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30ago2019
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Review by Tampa Bay Times do Show Queen + Adam Lambert em Tampa (FL, EUA) – 18/08
Queen e Adam Lambert deliciam-se em uma esgotada Amalie Arena na estreia arrasadora em Tampa Foi quase como um chamado, Adam Lambert apesar de ainda não ter nascido quando os shows começaram a ser produzidos a 50 anos atrás, e a pessoa perfeita para o cargo.
“Todas as vezes que subo ao palco com esses caras, percebo quanta honra há nisso”, disse o cantor à uma plateia lotada na noite de domingo em Tampa. “Sou muito sortudo por ter ganho a oportunidade de carregar uma tocha para um dos meus eternos heróis. Façam barulho para o insubstituível, primeiro e único Freddie Mercury!”
Você consegue imaginar o barulho. Quase três décadas após a morte de Mercury, até mesmo as cidades em que ele nunca tinha se apresentado estão incrivelmente desesperadas em celebrá-lo, a julgar pelo arraso de domingo no show de 2 horas de duração de Queen e Adam Lambert no Amalie Arena.
Este foi o primeiro concerto em Tampa Bay em qualquer versão do Queen, até os dias de hoje com o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor (o baixista John Deacon está aposentado há muito tempo). Eles nunca chegaram mais perto do que o antigo Centro Cívico de Lakeland, e mesmo assim, não desde 1978.
Não que isso importasse para a apaixonada multidão de Tampa, que cantou e dançou e derramou tanto amor sobre Lambert quanto eles poderiam ter sobre o próprio Mercury.
O momento oportuno é tudo, não é? Com o filme biográfico do ano passado “Bohemian Rhapsody”, acumulando mais de 900 milhões de dólares em todo o mundo, além de um punhado de Oscars, é um grande momento para estar nos negócios do Queen – o que, convenhamos, foi provavelmente o objetivo inicial de “Bohemian Rhapsody”. Foi um bom filme, mas um belo comercial do Queen, celebrando a banda e sua marca tanto quanto Mercury. No fim, o show deve continuar, e eles ainda encontraram uma maneira de vendê-lo.
E rapaz, eles são bons em fazer isso ao vivo.
“Vocês parecem incríveis”, May disse à multidão. “Eu nunca pensei que estaria fazendo isso nesta altura. Essa é a verdade”.
Aos 72 anos, com sua mesma juba prateada em torno de sua cabeça, May ainda é muito ágil em sua guitarra, ocupando o centro do palco ao deixar solo após solo voar como meteoros no céu. No final do set, ele tocou um solo de guitarra de nove minutos tão ousado quanto virtuoso, indo do pós-rock atmosférico ao melódico, quase um zumbido. Quando pisou no palco para tocar a arrebatadora “I Want It All”, ou o final estrondoso de “Fat Bottomed Girls”, foi um milagre que os barbados grisalhos na frente não abrissem um buraco circular.
Quanto a Lambert, embora ele seja um talentoso vocalista de rock, ele não soa exatamente como Freddie Mercury – e esse é provavelmente o ponto exato. Ao contrário de Steve Perry, da Journey que soa como o músico Arnel Pineda, Lambert tem seu próprio estilo, emprestado e roubado de todos os tipos de fontes, de Elvis Presley a Mick Jagger, Rob Halford e a era MacPhisto do Bono. E há um Freddie lá, é claro, mas é mais em seu brilho, seu estilo, seu indescritível “Adam jeito de ser”. A maneira como ele balançava as botas douradas de um piano, abanando-se com um leque, em “Killer Queen”. Os rodopios sensuais e os passos saltitantes durante “Another One Bites The Dust”, fizeram May sorrir. A maneira como ele montou e cavalgou em uma reluzente Harley em “Bicycle Race”, pontuando a frase “I don’t want to be the president of America” [Eu não quero ser o presidente da América] com um tapa em seu traseiro.
Como artistas veteranos, Queen e Lambert são surpreendentemente habilidosos, espalhando um monte de harmonias através de uma operação relativamente restrita a seis homens. May desconectou-se para tocar um solo de “Love Of My Life” e “’39” antes de se juntar a Taylor e Lambert para “Doin’ Alright”. E Taylor se apresentou como vocalista, preenchendo o lugar de David Bowie em “Under Pressure” e cantando a canção pretensiosa e distópica “I’m In Love With My Car”.
Mas então, quem precisa de uma sinfonia quando você tem uma arena de fãs à sua disposição? Eles estavam batendo palmas em sincronia em “Radio Ga Ga”, assim como a multidão fazia no Live Aid. Eles gritaram pelos vocais de Freddie no começo de “Bohemian Rhapsody”, criando o que equivaleria a um dueto surreal entre Lambert e Mercury (pelo menos pela metade da música; eles apenas deixaram o meio “I see a little silhouetto of a man” [Eu vejo uma pequena silhueta de um homem] tocar através do vídeo original da música).
As batidas de pés começaram bem antes do bis, então os fãs de Tampa estavam sedentos por finalmente ouvirem “We Will Rock You” ao vivo. Mas depois, saindo da escuridão, surgiu uma imagem de vídeo de uma figura familiar em um casaco amarelo suntuoso.
“Ayyyy-day-day-do!” ele gritou.
“AYYYY-DAY-DAY-DO!” a multidão encantada gritou de volta.
“Ay-do-day-do-day-do-day-do-day!”
“AY-DO-DAY-DO-DAY-DO-DAY-DO-DAY!”
“Ay-oh!”
“AY-OH!”
“Ay-oh!”
“AY-OH!”
“Ayyyyyy-oh!”
“AYYYYYY-OH!”
“Ayyyyyyyyyyyyyyyyyyy-oh!”E ali estava, de certa forma, a tão esperada chance de Tampa de cantar com Freddie Mercury. Lambert estava certo: mesmo no cinema, simplesmente não há como substituí-lo. Sua voz sempre valerá a pena.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Denise Scaglione
Fontes: @JayCridlin e Tampa Bay Times
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