Time Out Shangai: Roger Taylor, do Queen: “Nós encontramos um novo sopro de vida com Adam Lambert

Já que Queen + Adam Lambert se apresentarão em Xangai na China no próximo dia 26 de Setembro na Mercedes-Benz Arena, a Time Out Shangai realizou uma entrevista com Roger Taylor, na qual ele cita algumas vezes a parceria da banda como Adam nos últimos anos. Confira como foi a entrevista a seguir:

Roger Taylor, do Queen: “Nós encontramos um novo sopro de vida com Adam Lambert”

Diz o legendário baterista sobre o porquê o Queen deve gravar um novo material

Quando falamos com o lendário baterista da banda Queen, Roger Taylor, frente à sua turnê asiática com Brian May e Adam Lambert – um passeio que irá incluir o seu primeiro show na China – ele nos conta que acaba de voltar de ‘um pouco de iatismo’ e está se preparando para um pouco mais de férias antes de sair em turnê.

O escritor de sucessos como ‘Radio Gaga’, ‘Under Pressure’ e ‘These Are The Days Of Our Lives’ solta esta informação com uma risada, sabidamente relaxado e de bom humor para discutir conosco assuntos como: a perspectiva de voltar aos estúdios com o Queen, subir ao palco com seu filho Rufus e, primeiramente, como é estar de volta na estrada.

Esta excursão asiática será sequência da uma recente série de shows por festivais no Reino Unido, na Alemanha, na Itália, entre outros. Como foi estar em turnê na Europa de novo?
Sim, nós tivemos um passeio sensacional na Europa. Fizemos 15 shows em 15 países diferentes e foi fabuloso, na verdade, exceto por dois muito chuvosos. É ótimo. Com Adam Lambert nós meio que encontramos um novo sopro de vida. Ele se ajustou perfeitamente conosco, um cantor incrivelmente talentoso e performático – é muito divertido.

Você acha que ele traz algo de novo ao material da banda ou é mais uma questão de tentar ser o mais fiel possível aos originais?
Bem, não, ele faz levar-se, mas tem um monte de coisas em comum com Freddie Mercury. Ele tem um incrível senso de humor, o que é muito importante, e um alcance vocal incrível – e essas duas coisas realmente o tornam perfeitamente equipado para o Queen. É uma delícia, realmente, para nós. Bastante inesperado – Brian e eu não esperávamos ainda estar trabalhando com o nome Queen – mas esta é a nossa quarta ou quinta turnê [com Adam Lambert] e nós estamos absolutamente amando isto.

Brian e Adam já haviam se cruzado anteriormente no American Idol, mas como foi, para você, ser apresentado para ele?
Na verdade, foi o cara que toca teclado com a gente que nos enviou uma mensagem dizendo: ‘cara, vocês têm que ver esse cara no Idol chamado Adam Lambert’. Eu acho que ele estava cantando “A Whole Lotta Love’, do Zeppelin, e eu pensei ‘uau!’. E, em seguida, por pura coincidência, fomos convidados a fazer a final do Idol nesse ano, quando Adam cantou com a gente ‘We Are The Champions’ e fomos atropelados pela sua voz. Ele também tinha esse olhar de Elvis, e é por isso que eu o chamo de Camp Elvis… é um lugar ou uma pessoa? Enfim, parece servir… mas é interessante estar em turnê com ele. E também nunca tocamos – bem, eu e Brian nunca tocamos – na China, então esta será uma verdadeira estreia para nós.

E não deixa de ser um daqueles muitos marcos, mas que foram deixados para que alcançassem agora. Isso torna um show como este um pouco mais especial para você?
Torna, certamente. Eu só não sei o que esperar. Já ouvi muitas coisas sobre Xangai e parece ser uma cidade enorme, incrivelmente moderna, impressionante, mas diferente do que eu já conheço. Nós provavelmente teremos um ou dois dias de folga, então estou basicamente pesquisando nos principais sites.

Adam já esteve aqui algumas vezes. Ele lhes contou algo sobre o lugar?
Sim, ele disse que é ótimo. Ele disse: “Eu amo a China”; obviamente teve bons momentos lá, o que certamente parece incrível.

Você faz algo de diferente pré-turnê, atualmente, quando está se preparando para os shows como este?
Bem, nós sempre ensaiamos tanto que já está na mente, eu acho, mas os ensaios levam você ao topo da perfeição. E, pouco antes de um show, cantamos juntos para conciliar nossas harmonias e também aquecer as cordas vocais. Adam faz alguns exercícios. Mas antes de subir ao palco ele fica em silêncio por cerca de duas horas. Acho que todo mundo gosta de ficar quieto e focado, guardando suas energias.

É fácil motivar-se para sair em turnê depois de todos esses anos?
Eu gosto de olhar para a frente o tempo todo. É emocionante. Temos um show muito emocionante, que as pessoas parecem amar, então eu me sinto muito confiante e orgulhoso de ainda estar fazendo isso, na verdade.

E agora você também tem o seu filho Rufus no palco com você, fazendo percussão e bateria. Como é tê-lo junto nestes shows?
Ele é fenomenal. Nos outros momentos ele está nos The Darkness – a banda que tem – e é fantástico tê-lo conosco. Ele é incrivelmente poderoso e me mantém com os pés no chão. É brilhante, traz uma faísca e um limite. Ele é como uma versão mais flexível, mais jovem, mais forte de mim.

Vocês dois tiveram uma batalha de baterias agora, no meio do set. É um sinal de rivalidade amigável entre pai e filho?
É mais uma coisa comum e um benefício, que uma rivalidade – embora seja apresentada como uma rivalidade. É realmente uma maneira de testar uns aos outros. Eu tinha um pouco de dúvida sobre isso quando começamos a fazê-lo, mas é realmente um bom momento de humanidade lá no meio do show.

Quando ele começou a entrar na música era algo que você encorajava ou teve dúvidas sobre isso?
Eu incentivava-o ativamente. Parecia que ele não estava se encaminhando para ser um físico nuclear, mas realmente queria fazer isso e toda a sua vida virou completamente. Quando eu o levei para o Festival Reading, ele chegou nos bateristas e disse: ‘não, não, espere até ver o meu amigo, ele é melhor do que aquele cara’. E as bandas eram todas muito boas naquele ano, mas, eventualmente, ele conheceu os Foo Fighters e eles mudaram toda a sua vida. Na verdade, ele toca mais como Taylor Hawkins que eu. Ele baseia sua técnica inteira em Taylor, por isso é bastante diferente.

No começo, eu lhe dei um pouco de aconselhamento, mas ele meio que se virou por conta própria. Nós ainda trocamos informações às vezes. Mas aquilo realmente virou sua vida – era uma daquelas epifanias, um daqueles dias na vida de alguém.

Ele também compõe, como você?
Sim, ele está escrevendo agora com The Darkness – todos eles estão escrevendo seu novo álbum – então ele está tentando mergulhar no processo de escrita, que é, provavelmente, o mais interessante de tudo.

Você ainda escreve?
Eu só espero por algo que me leve. Eu provavelmente escrevo três ou quatro músicas por ano. Não sou Paul McCartney que acorda todos os dias com uma nova canção. Só escrevo sobre algo que tenha significado algo para mim, algo que me leve.

Esse processo está ficando mais difícil ou mais fácil ao longo dos anos?
Bem, eu acho que se você apenas deixá-lo vir naturalmente – não tentar forçar nada – tende a ser melhor. Eu não diria que nunca flui facilmente, mas é raro, e estas músicas tendem a ser as melhores.

Fica mais difícil reconhecer quais são as melhores ou sentir continuamente que você tem que compor algo novo?
Acho que, no final das contas, só você pode julgar. E nesse estágio em nossa carreira, que é obviamente muito tarde, não esperaria fazer um álbum contemporâneo porque, sinceramente, eu não acho que saberia como. É também uma questão de expectativa – as pessoas poderiam esperar por algo diferente, que esperariam de uma banda muito contemporânea, o que seria duplamente impossível. Não seria avant-garde suficiente… as coisas apenas não se encaixariam, porque não seria o Queen. Acredito que só devemos fazer as coisas em nossos próprios termos, para fazê-las bem.

Isso também impossibilita considerar gravar um novo álbum do Queen, então? Fala-se regularmente sobre vocês entrarem em estúdio com Adam.
Não, eu acho que deveríamos gravar, na verdade. Só não sei se temos tempo para isso. É claro que Adam tem uma carreira bastante movimentada por conta própria, mas acho que deveríamos gravar. As pessoas não devem esperar coisas radicalmente inovadoras, mas estou certo de que poderíamos fazer algo brilhante com Adam. E devemos fazer.

Mas não há planos concretos neste momento?
Não há planos concretos. Estamos apenas um pouco preguiçosos, na verdade.

Sobre a turnê, é algo que você se vê continuando a fazer pelos próximos anos?
Eu realmente não posso responder isso, porque em cada turnê que fazemos tudo é como uma surpresa. Não temos planos de continuar, mas também não temos planos de parar absolutamente. Imagino que temos apenas mais um determinado período de tempo para continuar com os shows; quero dizer, todos nós estamos ficando um pouco – bem, Brian e eu estamos ficando um pouco velhos – mas nós ainda tocamos em alto nível. Contanto que nós ainda consigamos tocar, vamos continuar. Você sabe, nós não fazemos shows o tempo todo. Na realidade, é muito ocasionalmente – embora com mais frequência, recentemente.

Os seus setlists já se fazem basicamente sozinhos ou é difícil voltar através do tempo e colocar tudo num conjunto?
Sempre muda de acordo com o país ou o continente que estamos tocando, sabendo que certas canções foram particularmente populares em diferentes lugares. Por isso temos que mudar e variar nosso conteúdo.

E como tocar num lugar pela primeira vez pode influenciar nessas decisões?
Bem, devemos pensar sobre quais teriam sido as canções mais tocadas ou porque fez sucesso em outros países semelhantes, talvez… Eu não sei, vai ser muito interessante realmente ver a reação. Não sei como as pessoas reagem por lá em shows como o nosso. Mas sempre nos preocupamos.

O que é saudável, presumivelmente.
Sim, acho que sim. Se você não está incomodado é um pouco artificial. Você deve ser incomodado. Mas estamos muito ansiosos para chegarmos em Xangai e espero que todo mundo lá tenha um grande momento.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Diego Girardello
Fonte: Time Out Shangai

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