Adam Lambert fala sobre os demônios e a dança por trás de “FYE”

Mais uma ótima entrevista com o Adam saiu no site da Rolling Stone desta semana. Confira a tradução na íntegra abaixo.

O cantor fala sobre a sua nova banda (o guitarrista da Madonna!) e seu álbum em um momento Radiohead

Em nosso novo artigo, Adam Lambert conta a Rolling Stone o quanto seu álbum de estréia, For Your Entertainment, é influenciado por David Bowie e whiskey. O primeiro rockstar verdadeiro do American Idol também falou sobre trabalhar com Muse e escrever uma das baladas mais ternas do álbum. Aqui está mais da conversa de Jenny Eliscu com o homem que a RS revelou ser um deus do glam-rock e do sexo durante a fantástica jornada dele no Idol:

Me conte sobre o processo de fazer esse álbum.
Nós gravamos algumas coisas durante a tour, não foi muita coisa, de qualquer forma. O que nós acabamos fazendo foi conceituar o caminho, e então simplesmente coletar a maior quantidade de demos e idéias possíveis. Antes da tour começar, eu escrevi praticamente por um mês. Durante o curso da tour, nós coletamos um monte de música diferente e descobrimos o que combinava com a gente. O legal sobre todo esse processo foi que nós pegamos um monte de músicas das demos e realmente desenvolvemos elas e tentamos talhá-las para o clima que eu estava querendo para o álbum, que era misturar velho e novo, pegar músicas com aquela pegada de rock clássico e dizer, “Como nós podemos modernizar isso, como nós podemos fazer ficar com uma cara eletrônica?” Eu acho que tudo correu muito bem.

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Indo fazê-lo, antes que você escutasse qualquer demo, quais eram as coisas que você tinha certeza que queria que ele fosse?
Eu queria fazer de alguma forma não o tipo de rock clássico dos anos 80, a coisa pela qual eu ganhei credibilidade no Idol. Eu queria que fosse dançante, eu queria que fosse pop, eu queria que fosse internacional – esses eram os itens na nossa lista. Eu realmente queria fazer uma coisa nova de glam pop. Eu não queria criar um álbum que fosse coesivo, porque essa não é minha personalidade, eu queria alguma coisa que estivesse por todo mapa, porque esse é o tipo de música que eu gosto de escutar, e eu gosto de cantar um monte de estilos diferente de música, e deveria ter algo para cada humor que você estiver.

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Você acha que a sua aparência vai passar por muitas fases?
Eu amo me vestir, eu amo fantasias, eu amo maquiagem e toda essas merdas, então eu tenho a impressão de que eu vou talhar um look para cada canção. Eu meio que acho que para o primeiro single, “For Your Entertainment”, nós vamos para um look mais para antiga Hollywood, tipo o estilo de 1930, mas com influências de Berlin, meio obscuro, preto e branco, aqueles lugares que vendiam ópio, glam antigo? Eu quero que pareça com Valentino, estrelas de filmes antigos, tipo preto e branco, bigodes desenhados – esse tipo de vibração.

Você passou grande parte do tempo absorvendo todo tipo de música. Você tem uma grande coleção de discos?
Sim, eu sou um doente com o iTunes, eu estou constantemente comprando música. Eu amo escutar tudo que é novo e fresco, e eu costumo explorar coisas do passado. Eu passei por um período de tempo em que tudo o que eu escutava eram coisas do final dos anos sessenta, aquela porra toda de música estilo hippie psicodélico flower power, como Jimi Hendrix, Janis Joplin, the Beatles. Eu lembro que em algum momento eu estava escutando um monte de disco. Eu amo música disco, alguém que não ame disco, eu não conheço?

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Toda geração tem algum tipo de música que eles trazem na bagagem.
Sim. Eu amo música dance, eu sempre amei música dance. Eu acho que qualquer boa batida que te faça querer se arrumar para a noite, ir trabalhar, ir à academia, inspira, te faz se sentir bem. Te faz se mexer e te faz se sentir sensual e flertar com alguém e pegar uma bebida. Tem um monte disso no álbum, porque eu amo isso.

Como foi trabalhar com Lady Gaga? Ela te trouxe uma demo de alguns anos atrás?
Nós só conversamos sobre a direção em que isso iria, e ela disse, “Eu realmente quero fazer mais do que a demo já é, e torná-la mais dançante, torná-la um pouco mais disco, e eu fiquei tipo, “Sim, vamos fazer,” Eu acho que nós atingimos isso.

Você trabalhou mais nela respeitando a letra? O quanto mudaram a canção mesmo com relação a demo?
No American Idol, eu tendia a interpretar as coisas vocalmente, tem um monte de adicionar uma libido e as coisas acontecendo. Era uma simples melodia antes, e nós tornamos bem mais explícita e exagerada.

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E sobre “Music Again”, a música que Justin Hawkins do the Darkness contribuiu?
Ela tem um riff de rock clássico nela que eu achei muito sexy. Outra banda que foi grande referência foi o Queen. Você escuta essa influência em mais algumas músicas, e o refrão dessa música, eu queria que as harmonias soassem como Queen, eu queria que fosse realmente completo. Também, bandas como Sweet costumavam fazer isso com os vocais deles, bandas glam. Eu só queria mostrar as pessoas que eu tenho senso de humor com essa merda. É divertido, é para parecer um pouco extravagante.

“Broken Open” é uma das grandes baladas do álbum. Você pode falar das canções mais lentas do álbum?
Tem três músicas que são bastante emocionais, um pouco mais lentas, mais suaves. Uma delas é uma música que o Muse escreveu, “Soaked”. Ela começa com um vocal bem suave, bem terno, a letra é bem vulnerável, e então ela vai para um tipo flutuante de balada. Essa foi outro exemplo – nós conseguimos a canção do Muse, e eu estava me cagando, eu não conseguia acreditar, eu pensei, “Isso é incrível, eu não consigo acreditar que eles estão me dando uma música.” Eu sou um grande fã, e ela, também, como as outras três que eu estou falando, tem realmente uma coisa retro nelas, melodicamente e até em estilo de produção, bem anos setenta, algumas vezes anos sessenta, quase como uma música de Shirley Bassey misturada com um disco do Queen. Você poderia colocar “Broken Open” na mesma categoria de uma música lenta do Goldfrapp ou até mesmo do Radiohead, tem sombras disso nela, bem eletrônica mas melosa, bem etérea. A letra basicamente encoraja alguém a se sentir seguro o suficiente para ficar vulnerável. “Lay here, it’s safe here, I’ll let you be broken open.” É sobre aquele momento que alguém realmente se abre emocionalmente com você. Eu escrevi isso sobre algumas experiências que eu tive com algumas pessoas na minha vida, e eu espero que passe essa mensagem mesmo.

As músicas que você mesmo escreveu, você tende em gravitar entre baladas e músicas mais tristes?
Eu gosto de escrever os dois tipos, eu só gosto de escrever algo que tenha algum significado. Até “Strut” não é incrivelmente pegajosa, mas é algo auto-motivador. Se exiba, faça sua merda, e sinta-se bem com você e deixe as coisas rolarem, mais cedo ou mais tarde você vai achar o amor e ser feliz na sua vida. Então é divertida e acalma, mas definitivamente tem um peso nela, com tudo o que ela está tentando dizer. Tem uma outra chamada “Aftermath” que é provavelmente a que tem mais o estilo Idol no álbum. O legal é que a letra é basicamente sobre lidar com seus demônios. Eu acho que tem uma mensagem universal nela. Ela pode ser sobre sair do armário, pode ser sobre aceitar você mesmo, tendo a chance de manter as coisas reais e fazer o que você sente no seu coração, mesmo que seja assustador, mesmo que as pessoas não gostem. Pode ser sobre ir para o AA (Alcoólicos Anônimos). Qualquer tipo de momento traumático na vida, e na conseqüência disso, de tomar uma decisão e lidar com ela seja lá o que for que você esteja lidando, você vai encontrar consolo nisso. É um outro tipo de hino de auto-motivação.

Pessoas criticaram a capa do seu álbum pelo exibicionismo teatral, mas você argumenta dizendo que é para onde um monte de música pop está caminhando, correto?
Eu acho que especialmente agora na cena pop, teatricalidade está definitivamente de volta. Olhe para artistas como Katy Perry e Lady Gaga, por exemplo, duas artistas bem apelativas, e contraditórias. Até pessoas como Rihanna, são bem teatrais, é bem dramático, é bem fashion. Tudo o que está acontecendo, e pessoas como Madonna tem feito isso há anos, e Michael Jackson era o mestre disso. Eu só acho que as pessoas querem isso de novo. Eu fui sortudo de ser escolhido pro Idol e as pessoas gostaram, porque ele era o tipo de música que eu queria fazer, adicionar mais apresentação nisso, um pouco mais de forma de showman, não só sobre a voz.

Quando foi a primeira vez que você atingiu uma daquelas notas doidas e percebeu que você podia fazê-las?
Uma daquelas notas altas bem doidas? Foi nos meus vinte anos, eu não conseguia fazê-las quando eu era adolescente.

Foi um processo de treinar e treinar até que saísse naturalmente?
Eu meio que rejeitei lições de canto, de algum jeito, eu parei de ter aulas de canto quando eu tinha 20 anos, e eu encontrei minha voz depois disso, quando não estavam me falando o que fazer. Eu não estava preocupado em cantar do jeito correto. Quando você tem aulas de canto, você fica meio que programado para cantar do jeito correto, e quando eu parei de cantar do jeito certo, eu consegui um som mais legal, eu acho.

Quando você estava fazendo audição para os caras da sua banda, qual era o tipo de vibração que você estava procurando?
O guitarrista é alguém com quem eu tenho escrito e conheço por anos, na verdade, Monte Pittman. Eu formei uma banda por um tempo aqui em L.A., uma banda que não durou muito, e nós escrevemos músicas junto e nós vamos continuar a escrever músicas juntos. Eu falei para ele há um bom tempo atrás, “Você vai estar na minha banda.” Tem lealdade aqui, e nós temos uma relação de trabalho que é muito boa. Ele tem tocado com a Madonna por anos, ele é ótimo. O baterista tem uma ótima energia, e ele é de aquário assim como eu. Eu fico meio babaca sobre astrologia, eu odeio admitir.

Você fez alguma tattoo nova recentemente?
Não. Eu pensei sobre isso. Eu primeiro preciso achar algo que eu queira. Eu não estou certo o que mais eu quero colocar no meu corpo, mas eu gostaria de fazer.

Fonte: Rolling Stone

Tradução: Rodrigo Neri

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