Confira como foi a participação de Adam no painel do GLAAD – 11/06

No último mês de Junho, mês do Orgulho LGBTQ+, Adam e sua Fundação Feel Something fizeram parceria com o GLAAD e o eBay para promover um leilão de diversas roupas suas, cujos lucros seriam inteiramente doados ao GLAAD e endereçados a comunidade LGBTQ+.

Na ocasião, Adam participou de um bate-papo junto de alguns embaixadores universitários do GLAAD, que são voluntários na luta pela promoção da comunidade LGBTQ+ dentro de seus respectivos campus. Adam falou sobre sua carreira e sua jornada como um representante da comunidade queer. Confira um resumo de como foi o painel.

O apresentador, Anthony Ramos, do GLAAD, dá as boas vindas a Adam e aos outros embaixadores do GLAAD, Josh, Matt, Leigh e Simaia.

Anthony pergunta a Adam por que é tão importante para ele retribuir à comunidade LGBTQ+, estando ele há tanto tempo na indústria. Ele diz que olha muito para sua própria juventude e pensa no quanto faltava para que ele pudesse encontrar paz e conforto na sua identidade. Ele diz que está maravilhado em como as coisas são diferentes agora, com muita conversa e visibilidade, embora ainda tenham muito o que percorrer. Adam conta que se sente muito inspirado pelo movimento dessa geração e a juventude está focando muito na identidade, coisa que não era uma opção para a comunidade antes. Adam diz que está animado para facilitar ainda mais toda essa conversa e movimento.

O outro convidado, Matt, conta como ele está trabalhando para promover a representação correta da comunidade LGBTQ+ na produção de filmes, o que Adam acha muito legal.

A outra convidada, Simaia, conta que acabou de se graduar em música, e seu principal foco é trazer visibilidade para as pessoas LGBTQ+ de cor.

A próxima convidada, Leigh, conta que acabou de se graduar em Sociologia, onde ela ajudava a promover a comunidade LGBTQ+ no campus, e também tem um programa de rádio no qual ela dá destaque a artistas da comunidade.

O último convidado, Josh, conta que acabou de se graduar em Juilliard, e atualmente está trabalhando na produção de um álbum ou concerto de visibilidade à comunidade LGBTQ+.

Anthony pergunta a Adam o que o Pride significa para ele, olhando para os anos anteriores, já que neste ano não pôde ser celebrado nas ruas. Adam diz que mesmo com o distanciamento eles devem representar a comunidade, se conectarem e fazer todos se sentirem incluídos, e talvez isso seja ainda mais importante agora, já que eles estão lutando um pouco mais do que os outros com toda essa situação. Adam lembra de quando ele era criança e viu uma foto de sua mãe na parada do Orgulho de San Francisco dançando junto de algumas drag queens. Ele achou aquilo muito legal, embora fosse jovem para entender, e quando ele se assumiu para sua mãe, ele já sabia que ela sempre esteve envolvida com a comunidade e era confortável com isso. Adam diz que se sente muito sortudo por ter crescido em uma casa muito apoiadora, o que não é o que acontece com muitas pessoas. Adam conta que tenta transmitir a outras pessoas tudo aquilo que seus pais lhe ensinaram, e diz que aceitação é tudo, e não apenas tolerar, mas amar a pessoa pelo que ela é.

Adam pergunta aos outros convidados quais as áreas que eles acham que precisam de mais atenção para serem desenvolvidas. Simaia diz que acha que a luta é ainda maior para pessoas trans, pessoas de cor ou pessoas não-binárias, que não se encaixam em um “padrão” de pessoas queer segundo a sociedade. Adam concorda, relembrando que na sua juventude não haviam nem sequer muitas pessoas gays representadas na mídia, e agora existe todo um guarda-chuva dentro da comunidade LGBTQ+ que está ganhando visibilidade. Adam conta que ele mesmo ainda está aprendendo, e muitas pessoas ainda são resistentes em entender algo novo, como por exemplo toda a conversa sobre gênero que vem ganhando cada vez mais notoriedade. Adam conta que ele mesmo não entendeu de início, e em sua época isso não era uma opção para as pessoas, já que elas não tinham essa liberdade de explorar quem são e dizer “é assim que eu me descrevo”. Ele diz que todos esses títulos não existiam antes, mas ele gostaria que tivessem existido, e que é algo lindo. Leigh concorda, dizendo que toda a ideia de gênero foi criada pelas pessoas, e agora está sendo desconstruída. Josh concorda, falando sobre a importância de shows que representem todas as pessoas, ainda mais agora que todos estão em casa assistindo a vários programas diferentes.

Adam pergunta aos convidados se eles sentiram que os filmes e a mídia os ajudaram a entender quem eles eram e a encontrar seus caminhos enquanto cresciam. Simaia diz que não exatamente, já que ainda hoje ela não consegue pensar em nenhum personagem queer e indiano, como ela. Anthony concorda, dizendo que o GLAAD trabalha para garantir que todas as pessoas se sintam representadas e incluídas na mídia.

Anthony pergunta aos convidados se eles têm alguma pergunta para fazer a Adam, que é um grande artista ganhador de prêmios importantes, ao que Adam brinca dizendo que eles devem conversar com ele como se ele fosse um cara normal. Josh pergunta a Adam como a sua música transmite os ideais pelos quais ele luta. Adam admite que quando ele gravou seu primeiro álbum e em seus primeiros anos na mídia ele não pensou em transmitir esse ativismo através de sua música, mas logo se tornou evidente para ele que aquilo era uma responsabilidade, e ele percebeu que queria ser corajoso e falar sobre as coisas nas quais ele acreditava, e com o passar dos anos ele aprendeu muitas coisas, conversando com pessoas e indo a eventos como o GLAAD. Ele conta que desde seu último álbum ele passou a escrever músicas que tocavam nesses assuntos, ainda que fosse música pop, mas que fala sobre superar barreiras, músicas que se tornam hinos para as pessoas e as fazem se sentir empoderadas e livres, e é esse tipo de música que ele gosta de compartilhar com as pessoas.

Simaia pergunta a Adam como ele se sente sendo rotulado como um artista queer, já que para algumas pessoas pode soar como se estivesse as colocando em uma caixa. Adam conta que os últimos dez anos foram interessantes, com experiências mistas. Ele conta que no começo, graças ao seu visual extravagante, isso começou a importar mais para as pessoas do que o seu talento em si, como em entrevistas que ele dava, e as pessoas o colocavam em uma categoria, o que fez com que ele se resentisse, pensando que ele só estava sendo ele mesmo e isso deveria ser celebrado na música. Agora, no entanto, Adam sente apenas que é essa a pessoa que ele é, e ele não tem vergonha, sente orgulho. Adam comenta que a identidade é muito importante para os artistas de hoje em dia, que há algo em sua personalidade que é a razão de gostarmos deles e nos identificarmos. Adam diz que espera que ser corajoso e não pedir desculpas sobre a sua sexualidade seja o que o conecta com seus fãs. Assim isso se torna parte do artista, como uma ferramenta.

Leigh conta que tinha nove anos quando Adam estava no American Idol, e ele foi uma grande inspiração para ela, já que seus pais não entendiam esse tipo de coisa, mas ele foi um dos primeiros artistas queer que eles viram e entenderam que ele era um artista talentoso, uma pessoa. Ela conta que já esteve em vários de seus shows e o agradece pela inspiração, dizendo que ele está sim alcançando muitas pessoas, como ela própria. Adam agradece, dizendo que muitas vezes em sua vida ele pensou que a vida não era justa, se perguntando por que ele não tinha o sucesso que outra pessoa tinha, mas que uma das coisas em ser feliz e ter satisfação pessoal é descobrir qual a sua versão de sucesso, e ouvir esses testemunhos e agradecimentos dos fãs é uma das coisas que mais o incentiva a continuar, e essa tem sido sua maior fantasia, poder libertar as pessoas e dar a elas ferramentas para que elas possam ser quem são.

Matt pergunta a Adam se ele tem alguma recomendação de artista LGBTQ+, e Adam recomenda Isaac Dunbar, dizendo que ele é muito talentoso e está ansioso pelos seus próximos trabalhos, e adorou a última música que ele lançou, chamada “Makeup Drawer” [Gaveta de Maquiagem], ao que Anthony brinca perguntando a Adam o que tem na gaveta de maquiagem dele. Adam responde “Tudo!”.

Anthony encerra agradecendo a todos, e agradecendo a Adam pelo leilão de suas roupas no eBay, cujos lucros seriam inteiramente doados em apoio a comunidade LGBTQ+. Adam brinca dizendo que graças à quarentena, nenhuma daquelas roupas lhe serviam mais.

Autoria do Post: Bruna Martins
Fontes: GLAAD, @4Gelly e Adam Lambert/Twitter

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