Forbes: “Who I Am [Quem Eu Sou]: Adam Lambert sobre Bowie, Burning Man, Gaga, Queen, The Who e mais”

Who I Am [Quem Eu Sou]: Adam Lambert sobre Bowie, Burning Man, Gaga, Queen, The Who e mais

Antes dele começar a se apresentar com o Queen, Adam Lambert conseguiu uma bem sucedida carreira solo por mérito próprio. Agora, depois de ter se dedicado inteiramente ao Queen nos últimos anos, Lambert está pronto para retornar à cena solo também.

“Eu definitivamente sinto que há diferentes lados de mim como artista, e eu tenho muita sorte por ter espaço com o Queen como uma oportunidade de mostrar o que eu faço e meu material solo como outra parte”, diz ele.

Enquanto ele estará em turnê com o Queen nesse verão, Lambert recentemente lançou “New Eyes”, sua primeira música solo nova em quatro anos. A música é do próxima álbum “Velvet”, que sairá em algum momento esse ano.

Eu tive uma conversa muito agradável com Lambert para a minha coluna Who I Am [Quem Eu Sou], onde ele me levou por diversas influências, de David Bowie e Rocky Horror Picture Show a Lady Gaga, Burning Man e o momento da abertura do Oscars esse ano com o Queen.

David Bowie, “Diamond Dogs” (10 anos de idade)

Meu pai ouvindo essa música foi um momento fundamental para mim pensando “Espera! Que porr* é essa?” Ele pegou o álbum de sua coleção, e aquela capa de Bowie, meio cachorro, meio homem, sensual e andrógino, eu me lembro de ter ficado “O que é isso? Quem é esse?” “Future Legend” é a primeira faixa, e ela nos deixava morrendo de medo, meu irmão e eu. Nós estávamos sentados lá juntos. Era assustador e estranho, e eu era um fã de Halloween quando criança, eu estava sempre me fantasiando, e eu adorava me fantasiar de monstros assustadores e essas coisas. E essa foi a minha primeira vez entendendo o que era um rockstar subversivo. O que fez do Bowie tão especial obviamente foram suas músicas incríveis, mas também sua apresentação visual, como nada parecido naquela época. E ele definitivamente abriu seu próprio terreno desse jeito. Então, sempre que eu arrisco, seja sonoramente ou visualmente, eu sempre penso em artistas como Bowie, que pavimentou o caminho para esse tipo de expressão.

Estar em “Hair The Musical” (20 anos de idade)

De repente comecei a ficar fascinado pelos anos 60 e a mergulhar por toda a música daquela época, a cena “Haight Ashbury” e tudo isso. Meu pai tocava muita música pela casa, mas para mim foi como o fim de um ciclo quando eu voltei para pesquisar sobre esse movimento. E depois atuando no show, o tema desse musical foi o movimento hippie. Era sobre a liberdade de amar, essa sensibilidade comunal, e é assim que vivíamos como uma trupe de atores americanos na Alemanha, a maioria de nós ainda bem jovens. Foi um momento de primeiras vezes para mim. Eu estava experimentando tudo, e essa foi a minha versão de uma experiência universitária, indo para fora pra fazer esse show. Nós fomos escalados aqui, mas a turnê foi na Alemanha. Então nós passamos dois meses em Berlim, e um mês em Munique. Foi um período de seis meses, e foi fundamental para mim, porque foi minha primeira vez na Europa e lá, e na Alemanha particularmente, é tão progressista. Então para mim, sendo um americano e indo para lá, quando eu voltei, meus amigos ficavam “tem algo diferente, você está se sentindo mais confortável em seu próprio corpo”. E eu acho mesmo que aquela experiência meu deu muito auto conhecimento e me inspirou a me expressar mais. E tem algumas músicas incríveis nesse musical. Então cantá-las toda noite foi transformador. Eu sou de aquário e lembro de cantar “Age Of Aquarius”, ela é minha trilha sonora.

Prince, “Kiss” (14 anos de idade)

Essa me chamou atenção no meio das outras canções. Tem algo tão especial nessa música. É a música mais legal dos anos 80 na minha opinião. É tão funky, tão diferente e a letra, tipo, “You don’t have to watch Dynasty to have an attitude” é brilhante, é uma música brilhante. Eu amo o passado, eu amo os clássicos. E eu acho que elas são consideradas clássicas por uma razão, e músicas como “Kiss” influenciou várias outras músicas, por pessoas que foram inspiradas por ela. E eu gosto de voltar para essas coisas antigas. Acho que há uma razão que faz elas serem icônicas. Eu acredito que isso faz parte da minha paixão pelo passado, eu amo aprender coisas que não foram impostas à mim. E hoje em dia há tanta informação, e tantas coisas que nos dizem para gostar, e há uma liberdade quando você volta e descobre coisas que as pessoas gostavam anos atrás, e descobre o motivo de porque elas gostavam.

“Velvet Goldmine” (entre os 20 anos de idade)

Eu vi esse filme. Ele foi lançado em 1988 e eu vi o filme quando eu tinha uns 20 anos. Eu lembro de estar sentado assistindo ele e depois que terminou eu pensei “isso, pra mim, reúne em um filme tudo que eu amo sobre rock n roll”. Só a ideia dele, a expressão, o drama, o romance. É como uma carta de amor para o Glam e aquela era. E eu soube que eu estava destinado àquela era da música e aquele filme meio que me certificou disso. Até hoje é um dos meus filmes favoritos. Eu amo pra caralh*. É um dos poucos filmes que eu assisti repetidamente. E eu geralmente não assisto um filme mais de uma vez. Eu amo os atores dele. O elenco é insano. Toni Collette, Christian Bale, Ewan McGregor, Eddie Izzard and Jonathan Rhys Meyers. Eles são todos absolutamente brilhantes. Eu acho que a outra coisa que me chamou atenção foi é que tem tipo um triângulo amoroso no meio, e eu acho que é entre dois personagens homens, e eles terminam ficando juntos. Claramente o filme é baseado em David Bowie e Iggy Pop, apesar de usar nomes diferentes. E eu acho bem inteligente o jeito como eles até escreveram as músicas do filme no estilo do David Bowie. É uma obra de arte bem interessante.

“Rocky Horror Picture Show”

Você tem que entender que eu era um pequeno e estranho garoto gay que queria se fantasiar o tempo todo. Então quando eu vi um homem usando um vestido em” Rocky Horror”, onde ele era drag, eu enlouqueci. Eu pensei “que porr* é essa?” Isso ressoou em mim eu senti que aquilo era algo divertido. “Isso parece um momento legal”. A performance de Tim Curry no filme é insana. Ele é tão bom. E sempre que eu volto para ver sua performance de novo é sempre eletrizante. Ele é tão divertido e esquisito. É uma performance muito icônica. Eu conheci ele, porque eu estava no remake que fizeram pra TV alguns anos atrás. Eu fiz o personagem do Meat Loaf, e eles escalaram Tim Curry como narrador. Foi muito especial apertar a mão dele e dizer o quando eu o amava.

“The Who’s Tommy”

Para mim o filme é uma obra de arte, particularmente a cena de Acid Queen da Tina Turner. Para mim é tão insano e tão icônico. A energia frenética que ela usa em sua apresentação, eu sempre fui fascinado por isso. Ela estava inquieta. E eles filmaram isso com vários olhos de peixe e tem esses adereços estranhos. O filme inteiro é brilhante, visualmente é insano. E isso ressoou em mim porque eu lembro de quando eu era criança, antes de eu ter visto o filme, eu na verdade fiz uma audição para o musical que fizeram em San Diego, onde ele começou. É de lá que eu sou. E então quando eu estava me preparando para a audição, eu tive que aprender o tema principal do filme, que é “See Me, Feel Me, Touch me/Overture”. E eu não consegui o papel, mas eu me lembro de ir ver o musical depois que estreou em San Diego e de ter ficado impressionado. Eu achava que era a coisa mais legal do mundo. Depois eu vi o filme e pensei “Oh, uau”. Então é uma obra que me é familiar há um tempo em diferentes formas. É uma grande obra musical. Esse álbum é incrível. Meu pai chegou a tocar o álbum para mim antes de eu ver o filme.

Ir ao Burning Man (24 anos de idade)

Isso foi bem transformador para mim. É um festival louco pra caralh*. Ele abriu meus olhos, ver uma comunidade inteira de pessoas que ficam juntas por uma semana, que constroem essa cidade. É como um sonho. Não parece algo real até você estar lá e ficar tipo “o quê? É loucura”. E a coisa toda é abastecida pela imaginação das pessoas. Então é uma experiência bem utópica, porque você vai à um lugar onde você festeja com pessoas que você não sabe com o que trabalham. Eu lembro de ver um homem de meia idade correndo por aí com um vestido de bailarina, óculos de sol e saltos plataforma. E pelo que eu sei ele poderia ser um técnico de informática do Vale do Silício. Para mim essa é a beleza desse festival, é que você encontra pessoas que não são necessariamente artistas, mas que estão se expressando como artistas. E tem tanto prazer nisso. Eu fui algumas vezes mas, quando voltei da primeira vez que fui, eu estava muito inspirado por aquela comunidade.

Vídeos dos Desfiles em Passarela de John Galliano (entre os 17 a 18 anos de idade)

Mais cedo, foram os shows que fizeram no final dos anos 90, início dos anos 2000. Os desfiles de moda desses homens eram muito teatrais em suas apresentações e apenas as roupas mais sexy que poderia ver, incrivelmente legal. E o jeito em que o shows foram apresentados e cada look evoluiria, isso tornaria uma página a ser seguida em frente. Um, em particular, foi em um deck de um navio.

Parecia tipo um velho navio pirata e ele representou os looks piratas. Uma coisa New Orleans Cajun, um look de cultura cigana. Em cada look que viria mais adiante naquele canal e cada visual que aparecesse evoluiria para a próxima cena. Isso foi inteligente e deslumbrante e todos os homens com cabelos longos e lápis de olho. Fiquei impressionado. Eu era um pobre artista sem dinheiro lutando para comprar coisas da última moda. Mas eu, imediatamente, ia em brechós para tentar encontrar coisas que eram semelhantes àquilo.

Lady Gaga (27 anos)

Eu estava no American Idol em 2009, o mesmo ano em que ela estava estourando. Lembro de tê-la encontrado brevemente nos bastidores do Idol porque ela estava performando como uma convidada naquela semana. Dei apenas um “Olá” passageiro, depois assistindo sua performance. E daí em diante observando sua trajetória como um fã e colega e muitos riscos que ela estava correndo e explorando em sua música pop, para mim, ressoaram profundamente porque ela possuía um cenário teatral, ela também é amante de clássicos e isso me ajudou explicar para as pessoas da indústria musical o que eu estava tentando fazer e não dizer que eu queria fazer o que ela estava fazendo, mas eles viram isso, ver como aquilo é algo específico sendo referenciado, como ela está fazendo uma declaração teatral com aquilo. Isso é o que eu sempre quis fazer. Então, me ajudou a entender que havia um mundo e uma audiência para aquilo, foi inspirador vê-la fazer isso. Eu falaria que o vídeo de “Bad Romance” foi, particularmente, um momento especial para mim, porque assim que acabaram as filmagens, antes do vídeo ser lançado, eu trabalhei em estúdio com ela por um dia em uma música que ela compôs e que está em meu primeiro álbum. Apenas trabalhar em estúdio e conhecê-la foi recompensador. Ela estava usando uma das roupas do vídeo, ela usou em uma sessão (risadas). Eu achei que foi ótimo. Ela é uma artista contemporânea e sou muito inspirado por isso, definitivamente, me faz sentir confiante em tomar os tipos de riscos que gosto de tomar.

Queen

É difícil definir um momento. Como estava falando sobre o Prince anteriormente, a música do Queen é tão icônica e se teceu na cultura pop, não me lembro exatamente a primeira vez que ouvi uma música do Queen. Provavelmente ouvi “We Are The Champions” ou “We Will Rock You” em um estádio quando criança. Me lembro de assistir o “Quanto mais idiota melhor” com meu irmão e perguntado que música era aquela que estavam cantando em ópera. Essa foi a primeira vez que meu pai falou “Bem, esse é o Queen”. E eu fiquei tipo “Quem são eles?”. E novamente, como muitos desses exemplos, fomos ao armário de vinil e ele tirou algumas gravações do Queen. Eu vi Freddie [Mercury] com lápis de olho e unhas pintadas e parecendo uma bruxa, ele colocou alguns álbuns para mim e eu fiquei “ok, isso é uma viagem”. E uma coisa que amei sobre o Queen, sendo uma criança teatral, eles são tão teatrais. Freddie, em particular, foi um grande showman e muito envolvido no que cantou. E mesmo as referências de algumas músicas do gênero ópera. Essa é a ponte que meu pai e eu encontramos entre o rock and roll e o teatro e foi muito especial para mim. Acho que em algum ponto dos meus 20 anos eu acabei cantando “We Are The Champions” em uma festa privada ou algo do tipo. Então, essa foi a primeira vez em que me aprofundei em aprender uma música do Queen para performar. É uma música muito gratificante para um cantor se aprofundar. Freddie colocou muito músculo em sua voz e foi realmente divertido fazer isso. E em um momento estaria cantando “We Are The Champions” no Oscar esse ano. Ter cantado essa música em uma pequena festa privada por volta de meus 20 anos e depois cantar na final do American Idol com eles, seguir trabalhando juntos nos últimos sete anos e estar no Oscar com essa música. Na verdade, não tinha que pensar muito sobre isso quando estava pronto para performar no Oscar porque eu acho que poderia ter desmoronado. Foi tão esquisito, a sincronia disso tudo.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Lucas Vinícius
Fontes: @TALCvids e Forbes

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