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17dez2019
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[ENTREVISTA] Star Observer: A Criação de Adam
A Criação de Adam “Eu sempre fui alguém que gosta de se destacar na multidão – e isso vem com seus perigos”, diz Adam Lambert. O pop/rock superstar e atual vocalista do Queen falou com Richie Black sobre as alegrias e riscos da vida sob os holofotes; temas explorados em seu novo EP solo, “Velvet: Side A”.
Esse Adam Lambert, aparentemente ele está se saindo bem.
Seu novo EP solo está recebendo grandes elogios. Oh, e talvez você já tenha ouvido falar, ele é o atual vocalista de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, Queen. E ainda, ele diz, que tem espaço em sua vida para um pouco de dúvida e insegurança.
“Eu sou apenas humano”, ele explica. Bom, algumas vezes duvidamos dessa afirmação, mas mesmo assim. É algo que ele aborda em seu novo EP “Velvet: Side A” no qual com elegância e sem vergonha alguma ele abraça suas influências funk, disco e glitter-rock nas seis faixas, cada uma co-escrita por Lambert.
A explosão de rock/funk de “Stranger You Are”, por exemplo, representa um desafio emocionante a um tipo particularmente reacionário de “hater”.
“Eu penso que essa música é meio sobre ser diferente”, diz Lambert. “Quando você ousa ser diferente, você se abre para mais criticas”.
E isso, ao que parece, vem de algo pessoal.
“Acredite, eu não tenho tudo separado”, ele confessa. “Eu tenho meus momentos onde eu fico preso em pensamentos negativos ou um comentário negativo me afeta”.
De uma maneira similar, o single “Superpower”, uma faixa disco misturada com dance, desafia aqueles que querem “te colocar em uma caixa/me fazer ser algo que eu não sou”.
Lambert vê essa rebeldia parcialmente como um reflexo do tempo em que vivemos.
“Eu acredito que estou percebendo um sentimento geral, uma energia coletiva. Tem muitas pessoas frustadas que se sentem desprivilegiadas, discriminadas ou incompreendidas”.
O desejo de ser diferente – se arriscar – vai ser sempre uma parte orgulhosa de quem é Adam Lambert.
As conversas com os co-escritores no estúdio era sobre “querer criar algo que desse para alguém que se sentia desse jeito um sentimento de confiança e força e empoderamento.”
“E levantar e dizer: ‘Quer saber? Isso é inaceitável e eu vou pegar de volta o meu poder’”.
Claro, deixando a política de lado, suas músicas também falam com suas influências musicais pessoais, como a guiada pelo piano “Closer To You” que lembra Bowie e Elton, enquanto “Overglow” acompanha um sintetizador de baixo dos anos 80.
“Eu apenas amo aquela época”, ele diz a Star, parcialmente o resultado de “crescer em uma casa em que tinha muita dessa música tocando. Então eu queria fazer alguma coisa que era naturalmente parte do meu DNA”.
Uma influência intrínseca, naturalmente, é essa pequena coisa louca chamada Queen – a banda que ele tem sido vocalista pelos últimos 8 anos.
Que soa como um ótimo trabalho, certo – e um caminho para realização? Bem, sim, é isso. Mas não podemos dizer que isso não é problemático – pela óbvia razão dele estar ocupando o lugar de um dos deuses do rock mais adorado.
É algo que Lambert diz que ainda causa ansiedade – sim, como aquelas mencionadas em seu EP.
“No começo quando o Queen me pediu para me juntar com eles, eu fiquei ‘Oh Deus, eu consigo fazer isso?’ Quer dizer, eu não estava totalmente certo de como seria recebido pelo público e pela banda, e mesmo nos dias de hoje, não é como uma vitória fácil”, ele explica.
“Eu tenho muito a prova todas as vezes que eu saio com eles. Porque Freddie era obviamente como um Deus: ele escreveu essas canções, ele cantou e performou elas”.
“Quando as pessoas começam a comparar, o que é inevitável, eu vejo pessoas dizendo ‘Bem, eu preferia o Freddie’ – e eu fico ‘Bem, é claro, ele é a origem disso tudo’. Eu prefiro o Freddie”.
Mas então se você quer realmente comparar, como a história agora certamente relembra, Freddie era a realeza do rock, mas naqueles dias ele também era uma figura bem polarizante.
Ultrajante realeza e exagerado – desafiador e sem desculpas, no tempo do machismo de Led Zep e a fúria do punk rock – ele nunca foi um querido da crítica.
E parece ser a mesma mistura de vulnerabilidade e desafio que Lambert descreve ter ao lidar com alguns dos hinos mais dinâmicos e exigentes do Queen.
“Eu respiro fundo e tento me manter com os pés no chão”, diz ele com uma risada.
“Parte da beleza de se apresentar ao vivo é que é como viver uma prova de fogo. Você pode ser como ‘oh, deixa eu fazer isso de novo, eu preciso ficar bem confortável’, não funciona desse jeito… você tem que se jogar nisso”.
Dito isso, Lambert também garantiu seu lugar no Queen com humildade (um tanto não tão Freddie).
“De certa forma”, ele explica, “Eu estou a serviço da banda e dos fãs. Perceber isso fez tudo se encaixar pra mim”.
Enquanto se apresentar com o Queen tem sido sobre honrar um legado. Foi no processo de criação de “Velvet: Side A” que ele redescobriu sua voz criativa.
“Quatro anos atrás quando eu comecei ‘Velvet’, eu me senti um pouco sobrecarregado”, ele diz.
“Eu não senti que eu estava no comando como eu queria. Então eu fiz uma busca pela alma e eu tive que isolar minha criatividade um pouco – criar um espaço para isso – e grande parte disso tem a ver com começar esse projeto mais por conta própria. Tem sido uma experiência mais pura dessa vez”.
Por fim, Lambert tem identificado esse risco. Ser “estranho” é na verdade parte da sua experiência criativa “pura”; abraçando a adrenalina e as batidas de coração como parte de sua liberdade e força.
“Essa mentalidade de ‘nade ou afunde’, isso meio que me ajuda”, ele disse.
“É como se tivesse uma grande audiência lá fora – talvez umas 18 mil pessoas lá fora – e eu estou tocando isso ao vivo e não tem faixa de apoio, não tem autotune, é como ‘aqui vamos nós’”.
“E isso pode ser assustador algumas vezes, mas essa é a essência de fazer a mágica acontecer”.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fonte: Star Observer
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