Queerty: Adam Lambert fala sobre recusar Hedwig, namorar suas próprias músicas e criar músicas para seus amigos gays

Adam Lambert fala sobre recusar Hedwig, namorar suas próprias músicas e criar músicas para seus amigos gays

Faz seis anos desde que Adam Lambert fascinou os telespectadores como um dos finalistas da oitava temporada do American Idol, onde seu alcance vocal eletrizante e sua presença de palco dinâmica fizeram dele instantaneamente um favorito. Apesar de Kris Allen ter recebido o título de campeão naquele ano, Lambert conquistou uma carreira invejável com seus dois aclamados álbuns, um papel em Glee e uma muito comentada turnê como vocalista da banda de rock clássico Queen. Agora o artista de 33 anos está de volta com “The Original High”, um deslumbrante acervo de material novo e seu primeiro álbum com a gravadora Warner Bros. (lançamento em 16 de Junho), que inclui a hipnótica “Ghost Town”, primeira música de trabalho do álbum. Lambert conversou com a Queerty sobre fazer música com que seus fãs gays possam aproveitar, porque ele recusou a chance de fazer Hedwig na Broadway e se ele alguma vez fez sexo ouvindo alguma de suas próprias músicas.

QUEERTY: Muitas das músicas de “The Original High” têm uma pegada house dos anos 90. Era esse o tipo de música que você ouvia quando era adolescente?
ADAM LAMBERT: Definitivamente. Eu sempre amei música dançante, como C+C Music Factory e Soul II Soul. Eu não lembro como eu as conheci, se foi na MTV, mas de alguma forma eu as estava ouvindo. A pegada dance [do álbum] é definitivamente house dos anos 90, com certeza. Eu comecei a notar que está havendo um renascimento nesse estilo de música e fiquei bem animado. Eu pensei que esse é o tipo de meio que eu definitivamente deveria me enfiar. É autêntico à minha experiência.

Falando em ser autêntico, como o fato de ser um homem gay influenciou a música do novo álbum?
Uma das coisas que eu acho excitante e não tinha consciência disso, mas que uma vez que nós finalizamos algumas das faixas que têm mais uma vibe house eu percebi, é o quão focado em dance elas eram. Ainda mais que nos meus dois últimos álbuns, eu queria que esse refletisse minha vida real. Não apenas liricamente e emocionalmente, mas através do som da música que eu escuto com meus amigos quando nós saímos ou quando eu estou na esteira ou quando estou no meu carro. Esse álbum soa como músicas que eu realmente escuto, ao invés de um personagem meu. Eu fiquei empolgado porque eu pensei que meus irmãos e irmãs gays poderiam se identificar com esse álbum mais do que com as coisas que eu fiz no passado. É um som que parece mais com o nosso mundo.

Quais músicas no novo álbum você diria que é mais provável de virar um hino gay duradouro?
Eu definitivamente acho que “There I Said It” pode ser interpretada dessa maneira. Ela definitivamente tem o tipo de mensagem que pode ser interpretada de diferentes maneiras, que é “Ei, eu não vou mais me desculpar. Eu vou ser quem eu sou, eu tenho opiniões, eu sou a p**** de um adulto. Não me diga o que eu devo ser, o que eu devo dizer nem como eu devo viver”.

Qual seria a melhor música pra pegação?
Tem uma faixa-bônus chamada “After Hours” que eu acho que seria uma ótima música para pegação.

Você está marcado na história como o primeiro artista abertamente gay a ter um álbum número 1. Que expectativas você tem com o lançamento de “The Original High”?
Eu tenho expectativas muito altas para esse álbum, mas, estranhamente eu estou mais relaxado e calmo do que jamais estive desde que comecei a fazer isso. Com os últimos dois álbuns, eu estava muito orgulhoso deles, mas eu estava nervoso e inseguro. Com esse álbum, eu não tenho esse sentimento. Eu me sinto bastante confiante a respeito da direção e o que ele é. Eu sei que quando as pessoas ouvirem, elas vão se conectar. E isso era o que eu queria mais do que tudo.

Mesmo durante os seis anos desde que você se tornou famoso, o cenário da cultura pop mudou significativamente para os artistas LGBT. Que conselho você ofereceria para jovens artistas que estão indecisos sobre se devem ou não revelar suas orientações sexuais no começo de suas carreiras?
Eu acho que tem uma diferença entre a indústria da música e o mundo dos filmes e TV para atores. São coisas diferentes que você está tentando tratar como se fosse um só. Para músicos que estão indecisos sobre se assumir, eu acho que é muito mais fácil viver sua vida do jeito que você é de verdade. Eu só consigo imaginar como é viver no armário e ter que esconder isso das pessoas com a forma com que a máquina de celebridade funciona. As pessoas estão se metendo na sua vida e procurando por qualquer coisa que eles possam encontrar a seu respeito. Eu não consigo imaginar ter que esconder algo como isso. Para o próprio bem estar deles, eu acho que é melhor ser verdadeiro. Mais do que isso, eu acho que quanto mais gente for honesta a respeito disso, menos impactante isso será. Quando eu apareci pela primeira vez na vida, há seis anos atrás, não havia muita presença de artistas gays e lésbicas na parte mais popular da indústria da música. Por causa disso, a mídia fazia muito sensacionalismo em cima disso e se focava demasiadamente na sexualidade. Uma das coisas que eu achei frustrante nos últimos anos é que eu sou todo tipo de coisa. Minha sexualidade é definitivamente uma grande parte da minha vida, mas não é ponto de definição. Eu sou mais do que isso e era difícil ter que me ver sendo reduzido a isso aos olhos do público. A forma como funciona o relacionamento de um artista com a mídia, muitas das coisas não estão sob seu controle. Citações são tiradas de contextos e chamadas de matéria se tornam isso e aquilo ou aquela outra coisa. Resumindo, quanto mais de nós [gays assumidos] estivermos na mídia, menos sensacionalismo será envolvido.

Você é considerado um dos caras verdadeiramente legais do mundo do entretenimento. Como você se mantém tão pés no chão?
O ponto mais importante é manter as pessoas certas por perto. Eu conheço muitas pessoas e tenho velhos amigos de muito tempo atrás que ainda são meus amigos. Ter perspectiva é tudo. Eu não tenho medo de fazer novos amigos. Eu amo pessoas e eu sou aberto.

Você é muito carismático nas telas e no palco. Você já participou de Wicked e Glee. Você tem planos de atuar mais ou talvez fazer performances na Broadway?
Eu não sei. Eu definitivamente gostaria de tentar, mas não há nada nos meus planos nesse momento.

Eu não consigo acreditar que ninguém veio te oferecer o papel de Hedwig. Você poderia arrasar em todas aquelas músicas.
Eles ofereceram. Eu me sinto muito honrado pela oferta, mas não é o que eu quero fazer nesse momento. É um papel incrível. Talvez algum dia. O negócio é que eu não quero me envolver em algo com oito shows por semana [risos].

Nós estamos no meio de uma temporada de Paradas de Orgulho Gay. Você tem intenção de participar de alguma esse ano?
Na verdade, eu estava chateado porque eu adoraria ter me apresentado na Parada de Los Angeles, mas eu estarei em Londres nesta semana. Logisticamente falando, com o lançamento do álbum, tantos compromissos apareceram para promovê-lo que não deu certo. Eu acho que estarei envolvido com a Parada lá no Canadá em algum ponto e talvez em Nova York também. Por fim, poder conectar-me com a comunidade significa muito pra mim. Isso é muito importante para mim.

Sua mãe, Leila, é o epítome de uma mãe legal e ela foi homenageada pela PFLAG e ela é um modelo para vários pais. Como seu relacionamento com ela evoluiu desde que você se tornou famoso?
Ela é incrível. Minha mãe e eu sempre tivemos um relacionamento maravilhoso. Nós somos melhores amigos. Eu conto tudo pra ela. Eu sempre fui extremamente aberto com ela. E ela retribui. Ela é extremamente aberta comigo. Nosso relacionamento não evoluiu. Ele continuou do jeito que ele sempre foi e é isso que eu quero da minha mãe. Eu não quero ser diferente com ela também. Eu acho que a continuidade do nosso relacionamento me dá conforto.

Os seus namorados têm que ter a aprovação dela?
[Risos] Nos dois relacionamentos sérios que eu tive (ele tá excluindo o Drake ou Cheeks? Acho que o Drake né?), eu estava definitivamente curioso para saber como eles se dariam com minha mãe. Quem quer namorar alguém que não se dá bem com sua família? O que é incrível é que eles sempre se dão bem. É um sinal de que eu estou seguindo o caminho certo.

Quão próximos são você e Kris Allen atualmente?
Nós não somos próximos. [Risos] Eu tenho o máximo de respeito por ele. Nós estávamos juntos em um programa de TV e nós competimos juntos. Nós nos demos muito bem. Havia muito respeito mútuo. Nossas vidas nos levaram para direções diferentes.

Vamos jogar “transar, casar, matar”: Simon, Randy e Ryan.
Ai Deus! Não! Não! Não! Eu não posso jogar esse jogo com eles! [Risos] Eu não sei. Eu acho que você deveria querer casar com o rico, mas eles são todos ricos. Essa pergunta vai voltar pra mim no futuro e chutar minha bunda. Próxima pergunta. [Risos]

Você já fez sexo ao som das suas próprias músicas?
Não, não fiz. Eu já me peguei ao som da minha própria música antes, mas fica estranho e eu desligo.

Você tem alguns dos fãs mais passionais e devotados entre todos os artistas. Eu me pergunto se às vezes chega ao ponto de você se sentir desconfortável.
Limites são algo muito interessantes. Todo mundo tem sua própria noção de limites. Na verdade, quando eu comecei a entrar nisso de descobrir meus limites, foi um processo bem interessante porque eu não sabia realmente com o que eu estava ou não confortável. Eu tentei limitar entre a vida pessoal e privada. Eu não tenho nada para esconder e eu não tenho vergonha de nada, mas você quer manter algumas coisas suas. Há uma separação entre sua vida pessoa pública e sua vida pessoal. E eu não estou falando só de namoro. Estou falando de amizade. Se os fãs ficam muito envolvidos com elementos da minha vida pessoal, eu fico um pouco descontente.

Você diria que está feliz nesse momento?
Eu acredito que sim. Eu não sei quais são os ingredientes. É relativo. Eu acho que eu estou bem agora. Como um artista, eu sou alguém que nunca está totalmente satisfeito e eu estou sempre procurando algo. Eu sou um livro aberto, eu tenho que dizer. Muito do álbum se trata de correr atrás da felicidade e o que faz você ficar contente com a vida e te dá prazer e como essa é uma jornada sempre presente, não importa quem você é, qual seja sua idade ou onde você está na vida. É uma jornada de tentativa e erro. É sobre isso que se trata “The Original High”.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Mariana Lira Diniz
Fontes: @LibraLaurie e Queerty

Compartilhar
Share

Nenhum Comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *