Entrevista by Herald Sun (Austrália) – 01/10

Adam Lambert: “Sou muito duro comigo mesmo, eu analiso tudo”

Parece que foi há muito tempo, mas 2020 começou com Queen e Adam Lambert enchendo e emocionando estádios em todo o país.

Até seu último show australiano, no final de Fevereiro, eles lidaram com o calor e a chuva torrencial em seus shows ao ar livre.

Em Março, o COVID-19 fechou o mundo, colocando sua turnê global em espera.

“Fizemos uma ótima turnê pela Austrália, voltamos e tudo foi pro ca…”, disse Lambert rindo.

Ele planejava equilibrar seu trabalho lucrativo com o Queen com a promoção e turnê de seu quarto álbum solo, “Velvet”, incluindo uma temporada em Vegas.

“Eu estava indo a todo vapor, lancei o ‘Velvet’ em Março e uma semana depois tudo foi cancelado”, diz Lambert.

“Tive de lamentar a perda dessas oportunidades. Assim que superei isso, pensei ‘OK, deixe-me relaxar, sentar no sofá e assistir a alguns programas’. Tentei ver o lado bom, é hora de refletir e criar. Eu escrevi, fiz sessões de zoom com compositores…”

Durante a quarentena, Lambert, Roger Taylor e Brian May do Queen sentaram-se e compilaram um álbum de concerto (em CD, DVD, Blu-ray e vinil) – “Live Around The World” – como um agradecimento aos fãs que perderam a oportunidade de vê-los em turnê.

Eles gravaram um single de caridade para o fundo COVID da OMS (“You Are The Champions”) este ano, mas o álbum ao vivo é o primeiro grande lançamento do Queen com Lambert.

“Este é o melhor álbum de recortes que eu poderia fazer, uma retrospectiva dos últimos sete anos de trabalho conjunto. É muito emocionante ter algo para mostrar e resumir tudo.”

Eles selecionaram diferentes apresentações (“queríamos capturar a magia de um show ao vivo”) assistindo a horas de shows.

“Eu adorei lembrar o que eu usei. Estou sempre mudando o figurino para músicas e turnês diferentes, então foi uma viagem divertida ao longo da história. Mas eu sou muito duro comigo mesmo, eu analiso tudo, vou assistir e penso ‘Isso não soou bem’. Mas eu melhorei em entender que nem todo mundo está sentado analisando cada nota que eu canto, não é tão técnico para um espectador. O importante é ter a energia, a intenção e o espírito certos.”

Bem como a sua versão do material solo de Mercury, “Love Kills” e “I Was Born To Love You”, o álbum inclui toda a sua performance do show Fire Fight Australia deste ano, onde eles recriaram o lendário set de 22 minutos do Queen no Live Aid.

Lambert e Queen sentaram-se e assistiram novamente o show original na Nova Zelândia, mas mantiveram a surpresa até a noite do show.

“Os superfãs perceberam, foi empolgante”, lembra Lambert.

“Foi nosso aceno ao Live Aid, o filme (“Bohemian Rhapsody”) recriou isso tão bem, sabíamos que estava fresco na mente de todos, tornou-se muito icônico.”

As canções mais difíceis do Queen para cantar? “Existem algumas que são muito atléticas e exigentes. ‘Who Wants To Live Forever’ é uma grande música, vai de um zero suave muito sensível a 60 em poucos minutos. ‘The Show Must Go On’ é um grande vocal. ‘Another One Bites The Dust’ tem muita garra. Fazendo um show em uma arena ou estádio, tem muita gente lá. Eu definitivamente recebo uma descarga de adrenalina quando me apresento. Também requer muita energia.”

Lambert continua a esclarecer que não está tentando substituir Mercury durante os shows do Queen, embora uma postagem recente de Brian May chamando-o de “estrela do rock” tenha dividido os fãs mais obstinados da banda.

“Acho que definitivamente conquistei meu lugar, mas gosto de abordar isso. Eu acho que é importante comunicar que conheço meu lugar. Eu amo Freddie, acho que ele é insubstituível. Ele é uma grande parte do show, nós o temos na tela, você ouve sua voz, é realmente uma celebração do legado musical do Queen. É importante que o público saiba como me sinto sobre isso.”

Com o trabalho ao vivo em espera, o sonho de Lambert de um dia escrever um musical foi adiantado.

Ele agora está baseado em Londres, co-criando um musical do zero.

“Não é autobiográfico. Muitos dos temas são definitivamente aqueles que considero muito importantes e que estão próximos do meu coração. Isso é tudo que posso dizer sobre isso, é muito cedo.”

Ele também fez uma série de animação para a Netflix e um episódio da nova comédia espacial Moonbase 8.

“Tenho feito testes aqui e ali, não estou apenas sentado esperando alguém me entregar algo, estou definitivamente disposto a fazer o trabalho.”

Lambert também está usando sua mídia social para apoiar Joe Biden nas eleições dos Estados Unidos.

“É um momento de divisão, já transcendeu a política neste ponto. Tornou-se uma questão de direitos humanos, o bem contra o mal, na minha opinião. Eu realmente espero que Biden seja eleito porque qualquer coisa é melhor do que Trump.”

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fonte: Herald Sun

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