GRAMMY: “Queen e Adam Lambert no iHeartRadio Theater”

Queen e Adam Lambert no iHeartRadio Theater

Durante a entrevista transmitida antes do show Queen e Adam Lambert no iHeartRadio Theater em Burbank, Califórnia, em 16 de Junho, o guitarrista do Queen, Brian May, disse o óbvio. “Para nós tudo havia acabado quando Freddie morreu, nós nunca pensamos que tocaríamos no Forum ou no Madison Square Garden outra vez.”

Pink Floyd, Alice in Chains e, talvez o mais famoso, AC/DC, que perdeu seu vocalista Bon Scott em 1980 e o substituiu com Brian Johnson e obteve um sucesso maior ainda, são algumas das poucas bandas que mostraram que o show deve continuar, literalmente. Mas a ideia do Queen continuando sem o carismático e talento único de Mercury é diferente (apesar de que o grupo fez uma turnê com Paul Rodgers, outro grande artista, mas um que tem um estilo vocal e presença de palco notavelmente diferente da de Mercury). Em pesquisas debatendo os maiores vocalistas na história do rock, Mercury está merecidamente perto do topo, ao lado de tipos como Robert Plant, Steven Tyler e Mick Jagger. Preferências pessoais colocadas de lado, não há como negar que Mercury pertence a essa conversa. E é isso o que torna essa recente parceria entre o Queen e Adam Lambert ainda mais chocantemente impressionante.

O time fez sua estreia nacional ano passado no Festival iHeartRadio em Las Vegas, fazendo, sem dúvidas, a melhor performance do final de semana. Noite passada, aparecendo apenas três dias antes da verdadeira estreia de sua turnê, em Chicago, eles deixaram claro que sua muito alardeada performance em Vegas foi legítima.

A seleção bem feita de músicas começou com “We Will Rock You”, uma escolha óbvia que incendiou a audiência, fazendo-a acenar com os pulsos e cantar junto com o refrão familiar. Lambert então, perguntou se a multidão estava pronta para ficar ‘funky’ enquanto o grupo começava com “Another One Bites The Dust”. O show foi para o outro nível com “Crazy Little Thing Called Love”, durante a qual May fez dois solos que eletrificaram a plateia.

Lambert introduziu a próxima canção dizendo que seria algo novo para o Queen. De fato, o grupo abordou “Love Kills”, uma composição solo de Mercury em 1984, na qual ele trabalhou com o produtor ganhador do Grammy Giorgio Moroder, para uma versão restaurada do filme Metropolis. Lambert disse que seria uma música disco sem o disco, feita ao “estilo do Queen”, e enquanto a maior parte da canção foi apresentada como uma doce balada, com Lambert e May sentados em banquetas, a canção ganhou um impulso disco próximo ao fim, ficando com uma aparência de remix contemporâneo.

A energia aumentou novamente com uma agressiva “Fat Bottomed Girls”, a mais roqueira das músicas da noite, que Lambert dedicou as “bitches [vadias] de traseiros grandes por aí”.

Então, a maior razão para essa encarnação do Queen ser excitante é Lambert, cuja confiança e teatralidade encaixam como uma luva. Enquanto sua admiração por Mercury é claramente vista, ele sabiamente, não está tentando substituir uma lenda insubstituível. É claro que May e o baterista Roger Taylor continuam sendo dois dos melhores do rock em seus respectivos instrumentos e impulsionam esta versão do Queen a patamares elevados. Esse pedigree apareceu especialmente na grandeza de “Fat Bottomed Girls”, mas também na musicalmente bipolar “Under Pressure”, o dueto clássico com David Bowie, que se destacou com Taylor lidando com a maior parte dos vocais.

Seguindo uma animada versão de “We Are The Champions”, feita sem sua parceria com “We Will Rock You”, a noite foi encerrada com “Don’t Stop Me Now” do álbum Jazz de 1978. O veículo perfeito para o alcance vocal de Lambert, a canção que é a marca registrada do Queen, foi inquestionavelmente o ponto alto da seleção.

Em uma entrevista a Rolling Stone em Março, May disse que essa parceria com Lambert será “o mais próximo que as pessoas vão chegar de ver o Queen como ele era em seus dias de ouro, mas não é uma reprodução” É por isso que essa parceria funciona. É uma banda icônica compartilhando sua lenda com um vocalista que entende e aprecia seu legado. E o resultado é alegria para qualquer um que ame o Queen.

Fontes: Adam Lambert TV e GRAMMY

Tradução: Stefani Banhete

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