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26abr2022
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Entrevista by Mercedes-AMG GmbH (Alemanha)
Já postamos aqui as fotos de Adam publicadas em Março pela Mercedes-AMG GmbH da Alemanha realizadas para uma entrevista, cuja tradução você confere na íntegra a seguir.
ADAM LAMBERT – A EMOÇÃO DE SE APRESENTAR
Como ícone da música global e líder de uma das maiores bandas de rock do mundo, a AMG se senta com Adam Lambert para discutir a emoção da performance, como ele lidou com a pressão de se colocar no lugar de Freddie Mercury e a importância de levar a si mesmo além de sua profissão.
“É uma busca por emoção”, diz Adam Lambert pelo Zoom, pensando sobre seus aspectos preferidos de se apresentar ao vivo. O vocalista do Queen está sentado em sua sala de estar usando um par de óculos escuros amarelos que, como ele diz, estão sendo usados para esconder os sinais de seu terceiro dia de jet lag – o pico do cansaço, ele atesta. Em poucos minutos de ligação, fica claro que Lambert entrelaça aspectos de sua performance em sua personalidade, ou melhor, sua personalidade é o que faz suas performances no palco ganharem vida.
A maioria dos músicos costuma entrar em grandes detalhes sobre como é emocionante tocar na frente de um estádio lotado, mas Adam Lambert não é a maioria dos músicos. E nem a história de sua rápida ascensão à fama é uma que se ouve com muita frequência. Depois que o mundo testemunhou seu talento bruto no programa de TV americano American Idol em 2009, e viu como o palco parecia ser uma extensão natural de sua existência, um pulso de empolgação começou a bater sob a superfície do futuro do cantor.
Apenas alguns anos depois de terminar como vice-campeão no programa, Lambert se juntou à icônica banda britânica Queen como seu novo vocalista, entrando no lugar do grande Freddie Mercury. Ao lado dos companheiros de banda Bryan May e Roger Taylor, a jornada de Lambert o levou a todos os cantos do mundo, formou quem ele é hoje e provou que seu propósito está enraizado na performance ao vivo.
E agora, a carreira do cantor vai muito além da música. Lambert está usando seu talento para canalizar sua criatividade em vários caminhos – notadamente, escrevendo musicais e experimentando vários gêneros. Mas ele também usa sua plataforma como um ícone global para lançar a luz necessária sobre questões que afetam as pessoas queer em todo o mundo. Lançando a Feel Something Foundation em 2019, Lambert criou uma organização que apoia membros da comunidade LGBTQ+ de todas as origens e idades. Desde o American Idol em 2009, Adam Lambert rapidamente se tornou não apenas um líder na indústria da música, mas uma inspiração para usar a popularidade e a atenção da mídia para se aprofundar nos problemas do presente e tornar o mundo um lugar melhor para o futuro.
Em uma entrevista exclusiva com o frontman e filantropo do Queen, a AMG descobre tudo sobre a jornada de Adam Lambert até onde ele está hoje, a moral e os valores que produzem líderes do setor e como se apresentar ao vivo pode levar à autodescoberta…
Houve muita pressão ao entrar no lugar de Freddie Mercury, como você lidou com isso?
Eu definitivamente senti a pressão. Isso foi há mais de 10 anos, então já faz um tempo, mas no começo eu estava intimidado com a ideia de que Freddie é um deus do rock, e eu sabia que os fãs seriam realmente hardcore. Fiquei pensando comigo mesmo, posso fazer isso?Que propósito você acha que os músicos têm no mundo hoje, além de fazer música?
Durante um longo período, a ideia de identidade mudou para o banco da frente dos artistas. Estou fazendo uma generalização porque obviamente há exceções para tudo isso. Costumava ser a música primeiro, depois o talento e a integridade e acho que isso ainda existe e ainda há muitos músicos para quem essa é sua primeira prioridade, mas grande parte da indústria da música agora – provavelmente por causa das mídias sociais – se atirou nisso, Quem é Você? Sobre o que você está falando? As pessoas querem ser suas amigas, querem dormir com você ou querem idolatrar você? Agora é tudo sobre esse critério de identidade baseado na pessoa, talvez mais do que nunca.Você fundou a Feel Something Foundation, você acha que os músicos deveriam usar sua plataforma para fazer o bem?
Sim, se for autêntico. Para mim, pessoalmente, quando entrei no negócio, não fiz isso com a intenção de querer fazer filantropia – isso meio que me levou até lá. Eu me encontrei com a oportunidade, e eu estava tipo sim, eu realmente tenho interesse nisso, especialmente na direção que tomou no espaço queer. Além disso, tenho fãs que não são gays, então achei que era uma boa oportunidade para preencher essa lacuna entre a comunidade e nossos aliados.O gênero – e a indústria (da música) como um todo – é tão inclusivo quanto pode ser? Quanto trabalho ainda há para ser feito?
Há sempre mais trabalho a fazer. Mas definitivamente está ficando cada vez melhor. É emocionante. Olhe para a cena musical americana: Lil Nas X, que é uma grande história de sucesso – alguém que teve sucesso musical real e viável em termos do que as gravadoras olham: vendas, streams e posições nas paradas. Por ser quem ele é, ele está pressionando alguns botões e sendo um provocador – nós realmente não tivemos ninguém assim. Tentei fazer algumas declarações no início e me meti em grandes problemas por isso. Então é realmente emocionante estar em um lugar agora onde pessoas suficientes estão prontas para alguém assim ser um artista mainstream.Como a música e as performances ao vivo ajudaram você a descobrir mais sobre si mesmo?
Descobri que me tornei mais confortável ao longo dos anos. No início, eu ficava nervoso ou tinha muita adrenalina. Isso tem seu valor: às vezes pode cobrar uma performance e torná-la realmente frenética. Mas uma das coisas emocionantes de amadurecer como artista é descobrir como é quando você não está super ansioso ou frenético, o que você pode realizar sem esse tipo de energia. Então, eu gosto do fato de estar fazendo isso há muito tempo porque me permitiu ser um pouco vulnerável. Se você fizer isso por um longo tempo, vai evoluir para você.O que se apresentar significa para você?
Eu penso muito nas coisas. O que eu gosto em me apresentar é aquele momento em que você realmente não tem muito tempo para pensar, você só tem que agir – eu gosto do imediatismo disso. Você tem que se entregar neste momento ou então você falha. Você está em um trem em movimento e não pode pará-lo. É a busca de emoção. Eu gosto da adrenalina que você obtém disso, da conectividade disso. Eu gosto que você possa estar na frente de uma plateia e tudo o que você está fazendo está sendo registrado pela multidão. É emocionante. Não há nada parecido.Como você diria que seu propósito pode ter mudado ou ter sido reformulado ao longo do ano passado? Lançar um álbum no início da pandemia fez você pensar que suas prioridades estão em outro lugar?
Acho que este último ano e meio foi muito intenso, obviamente. Eu acho que realmente mudou minha perspectiva sobre algumas coisas. O fato de tudo ter desacelerado foi bom. Em nível pessoal, peguei Covid no ano passado e foi assustador. Você não sabe como vai ficar. Parece clichê, mas meio que me fez acordar um pouco; quais são minhas prioridades, o que realmente importa, quais são as coisas importantes na minha vida? Eu acho que mudou minha atitude de como o contentamento deveria ser. O que eu realmente preciso para ser feliz e quando sou mais feliz? São coisas que eu já sabia, mas me lembrou que sou orientado a projetos. Mesmo que seja pintando uma coisa estúpida ou colando um projeto de artesanato. É aí que eu sou feliz. Sou feliz fazendo coisas e criando coisas. Foi bom para isso. Isso acalmou as distrações extras.Tendo viajado por todo o mundo, de que forma você acha que o mundo pode estar mudando para melhor?
Há muitos problemas agora que eu acho que estão sendo trazidos à tona, o que é um passo na direção certa. Se não podemos identificar os problemas, como vamos corrigi-los? Eu também acho que, ao trazê-los à luz, você também está criando uma tensão extra, mas é um passo necessário. No ano passado, o movimento Black Lives Matter, após o assassinato de George Floyd, explodiu e foi um momento tão poderoso. Como homem branco, foi muito interessante perceber que é hora de parar e ouvir e não é tudo sobre você, é sobre esse grupo de pessoas que precisam ser ouvidas agora, e precisam do nosso apoio e atenção. É ter conversas. Foi assustador nos EUA ver na televisão o quão descaradamente horrível a polícia estava sendo. Foi chocante. Sabíamos que esse era o caso, mas para todos ver isso e ter a cobertura da mídia foi realmente poderoso.Onde você se sentiu mais inspirado, tanto musicalmente quanto pessoalmente? Por quê?
Estou em LA há mais de 20 anos e é superconfortável, amo minha casa. É um ótimo lugar para ter um cachorro. Mas também adoro viajar. Minhas cidades favoritas para ir e que acho muito charmosas são Amsterdã e Barcelona. Venho muito a Londres, tenho feito muito trabalho aqui, então este se tornou um lugar muito empolgante criativamente. Nova Iorque é parecida, eu amo Nova Iorque. Sempre parece um espaço criativo.Quando você se sente mais eletrizado?
Acho que volta a estar no palco. É como me ligar a uma bateria. Isso me preenche de uma maneira que não consigo em nenhum outro lugar. Quando não me apresento por um longo período, sinto que algo está faltando.Eu sei que você gosta de carros, qual você diria que é a emoção mais memorável que você tem de dirigir?
Eu gosto de um bom carro. Meu carro agora é conversível, então ter isso na Califórnia é ótimo. Eu gosto de dirigir com a capota abaixada porque parece tão aberto, especialmente quando está ensolarado, que é 99% do tempo. É bom ter o vento no cabelo. Se estou com vontade de fazer uma pequena viagem, vamos para Malibu no conversível.Como você descreveria sua jornada desde os primeiros dias de sua carreira até agora – o que você pode dizer sobre a necessidade de determinação e motivação?
Isso é algo que eu constantemente tenho que verificar comigo mesmo. Houve momentos em que me senti desanimado e há momentos em que me sinto realmente inspirado. Em última análise, a equipe ao seu redor é muito importante. Isso é uma grande coisa que aprendi, porque se a equipe não está certa e as coisas não estão indo bem, você fica frustrado e desanimado. Quando você tem todas as peças no lugar, tudo fica muito melhor, muito mais emocionante e positivo. À medida que envelheci e progredi na minha carreira, confio mais nos meus próprios instintos. No começo, eu estava atirando para todo lado. Eu estava tentando de tudo, e agora olho para trás e penso: “você estava se esforçando demais, o que estava fazendo?” Tem sido uma jornada. Sou muito grato pelas minhas experiências porque me sinto mais confortável na minha pele agora.Para onde você pensa/quer que sua jornada, tanto na música quanto na vida, te leve a seguir?
Em termos de carreira, eu só quero continuar trabalhando. Eu gosto de me envolver em muitas coisas diferentes. Acho que é isso que torna essa jornada emocionante. Eu tenho feito coisas na TV recentemente, aparecendo na TV, mas também explorando algumas coisas dos bastidores, como produzir e ter ideias. Gosto de trabalhar em equipe e ser uma voz em um painel. Eu amo fazer música e agora estou gostando de explorar diferentes caminhos para a música, não apenas a música pop. Estou escrevendo um musical… estou pegando o que faço e colocando em caminhos diferentes. Eu cresci fazendo teatro musical, então, de certa forma, minha carreira deu um ciclo completo e estou voltando para as coisas que eu amava inicialmente. Na minha vida pessoal, amo minha família e amigos, só quero ser feliz. É tudo uma questão de contentamento. É tudo sobre ficar feliz.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fonte: Mercedes-AMG GmbH
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