Buro 24/07: “A polêmica está nos olhos de quem vê” (Adam Lambert), Singapura – 30/12

Entrevista com Adam Lambert: A polêmica está nos olhos de quem vê”

Antes de sua performance no show de Ano Novo da festa Celebrate 2016, Adam Lambert fala sobre seus objetivos artísticos, trabalho com Max Martin e, também, sobre a tal petição

Quando Adam Lambert audicionou para a oitava temporada do American Idol em 2009, o nativo de San Diego impressionou os jurados Simon Cowell, Paula Abdul e Randy Jackson com uma versão de “Bohemian Rhapsody”, do Queen. Jackson desabafou, “Acredito que seja a vez de alguém como você”, aprovando o então participante de 26 anos de idade para as apresentações em Hollywood.

Hoje, nos seus 33 anos de idade, passados seis anos anos do fim de sua temporada do reality, Lambert já lançou três álbuns e performou “Bohemian Rhapsody” (e outras) com os membros remanescentes do Queen – os próprios Brian May e Roger Taylor – como seu vocalista. Esta colaboração iniciada em 2012, Queen + Adam Lambert, esteve em turnê rapidamente após o lançamento do terceiro álbum de estúdio de Lambert, “The Original High”, em Junho deste ano (2015). Ano que vem, serão destaque no grande festival Isle of Wright no Reino Unido.

Mas não antes de Lambert focar as atenções novamente para sua carreira solo – dando o pontapé inicial na sua turnê The Original High com um show de virada de ano na Singapura. A programação de seu show na Celebrate 2016 causou polêmica através da petição proposta em Novembro para removê-lo do evento devido a sua “ativa promoção de estilo altamente sexualizado e direitos LGBT, ambos contrários aos valores singapurianos”. A petição repercutiu internacionalmente no CNBC, Billboard e The Independent. No auge das atenções, Lambert foi ao Twitter responder: “Lutando contra a homofobia com uma música de cada vez”.

“Na realidade, fiquei lisonjeado que as pessoas se importassem tanto!” exclamou Lambert em conferência de imprensa ontem pela tarde.

Trajando um blusão Vivienne Westwood estampado e com um salto plataforma exuberante, ele exalou sua realeza gla mrock. “Veja, quando eu sou convidado para um programa de TV, trabalho com muito cuidado com meus produtores e minha equipe para descobrir o que é apropriado para o programa, e foi o que fizemos neste caso”.

Lambert tem sido conhecido pelas suas performances polêmicas e ousadas. Em 2009, seu desempenho no American Music Awards contou com um beijo gay entre ele e seu tecladista, e foi encerrado com uma simulação de sexo oral por um de seus dançarinos. Quando perguntado sem rodeios se nunca se cansará de “criar polêmica”, o artista negou qualquer intenção neste sentido.

“Eu não polemizo”, respondeu firmemente. “A polêmica está nos olhos de quem vê. No passado, cometi um ou dois atos polêmicos de propósito, mas minha missão, agora, é ser honesto e agir com o coração. Dependendo de onde você for, certas coisas parecerão mais polêmicas, mas minha intenção não é provocar, e sim levar à reflexão”.

Na verdade, quando indagado sobre suas performances picantes, o artista enfatizou não estar particularmente preocupado com o passado. “Qual é o ponto?”, retorquiu. “Está no passado. Me preocupo com o presente e o futuro”.

Atualmente, o presente não é um lugar qualquer. Cada álbum reflete um diferente lado da personalidade de Lambert. “The Original High” representa um dos mais sérios e consistentes. Lançado num ano de incertezas, quando ele mudou de gravadora (da RCA para a Warner Brothers), Lambert trabalhou por cerca de dois meses na Suécia, antes de terminá-lo em Los Angeles. Produzido por Max Martin – que também produziu Adam em 2009, no seu primeiro hit nomeado ao Grammy “Whataya Want From Me” – e Shellback, Lambert desabafa que estes “médiuns do pop” permitiram-lhe tirar o peso dos ombros e se expressar.

O álbum de 11 faixas já encabeçou dois singles até então: “Ghost Town” e “Another Lonely Night”. As suas letras possuem conexão notável com uma variável universal de pessoas de diversos níveis, sendo desejo de Lambert que suas canções ajudem as pessoas a entenderem melhor a si mesmas.

“Eu gosto de versar sobre temas bobos, mas também gosto de falar sobre coisas reais”, ele reflete. “A exemplo de ‘Ghost Town’, é bom criar músicas que permitam as pessoas libertarem-se, de vez em quando. Há muitas coisas lindas e maravilhosas, mas também há maldade e escuridão. Como eu poderia cantar apenas músicas pop ‘chiclete’ na luz de alguns dos acontecimentos deste ano?”

Naturalmente, como fã de Freddie Mercury, Lambert olha para o frontman do Queen como a personificação de um rockstar, que “não se importa com o que as pessoas pensam”. Quando perguntado sobre os sentimentos que adota na sua vida frente à visão do público, ele respondeu: “É um constante equilíbrio entre fazer somente o que eu quero fazer e, por outro lado, meu desejo de fazer as pessoas se sentirem felizes e conectadas. Então, é uma constante luta do ‘eu não me importo!’ com o ‘oh, eles gostam disso?’. Mas eu acredito que o que me faz ser quem eu sou é o equilíbrio entre ambos”.

Este equilíbrio é algo que Lambert busca como seu objetivo artístico. “Minha meta é sempre unir as pessoas e achar o denominador comum entre todas essas diferentes pessoas ao redor do mundo”, explica. “Estou focado na positividade, no que nos une, e não nas coisas que nos limitam… então eu apenas canto minhas músicas!”

Brian May e Adam Lambert no Festival Rock in Rio, 2015

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Diego Girardello
Fontes: @LambritsUK e Buro 24/07

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