Rockaxis: Queen + Adam Lambert: A imortalidade de um sentimento, Santiago (Chile) – 30/09

Queen + Adam Lambert: A imortalidade de um sentimento

Toda expectativa foi superada

Por María de los Ángeles Cerda

Sem imitar Freddie Mercury, começa a música ‘Killer Queen’, e Adam Lambert se recosta em um divã e interage com a câmera fazendo cena com seus dotes dramáticos e como cantor. Mostra-se brincalhão e virtuoso, enquanto, em um canto do palco, Brian May o olha, quase com orgulho paternal. No ex-participante do concurso “American Idol” há um espírito distinto ao de Paul Rogers, a voz de Bad Company e Free com quem Queen veio pela primeira vez ao Chile há sete anos. Enquanto a performance do britânico se inclina mais para a voz, com influências de blues e soul, o californiano de 33 anos agrega ao musical uma cota de teatralidade no já emotivo espetáculo da banda. Assim, se apossou muito naturalmente das diferentes partes do show, não se mostrando acuado, mas sim descarado.

“Muito obrigado a Roger e Brian por me deixarem cantar aqui”, agradeceu Lambert no primeiro momento em que se dirigiu ao público, “não seria quem sou hoje se não fosse por Freddie”. Do rockabilly de ‘Crazy Little Thing Called Love’, logo chegou a um dos grandes momentos do show com ‘Somebody To Love’, em uma escalada de emoções que se continuou com ‘Love Of My Life’, onde Brian May se encontrava sozinho no cenário com sua guitarra acústica, e milhares de vozes cantando junto à imagem de Freddie Mercury no telão. “Ontem fui a El Paranal”, comentou posteriormente o guitarrista, em espanhol, “vocês sabem que os melhores astrônomos do mundo estão no Chile?” Então, deu lugar a ”39’ e convidou para voltar para o cenário Neil Fairclough, Spike Edney (tecladista do Queen desde 1981), Rufus Taylor (filho de Roger, na bateria) e Roger, para cantar em conjunto.

Depois da interpretação de Roger Taylor de ‘Kind Of Magic’ e solos de baixo e bateria desnecessários, a banda, junto de Adam Lambert, retomou com ‘Under Pressure’, que também marcou outro dos pontos auge do concerto, com Taylor fazendo a voz de Bowie e Lambert a de Mercury, e a frase “why can’t we give love?!” exclamada pela plateia. Maravilhoso. Foi um dos clássicos onde o público se rendeu aos pés de Queen e Adam Lambert, cantando e aplaudindo, mas, também, desde o cenário, a entrega foi impressionante, não somente do ponto musical e emocional, como técnico, com um grande pano redondo que funcionou como telão e jogos de luzes que tornaram, por exemplo, ‘Who Wants To Live Forever’ como uma auto-homenagem e uma saudação à alma imortal de Mercury.

Para encerrar, chegaram juntos os hits ‘Tie Your Mother Down’, a animada ‘Don’t Stop Me Now’’, ‘Radio GaGa’, ‘I Want It All’ e ‘Bohemian Rhapsody’ (a mesma canção que Lambert cantou em sua audição para o “American Idol”), onde foram usadas imagens do vídeo original com Freddie Mercury, que se fundiu muito sutilmente com a apresentação ao vivo e que jamais denotou que se estivesse na presença de uma banda tributo, como temiam muitos fãs. Lambert jogou facilmente com a sua voz, enquanto May foi imbatível com a guitarra, e Taylor e seu filho formaram uma dupla consistente na bateria. Já terminando a noite, com May quase em lágrimas e cerca de 20 mil pessoas que viram suas expectativas superadas, chegaram ‘We Will Rock You’ e ‘We Are The Champions’, caracteristicamente os mais importantes hinos da banda. Em pouco mais de duas horas, os britânicos e o norte-americano conseguiram reproduzir a gigantesca transcendência do material do Queen, sem subjugar ao principal: o coração.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Diego Girardello
Fonte: Rockaxis

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