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25ago2019
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Review by Glide Magazine do Show Queen + Adam Lambert em Nashville (TN, EUA) – 15/08
Não Pare o Queen Agora! – Queen e Adam Lambert Balançam Nashville “Bem-vindos, senhoras e senhores, eu gostaria de dizer olá. Estão prontos para a diversão? Estão preparados para o show?” Estas palavras, mais familiares aos fiéis fãs do Queen, como a letra que Freddie Mercury usou para apresentar “Let Me Entertain You” do álbum da banda “Jazz” e como uma marca registrada ao vivo por vários anos – ainda deve ressoar nas memórias de Brian May e Roger Taylor enquanto eles se preparam para entrar no palco todas as noites. Por quê? Porque eles não perderam seu gosto por trazer um evento musical exagerado ininterrupto – cheio de pomposidade, glamour e rock and roll à moda antiga. E, com o mais recente capítulo do reinado do Queen conquistando o mundo da música, a “Rhapsody Tour” da banda, encontra-se o sensacional Adam Lambert assumindo novamente o desafio de ser o vocalista da banda. Com os companheiros músicos Spike Edney (teclado), Neil Fairclough (baixo) e o nativo de Nashville Tyler Warren (percussão) – eles pareciam encarar isto com tranquilidade e agitar na “Cidade da Música” na Bridgestone Arena em Nashville, TN em 15 de Agosto.
Ao entrar na arena, o público se deparou com um palco imenso, um imenso telão LED que exibia imagens douradas da guitarra de May, da bateria de Taylor, um baixo provavelmente em homenagem a John Deacon e claro o microfone do falecido Sr. Mercury. Em meio aos instrumentos, uma grande quantidade de imagens relacionadas ao Queen preencheu a decoração – incluindo um retrato de Frank, o gigante robô prateado da capa do “News Of The World” e até mesmo uma OWL de observação de fotografia 3D. À medida que a arena enchia com os fãs da banda, uma sinistra faixa instrumental tocava pelo sistema de alto-falantes. Conforme os minutos passavam, a expectativa para a entrada da banda era visível.
Finalmente, a luz diminuiu e a faixa-título do último álbum de estúdio da banda com Mercury, “Innuendo”, foi transmitida pelo sistema de som, enquanto holofotes multicoloridos foram disparados sobre a tela. Então a tela subiu, o show começou, e isso claramente encantou a plateia.
Com o palco e o set, agora quase claramente em vista, o riff de abertura de May para “Now I’m Here” circundou a arena enquanto imagens em vídeo de Lambert piscaram à direita do palco, depois à esquerda – como já foi feito antes com Mercury na década de 70. Outra imagem de vídeo, esta de Brian May – foi revelada quando as cortinas digitais foram puxadas. Alguns podem ter acreditado que era May, mas o truque foi revelado quando May e Lambert saíram do palco em seus respectivos holofotes. Roger Taylor sorriu quando se sentou atrás de sua bateria como um rei em seu trono. May e Lambert se revezaram andando pela passarela antes de voltar ao palco principal em “Seven Seas Of Rhye” e em versões curtas de “Keep Yourself Alive” e “Hammer To Fall”. Essas quatro músicas fizeram o show funcionar com grande animação.
Lambert estava glamuroso em sua performance durante “Killer Queen” – até parando em um dado momento da música para declarar “Eu sou uma rainha”. O público foi na conversa. Estava claro, com os sorrisos de May e Taylor – que ele tinha total liberdade para lidar com essas músicas clássicas como ele queria. Lambert então se dirigiu ao público sobre o “Elefante Rosa” na sala e confirmando que ele não era Freddie Mercury, mas declarou sua consideração por ele e pela banda. Curto e direto, já no início do show, o que provavelmente ajudou alguns dos puristas do Queen, a superarem o fato de não ter Freddie no palco. Lambert então pediu ao público que prometesse aproveitar o show e com isso ele arrasou em “Don’t Stop Me Now”. Lambert continuou a impressionar durante “Somebody To Love” – não só pela sua voz, mas pela sua capacidade de envolver o público, seja com o piscar dos seus cílios ou o envolvimento com o público, fazendo com que eles cantassem juntos – especialmente no final da música, deixando todos eles canalizarem sua melhor interpretação de Mercury.
No meio do set, o público assistiu a excentricidade de “In The Lap Of The Gods (Revisited)”, seguido por Roger Taylor habilmente assumindo os vocais – tudo isso enquanto ficava atrás de sua bateria para sua declaração ao automóvel com “I’m In Love With My Car”. Uma enxurrada de fotos antigas, vídeos e efeitos visuais na gigantesca tela de LED foram projetados atrás de Taylor enquanto ele e a banda tocavam em meio a esse rock estrondoso. Lambert continuou a se glamorizar, aparecendo na passarela, montando em cima de uma motocicleta Harley Davidson branca e todo vestido de preto em “Bicycle Race”. “Another One Bites The Dust”, outra marca registrada dos shows ao vivo do Queen, arrasou antes da banda invadir com o rock de “I Want It All”.
O show deu uma ligeira virada, quando Brian May deixou de lado sua guitarra e caminhou até o final da passarela sozinho. Então lhe entregaram um violão. Brian dirigiu-se amavelmente à plateia e disse: “Deixarei de ser um herói da guitarra por um tempo. Vocês querem me ajudar com a próxima? Se não, vai ser uma m*****.” May acariciou as cordas de seu violão e cantou “Love Of My Life”. No final da música, enquanto ainda estava dedilhando, May comentou que eles iriam “experimentar um pouco de magia aqui”. Um vídeo de Freddie da Magic Tour apareceu sobreposto com May no telão. O público aplaudiu quando Freddie cantou o último verso e refrão – que deve ter sido incrivelmente surreal para May. Então, quase toda a iluminação se desvaneceu, e May ficou sozinho com seu violão em um único holofote para “’39”. Roger Taylor se juntou a May enquanto dedilhava as notas de abertura da faixa profunda, “Doin’ Alright” – que encontrou uma nova vida, graças à recém-gravada versão encontrada na trilha sonora do filme “Bohemian Rhapsody”. Taylor cantou o primeiro verso antes de ser acompanhado por Lambert, que assumiu perfeitamente a partir daí.
Lambert, com sua terceira troca de roupa, encarnou Elvis Presley em sua camisa listrada com paetês, calças vermelhas e botas de caubói. Adicionando um sotaque sulista, ele requebrou o quadril antes que May tocasse os acordes de abertura para “Crazy Little Thing Called Love”. O trio era só sorrisos no final. Taylor então tocou um pouquinho, antes de entrar na introdução de “Under Pressure”. Taylor e Lambert compartilharam vocais e mostraram uma evidente conexão musical. É evidente que havia uma química verdadeira entre os três e foi durante “Pressure” que parecia mesmo se encaixar.
Depois de voltar ao palco principal, a banda sacudiu a arena com uma brincadeira sensual através da funky “Dragon Attack”. A banda estava focada e pegando fogo neste momento. Os acordes e riffs de May estavam no ponto, assim como o trabalho de Taylor por trás da bateria. E, Lambert cantou de um modo mais experimental, não ouvido anteriormente em turnês passadas. O hino do rock, “I Want To Break Free” seguiu e fez com que a arena cantasse alegremente em uníssono, antes de uma gravação de “You Take My Breath Away” tocar no sistema de som, definindo o clima para o que viria a seguir. Com um palco mal iluminado, um mar de “velas” na tela de LED, junto com luzes de celulares erguidas pelo público, os talentos vocais excepcionais de Lambert levaram “Who Wants To Live Forever” a um nível totalmente novo. A guitarra de May passou de intricada elegância para o poder do Deus do Rock. “Forever” pode ter sido a música mais emocionante e impressionante da noite.
Brian May regressou em seu papel de Deus do Rock neste momento e pronto para seu solo. Ele deu ao público um espetáculo visual e de som enquanto ele e sua “Red Special” assumiram o palco. May misturou uma dose pesada de “Last Horizon” e alguns dos seus padrões clássicos em “Brighton Rock” entre outras maravilhas de seis cordas. Em determinados momentos May estava suspenso acima do palco e da plateia em seu próprio asteroide, cercado por lanternas de papel multicoloridas. A tela de LED se encheu de mais imagens interplanetárias e May apareceu como se ele estivesse contente em andar ao longo da cauda de um cometa enquanto viajava com sua amada guitarra, para nunca mais voltar à terra – tal como o conhecemos. O solo épico foi bem elaborado e um puro êxtase sonoro. Perto do final do solo, Taylor foi visto escondido atrás de sua bateria como se estivesse pronto para detonar a próxima música, o clássico excitante, “Tie Your Mother Down”, embora reduzido – que deixou a arena em chamas!
A última parte do set trouxe uma esmagadora “The Show Must Go On” e a adorável roqueira “Fat Bottomed Girls” – podia facilmente ter sido a música de encerramento. “Girls” caiu muito bem, e foi difícil dizer quem estava se divertindo mais, o público ou a banda. Não fez diferença. Foi uma super festa e o Queen continuou mandando os hits. “Radio Ga Ga”, com imagens do filme “Metropolis” de Fritz Lang junto a um frenesi de lasers, naturalmente seduziu o público. Mas foi “Bo Rhap” que derrubou a casa – especialmente com o solo icônico de May, a presença do vídeo com Freddie Mercury e sua voz e Lambert novamente, ajudando a elevar o nível de energia com seu talento vocal. E, para o bis deste show, o Queen manteve a tradição e fez o público bater palmas e pés em “Rock You” seguido de “Champions”. Todos os membros da banda tomaram a iniciativa de se curvar e se despedir, enquanto a plateia ouvia a versão de estúdio do Queen de “God Save The Queen”. Algumas coisas não mudaram em mais de 40 anos de turnês da banda, e foi perfeito!
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Denise Scaglione
Fonte: Glide Magazine
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