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24ago2019
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Review by antiMusic do Show Queen + Adam Lambert em Chicago (IL, EUA) – 09/08
Queen + Adam Lambert, Pura Majestade, ao vivo em Chicago Quando escrevi sobre Queen + Adam Lambert depois do Show de 2014, eu disse que o show era “pura majestade”, mas eu não tinha como profetizar cinco anos no futuro quando a banda ainda estaria em turnê e tocando para as multidões mais calorosas de todas da sua carreira. Depois de assistir todas as três turnês americanas nos últimos cinco anos, o show de sexta-feira à noite em Chicago foi o mais ousado e poderoso das três. Olhando por cima os setlists das turnês anteriores, embora existam pequenas diferenças, a lista permaneceu praticamente a mesma, então o que tornou essa performance tão intensa? Ter um filme sobre a banda que arrecadou US$ 903 milhões, vencedor de Oscar, “Bohemian Rhapsody”, ajudou. O comprometimento da multidão excedeu em muito as turnês anteriores e Queen + Adam Lambert estão anos-luz à frente de seus colegas do rock clássico. A partir do momento em que as luzes se apagaram até a música “God Save The Queen” explodir nos alto-falantes da arena, Queen e Lambert comandaram a multidão de Chicago, onde a banda e os fãs se serviram, sem dúvida do maior catálogo de singles da era do rock.
Abrindo com “Now I’m Here”, Adam Lambert, Brian May e Roger Taylor fizeram uma entrada impressionante e mandaram ver logo de início. Numa sequência rápida, eles tocaram “Seven Seas Of Rhye”, “Keep Yourself Alive” e “Hammer To Fall”. Assistindo Lambert interagir com May em “Keep Yourself Alive”, fica evidente que o público estava vivenciando essas músicas de uma maneira completamente diferente como nunca antes. Houve uma concentração intensificada no show, com uma onda de barulho e emoções vindo do público levando a banda ao próximo nível. “Hammer To Fall” fortaleceu esse vínculo com uma performance grandiosa acentuada pelo riff arrebatador de May e os dois punhos cerrados de Taylor na bateria. Reações do público podem fazer ou estragar um show e, como muitos clássicos do rock envelhecem, o mesmo acontece com o público, mas o ressurgimento do Queen trouxe uma nova geração de fãs e sua energia foi sentida durante todo o show.
Adam Lambert estava na sua melhor forma durante a performance de 135 minutos. Sempre um artista notável, havia um crescente frescor nessa última turnê. Ele conhece essas músicas bem o suficiente para permitir que ele atinja a maior parte do público para unir o fã à banda. Em “Killer Queen”, Lambert estava sentado no piano de Spike Edney piscando os olhos com uma exuberância que nenhum outro intérprete vivo conseguia fazer. Lambert anunciou no início do show que ninguém poderia substituir Freddie Mercury, mas o que Lambert foi capaz de fazer é o resultado perfeito para Taylor e May manterem essas músicas vivas. Lambert mergulhou perfeitamente em quase todas as músicas e em algumas, deixou a plateia sem fala. Para “Who Wants To Live Forever” Lambert lançou um feitiço que nenhum dos 17.000 presentes queria que acabasse. Talvez não seja a música mais popular do Queen, mas é uma prova viva de que Lambert é capaz de manter esse legado vivo.
O repertório de 27 músicas composto por hinos gigantescos e até mesmo as músicas menos conhecidas e as mais lentas levaram o público à beira do êxtase. “Don’t Stop Me Now”, especialmente no meio da música, derrubou as paredes do United Center enquanto em “Somebody To Love” você podia sentir o chão tremer de forma estrondosa antes do reprise do bater de palmas no final, destacada pela bateria pontual de Taylor. O baixo de Neil Fairclough em “Another One Bites The Dust” deslizou enquanto Lambert captou sua melhor imitação de Elvis para “Crazy Little Thing Called Love” no Palco B. “I Want It All” fez Lambert arrasar em cada nota, enquanto o solo de guitarra de May e a bateria de Taylor elevaram a música a outro nível.
O momento mais emocionante da noite veio com Brian May caminhando sozinho até a ponta do Palco B, dizendo à plateia: “Queremos que o público faça parte do nosso show”. May começou a tocar “Love Of My Life”, que o deixou cercado por 17 mil luzes de celulares. A plateia cantou junto cada uma das últimas palavras de “Love Of My Life” e soltou um clamor ensurdecedor quando Mercury apareceu no telão para terminar a música. Ao término da canção ele comentou, “Eu acho que esta é a luz que o mundo precisa agora”. O entusiasmo se espalhou com a próxima música, “’39”, uma esplêndida viagem no tempo com esta canção popular que fez a multidão aplaudir por toda a arena. “In the Lap of the Gods… Revisited”, “I’m in Love With My Car” e “Doin’ Alright”, todas músicas menos conhecidas que ressoaram mais profundamente do que se poderia imaginar. A bilheteria monstruosa de “Bohemian Rhapsody” conferiu à banda novos ares, com os quais eles podem fazer qualquer coisa. Todas as músicas que o Queen tocou assumiram uma nova luz através do filtro do filme.
A encenação foi enorme, mas envolvente. Com uma passarela acima da bateria de Taylor, Lambert foi capaz de desfilar e interagir com os fãs dos camarotes contra o telão do palco. O Palco B com uma longa rampa estava a meio caminho da plateia e um telão circular que pairava acima do público, que parecia uma coroa no início do show, garantiu que cada um até nos lugares mais altos pudessem ver a ação de perto. Uma bola de discoteca apareceu durante a animada “I Want To Break Free”, que Lambert apreciou enquanto “Fat Bottomed Girls” apresentou a banda em seu melhor rock de arena, e o ritmo mais suave de “Under Pressure” apresentou Taylor e Lambert em um vocal conjunto cheio de variações texturais suntuosas que evocavam os espíritos de Freddie Mercury e David Bowie. Se tudo isso já fosse o bastante, a abertura do sintetizador e o ritmo embaralhado de “Radio Ga Ga” levaram o público ao extremo. Como “Bohemian Rhapsody”, “We Will Rock You” e “We Are The Champions” ecoaram por toda a arena, foi o sintetizador roqueiro que afogou a plateia em emoções. “Ga Ga” contém uma elegância clássica com uma combinação perfeita de instrumentos que não foi apenas suave, mas resume meticulosamente tudo aquilo o que o Queen faz bem enquanto direciona a banda a um final eletrizante. Ouça o simples solo de guitarra de Brian May, a maneira como os acordes caem, quase como se ele fizesse sua guitarra choramingar enquanto o ritmo frenético se grudava em nossa mente. Lambert estendeu a mão, com os braços esticados alcançando o céu, para cada fã e para o espírito de Freddie e, enquanto o refrão ganhava vida, 17.000 habitantes de Chicago bateram palmas em uníssono para uma chamada e resposta com os fãs sem igual. Foi verdadeiramente glorioso.
Em turnês anteriores, o público usou os concertos como uma forma de remediar a dor da morte prematura de Mercury enquanto promoviam o legado do Queen, mas a turnê de 2019, “The Rhapsody Tour” é para celebrar essa vida e por vez, nos permitir recuar e celebrar também. Queen + Adam Lambert estão fazendo o coração dessas músicas bater de forma brilhante enquanto provam de uma vez por todas que o catálogo do Queen é eterno, eternamente jovem e majestoso.
Autoria do Post: Josy Loos
Fontes: @thescreendoor e antiMusic
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