Entrevista na Revista Metro Weekly (Fev/23) – Parte 4

A entrevista que Adam concedeu a Revista Metro Weekly para o Mês de Fevereiro do ano passado é extensa, por isso optamos em publicá-la por partes; aqui confira a 1ª parte; aqui a 2ª parte; aqui a 3ª parte; e agora confira a 4ª e última parte:

MW: Fairyland estreou em Sundance. Você estava lá para isso?

AL: Sim, eu estava. Foi muito divertido.

MW: Podemos chamá-lo de seu primeiro filme?

AL: Sim. Estive em Bohemian Rhapsody em algumas cenas, mas este é meu primeiro papel real.

MW: Você estava nervoso?

AL: Não, na verdade. E eu pensei sobre isso, tipo, por que não estou mais nervoso? Mas me senti muito confortável com o personagem e o material. Pareceu muito natural para mim. Eu tenho várias cenas. Não é um grande papel, mas eu sabia quem ele era. Eu senti que entendi quem é aquele cara. Fiquei um pouco apreensivo na manhã em que cheguei lá [para o primeiro dia de filmagem], mas no minuto em que conheci meus dois colegas de elenco naquelas cenas, fiquei imediatamente muito confortável. Eles foram muito legais. E o cara que interpreta Steve, Scoot McNairy – eu interpreto o namorado dele – ele é tão legal, tão pé no chão, o que me deixou confortável imediatamente, e Emilia Jones, que interpreta a filha, eu a amo. Ela é ótima.

MW: Como foi trabalhar com Sofia Coppola?

AL: Ela produziu o filme. Ela não estava lá no set, mas eu pude sair com ela no Sundance, o que foi incrível. Ela é uma figura de classe.

MW: Você sabe qual o próximo passo para o filme?

AL: A última coisa que ouvi dizer é que havia uma espécie de guerra de ofertas acontecendo, então definitivamente há distribuição no horizonte. Estou animado para que as pessoas vejam o filme. É uma história muito boa. É difícil criar algo novo, obviamente, mas a combinação das partes desta história e os temas dela são algo que eu não tinha visto antes.

É [sobre] um pai solteiro que é gay, criando sua filha nos anos 70 em São Francisco em meio ao cenário da libertação gay, entrando na crise da AIDS. Ele tem sua filhinha com sua esposa, [que] morre tragicamente em um acidente de carro. Eles se mudam para São Francisco e ele meio que se assume. E quando a filha tem idade suficiente para tentar entender e fazer perguntas, ele finalmente diz a ela: “Bem, sua mãe sabia que eu estava com homens, mas eu também amava sua mãe e estava tentando fazer o que eu deveria fazer naquela época, no final dos anos 60. Eu estava sendo um homem, estava me casando, tendo filhos. Isso era o que se esperava.”

A outra coisa legal sobre isso é que, qualquer um desses filmes que exploram o impacto da crise da AIDS e como era realmente, acho que muitos de nós, já que não estávamos lá, não percebemos como era insano, a tragédia de perder tantos amigos e sentir-se tão impotente com o governo que não fazia nada para ajudar. É uma história que precisa continuar sendo contada. As pessoas precisam saber qual é a nossa história.

Eu chorei. Eu solucei. É uma história doce.

MW: Qual é seu próximo passo em termos de atuação? Você tem alguma coisa chegando? E o que você gostaria de fazer?

AL: Eu tenho feito trabalhos de dublagem, o que é muito divertido. Eu fiz uma série da Netflix chamada A Tale Dark & Grimm, onde interpretei o diabo. Foi épico. Acho que não devo falar sobre isso ainda, mas vou interpretar o vilão em outra série que será lançada pela DreamWorks. Estou muito animado com isso. Acabei de terminar meu último dia de gravação. É engraçado.

MW: Qual seria seu papel dos sonhos?

AL: Não tenho certeza. Eu adoraria fazer um filme musical. Eu acho que seria muito divertido. Eu sempre adorei isso. Talvez ainda não tenha sido escrito.

MW: Que ótima transição para o musical que você está escrevendo que você mencionou anteriormente.

AL: O problema com o musical é que neste momento, eu realmente não acho que estou planejando atuar nele. Criá-lo é muito bom. Eu sempre vou me apresentar, sempre vou cantar, mas também estou começando a ficar cada vez mais interessado em apenas fazer parte de um projeto criativo. Eu sou um cara de ideias. Trago muitas ideias para a mesa e adoro trabalhar com uma equipe jogando sugestões no ar, brincando com o que dá certo, fazendo parte do processo, resolvendo problemas. Eu amo tudo isso. Estarei lançando um álbum conceito das músicas, então essa será a minha contribuição, que apresentarei as músicas para todos, e depois serão adaptadas.

MW: Você pode discutir o que é e como soa?

AL: Não estou pronto para revelar tudo, mas posso dizer que é baseado em uma história verdadeira. Acontece na década de 1970 em Nova Iorque, e a música é uma carta de amor para essa década, então salta bastante de gênero. Também é uma história muito queer, então será algo que eu acho que irá repercutir em muitas pessoas. Acho que isso vai repercutir nas pessoas que viviam naquela época – pessoas mais velhas que viveram nos anos 70 – e também vai repercutir, acho que bastante forte, nos jovens também.

MW: Você disse que começou isso durante a pandemia?

AL: Sim. Lancei Velvet e literalmente naquela semana tudo foi cancelado. Meus planos de turnê foram cancelados, meus planos promocionais foram cancelados. Isso encurtou a vida do álbum. E quando lentamente percebi o que estava acontecendo, foi muito triste. Fiquei deprimido por um minuto. Coloquei muito trabalho e esforço nisso. E ainda é um bom álbum, mas eu gostaria de poder ter compartilhado ele mais e promovido mais.

Mas assim que isso se acalmou, eu precisava de algo criativo para fazer enquanto estava sentado em casa. Então comecei o processo com outros produtores e compositores fazendo sessões no Zoom. Não é exatamente o mesmo que sentar em uma sala com outras pessoas, mas você ainda pode escrever boas músicas, e foi o que fizemos.

MW: Você mencionou que se passa na cidade de Nova Iorque dos anos 70. Isso foi inspirado em Velvet? Porque isso me faz pensar um pouco no Velvet.

AL: Essa época e essa vibe são algo que eu pessoalmente adoro. Eu simplesmente amo essa coisa retrô. Eu sempre adorei. Queen é retrô. Acho que os anos 70 são a era de ouro da música.

Quando você pensa sobre isso, muitas das músicas que surgiram naquela época eram novas. Gêneros foram inventados naquela época. Há todas essas músicas clássicas e icônicas daquela década que ouvimos agora. Há tantos artistas fazendo referência a eles até agora.

MW: Além de tudo o que discutimos, nos últimos anos você fez algumas coisas na TV como jurado, o que é interessante, porque foi aí que sua carreira começou.

AL: É um círculo completo. É divertido chegar lá – e tenho muitas opiniões, então gosto de expressá-las. Anos atrás eu fiz o The X Factor na Austrália como jurado. E agora estou fazendo um programa chamado Starstruck no Reino Unido. Acabamos de terminar nossa segunda temporada. Deve ir ao ar a qualquer semana agora. Esperando no painel, o que foi muito divertido.

É um risco menor do que alguns outros shows de talentos, porque não se trata de alguém tentando conseguir um contrato com uma gravadora para iniciar sua carreira. É mais como pessoas se vestindo como seus ícones favoritos e cantando como eles. É como um show de personificação e é muito divertido.

MW: Tendo estado do outro lado, recebendo críticas e sabendo que você tem que performar para certas pessoas e tudo mais, isso fez de você um jurado mais gentil? Isso o tornou mais crítico?

AL: Como essas não são pessoas sentadas ali dizendo: “Eu quero uma carreira na indústria musical”, é mais como um jogo. É mais uma festa. Isso tira muito peso do julgamento. Não é como, “Você não tem o que é preciso”. Na verdade, tudo se resume a: “Uau, você se parece exatamente com eles. Uau, você soa exatamente como eles.” Eu sou bem legal. Acho que sou honesto e às vezes serei direto, mas sempre tento fazer isso com o espírito de ajudar alguém a ser melhor.

MW: Mencionamos a palavra Idol e, claro, tenho certeza que ela aparece em todas as entrevistas que você faz, mas já se passaram muitos anos, e sei que há cantores que tentam se distanciar, enquanto outros abraçam isto. Como você se sente falando continuamente sobre isso?

AL: Isso não me incomoda. Foi onde as pessoas me conheceram. Tive uma experiência muito boa no programa, e sinto que pude cantar muitas músicas ótimas, e estive na TV e isso impulsionou minha carreira. Eu realmente não sei se eu teria assinado um contrato com uma gravadora se não estivesse naquele programa. Especialmente sendo quem eu sou, acho que teria sido muito difícil [vender]. Eu não me ressinto disso.

MW: Você se tornou uma estrela do Idol e isso não acontece mais. Como você se sente em relação a esses tipos de shows atualmente e aos artistas que deles saem?

AL: Olha, ainda é um ótimo entretenimento, você entende o que quero dizer? E é por isso que os programas ainda estão no ar. Também adoramos assistir cantores – adoramos descobrir novos cantores. Acho que é provavelmente o fato da indústria ter mudado tanto – serviços de streaming, redes sociais, todos estes fatores que mudam a forma como o público recebe entretenimento.

Em 2009, você ainda precisava sintonizar em um determinado horário, o que criava uma experiência unificada. Isso virou uma conversa mais fria porque havia poucos canais. Naquela época era apenas uma coisa diferente.

Agora há tanto para assistir e ouvir, e simplesmente não é a mesma coisa. Então seria bom se alguns desses programas pudessem pegar o vencedor ou alguém do programa e ajudá-los a lançar uma carreira, mas… Sim, você está certo. Isso não acontece mais tanto assim. Acho que não se tem mais a atenção de tantas pessoas, então é mais difícil criar o mesmo tipo de barulho e hype em torno de um artista.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Bruna Martins
Fontes: @metroweekly, Metro Weekly e Metro Weekly

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