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18set2016
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South China Morning Post: Brian May do Queen sobre Adam Lambert e a história por trás de “Bohemian Rhapsody”
Brian May do Queen sobre Adam Lambert e a história por trás de “Bohemian Rhapsody” Tendo em vista sua estreia na China e Hong Kong, o guitarrista e fundador da banda falou sobre como o Queen surgiu, e sobre a ideia de trazer o vice-campeão do “American Idol” a bordo como vocalista.
Durante o curso de sua carreira, a lenda do rock Queen vendeu mais de 150 milhões de álbuns – um deles, “Greatest Hits” (1981), o álbum mais vendido na história do Reino Unido.
Eles tiveram 18 álbuns número um e 18 singles número um – muitas delas fixadas no rock como “Bohemian Rhapsody”, “We Will Rock You” e “We Are The Champions”.
E eles mereceram a reputação da mais incendiária banda ao vivo da história, responsável por, indiscutivelmente, a performance ao vivo mais memorável quando eles ofuscaram toda a realeza musical no Live Aid em 1985.
Mas uma coisa que eles nunca fizeram foi se apresentarem em Hong Kong – uma pequena lacuna que eles vão preencher em 28 de Setembro, quando eles se apresentarem no AsiaWorld-Expo, Latau, como parte de sua turnê asiática que também inclui Singapura, Taipei, Tóquio, Bancoque e Xangai. Esse último show também será o primeiro deles na China.
“É extraordinário que nós nunca pudemos fazer contato direto com a China em todos esses anos, e nós temos fãs lá que nós nunca realmente conhecemos”, diz o guitarrista da banda, Brian May. “Não era possível antigamente. Nós queríamos ir, mas eu acho que nós éramos culturalmente inaceitáveis naquela época. É incrível nós podermos ir agora. Aos 69 anos, é apenas extraordinário.”
A banda no palco do AsiaWorld-Expo, claro, não será todo o Queen, o cantor Freddie Mercury morreu em 1991, enquanto o baixista John Deacon se aposentou em 1997, deixando o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor para carregarem a tocha. É particularmente difícil ter perdido o maior vocalista do rock, cuja a voz surpreendentemente versátil, o incrível carisma e personalidade humorística, fez dele um dos artistas que mais se gostavam de ver no palco.
A difícil tarefa de calçar os sapatos dele caiu para o cantor americano Adam Lambert. May disse que ele queria se afastar do Queen depois da morte de Freddie; sua decisão de dar mais um sopro de vida para a banda veio apenas porque eles encontravam um novo vocalista em 2005. Não era Lambert, no entanto, era Paul Rodgers, ex-Free e Bad Company, bandas que ele já era fã.
“Eu me esbarrei com Paul Rodgers, quem eu conhecia já por um tempo, e eu toquei com ele em um show, apenas uma vez, tocando um clássico da Free ‘All Right Now'”, disse May. “Houve obviamente uma boa química, nós nos sentimos bem com aquilo, então eu e ele e a mulher que era a esposa dele estávamos no camarim e ela disse, ‘vocês realmente tem alguma coisa; tudo que vocês precisam é de um baterista.’ E eu disse, ‘bom, eu acho que conheço um baterista.’”
“Então bem organicamente nós começamos a fazer algumas coisas. Então nós apenas pensamos, bem, isso é Queen ou não? Sem Freddie nunca será o Queen original, claro que não. Então a questão era: pode eu e Roger e esse homem que nos influenciou ser o Queen?”
May disse que a colaboração com Rodgers “aconteceu organicamente”. Depois disso, ele não tinha certeza se ele queria “continuar o Queen sem Freddie”, mas então “caiu do céu esse garoto chamado Adam Lambert.”
May e Taylor se apresentaram com Lambert pela primeira vez durante a final do “American Idol” em 2009, Lambert acabou em segundo lugar e ele começou a se apresentar com o Queen regularmente em 2011. Enquanto eles não estavam procurando por um vocalista, May disse, quando Lambert apresentou uma música do Queen no “American Idol” os fez perceber que sua voz versátil e sua presença de palco teatral, faziam dele um candidato ideal.
“Eu devo ter tido umas 1.000 pessoas me mandando e-mails dizendo que eu precisava ver aquele cara; que ele era o cara que eu precisava para cantar com a gente. Quando nós fomos para a final, eu acho que imediatamente houve uma química, e eu lembro de ter pensado, ‘Hmm, isso pode funcionar.’”
“Alguns anos depois nós tivemos a oportunidade de tocar em uma premiação, e a resposta foi fenomenal. Logo nós nos vimos tocando na frente de 400.000 pessoas na Europa oriental; foi o primeiro show completo do Queen em anos.”Significativamente, a banda refere a si mesmo como Queen + Adam Lambert, sugerindo que ninguém está tentando substituir Mercury. “A coisa é que ele não é Freddie”, disse May. “Ele não precisa ser, mas ele tem um instrumento extraordinário, e ele é natural com a plateia. Ele também tem humildade, o que é ótimo, e essa luz deliciosa, que faz as pessoas se aquecerem em volta dele, e isso realmente se encaixa tão bem com a gente porque nós passamos todos esses anos com Freddie que também tinha essa luz.”
Lambert disse que o desafio de calçar os sapatos de Freddie pode ter diminuído ao longo do tempo, mas o ecletismo da obra do Queen permanece bem desafiante.
“Eu acho que a parte mais difícil é encontrar um balanço entre fazer a música como minha e honrar a gravação original. Mas eu acho que ao longo dos anos isso se tornou mais fácil de fazer porque agora eu acho que a música é meio com parte do meu corpo”, Lambert disse.
Queen é, sem dúvidas, a banda de rock popular mais eclética da história, pegando elementos de ópera, music hall, funk, folk, heavy metal, disco, rock progressivo, rock sinfônico, Dixieland jazz, gospel e rockabilly. Além da voz e presença única de Freddie, a banda britânica (Mercury ou Farrokh Bulsara, nasceu em Zanzibar e passou maior parte da infância na Índia, mas sempre foi um cidadão inglês) era conhecida por sua harmonia vocal bem amarrada, suas texturas densas, produção sonora e, claro, os solos de guitarra virtuoso e orquestral de May, tocados na guitarra feita por ele mesmo no começo dos anos 1960, conhecida como Red Special.
Queen foi formada em 1970 enquanto eles eram estudantes em Londres. May, então um estudante de física, completou seu PhD e se tornou um respeitado astrofísico; ele também é um ativista pelos direitos dos animais e um especialista em estereoscópios, um experimento do século IXX sobre imagem 3D, e se encontrará com a companhia de Hong Kong que produz os estereoscópios que ele projetou pela primeira vez quando ele vier à cidade.
A banda começou a se tornar maior em seu terceiro álbum, “Sheer Heart Attack” (1974), junto com o single de estreia, “Killer Queen”, e então foram para as estrelas com o álbum seguinte, “A Night At The Opera” (1975), que inclui o maior hit deles, “Bohemian Rhapsody”, uma balada/opera/rock pesada de seis minutos que rasgou o livro de regras do pop comercial, conquistou um recorde de nove semanas como número um e reinventou os videoclipes. Essa foi a escolha surpreendentemente ambiciosa de Lambert para se apresentar no “American Idol”.
“Obviamente foi uma grande reviravolta para mim”, ele disse. “Eu fico feliz de ter escolhido essa. Talvez se eu não tivesse cantado essa música eu não seria parte da banda agora.”
O álbum que ela [“Bohemian Rhapsody”] aparece, disse May, “foi uma mudança de vida para nós. Nós estávamos a beira de um desastre, porque toda a operação estava em débito. Então se não tivéssemos feito esse álbum, que foi bem sucedido por todo o mundo, nós provavelmente não estaríamos nos falando agora. E artisticamente foi ótimo porque nós finalmente tivemos a liberdade que precisávamos para chegar lá e fazer o que quiséssemos. Tivemos pleno uso dos estúdios, equipamentos de última geração e tempo suficiente para experimentar profundamente tanto o lado musical como o lado técnico.”
“Eu acho que todas essas ideias que tivemos estavam à espreita em nosso cérebro, mas de repente resolveram sair. Foi um período de alta atividade, grandes esperanças e inspiração. Foi um tempo muito bom, nos tornando nós mesmos.”
Não que não houvesse confrontos criativos. Cada membro escrevia canções e contribuíam nas músicas uns dos outros, criando tensões sobre quais músicas seriam escolhidas e quem seria creditado por escrevê-las. A solução, disse May, foi a decisão eventual da banda de todos receberem créditos por todas as músicas.
“Era uma relação em constante evolução. Nós estávamos tentando pintar na mesma tela e nós tínhamos ideias muito diferentes sobre como a tela final deveria ficar. Muitos grupos se separam depois de um tempo, geralmente por situações sobre composições. Alguém na banda sentia que não estava sendo representado. Quando você leva uma música em uma situação em grupo no estúdio, ela é como seu bebê. Você se importa apaixonadamente sobre isso. Se seu bebê não crescer e ser alguém no mundo, você se sente frustrado. Então nós tivemos que aprender a acomodar-se e ter certeza que há espaço para que todos respirem. Você tem uma situação em que todo mundo está trabalhando pesado no bebê de alguém e então eles não ganham crédito por isso. Eventualmente nós pensamos: vamos mudar isso. O que nós fizemos foi compartilhar a autoria de tudo, não importando quem trouxe o bebê, seria o bebê de todo mundo.”
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fontes: Adam Lambert Fan club/Facebook e South China Morning Post
muito bom demais da conta