi essa música. Mas sim, é o que parece. Eu não sei se os compositores fizeram isso de propósito ou não. Mas é tipo uma música “we rock”.

Quão de perto você segue o que as pessoas falam de você nos fórums de seu site e no twitter?
Eu leio um pouco no Twitter – olho o que falam de mim, os vídeos, as fotos. Mas eu tento não me ligar muito as mensagens nos fóruns porque é muito louco. Quando os fãs nos apoia, eles são super positivos. Mas do outro lado, quando as mensagens no fórum são cheias de negatividade, eu acho triste que as pessoas não tenham nada melhor para fazer do que odiar os outros online. Não é uma coisa boa.

Você ouviu o álbum de Kris Allen?
Não, mas amo o seu single. Serei um dos primeiros a ter uma cópia, tenho certeza.

Você voltará ao “American Idol” para se apresentar na nova temporada?
Se eles quiseram que eu me apresente, eu adoraria.

Você gostaria de ter tido Ellen DeGeneres como sua jurada?
Não, eu não trocaria minha experiência por nada. Eu amo Paula e a acho incrível. Ela foi uma das primeiras a acreditar em mim, se você me entende. Ela me apoiava muito. Quanto a Simon, ele não tem nada comigo agora. Quero dizer, ele é um jurado. É também um produtor, mas não do “Idol”. Ele está produzindo Leona Lewis e é esse o seu projeto. Voltando ao assunto da internet, é incrível como as pessoas podem ser má informadas. Quando eu leio certas coisas, tenho vontade de dizer, “você não tem ideia do que você está falando”. É uma fonte de diversão pra mim.

Fonte: The Wall Street Journal

Tradução: Marina Jordão

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