Review by Billboard de “Velvet: Side A”

“Velvet: Side A” de Adam Lambert é o melhor trabalho da estrela até agora

Desde que o conhecemos no American Idol, Adam Lambert nunca foi resistente a mudanças. Seja para mudar sua aparência, mudar sua carreira ou até mudar seu som, a estrela de 37 anos sempre fez questão de se manter mutável.

No último álbum do cantor, “Velvet: Side A”, essa mutabilidade compensa completamente; o novo EP de seis faixas (ou melhor, a primeira metade de um álbum maior, como o próprio título sugere) vê Lambert assumindo um som funk e rock dos anos 70, que é diferente de tudo em seus trabalhos anteriores. Pegar um som antigo e atualizá-lo para um público moderno é uma tarefa difícil – mas Lambert consegue fazer isso quase sem esforço aqui.

*A música que abre o álbum, “Superpower”, é a introdução correta para o público dessa nova evolução na carreira da estrela – com uma linha de baixo pesada, falsetes suaves e alguns riffs de guitarra habilidosos, Lambert exala um tipo de confiança que não foi exatamente visto em seus trabalhos anteriores, com as letras apenas aumentando o poder natural de sua voz. “You try to put me in a box Make me something I’m not / Don’t give a fuck, ’cause I’m gonna take back / My superpower” [Você tenta me colocar em uma caixa, me fazer ser algo que eu não sou / Eu não dou a mínima, porque eu vou recuperar / O meu superpoder”], ele canta.

Está claro que Lambert também se cercou das pessoas certas. Enquanto a influência das turnês com o Queen soa em pequenos momentos neste álbum, a equipe com a qual ele trabalhou, incluindo o engenheiro de indie-pop Tommy English, o produtor de pop-rock Butch Walker e outros mais, adicionou ainda mais sabor. Enquanto o rock dos anos 70 pode fornecer o núcleo do álbum, vislumbres de R&B, disco e dance-pop encontram seu caminho, sem fazer com que o projeto pareça saturado.

Veja uma faixa como “Overglow”, por exemplo: a música soa como se pudesse ser um lado-B do Tame Impala há muito perdido, com sua linha de baixo impecavelmente executada e produção etérea. A voz de Lambert sobe por cima da melodia, alcançando um nível Prince de perfeição em falsete, e quando a produção pesada do refrão começa, a música de repente é um pedaço de rock puro e inalterado. A transição não parece forçada, e Lambert vende a emoção com facilidade.

O que está claro como o dia no álbum é que Lambert está tendo o melhor momento de sua vida. Nenhuma das seis faixas do álbum parece forçada ou superproduzida – pelo contrário, elas exalam uma assertividade relaxada, comandando sua atenção em todas as notas, mas nunca clamando por isso. Lambert convida você para músicas como “Closer To You”, que abre como uma simples balada piano-vocal, antes de se transformar em uma música lenta clássica no estilo Pink Floyd, sem nunca fazer você questionar a transição.

*O destaque do álbum está em “Loverboy”, uma faixa rock dançante inspirada no Prince, onde Lambert traz todos os aspectos do álbum em uma faixa. Com versos suaves e calmos e um refrão sexy e agitado, a estrela revela as profundezas de seu talento enquanto canta as notas restantes de seu tão esperado retorno. “I don’t wanna be another number/ Wanna feel like your loverboy” [“Eu não quero ser outro número / Quero me sentir como seu amante”], ele canta.

“Velvet” é o título certo para um projeto como este – o som é clássico, a produção é suave, e o artista está desfrutando de um rico e luxuoso novo senso de autoconfiança. Pode ser apenas a primeira parte de um projeto maior, mas “Velvet: Side A” não deixa nada a desejar para o ouvinte e, ao contrário, parece uma coleção que pode ser o trabalho mais definitivo de Lambert até agora.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Bruna Martins
Fonte: Billboard

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