Review by Chicago Sun Times do Show Queen + Adam Lambert em Chicago (IL, EUA) – 09/08

Queen merece as reverências e os aplausos finais no United Center

Com Adam Lambert assumindo os vocais com desenvoltura, os roqueiros oferecem lembranças de valor inestimável ​​dos tempos de glória da banda.

A cada década parece que a banda de rock britânica Queen se encontra no meio de um ressurgimento. Em meados dos anos 80, o quarteto foi tirado de uma rotina adormecida para uma lendária performance no Live Aid; nos anos 90, teve um grande destaque no filme “Quanto Mais Idiota Melhor”, que tornou a banda um ícone cultural novamente; e mais recentemente o filme vencedor do Oscar “Bohemian Rhapsody”, de 2018, trouxe novos fãs, claramente evidente mediante a turnê de verão da banda lotada nos Estados Unidos, incluindo um muito aguardado show na noite de sexta-feira no United Center.

De longe, uma das maiores bandas de rock da história da música, o Queen demonstrou o gênio da obra de rock operática “Bohemian Rhapsody” e duas dúzias de outros hits em um deslumbrante show na arena que cruzou a linha de nostalgia com um propósito renovado. Além da música, muita atenção foi dada ao falecido vocalista Freddie Mercury durante o show, que tem sido um tema de constante consideração graças ao filme do ano passado que enfatizou a gravidade de sua perda como um dos vocalistas mais enigmáticos da nossa época.

Embora Mercury tenha morrido em 1991 devido a complicações relacionadas à AIDS, o guitarrista do Queen, Brian May, e o baterista Roger Taylor, continuaram, e nos últimos oito anos, se aliaram ao talento do “American Idol”, Adam Lambert. Com seus casacos militares de paetês, terno de brocado dourado e uma presença de palco encantadoramente extravagante na sexta-feira à noite, Lambert fez uma homenagem viva a Mercury, sem, com isso, tentar passar por cima dele.

“Não dá para substituir o fenomenal Freddie Mercury”, Lambert reconheceu rapidamente no palco, simbolicamente olhando em direção ao céu. “É uma honra carregar a tocha para um dos meus maiores heróis. Eu sou um fã como todos vocês, e estou aqui hoje à noite para celebrar Freddie e o Queen com vocês.”

E a celebração aconteceu. O que poderia ter se tornado um tributo, em vez disso, tornou-se um memorial vivo para tudo o que o Queen foi e continua sendo como uma base cultural. É fácil esquecer quantas músicas de sucesso e inteligentes a banda criou, mas todas as 27 músicas do setlist de sexta-feira eram um lembrete da propensão criativa do Queen. Mesmo a mais brega de todas, “I’m In Love With My Car”, foi feita com desenvoltura, apresentando os vocais apaixonantes de Taylor.

Ele, juntamente com May – ambos com uns 70 anos – estavam em grande forma esta noite, recebendo vários aplausos de pé. May mandou bem especialmente no solo como se ele tivesse sido possuído por sua versão mais jovem; um dos momentos inesquecíveis ​​da noite veio no final do set enquanto o guitarrista, também um astrofísico notável, erguia-se do alto nas vigas do palco tocando seu instrumento enquanto esferas planetárias circulavam em torno dele como se ele fosse algum tipo de cosmonauta místico.

Uma boa parte dos elogios também deve-se a Lambert, que assumiu as acrobacias vocais e a atração emocional de cada número enquanto dirigia o resto do grupo para altas harmonias. Lambert foi brincalhão, se baseou na entrada triunfal de Rob Halford, montando em uma motocicleta no palco durante “Bicycle Race”, e também a comovente “Who Wants To Live Forever”, tornando-se um dos momentos mais emocionantes da noite.

Enquanto a primeira parte registrou um pouco da teatralidade dos shows em Vegas, inclusive efeitos banais CGI [ver nota] e um medley rápido desnecessário de algumas das faixas, o show aumentou de ritmo e ofereceu várias lembranças inestimáveis. Uma das mais tocantes foi a interpretação acústica solo de “Love Of My Life” de May, acompanhada por imagens de vídeo de Mercury tão perfeitamente sincronizadas que foi como ver a dupla se reunindo milagrosamente de novo. Mercury “voltaria” para o bis mais tarde para liderar a multidão com a sua marca registrada do “Ay-Oh”.

Quando as luzes se apagaram antes das últimas músicas, as pessoas nas arquibancadas começaram a orquestrar em harmonia um pisoteado ensurdecedor durante “We Will Rock You”. A banda atendeu à chamada, e para terminar a noite, entregou uma versão vibrante da música junto a uma versão de tirar o chapéu de “The Show Must Go On”. Para o Queen, o show não somente continua, mas continua formidavelmente.

NOTA: CGI é uma sigla em inglês para o termo Computer Graphic Imagery, ou seja, imagens geradas por computador, a famosa computação gráfica. O termo se refere a todas as imagens geradas através de computadores feitas em três dimensões, com a profundidade de campo sendo possível graças apenas à computação. O CGI nada mais é que praticamente todo tipo de efeito ou animações que vemos hoje em dia, seja em filmes, videogames ou mesmo na televisão.

Autoria do Post: Josy Loos
Fonte: Chicago Sun Times

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